segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O TEXTO ORIGINAL DO NT E A FÉ REFORMADA

Um assunto delicado é questão de qual texto original do NT deveria receber a credibilidade dos cristãos. Lembro-me de ter ouvido pessoalmente de um defensor do Textus Receptus (e Almeida Fiel) que ‘a NVI é uma tradução do diabo’.

Por vários anos estudei isso com interesse, e como Presbiteriano me preocupou se de alguma maneira a Fé Reformada poderia está em jogo nesse assunto ou não. Em uma das inúmeras notas de Hermisten Maia, na edição das Institutas de Calvino recentemente lançada pela Cultura Cristã, ele cita I Tm 3.16 como sendo um texto prova para a divindade de Cristo na perspectiva de João Calvino. Curiosamente o versículo na NVI tem ‘Deus se manifestou em carne’, da mesma maneira que a Almeida Fiel. Mas nossa Almeida Atualizada verte conforme o ‘Texto Critico’, ‘Aquele que se manifestou em carne’.

O fato de ser um texto importante para Calvino provar a divindade de Cristo é importante mas não determinate. Afinal, é a CFW o Símbolo de fé presbiteriano e não Calvino. Porém, isso poderia revelar algo. A disposição dos Reformadores quanto ao texto.

Mas o que a CFW tem com o texto original do NT (e do VT)? Bem, invoco aqui o Dr Anglada para expressar uma opinião do assunto em questão: “A doutrina da preservação das Escrituras professa que Deus preservou cuidadosamente, no decorrer dos séculos, o texto bíblico que ele revelou e inspirou, a fim de assegurar sua disponibilidade às gerações subseqüentes. Essa doutrina é explicitamente ensinada na Confissão de Fé de Westminster, onde se lê: “[...] o Novo Testamento em Grego [...] sendo inspirados imediatamente por Deus e, pelo seu singular cuidado e providência, conservados puros em todos os séculos são por isso autênticos ...”(Cap. 1.8)” (Introdução à Hermenêutica Reformada, p 154,155 [compre esse livro aqui ])

O Dr Anglada diz: “Existem evidencias históricas de que Deus realmente preservou o Novo Testamento? Da perspectiva do texto majoritário, a resposta é sim. As evidencias podem ser percebidas na história dos manuscritos, na história do texto impresso e na qualidade do texto.” (página 158).

Felizmente a Cultura Cristã lançou recentemente uma tradução interlinear de Z. C. Hodges do texto majoritário. Mas é de difícil manuseio e caro, pois visa mais uma ferramenta de pesquisa do que uma Bíblia para uso diário. O texto Receptus é bem semelhante ao majoritário, mas hoje não são mais aceitos como sinônimos. A Almeida Fiel pode corresponder ao texto majoritário na sua maioria. (Uma grande contradição entre o Receptus e o Majoritário é I Jo 5.7, pois o Receptus traz palavras que não tem apoio nem na maioria nem nos mais antigos!)

Oremos para que alguém no Brasil possa produzir pelo menos um Novo Testamento acessível com base no texto majoritário.

4 comentários:

  1. Mais uma vez meu caro Luciano você trouxe à baila um assunto extremamente importante para o cristianismo e que sempre incomodou o MCA em busca de respostas.

    Sábias suas palavras, com as quais concordamos: Que Deus levante em nossa nação pessoas capacitadas para produzir um Novo Testamento fiel ao texto majoritário para a edificação de Sua Igreja.

    Cláudio (MCA - blog APRENDEI)

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  2. Eu lutava pelas biblias
    passei a lutar pelo texto original W.H.
    Lutei pelo Receptus
    Agora parei .... Hoje em dia eh o Texto Majoritario q luta por si só....

    Brincadeiras a parte, esse talvez seja o tema mais importante da igreja no nossos dias ...

    "Deus se manifestou em Carne"

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  3. Teria como você publicar um artigo sobre o receptus e o marjoritário? Comparando os dois?
    Tenho visto essa discussão recentemente, e por não saber grego nem ter livros e fontes para me instruir fico sem saber no que acreditar. Vejo que você é fiel a palavra de Deus, por isso te peço que analise o meu pedido.

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  4. Irmão Marcus, não tenho gabarito, nem capacidade nem recusos.
    Mas gostaria de dar duas dicas:

    1) O texto majoritário que a Editora Cultura Cristã publicou.

    2) http://www.luz.eti.br/resources/wilburnt.pdf

    Tenho apenas duas ou três discordâncias com o Textus Receptus...
    abraços

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