quinta-feira, 22 de março de 2012

Ao Leandro Quadros e aos seus leitores: Parte 3 – Um desafio.

4 ) ‘Ellen White não plagiou e a IASD já deu uma resposta a essa acusação há 32 anos!’

Ao Leandro Quadros e aos seus leitores: É simples, leiam A Mentira Branca. Antes de me acusar de desinformado. Suponhamos que W. Rea tenha apenas 40% ou 30% de razão... Ainda assim, um grande prejuízo seria atribuído ao “Espírito de Profecia”. Não Estou disputando aqui em favor de Walter Rea contra o Adventismo. Pesemos as provas.

O MEU DESAFIO AO LEANDRO QUADROS:  O Leandro Quadros disse que ‘Há 32 anos foi elaborada uma resposta?’ Te desafio a disponibilizar em seu site um link para o Livro de Walter Rea e eu disponibilizo no MCA um link para a resposta oficial do Centro White.

O que acha? Não é melhor as pessoas lerem ambos?

Aceita?

Outro fato Leandro, você disse em seu blog que os que usam as informações Walter Rea são “desinformados” e desatualizados, porém, você mesmo me disse que não leu A Mentira Branca. Isso é ser bem informado? Isso é buscar na fonte?

Tenho notado que os seus leitores te elogiam muito. ‘Fantástico!!!’ Dizem, não é mesmo? Está então aqui meu desafio, para seus leitores que estão interessados em saber a verdade, não buscar informações produzidas que apóiem o adventismo como ‘verdade remanescente’.



Os que desejam a obra citada, me enviem um e-mail solicitando-a.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Henoteísmo na Igreja Cristã Bíblica Adventista

O Credo Atanasiano nos ensina que adoramos ‘um só Deus’ na trindade e a trindade na unidade.

Em todo o livro Eu e o Pai Somos Um, Ricardo Nicotra afirma que o único Deus verdadeiro é apenas uma pessoa, O Pai. Jesus seria um ser eterno distinto na e da divindade, (ou seja, um outro ‘deus’), que também deve ser adorado. Ou seja, nessa seita ensina adoração a ‘dois Deuses’. Nicotra não é monoteísta.

Ele gerou um grande problema a ser resolvido, e seus comparsas na fé não percebem isso. Ele faz um quadro onde diz que os grandes erros da adoração são: ‘como adoram, quem adoram e quando adoram’(EPSU, p. 100). Ele diz que devemos adorar a Deus Pai, e ao Filho, que na sua concepção é um deus distinto e diferente do Pai.

Em questões formuladas por ele, para supostos interessados nessa mentira religiosa, ele dá algumas diretrizes e demonstra: “Eu estou sendo discriminado em minha igreja por pregar a verdade sobre o Deus único. Onde devo frequentar? Devo buscar uma igreja não trinitariana? Devo suportar a perseguição e ficar onde estou?”(EPSU, p. 121[negrito meu]).

Essa ‘verdade’ está conduzindo pessoas adorarem a dois deuses, a doutrina trinitariana leva as pessoas a adorarem um Deus = O Pai, O Filho e o Espírito Santo, a trindade na unidade e a unidade na trindade!

As Testemunhas de Jeová e essa Igreja Cristã Bíblica Adventista, algumas vezes são classificadas como ‘unitaristas’, mas na verdade, visto que existe um reconhecimento superior de uma deidade em comparação a outras igualmente verdadeiras, existe nessas religiões o que se classifica de henoteísmo. Provavelmente muitos pioneiros Adventistas do Sétimo Dia também se enquadravam nessa classificação.

Não são monoteístas. Portanto, não são cristãos.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Pentecostalismo unicista

Dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas:

o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estes três compartilham da mesma natureza

e atributos; então, com efeito, estes três são o único Deus.


Há muitos cristãos evangélicos que consideram o movimento Pentecostal Unicista (também conhecido como “Só Jesus”) como um movimento cristão evangélico. A realidade é que este movimento está muito longe de ser considerado como cristão; está mais para uma seita. Uma das definições teológicas de seita é: Qualquer grupo que se desvia das doutrinas fundamentais do cristianismo, como a Trindade, a divindade de Jesus Cristo e a salvação pela graça, através somente da fé em Jesus Cristo.


Os mais conhecidos grupos que compõem o movimento Pentecostal Unicista são:


• Igreja Apostólica da Fé em Cristo Jesus


• Igreja Pentecostal Unida


• Igreja Pentecostal da Fé Apostólica


• Outros grupos independentes que também crêem na unicidade de Deus (como por exemplo, a Igreja Voz da Verdade, Igreja Pentecostal Unida do Brasil, Tabernáculo da Fé, Igreja de Deus do Sétimo Dia)


Os Pentecostais Unicistas negam uma doutrina fundamental do cristianismo: a doutrina da Trindade.


Este artigo foi escrito exclusivamente para alertar ao corpo de Cristo acerca deste movimento sectário e demonstrar à luz das Escrituras como os Unicistas estão equivocados sobre a verdadeira natureza de Deus. Seguimos a orientação de Judas 3, que nos exorta a lutar ardentemente pela fé que uma vez por todas foi dada aos santos.



O ARGUMENTO UNICISTA


A doutrina Unicista está baseada no entendimento de duas verdades bíblicas. Estas bases bíblicas são usadas como fundamentos para sua visão de Deus e Jesus Cristo. A primeira verdade bíblica é que há somente um Deus e que Jesus é Deus. Destas duas verdades, os Unicistas deduzem que Jesus Cristo é Deus no sentido de ser a única pessoa da Divindade – Jesus tem que ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo, rechaçando a doutrina da Trindade.



O ARGUMENTO TRINITÁRIO



A Igreja, através dos séculos, sempre ensinou que dentro da unidade da essência do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estes três compartilham da mesma natureza e atributos; então, com efeito, estes três são o único Deus.



A teologia unicista ensina que Jesus Cristo é o Pai encarnado, e que o Espírito Santo também é Jesus Cristo. Estes ensinamentos são o pilar da teologia unicista. Vejamos se esta noção está em harmonia com as Escrituras.



É JESUS O PAI?



Versículos que os Unicistas usam para provar que Jesus é o Pai:



Isaías 9:6 — o “Pai Eterno”



Este versículo não ensina que Jesus é o Pai. O título “Pai eterno” refere-se ao fato de que Jesus é o Pai da eternidade; em outras palavras, Jesus sempre existiu (João 1:1); Ele não foi criado, não teve princípio (João 17:5).



O termo “Pai” não era o título que se costumava usar para dirigir-se a Deus no Antigo Testamento. Assim, este versículo não ensina que Jesus é o “Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” (1ª Pedro 1:3); em outras palavras, Jesus não é seu próprio Pai.



João 10:30 — “Eu e o Pai somos um”



Se Jesus houvesse querido dizer que ele é o Pai, haveria dito: “Eu e o Pai sou um” ou “Eu sou o Pai”, que seria a expressão gramatical correta. Jesus não pode ser acusado de ter sido um mal comunicador.



“Somos” (gr. esmen), a primeira pessoa do plural. Jesus e o Pai são um em natureza e em essência, porque Jesus é Deus, como o Pai, mas não é o Pai.



João 14:8, 9 — “Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Jesus respondeu: “Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê ao Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’?”



Jesus não disse a Filipe que era o Pai.



Jesus veio como representante do Pai; veio demonstrar-nos o caminho ao Pai (v. 6). Em João 5:43, Jesus disse: “Eu vim em nome de meu Pai [na autoridade do Pai, com as credenciais do Pai], e vós não me recebeis; se outro viesse em seu próprio nome [em sua própria autoridade, com suas próprias credenciais; como o anticristo], a esse receberíeis”.



Quantas vezes temos orado: “Pai, ajuda-me para que as pessoas te vejam em mim”. Acaso isso quer dizer que quando as pessoas virem você, estarão vendo literalmente ao Pai? Certamente que não, nem tampouco você estaria realmente pensando nisso, mas sim, estaria pedindo que Deus o ajude a representá-lo corretamente diante das pessoas para que possam ver a Deus através de sua vida. Por isso Jesus disse a Filipe: “O que me viu, viu ao Pai”, porque ver a Jesus, quem representou ao Pai foi como se estivesse vendo ao Pai. Mas Jesus não estava dizendo que ele era o Pai.



QUE DIZ A BÍBLIA ACERCA DE JESUS E O PAI?



Jesus é referido como “Filho” mais de 200 vezes no Novo Testamento e nunca é chamado de “Pai”.



Jesus referiu-se ao Pai mais de 200 vezes como alguém distinto dele.



Em mais de 50 versículos podemos observar o Pai e a Jesus, o Filho, lado a lado.



No Novo Testamento repetidamente encontramos expressões como estas:



Romanos 15:5–6 — “O Deus que concede perseverança e ânimo lhes dê um espírito de unidade, segundo Cristo Jesus, para que com um só coração e uma só boca vocês glorifiquem ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”.



2ª Coríntios 1:3 — “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação...”



Filipenses 2:10–11 — “...Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”.





1ª João 1:3b — “Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo”.





1ª João 2:1 — “Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”.





2ª João 3 — Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, estarão conosco em verdade e amor”.





No Evangelho de João, Jesus se diz ter sido enviado pelo Pai, mas nunca se referiu a si mesmo como o Pai que enviou ao Filho.





O Pai enviou a alguém separado dele, chamado Filho.





1ª João 4:9–10,14 — “Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação por nossos pecados. (...) E vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo”.





É JESUS O ESPÍRITO SANTO?





Versículos que os Unicistas usam para provar que Jesus é o Espírito Santo:





2ª Coríntios 3:17 — “Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade”.





O texto não diz que “Jesus é o Espírito”. Se a passagem dissesse isto, talvez os Unicistas tivessem um ponto forte, mas como não diz isto, eles assumem que a palavra “Senhor” se refere a Jesus Cristo.





O “Espírito” aqui é chamado de Senhor no sentido de identificá-lo com Iavé (Jeová) ou Deus, e não com Jesus, já que o versículo 16 diz: “Mas quando alguém se converte ao Senhor, o véu é retirado”. Trata-se de uma referência a Êxodo 34:34: “Porém, vindo Moisés perante o Senhor [Iavé] para falar-lhe, removia o véu até sair; e, saindo, dizia aos filhos de Israel tudo o que lhe tinha sido ordenado”.





O contexto sempre é que determina a quem se está referindo quando a palavra “Senhor” é usada. No versículo 17 a palavra “Senhor” está referindo-se a Iavé e não a Jesus, já que o versículo 16 e todo o contexto assim demonstra.





Se os Unicistas estivessem sempre corretos ao interpretar “Senhor” como “Jesus”, como ficaria Filipenses 2:11? O texto diz: “E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”. Seguindo a linha de raciocínio dos Unicistas, teríamos de concluir erroneamente que: “E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Jesus...”. Isto não é o que este versículo está dizendo, mas o que está ensinando é que: “E toda língua confesse que Jesus Cristo é Deus. Porém, não Deus, o Pai, porque no mesmo versículo diz que isso será feito ”para a glória de Deus Pai”.





Romanos 8:9 — “Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo”.





Este versículo não mostra que Jesus é o Espírito Santo. A única coisa que está dizendo é que se alguém não tem o Espírito que produz fé em Cristo e demonstra o caráter de Cristo, ou seja, “o Espírito de Cristo”, ele não é parte do corpo daquele que morreu por nossos pecados. Ele é todavia controlado pela “natureza pecaminosa”.





O versículo 11 faz distinção bem clara entre o Pai que levantou a Jesus dos mortos, o Espírito pelo qual Jesus foi levantado e Jesus, quem foi levantado. Não se pode ignorar a distinção de pessoas apresentada neste versículo.





QUE DIZ A BÍBLIA SOBRE JESUS E O ESPÍRITO SANTO?





Mateus 12:31–32 — O texto fala da blasfêmia contra o Espírito Santo. A conclusão lógica que é extraída deste texto é que se a blasfêmia contra o Espírito Santo não vai ser perdoada, mas a blasfêmia contra o Filho vai ser perdoada, então o Filho não é o Espírito Santo.





João 14:16 — O Espírito Santo é o “outro Consolador”.





João 15:26 — Jesus enviou o Espírito Santo.





João 16:13 — O Espírito Santo demonstra humildade e busca glorificar a Jesus.





Depois de termos visto que Jesus não é o Pai nem tampouco o Espírito Santo, podemos nos dar conta de que os Unicistas têm um conceito equivocado da verdadeira natureza de Deus.





Se Jesus não é o Pai, mas é Deus, e o Pai não é Jesus e é Deus, e o Espírito Santo não é Jesus e é Deus e a Bíblia diz que somente há um Deus, então isto significa que dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estas três compartilham a mesma natureza e atributos; então, com efeito, estas três pessoas são o único Deus.





Uma coisa é dizer “Eu não entendo a doutrina da Trindade” e outra coisa é dizer que “a doutrina da Trindade é falsa”, “pagã”, “diabólica”, “antibíblica”. A Bíblia faz uma advertência muito forte para esta classe de pessoas quando nos diz: “...Este é o anticristo: aquele que nega o Pai e o Filho. Todo o que nega o Filho também não tem o Pai; quem confessa publicamente o Filho tem também o Pai” (1ª João 2:22b–23).



AQUI uma refutação direta ao ensino de WMB sobre esse tema.



quarta-feira, 14 de março de 2012

Ao Leandro Quadros e aos seu leitores: Parte 2

3º) “ ... Ellen White era Trinitariana...”

Ao Leandro Quadros e aos seus leitores: Eu particularmente tenho algumas dúvidas sobre o trinitarismo de Ellen White:

1) Se ela se manteve trinitariana, mesmo tendo um marido que não era. 2) Se assim for, quando é que ela se tornou trinitariana. 3) Se os escritos dela foram ‘modificados’.

Esse ultimo, é geralmente defendido pelos adventistas arianos remanescentes (que existem hoje). Segundo dizem, após a morte de seu marido, Ellen White falou mais sobre a trindade. Veja AQUI algo que o filho de Ellen White disse.

Acho que sua resposta é evasiva. Entre esses antitrinitarianos estavam vários pioneiros adventistas de peso e que figuram na história do movimento.

“Visão dos Pioneiros Adventistas: Eles escreveram a esse respeito em um dos principais veículos adventistas da época - The Review and Herald; J.N. Lougborough disse que a doutrina da Trindade foi trazida para a igreja católica no mesmo tempo em que a adoração de imagens, e a que era a celebração da guarda do domingo que não é mais do que a doutrina dos persas remodelada. Adventist Review 5 de Novembro de 1861; J.B.Frisbie seguiu o mesmo pensamento de Lougborough dizendo que a Trindade era um louvor à guarda do domingo. The Advent Review 4 de Abril de 1854; James White disse que a doutrina da Trindade acaba com a personalidade de Deus e de seu Filho Jesus Cristo. The Advent Review 11 de Dezembro de 1855. Disse ainda que os grandes reformadores se tivessem continuado, não deixariam nenhum vestígio das falsas doutrinas, inclusive a Trindade. Advent Review 7 de Fevereiro 1856; J.N. Andrews incluiu a crença na Trindade entre as doutrinas espúrias que compunham o vinho de Babilônia. Adventist Review 6 de Março de 1855; D.W.Hull disse que essa doutrina foi invenção do ‘homem do pecado’ em referência a II Tessalonissences 2. Adventist Review 10 de Novembro de 1859; William White,filho da Sra. White era contrário a essa doutrina e dizia que muitas pessoas se utilizavam dos escritos de sua mãe com interpretações errôneas”  (fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADticas_%C3%A0_doutrina_da_Trindade).

Gostaria de indicar as postagens do Blog Cinco Solas para mais informações (AQUI a primeira parte). Onde ele mostra que não tão longe, a doutrina da Trindade ainda não era unanimidade na ‘igreja remanescente’. Uma parte é bem interessante, e antes de você ler lá reproduzo aqui:

"O arianismo dos pioneiros é admitido pela principal publicação adventista, a Adventist Review de 5 de janeiro de 1994: "As doutrinas Adventistas mudam com o passar dos anos no impacto da "verdade presente". Os mais fascinantes são os ensinamentos relativos a Jesus Cristo, nosso Salvador e Senhor. Muitos dos pioneiros, inclusive James White, J. N. Andrews, Urias Smith e Waggoner tinham um entendimento Ariano ou semi-Ariano - isto é, que o Filho a certo ponto do tempo antes de criação do nosso mundo foi gerado pelo Pai. Da mesma forma o entendimento Trinitariano de Deus, agora parte das nossas crenças fundamentais, não era aceita pelos primeiros Adventistas".

A inversão da argumentação agora pode ser constatada. No assunto 1844, o Leandro Quadros (pisando nas pegadas de F. Nichol) diz que não foram os adventistas que profetizaram isso, mas o BATISTA Miller e seus companheiros.

Agora, a condição fica uma pouco mais branqueada (como se negar a doutrina da trindade fosse menos importante). Um desenvolvimento ‘natural’... pois havia entre os adventistas vários unitarianos e unicistas.

Quanto este desenvolvimento, meu caro Leandro, foi um retrocesso e tanto, de pelo menos 1400 desde que a confusão ariana havia sido desbancada no palco cristão. Nesse sentido o movimento, tanto antes de sua organização bem como depois, trilhou caminhos heréticos. Bom lembrar que a religião Testemunhas de Jeová, até hoje ariana, recebeu forte influência de adventistas posteriores, o que mostra que o arianismo estava enraizado no movimento e em seus fragmentos.

Você não pode me acusar de ‘preconceito’ visto que você sabe muito bem que quando eu disse “conviver e comungar” com arianos conotava a convivência e comunhão espiritual, não que essas pessoas não são dignas de respeito. Mais uma vez tentou despistar o obvio.

Sobre esse tipo de comunhão podemos ver no Nisto Cremos: “Se a pessoa “causadora de divisão” se recusar a ouvir uma segunda admoestação da Igreja, deve ela ser rejeitada, sabendo-se “que tal pessoa está pervertida, e vive pecando, e por si mesma está condenada” (Tito 3:10 e 11).

Quem causou a divisão nesse assunto? Os trinitarianos que vieram de denominações cristãs? Ou os que se mantiveram até décadas recentes defendendo um tipo de arianismo? É útil ver o que O Nisto Cremos diz, o que concordo: “Todos os aspectos da unidade da Igreja encontram seu fundamento na unidade da Trindade divina.” Que movimento cristão poderia ser de Deus rejeitando aquilo que garante a sua unidade?

Quando o Leandro Quadros e seus leitores, tratarem das sérias questões envolvidas nesta herança herética de Ário com seriedade e imparcialidade, tal como tratam as Testemunhas de Jeová, aí sim eles verão que branquear esta parte da história adventista, é agir com dois pesos e duas medidas.

E aí Leandro Quadros, houve ou não uma "comunhão espíritual" entre Ellen White e 'arianos'? Que seus leitores possam pesar as evidências.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Como fazer um bom debate


Bom, esta postagem terá o intuito de regulamentar, para melhor aproveitamento, os debates que pretendemos desenvolver aqui no blog. Serão feitos nos comentários dos próprios artigos.
1ª Regra
Eu mesmo (Lucio), como membro do blog, não tinha net até pouco tempo (na verdade, até hoje, a alguns minutos, antes de escrever esse artigo); além disso eu, como muitos dos que participarão, e como o Luciano, temos outras muitas tarefas a serem feitas e também temos de estudar. Tudo isso prejudica o desenvolvimento pleno de nossas argumentações. Por isso, a primeira regra que vou propor é que todos poderão participar livremente de uma discussão (não vamos tolher ninguém, como fazem em outros blogs...), mas deverão postar apenas uma resposta a cada dois dias. Dessa forma, o objetado poderá preparar bem sua resposta, e até terá tempo para uma pesquisa rápida (afinal, uma pesquisa mais profunda indica que o debatedor entrou em um tema que não domina). Portanto, pode ser um texto mais elaborado. Citações devidamente registradas são muito bem vindas.

2ª Regra
Para evitar ataque em bando ( leia sobre o 'ataque em bando' aqui ) vamos limitar a no máximo dois objectores por debatedor. Portanto, leia os debates antes de entrar nele, e veja se já não há duas pessoas duelando com quem você quer debater. O ideal é entrar no debate de forma combinada previamente (talvez combinada por e-mail). Claro, se uma só pessoa estiver sendo alvo das ojeções, ela pode receber auxílio de alguém (um outro debatedor para fazer par com ela; e, novamente, o ideal seria que os pares, se forem existir, sejam previamente estabelecidos, para evitar que alguém arrume um par incompetente).

3ª Regra
Chesterton bem observou que "quem quer que se disponha a discutir o que quer que seja deveria sempre começar dizendo o que quer que seja deveria sempre começar dizendo o que não está em discussão. Além de declarar o que se quer provar é preciso declarar o que não se quer provar" (Ortodoxia, 2007, p.19). Portanto, os debatedores devem observar o assunto tratado no artigo que prefaciará os debates e se limitarem a ele (o assunto que você vai ler - assim esperamos - e depois vai comentar, inicando ou dando prosseguimento ao debate).
Um erro que observei nas dezenas de comentários no blog é que fogem completamente do assunto. Se você quer debater outro assunto, procure um artigo que fale sobre ele, e comente lá. Estaremos mais atentos, a partir de agora, aos comentários.

4ª Regra
Outro erro insuportável que observei nos comentário é o clássico argumento ad hominem. Caso você esteja com preguiça de simplesmente procurar o significado no google, vou colocar a definição do wikipédia para não haver desculpas de desinformação quanto a esta regra:
"Um Argumentum ad hominem (latim, argumento contra a pessoa) é uma falácia identificada quando alguém procura negar uma proposição com uma crítica a seu autor e não ao seu conteúdo. Um argumentum ad hominem é uma forte arma retórica, apesar de não possuir bases lógicas.
A falácia ocorre pois conclui sobre o valor da proposição sem examinar seu conteúdo, o que é absurdo.
O argumento contra a pessoa é uma das falácias caracterizadas pelo elemento da irrelevância, por concluir sobre o valor de uma proposição através da introdução, dentro do contexto da discussão, de um elemento que não tem relevância para isso, que neste caso é um juízo sobre o autor da proposição."
A não ser que  o ataque pessoal seja justificado, não será permitido. O oponente tem todo o direito de não responder a tais questões irrelevantes; e o 'autor da arte' poderá ter seus comentários removidos, com devida notificação.

sábado, 10 de março de 2012

Ao Leandro Quadros e aos seus leitores: Parte 1.

Depois de algum tempo que viemos criticando extensamente o Adventismo, Leandro Quadros decidiu dar uma resposta ao MCA. Ele usou como ‘bode’, uma postagem onde fiz menções com base em tudo que tenho lido do Adventismo e sobre o Adventismo. A postagem sugere que; diante de alguns fatos que envolveram o ministério de Ellen White, e tendo em vista o tal conceito adventista em torno dela chamado de “Espírito de Profecia”, isso pode ser enquadrado dentro da operação do erro de Satanás como mostra II Ts 2.11.

(Pelo menos o Leandro não deveria se magoar com isso, pois ele tem sempre classificado o calvinismo de diabólico.)

Naquela postagem, não tive a preocupação, de mostrar onde li. Mas as postagens no MCA mostravam a base daquela conclusão. Por isso, consciente ou não, ele aproveitou da ausência de documentação em dizer que usei de distorção dos fatos. Aliás, já percebi que muita gente gosta de dizer isso, inclusive o Leandro Quadros tem um hábito de taxar os críticos de Ellen White de desinformados, parciais, que não buscam na fonte, etc.

Convido os leitores dele, a lerem a série aqui no blog: “A igreja Adventista é uma seita?” (veja o primeiro aqui),com sete partes (favor ler todos e lidar com os argumentos dos respectivos artigos nos artigos). Creio que está ali a evidencia de tudo que ele disse que eu não apresentei. Mas como seria difícil os leitores da postagem dele ler todas as postagens, responderei ele a partir desta.

Usarei algumas postagens para ver se estamos diante de distorções, interpretações, justificativas, mutações de conceitos, etc. Visto que é muito difícil o Leandro Quadros liberar comentários no Blog dele, posto aqui minha resposta aos que se interessarem, lá ou aqui.

Espero que ele coloque minha resposta no site dele, pois o link da dele na integra está AQUI.

Antes de avaliar a refutação apresentada, ele parece que desprezou a minha suposição da “operação de do erro de Satanás”, dizendo que ‘nenhum intérprete pensa assim’.

Primeiro, que o texto ensina que a Operação do Erro vem com sinais e prodígios para crerem na mentira, antes mesmo do surgimento do iniquo. As interpretações escatológicas são variadas entre os Protestantes fieis. Mas podemos ler que ‘o ministério da iniquidade já operava’ nos dias de Paulo e que Deus ‘enviava a operação do erro para eles crerem na mentira’ (II Ts 2.7,9). Isto é, o falso ensino prepara o caminho para o Iniquo. Dentro dessa perspectiva, E SE as minhas proposições forem corretas em torno de Ellen White, a conclusão seria inescapável.

Sobre o incomodo causado, mostro o que o Nisto Cremos diz sobre esse texto: “A Bíblia revela que a observância do domingo como instituição cristã tem sua origem no “mistério da iniqüidade” (II Tess. 2:7).” (Pg346). “Paulo explicou que tal apostasia teria de ocorrer antes do retorno de Cristo. Sua vinda era tão certa que o simples fato de ela ainda não se haver manifestado, foi apontado pelo apóstolo como evidência de que a vinda de Cristo ainda não era iminente Ou, segundo suas próprias palavras: “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (II Tess. 2:3 e 4). Mesmo nos dias de Paulo, a apostasia já se encontrava em operação, embora de forma limitada. Seu método de operação era satânico, “com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça” (II Tess. 2:9 e 10). Antes do final do primeiro século, João observou que “muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora”. Efetivamente, disse ele, “o espírito do anticristo, ... presentemente, já está no mundo” (I João 4:1 e 3). (Pg 214).

Ou seja, o DOMINGO era um dos sinais da operação do erro, operação e ministério esse que já estava em atuação no dia de Paulo.

Leandro Quadros, disse que o ministério de EW é “lindo”. Pergunto: O que é mais lindo para o cristianismo? O Dia da Ressurreição do Senhor ou o ministério de EW? No entando, o adventismo diz que o domingo é fruto da operação do erro.

Segundo, e muito engraçado, é que a interpretação do Juízo Investigativo é identidade adventista, sem nenhum apoio externo... Nenhum cristão no mundo, e na história, jamais disse que Jesus entrou no santíssimo em 22 de outubro de 1844. Agora ele apresenta esse discurso: que não existe OUTROS que interpretam o que eu disse? Eu apresentei um princípio que se identifica, entre tantos outros, com o Espírito de Profecia. Só isso.

Agora sim, vamos ao que ele disse. As partes em negrito são do Leandro Quadros:

1º) “Ele deveria ter informado aos seus leitores que ela saiu do metodismo por ter abraçado alguma verdades adicionais, jamais abandonou a fé cristã.”

Ao Leandro, e aos seus leitores: Quais verdades? Se nessa época não se cria no Juízo Investigativo, nem no Sábado, nem na reforma da saúde, em qual “verdade adicional ela creu?” Apenas em uma: Jesus voltaria em março de 1843, depois em março de 1844 depois em 22 de outubro de 1844. Existem outras verdades que foram descobertas por ela antes? Poderia nos citar algumas? Devemos lembrar que Ellen White disse:

“[...] as igrejas começaram a tomar providências disciplinares contra os que tinham abraçado as opiniões de Miller”(GC,1975, p.336).

“Assim seguiram as igrejas protestantes nas pegadas dos romanistas [...] as igrejas protestantes alegavam que uma parte importante da Palavra de Deus – parte que apresentavam verdades especialmente aplicáveis ao nosso tempo – não podia se compreendida” (GC,1975, p.340).

Pergunto ao Leandro e aos seus leitores: Se um Pentecostal interpretar um texto bíblico dizendo que Jesus voltará em 2844 e um adventista segui-lo, crendo em tal mensagem, ele continua sendo adventista? Ellen White é uma desviada sim, de uma igreja cristã. Ela não mudou de denominação simplismente por convicção doutrinária, ou não estava ela desviada anteriormente e se restaurou em uma outra denominação. Ela seguiu um falsa profecia.

Jesus disse: “Vede que não sejais enganados; porque muitos virão em meu nome dizendo: Sou eu! E também: Chegou a hora! Não o sigais.” (Lc 21.8). Compare isso que o Senhor Jesus disse agora com o que EW diz aqui:

“multidões se convenceram da exatidão dos princípios de interpretação profética adotados por Miller e seus companheiros, e maravilhoso impulso foi dado ao movimento do advento" (GC, 1975, p. 335)

2º) “O referido apologista deveria ter informado que Ellen White nunca marcou datas para a volta de Jesus. Foi o batista Guilherme Miller...”

Ao Leandro Quadros e aos seus leitores: Primeiro que eu não disse isso. Eu disse que ela não se importou com a advertência de Jesus em Mt 24.36, por isso seguiu Miller. Segundo, eu já respondi isso que o Leandro Quadro diz, repetindo Francis Nichol e outros, dizendo sempre que foi “O batista” Miller que anunciou a volta de Cristo.

Veja o que Ellen White achava de Miller: “Deus mandou Seu anjo mover o coração de um lavrador, que não havia crido na Bíblia, a fim de o levar a examinar as profecias. Anjos de Deus repetidamente visitavam aquele escolhido, para guiar seu espírito e abrir á sua compreensão profecias que sempre tinham sido obscuras para o povo de Deus.”(GC, 2010, p. 229).

Não foi um pregador (desviado) batista! Segundo Ellen White, foram ‘anjos’ que orientaram Miller. Seria melhor os adventistas terem o conceito que EW teve de Miller, mediante revelações, do que aceitarem a propaganda atual para desvenciliar-se da falsa profecia de 1844.

Veja por exemplo a revelação que ela teve de Miller como sendo ‘um homem com a vassoura’ nos Primeiros Escritos onde uma “... porta se abriu e um homem entrou na sala, quando todas as pessoas se haviam retirado; e esse homem, tendo na mão uma vassoura, abriu as janelas, começando a varrer a sujeira e o lixo da sala. Pedi-lhe que desistisse, pois havia algumas jóias preciosas espalhadas entre o lixo. Disse-me ele para "não temer", pois "tomaria cuidado delas". Então, enquanto ele varria o lixo e a sujeira, jóias e moedas falsas, tudo saiu pela janela como uma nuvem, sendo levados pelo vento para longe. Na agitação eu fechei os olhos por um momento; quando os abri o lixo tinha desaparecido. As jóias preciosas, os diamantes, as moedas de ouro e de prata, continuavam espalhadas em profusão por todo o recinto. Ele colocou então sobre a mesa um cofre, muito maior e mais belo que o anterior, e ajuntou as jóias, os diamantes, as moedas, e lançou-as dentro do cofre, até não ficar uma só, embora alguns dos diamantes não fossem maiores que a ponta de um alfinete. Então ele me chamou: "Vem e vê." Olhei para dentro do cofre, mas os meus olhos estavam deslumbrados com a visão. Elas brilhavam com glória dez vezes maior que a anterior. Pensei que tivessem sido esfregadas contra a areia pelos pés das pessoas ímpias que as haviam espalhado e sobre elas pisado contra a poeira. Elas estavam arrumadas em bela ordem no cofre, cada uma no seu devido lugar, sem qualquer visível esforço da parte do homem que as pusera ali. Soltei uma exclamação de verdadeira satisfação, e esse grito despertou-me.”

O esforço de deslocar a culpa para um pregador BATISTA, é neutralizado por EW que sempre procurou dar um peso profético ao ministério Gulherme Miller. Veja:

"Assim como Eliseu foi chamado [...] também Guilherme Miller foi chamado para deixar o arado e desvendar ao povo os mistérios do reino de Deus” (GC,1975, p.330)“em quase todos os lugares que Miller pregava resultava em avivamento”(GC,1975, p.331).

Já postei tanto sobre isso aqui no MCA que lamento que os leitores de Leandro jamais tenham visto. E muitos nem irão ler. Repetidas vezes eles comentam aqui dizendo: “FOI MILLER, FOI MILLER !!!”.

E sobre Mt 24. 36? O que diziam os adventistas? EW diz sobre esse texto:

“Daquele dia e hora ninguém sabe", era o argumento mais freqüentemente aduzido pelos que rejeitavam a fé do advento. do Céu, nem o Filho, mas unicamente Meu Pai." Mat. 24:36. Uma explicação clara e harmoniosa desta passagem era apresentada pelos que aguardavam o Senhor, e o emprego errôneo que da mesma faziam seus oponentes foi claramente demonstrado. Estas palavras foram proferidas por Cristo na memorável conversação com os discípulos, no Monte das Oliveiras, depois que Ele, pela última vez, Se afastou do templo. Os discípulos haviam feito a pergunta: "Que sinal haverá de Tua vinda e do fim do mundo?" Jesus lhes deu sinais, e disse: "Quando virdes todas estas coisas, sabei que Ele está próximo às portas." Mat. 24:3 e 33. Não se deve admitir que uma declaração do Senhor destrua outra. Conquanto ninguém saiba o dia ou a hora de Sua vinda, somos instruídos quanto à sua proximidade, e isto nos é exigido saber. Demais, é-nos ensinado que desatender à advertência ou recusar saber a proximidade do advento do Salvador, ser-nos-á tão fatal como foi aos que viveram nos dias de Noé o não saber quando viria o dilúvio. E a parábola, no mesmo capítulo, põe em contraste o servo fiel com o infiel e dá a sentença ao que disse em seu coração - "O meu Senhor tarde virá". Mostra sob que luz Cristo olhará e recompensará os que encontrar vigiando e pregando Sua vinda, bem como os que a negam. "Vigiai, pois", diz Ele; "bem-aventurado aquele servo que o Senhor, quando vier, achar servindo assim." (Mat. 24:42-51.) "Se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei." Apoc. 3:3. Mostrou-se assim que as Escrituras não oferecem garantia aos homens que permanecem em ignorância com relação à proximidade da vinda de Cristo. Aqueles, porém, que unicamente desejavam uma desculpa para rejeitar a verdade, fechavam os ouvidos a esta explicação; e as palavras - "Daquele dia e hora ninguém sabe" - continuaram a ser repetidas pelos audaciosos escarnecedores e mesmo pelos professos ministros de Cristo. Ao despertarem os homens e começarem a inquirir do caminho da salvação, interpuseram-se ensinadores religiosos, entre aqueles e a verdade, procurando acalmar-lhes os temores com interpretações falsas da Palavra de Deus. Infiéis vigias uniram-se na obra do grande enganador, clamando: "Paz, Paz!" quando Deus não havia falado de paz. Muitos, tais quais os fariseus do tempo de Cristo, se recusaram a entrar no reino do Céu e embaraçavam aos que estavam entrando. O sangue dessas almas ser-lhes-á requerido.” (GC 370-372).

Notou? Quem foi acusado de falta de fidelidade a Deus?

Deixo com você o julgamento da explicação acima. Que coerência haveria entre as Palavras Soberanas de Cristo, com marcar o retorno de Cristo para 22 de outubro de 1844?

Continua ...

sexta-feira, 9 de março de 2012

Resposta do ‘Cheung Arminiano’ ao MCA

Segue-se logo abaixo o link da resposta que o Crédulo deu ao meu post sobre a Graça Preveniente de Armínio. Disponibilizo aqui, pois ele teve alguma dificuldade em comentar no blog, talvez por motivos técnicos.
Tenho que 'apelidá-lo' da maneira acima pelo modo com que ele escreve contra os Calvinistas. Antes de ler a resposta dele, veja que ele quer briga mesmo com os blogueiros calvinistas e causar um pavor entre nós [risos]. E não mede palavras para atacar os calvinistas. O caminmho da TULIP para ele, é uma deturpação da fé cristã.

Lamento que isso na verdade, em vários casos, é uma REação.

Não apresentarei resposta ao que ele nos direcionou. Que o leitor julgue o que eu escrevi e o que ele respondeu. E acima de tudo, lembremo-nos que Crédulo é um irmão em Cristo, embora ele não nos trate assim. Pelo menos é difícil de ver isso. Veja antes de acessar o link o que ele diz de maneira ‘feroz’ ou cheuguiana...


Credulo:


“Vamos lá: esta vai ser uma página bem interessante no meu blog.


Faz um bom tempo, eu quero provocar uma confusão monstro na blogosfera cristã não-católica. Como o arminianismo clássico e o wesleyano, bem como o molinismo, são completamente desconhecidos e fortemente atacados, ridicularizados e ‘espantalhizados’, tenho dedicado boa parte do meu tempo a postar em blogs calvinistas (cara, eles formam uma sociedade, acredita?? Com direito a Facebook!). Mais recentemente acabei por me dedicar ao refutatio, ou ‘apologética negativa’, do calvinismo.


Quase sempre eu sou ácido em meus comentários, pois não creio mais na máxima de que ‘os homens são legaizinhos’. Eles não são – a história e a Bíblia estão ao meu lado aqui, haha! E não sou exatamente o tipo mansinho de cristão, não é fácil me convencer do contrário*. Ataques de ‘herege pelagiano’ são comuns, então é quase obrigação eu ser enérgico.


Está assim inaugurada a temporada de lavação de roupa suja! Caso se interesse, participe! Aliás, pretendo montar uma ‘arena de debates’ no Arminianismo.com. Quem se habilita?


* Eis a minha resposta a uma longa confusão com MCA. Dado que o blog dele está, dado algum bug de programação, recusando muitos dos meus comments, preferi postar minhas observações aqui: Refutar-MCA.”

* Seria útil ler:

"E rejeita as questões loucas, e sem instrução, sabendo que produzem contendas. E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; Instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade, E tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão presos." 2 Tm 2.23-26





quarta-feira, 7 de março de 2012

A graça preveniente de Armínio

Depois que eu postei sobre o Calvinismo, fui acusado de ‘mentira, desinformação’ etc, etc. Pois me disseram que Armínio não ensinava que o homem não precisa da graça para crer.

Na verdade, acho que todos os calvinistas sabem disso. O Rev Onézio em um estudo sobre a Perseverança dos Santos diz que os Arminianos dizem quando confrontados com a morte: "Deus me deu a graça de crer e de aceitar Jesus Cristo, mas a salvação depende de meu esforço pessoal, de minha santificação, de minha fidelidade, de minha permanência na fé." E em uma observação diz: "Há muitos arminianos modernos. Para eles, sem a cooperação humana, a graça salvadora não tem eficácia. Deus oferece a salvação, e o homem aceita-a se quiser."

Por vezes nos esquecemos, outros não citam, pois, na verdade esse argumento é um subterfúgio para dar um solavanco no problema da depravação total. Que segundo alguns arminianos, não é total. Segundo outros, é.

Por exemplo, Laurence M. Vance diz que “A depravação do homem é uma doutrina bíblica, mas como vimos, a doutrina calvinista da Depravação Total não é.”

Ou seja, a natureza da depravação total não é bíblica!

Ao passo que Jerry Walls e J. R. Dongell dizem: “Na questão da depravação total, os calvinistas estão basicamente de acordo com os crentes de muitas outras tradições. As diferenças surgem quando alguém pergunta como Deus lida com pecadores nessa condição”

Ou seja, não existe então diferença na natureza da depravação total, mas na natureza do chamado!

Os arminianos dizem que os termos qualificativos acrescentado em expressões bíblicas, nos pontos do calvinismo, não são verdadeiros. Entretanto, eles precisam igualmente produzir termos aos pontos do arminianismo: A graça é resistível, a eleição é condicional, a depravação é parcial (aqui mora a confusão), a expiação é ilimitada, ...

Na verdade eu nem me interesso em termos. A Bíblia deve determinar, modelar, circunscrever, os ensinos doutrinários de qualquer religião. Ela diz o que é e acabou.

Agora pensemos como essa graça que capacita todos, segundo Armínio, processa o evangelho na mente e no coração do pecador. Segundo ele, a graça de Deus capacita todos os homens querer, entender, desejar, mover-se, crer, etc. no evangelho. Mas ainda assim eles podem dizer não, rejeitar, odiar, detestar, etc. o evangelho.

Note bem. Não é nada “objetivamente” diferente do que Pelágio ensinou. Semi ou inteiro, livre ou meio livre, todos acabam sendo capacitados e/ou capazes em crer no Evangelho. E se arrazoássemos, em favor de Pelágio, que o livre-arbítrio seria uma benção da graça comum? Por que os arminianos se zangam de serem confundidos e colocados no mesmo bojo dos pelagianos? Não estou dizendo que são, mas precisamos ser lógicos quando o assunto é o resultado prático da resposta do pecador ao chamado divino, conforme a interpretação arminiana ‘clássica’.

Se eles querem rotular essa graça, poderiam classificá-la de “graça incompleta”, ou se preferirem uma associação, é o chamado externo do evangelho que o calvinismo ensina. Não é a Graça que o calvinismo diz que é irresistível. Observe que essa Graça está associada com a Eleição:

“... sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça... Que diremos, pois? O que Israel busca, isso não conseguiu; mas a eleição o alcançou; e os mais foram endurecidos.” (Rm 11.5,6).

A ‘graça incompleta’ de Armínio, faz o que talvez a graça comum faz. Beneficia ordinariamente o homem, ilumina, melhora, ordena, mas não busca, não regenera, não arrasta e não transforma a alma. Porém, o ‘Calvinista’ Paulo, diz que Deus

“nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos...”
(2 Tm 1.9).



ELA PODE SER RESISTIDA?

Os arminianos dizem que Estevão afirmou que a graça é resistível quando disse “... Vós sempre resistis ao Espírito Santo...” (At 7.51).

Até aquele momento eles resistiram. A salvação tem dia e hora marcada para acontecer. Para ser aplicada objetivamente nos eleitos no tempo, embora tenha sido planejada na eternidade. Saulo estava ali (At 8.1. a), e a graça de Deus usou outros meios para salvá-lo em outro momento (At 9.1-30). Ele foi eleito e separado antes de estar ali. Mas naquele momento resistiu. Para estabelecermos isso de fato, leiamos o testemunho dele sobre esse assunto:

“Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no judaísmo, como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava. E, na minha nação, quanto ao judaísmo, avantajava-me a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve revelar seu Filho em mim, para que eu pregasse entre os gentios...” (Gl 1.13-16).



São palavras inspiradas que testemunham em favor de uma graça diferente da que Armínio defendeu. Foi QUANDO ARPROUVE a Deus chamar por determinação e graça; esse filho da ira, perseguidor da Noiva de Cristo, que efetivamente estava endurecido mesmo diante da graça (incompleta, ou comum, ou do chamado externo) na pregação de Estevão, conforme notamos em Atos 7.51,54. Somente no momento Soberano que o Pai trouxe Saulo aos pés do Filho (Jo 6.44).



terça-feira, 6 de março de 2012

W. M. Branham sob escrutínio: Parte 4. Satanás usou a serpente e fez sexo com Eva.

WMB, profeta do Tabernáculo da Fé (muito embora gostaria de ter sido de todos os cristãos), escreveu e proferiu muitas besteiras. A pior delas foi ter chamado o Trinitarianismo de diabólico. Outras, embora não tenham sido de seriedade tal, foi tão idiota quanto.

Entre essas, o ensino que Satanás teria engravidado Eva. Vamos ver como ele defendeu essa bizarrice.

Depois de afirmar categoricamente que Jesus é a árvore da vida e que o diabo era a árvore do conhecimento do bem e do mal (As Setes Eras, pg 77,78,84), ele começa a pregar um dos ensinos mais esotéricos que tenho conhecimento.

Mas preciso deixar bem claro aos apologistas de WMB: Não adianta citar outros, hereges ou cristãos, para mostrar que outros ensinaram a mesma futilidade!


Os números que seguem a citação é a página do livro As Setes Eras de autoria de WMB:

“Muito bem. Se a árvore da vida é uma pessoa, então a Árvores da Ciência do Bem e do Mal é uma pessoa TAMBÉM.” (80).

“Este animal [a serpente no Éden] era tão próximo de um ser humano (sendo todavia puro) que podia raciocinar e falar. Era uma criatura ereta e era algo entre um chipanzé e um homem, porém mais próximo de um homem. Ele era tão próximo do ser humano que sua semente podia, e de fato misturou-se com a da mulher e fez com que ela concebesse. Quando isso aconteceu, Deus amaldiçoou a serpente. Ele mudou cada osso do corpo da serpente de forma que ela teve que rastejar como uma cobra...” (80).

“o homem e o animal de fato se misturaram...” (81).

“Esse é um dos mistérios de Deus que permaneceu oculto, mas aqui está revelado. Aconteceu bem lá atrás, no meio do Éden quando Eva afastou-se da Vida para aceitar a Morte...” (81).

“Antes mesmo de Adão tivesse conhecimento carnal de Eva, a serpente teve esse conhecimento primeiro que ele. E o que nasceu disto foi Caim.” (82).

“...Satanás teve vicariamente [?!] um filho. Caim foi portador das plenas características espirituais de Satanás e as características animalescas (sensuais, carnais) da serpente.” (83).

“Satanás tinha que vir através da carne também...” (85).

“A degradação da humanidade pelo intermisturar de sementes.” (85).

“[os] estudiosos jamais nos disseram isso.” (86).

RESUMINDO:

O que WMB ensina é que existia um tipo de serpente diferente no Éden. Esse tipo de serpente muito próximo de um macaco, era capaz de copular com uma pessoa (a virgem Eva). E isso aconteceu. Deus então mudou esse animal por meio de um processo ‘evolutivo’ inverso (não sei que termo daria a isso). Se tornando assim uma cobra tal como conhecemos hoje. O diabo incorporou aquele ‘animal’, e realizou sua artimanha, segundo WMB.

A despeito da distorção bíblica e atribuições estranhas ao filho de Adão, Caim, não devemos brincar com esse assunto fazendo chacotas e piadas.

REFUTAÇÃO:

“Coabitou o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim; então, disse: Adquirir um varão com o auxilio do SENHOR.” (Gn4.1).

Não precisamos explorar mais esse texto para ele dizer o que está dizendo tão claramente... Mas compensa pelo menos ler a tentativa de explicação que WMB dá:

“Em Gên 4.1, Eva disse [ele cita o texto acima]... Mas em Gên 4.25, ela diz: “... porque, disse ela, Deus me concedeu ... OUTRA semente EM LUGAR DE ABEL, porquanto Caim o matou.” Ela não diz que Deus lhe tinha DADO outra semente – isso teria sido Cristo, porque Ele foi DADO. Este filho, Sete, foi CONCEDIDO em lugar de Abel. Ela reconhece seu filho que veio através de Adão; ela porém não reconhece Caim, porque ele veio através da serpente. Quando ela diz OUTRA SMENTE em lugar de Abel, está dizendo que Caim era diferente de Abel, porque se eles fossem do mesmo pai ela teria que ter dito: “Foi-me dado MAIS SEMENTE.” (87).

Honestamente, não compensa falar mais desse absurdo...

Infelizmente, um grande número de pessoas defende esse senhor como ‘o profeta de nossa era’. Já faz uns 4 anos que conversei pessoalmente com um pastor do Tabernáculo da Fé sobre esse assunto. Ele me disse que quando foi pregar sobre “ESSA REVELAÇÃO” em um programa de Rádio, todo o sistema sonoro entrou em curto. Aconteceu novamente depois de consertado. Então ele me disse: “Foi o diabo que não queria que eu falasse da ‘doutrina da semente’”

Lamento que ele não se importou muito com Gn 4.1.



















sábado, 3 de março de 2012

COSMOVISÃO Parte 5 (terceiro teste)

por: Lucio Antônio de Oliveira
O teste da prática diz respeito a se é possível que alguém viva admitindo determinada cosmovisão e sendo coerente com ela. A questão é que uma cosmovisão precisa dar sentido, garantir valores e propósito para a nossa existência, para a existência do mundo. Nash possui palavras esclarecedoras quanto à esse aspecto:

Cosmovisões deveriam não apenas ser testadas em uma aula de filosofia, mas também no laboratório da vida. Uma coisa é uma cosmovisão passar ano teste teórico (razão e experiência); outra é passar no teste prático. As pessoas que professam uma cosmovisão podem viver consistentemente em harmonia com o sistema que professam? Ou descobriremos que elas foram forçadas a viver segundo crenças emprestadas de sistemas concorrentes? Tal descoberta, eu acho, deveria produzir mais do que embaraço (NASH, 2008, p.29).

Sire observa que é ao observarmos como nos comportamos e pensamos, como encaramos a vida e como avaliamos as situações, estamos declarando nossa cosmovisão. Nas palavras do autor: “... se desejamos obter um esclarecimento mais detalhado sobre a nossa própria cosmovisão, devemos refletir e considerar profundamente sobre como realmente nos comportamos” (SIRE, 2009, p.19). Quando pessoas professam uma cosmovisão, porém essa análise mostra que elas não estão consistentes com suas cosmovisões, elas estão em contradição.
Wiliam Lane Craig, em um capítulo intitulado de ‘O absurdo da vida sem Deus’, observa que a cosmovisão ateísta é impossível de ser praticada pelo ser humano, que almeja a felicidade. Craig observa:

Quase a única solução que um ateu pode oferecer é que enfrentemos o absurdo da vida e vivamos com coragem. Bertrant Russell, por exemplo, escreveu que temos de construir nossa vida sobre ‘o firme fundamento do desespero incessante’. [...] O problema fundamental com essa solução, porém, é que é impossível viver de modo coerente e feliz com uma cosmovisão assim. Quem vive de modo coerente, não será feliz; quem vive de modo feliz, apenas o é porque não é coerente (CRAIG, 2004, p.64).

James Sire, por sua vez, vai observar que toda cosmovisão não cristã, em sua própria maneira acaba em niilismo (negação de qualquer sentido, propósito e valor), que é nitidamente impraticável (SIRE, 2009, p.310) [o ideal seria ler todo o seu livro, atentamente, observando a causa de Sire fazer tal destacada afirmação].
Assim, Craig conclui:

O cristianismo bíblico, portanto, proporciona ao ser humano as duas condições necessárias para uma vida com sentido, valor e propósito: Deus e a imortalidade [com suas devidas considerações dentro da teologia cristã; para entender esse ponto, faz-se necessário ler este capítulo do livro de Craig]. Por causa disso, podemos viver de modo coerente e feliz. Assim, o cristianismo bíblico é bem sucedido exatamente onde o ateísmo [e, de acordo com Sire, toda cosmovisão não cristã] fracassa (CRAIG, 2004, p.71).

Portanto, esse também é um teste importantíssimo. Pode ser que muitas pessoas comecem a questionar a validade de suas cosmovisões pelo incômodo para com a sua. Sire explana: “... a satisfação subjetiva é importante, e pode ser a falta dela que nos leva a investigar a nossa cosmovisão, em primeiro lugar. O vago e incômodo sentimento de que algo não se encaixa, leva-nos a buscar satisfação” (SIRE, 2009, p. 310).

quinta-feira, 1 de março de 2012

O Calvinismo é bíblico? Parte 1

Um pecador é racionalmente capaz de se mover em direção a Deus? Essa é a questão nevrálgica para o arminianismo e calvinismo. Para o primeiro, o pecado não incapacitou o homem a ponto de ele não poder discernir entre a verdade e a mentira. Por isso sempre que Deus apela para o bom senso do pecador dizendo que ele se arrependa. Para o calvinismo, o pecado atingiu de forma tal que qualquer decisão espiritual do homem é impossível. Sendo o apelo de Deus um estimulo aos que Ele capacitou para o arrependimento.

Não podemos resolver essa questão sem a Bíblia. Invocar os Símbolos de Fé, ou os Pais da Igreja, Reformadores e Teólogos Reformados, só adiará a solução da questão. É na Escritura, e os limites lógicos subentendidos nela, que devem ser o nosso cânon doutrinário.

Vamos começar considerando o pressuposto acima:

Escolher Deus é uma decisão natural ou espiritual? Isto é, um pecador pode simplesmente ler na Bíblia que ele deve arrepender-se, e ele, “naturalmente”, julgará as questões e resolverá se sim, ou, se não?

A Bíblia diz: “... ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.” (1 Co 12.3 ACF). No entanto, Jesus disse: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus...” (Mt 7.21).

Queira ou não, temos um paradoxo. Se os que vão para o inferno falam “Senhor Senhor” falam por si mesmos ou pelo Espírito?

Veja as pessoas falam “Senhor Jesus” por qual motivação? Boa? Então, só pode ser pelo Espírito Santo. Se não, eles não estão enquadrados no que Jesus disse: “... o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.” (Jo 6.37). Interessante que os que falam “Senhor Senhor”, sem ser pelo Espírito do Pai, Jesus dirá: “...apartai-vos de mim..”(Mt 7.23). Uma maneira prática de ‘lançar fora’.

A aceitação verdadeira do Evangelho não é uma simples escolha religiosa. Pode parecer, mas não é. Receber o Evangelho, que é o poder de Deus, envolve na verdade o deixar de ser das trevas, deixar de ser filho do diabo, inimigo de Deus, blasfemador por essência. Acredita mesmo, que o homem pode deixar desse estado por decisão pessoal sem a interferência de Deus? Irmão Arminiano, infezlimente, ou felizmente, a Bíblia diz que não (Ef 2.1-6).

O PECADO ATINGIU A CAPACIDADE VOLITIVA, NÃO A RACIONAL:

Esse tema pode ser muito espinhoso, visto que algumas nuanças disso podem ser mal interpretadas, e alguns poderão me chamar de arminiano (ou tomista/ escolástico). Mas minha leitura da Bíblia me leva dizer isso. Dependendo do quanto a graça de Deus influenciou uma pessoa, a sua família, ou o país; e se você disser a um adúltero que sua vida é pecaminosa ele concordará que sim. Entendo que o pecado destruiu a capacidade espiritual do homem em se render a Deus como autoridade sobre sua vida, fazendo-o deixar de amar o pecado. Ou seja, ele pode ver, pela razão, que está errado. Quer pela luz do Evangelho, ou pela luz da consciência. Mas desse ponto, ele ir em direção a Deus, da maneira correta, somente o Espírito pode fazer isso no eleito. A bem da verdade, até esse entender, é da mesma natureza do dizer “Senhor”, que Cristo rejeita. Não é da maneira que Deus quer. Pois quando um homem entende corretamente, ele busca a Deus.

Mas o que quero deixar claro é que a capacidade de entender a letra do Evangelho e até em aceitá-lo, não pode ser confundido com a percepção da alma. Somente Deus pode destruir as fortalezas da alma pecadora, e conduzi-lo a Cristo. Lídia ouvia o que Paulo falava, mas foi o Senhor que abriu o coração dela (a fonte das motivações, da vontade) para atentar ao que estava sendo ensinado (At 16.14).

O homem é deixado em sua vontade pecadora. Essa vontade não é violentada, mas transformada quando o Espírito de Deus age.

Então podemos dizer que o calvinismo é bíblico neste ponto? Bem, podemos dizer que sim. A tentativa de enfraquecer a verdade bíblica é um esforço inútil. A Palavra de Deus ao tratar dos judeus (Romanos 3.1-6)[obviamente o povo que melhor conheceu a Deus] garante que nem eles “buscam a Deus” !!!

MAS SE DEUS NÃO IRÁ COLOCAR EM UMA PESSOA DISPOSIÇÃO PARA ARREPENDER-SE, POR QUE DEUS PEDE PARA ELE FAZER ISSO?

Podemos propor duas sugestões para essa objeção. Lembrando que a resposta da Bíblia é final para esse tipo de questionamento – Veja: Rm 9.19,20.

1º) A Evangelização é exposição da salvação por meio de Cristo. Deus alcança os eleitos por meio do uso ordinário da Igreja em sua tarefa evangelística. Ele decidiu que para os eleitos essa mensagem seria o meio de salvá-los. E aos não eleitos, um ‘meio’ de condená-los: “Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem. Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para a vida. Quem, porém, é suficiente para estas coisas?” (2 Co 2.15,16).

Se, somos o ‘bom perfume de Cristo’ para ambos os grupos, como seremos cheiro de morte? Visto que Jesus disse que não veio condenar, visto que ele mesmo disse que suas palavras são ‘espírito e vida’. Como essa mensagem produz morte? É pela rejeição dos incrédulos. E eles rejeitam por quê? Por causa de sua natureza. A Bíblia diz que os que crê no evangelho são os que foram ‘destinados para a vida eterna’ (At 13.48). Só cremos se Deus nos conceder essa graça (Fl 1.29).

Nesse ponto, lembramos da proposta de Vincent Cheung: Deus não oferece o Evangelho para os que não são eleitos. A Pregação ordinária da Igreja, muitas vezes atrai os repóbros. Jesus disse que isso ia acontecer (Mt 13.36-43; 47-50). Observe bem que na Igreja (nesse caso o reino dos céus), é Cristo que planta a boa semente e o diabo planta o joio, isto é, os repóbros. Não ouve inversão genética dessa semente: Uma boa semente se torna má, e uma má se torna boa. Eles chegam definidos. No segundo caso, na pesca, que na verdade é uma versão da parábola do joio, fica bem claro que os peixes maus são pegos na rede. Mas eles não foram mudados. Assim, creio que a Evangelização é a proclamação da soberania de Cristo onde exige aos ouvintes que se submetam. O que não foi eleito desobedecerá, para confirmação de sua natureza má, para si mesmo, no último dia.

2º) A vontade do preceito, do prazer e do decreto. Existem graus de qualificações na vontade divina. Quando Deus diz que o homem não deve mentir, e o homem mente, a vontade de Deus não foi feita. Pois essa é a vontade do preceito. Não é sobre essa vontade que a Palavra diz que ‘ninguém jamais resistiu a sua vontade’(Rm 9.19). Muito menos quando ele diz: “... farei toda a minha vontade.” (Is 46.10).

A vontade do prazer também pode ser resistida, sendo que Ele quis muitas vezes agregar Jerusalém, mas eles não quiseram (Mt 23.37). Podemos usar uma comparação: Um patrão exige que os funcionários de sua empresa usem uma camisa verde como uniforme, porém a calça, embora prefira o jeans, ele não exige qual.

Pergunto: A salvação humana é um preceito de Deus ou um decreto? No geral vemos um convite preceptivel e/ou do prazer de Deus, dizendo ao homem que se arrependa. Mas locomover-se para esse convite está apenas, e tão somente, dentro do decreto divino que ‘força’ o ímpio querer a Deus.

Jesus disse: “...ninguém pode vir a mim se o Pai não o trouxer” (João 6.44). Quando esse arrastar é feito, houve uma mudança monergista na disposição da alma, daí ele passa a querer a Deus. E sobre esses, Jesus disse: ‘o que vem a mim de modo nenhum o lançarei fora’! Visto que Jesus lançou o maldito Judas fora, ele não foi dado a Cristo pelo Pai. Jesus o escolheu para o fim ‘decretado’.

Nessa questão, pela natureza do pecado, sendo necessária uma mudança drástica o prazer e o preceito de Deus não seriam correspondidos. Deve haver o decreto, que segundo a linguagem bíblica afirma:

"E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade..." Ef 1.5

Sim, a doutrina Calvinsta é bíblica!