terça-feira, 30 de maio de 2017

Por que o Catecismo Maior de Westminster deve ser lido pelos Presbiterianos?

Talvez isso deveria ser algo obvio, dado a Confessionalidade da IPB em torno dos Símbolos de Westminster, mas infelizmente não é. Com a ampla divulgação de fé reformada no Brasil, podemos dizer que a Confissão de Fé de Westminster ganhou um espaço maior entre os presbiterianos, porém, bem aquém do coerente. A situação do Catecismo Maior (CMW) é pior do que o da Confissão. 

Identificar como isso aconteceu no decorrer dos anos não é muito difícil, o que não nos interessa nesse momento. O que realmente importa é: como mudar isso? Alguns passos são necessários - Liderança estimuladora, divulgação ampla – uso nos cultos e classes de estudos, e leitura por parte dos crentes.

A Editora Cultura Cristã lançou um formato econômico contendo a Confissão e os dois Catecismos. Algo que precisa ser parabenizado. Louvado seja Deus por isso. A editora fez a parte dela em colaborar, e muito. Além disso, o formato que conhecemos, por ser adquirido sempre com descontos por igrejas. E o formato tradicional da Cultura é muito versátil (AQUI), pois traz os versículos transcritos, com fonte e tamanho agradáveis.

E por que devemos ler, e continuar lendo, o Catecismo Maior de Westminster? Como leitor assíduo do CMW quero postar aqui algumas observações pessoais e piedosas desse documento confessional, que a meu ver, supera qualquer outro documento cristão – obviamente, não inspirado, não livre de erros, não infalível; atribuições que pertence única e exclusivamente aos 66 livros do cânon bíblico.

Minhas razões são como se seguem:

1. É um documento oficial da IPB, pertencer a ela é ter tal documento como representação sistemática de nossa fé bíblica.

2. Seus autores foram cristãos e teólogos de reconhecido grau de piedade e profundidade.

3. Suas formulações (apesar de não livres de reformas) foram abalizadas pela teologia e pela oração.

4. Sua abrangência no campo do conhecimento teológico. Quase todos os temas da teologia sistemática foram abarcados no CMW.

5. O uso de uma grande quantidade de textos bíblicos (são quase 2.900 citações bíblicas).

6. A simplicidade de sua exposição. Pessoas simples são capazes de compreender suas frases e colocações.

7. A profundidade de sua exposição. A simplicidade não ofuscou a profundidade. Nenhum teólogo estaria acima de algum aprendizado ao ler o CMW.

8. Atenção exaustiva ao tratar dos aspectos da vida piedosa, ao expor os dez mandamentos, a oração, a leitura da Palavra, os sacramentos, entre outras ponderações piedosas.

Você notará que tal documento confessional é, dentro de seus limites, um instrumento de Deus para edificação de todo presbiteriano. O crente que lê o CMW percebe os benefícios. 



quinta-feira, 25 de maio de 2017

O que é o Jejum Bíblico

A) O que é jejum? Jejum é a abstinência de alimentos por certo tempo. Não podemos confundir dieta e regime, com o jejum bíblico. Muito menos pensar que isso trás alguma identidade ou direito diante de Deus, pois a Bíblia diz a respeito de jejuns que Deus rejeita – Veja: Is 58.1-5; Mt 6.16; Lc 18.12. Antes de falarmos sobre jejum, é importante dizer que o que desqualifica o jejum, em primeiro lugar, é: 
  • 1. Não associar à vida piedosa ao jejum. 2. Atribuir ao jejum em si mesmo, algum valor místico à parte da aceitação de Deus. 3. Usar o jejum para se promover como pessoa espiritual.


B) O Jejum é ordenado aos crentes? Em primeiro lugar, na época da Lei Mosaica em Israel havia um Jejum ordenado por Deus, que era no dia da expiação – Lv 23.27. Como LEI, apenas esse dia. Porém, o próprio Deus, em momentos específicos, ordenou o jejum – Jl 2.15,16; Zc 8.18-23. Assim, no velho testamento, temos uma Lei estabelecida e ao mesmo tempo leis extraordinárias de Deus. Visto que o dia da expiação se findou com a morte de Cristo, os crentes em Cristo não têm uma ordem especifica para praticar o jejum, como Lei.

C) Mas assim como no Velho Testamento, os servos de Deus jejuavam, mesmo fora do período ordenado, eles demonstram que o jejum é uma prática aceitável e recomenda por Deus, em especial em momentos de grandes lutas – Et 4.16,17; Dn 10.2,3. Essa é uma prática continuada no Novo Testamento, e pode ser identificada pontos perceptíveis na Bíblia – Lc 4.1,2; At 9.9; 13.3. Perceba um detalhe. Jesus disse; ‘quando deres esmolas’ (Mt 6.2) “quando orardes” (Mt 6.5) ele também disse quando jejuardes (Mt 6.16). Portanto, Jesus pressupõe que a prática do jejum deveria ser mantida entre seus seguidores.

D) Para que jejuar? Crentes que jejuam, possuem mais vivência com Deus (Mt 17.21). Vamos usar um texto como orientador para os motivos do jejum – Esdras 8.21-23. O que aprendemos com esse texto? 
  • 1. “Humilharmos”: O jejum é uma prática de humilhação, no sentido de abrir mão do direito legítimo de comer. Todo direito violado é uma humilhação.
  • 2. “Pedir”: O jejum só tem valor unido a oração e adoração, em todo momento o jejum é pratica unida à oração, adoração, etc. 
  • 3. “para nós, nossos filhos e para tudo”: O jejum pode ser dirigida a uma causa (ou causas) especifica. 

E) Como fazer o jejum? Muitas pessoas perguntam como fazer o jejum, no sentido especifico dos alimentos e do tempo. Quanto tempo? Pois bem, em linhas gerais, percebemos que o jejum geralmente era mantido por um dia inteiro e mais. No caso de Elias, Moisés e Jesus, eles jejuaram 40 dias, outros menos dias. Não encontramos na bíblia jejum menos que um dia. E substitua os momentos que estaria se alimentando, orando, lendo a Palavra, reunido em adoração. Já que o jejum deve estar associado à oração, parece evidente iniciar e terminar o período de jejum com oração, e como disse Jesus, cuidando da higiene pessoal normalmente (Mt 6.17,18).

F) O que deixar de comer? Já que é jejum, pelo menos o alimento deve ser abandonado (Lc 4.2). A água pode ser, ou não, consumida. Lembrando que não é correto ficar mais de três dias sem água, pois seria prejudicial aos rins. Nos casos bíblicos de 40 dias sem beber água trata-se evidentemente, de um milagre. Delimitar certos tipos de alimentos, não é jejum, mas voto. Pessoas com sérios problemas de saúde devem terem muita sabedoria e discrição, ou que o façam em porções de tempo menores ou em votos de jejum de alimentos específicos. As crianças também podem serem incluídas no jejum (Jn 3.5), ou, quem sabe, em votos de abstinência de guloseimas.


terça-feira, 9 de maio de 2017

Respondendo as perguntas adventistas sobre a imortalidade da alma de Azenilto Brito postada por Leandro Quadros - Parte 4

11ª: Sendo que consta ser Moisés o autor do antiquíssimo livro de Jó, não parece estranho que em tal livro ele não deixe a mínima pista de uma noção dualista, pois retrata o patriarca expressando uma visão holista, não dualista (ver observação a seguir)? Observações: O livro de Jó é um golpe de morte sobre a noção dualista. O patriarca compara a morte a um rio que se seca e a um lago cujas águas são drenadas, e quando se refere diretamente ao estar com Deus, fala do tempo quando o Redentor “Se levantará sobre a Terra”, sem deixar a mínima pista de uma alma indo ao Seu encontro (ver 14:7-14 e 19:25-27).
Sendo Moisés, ou não o autor do livro de Jó, - isso não faz nenhuma diferença aqui. E mais uma vez, ele gira em torno da falácia: que deveria ser dito o que ele acha que deveria!! ... é um argumento falacioso, que algo sobre a imortalidade da alma deveria ser dita nessa ocasião! Visto que Brito e Quadros, já possuem a camisa de força hermenêutica, e dispensam as informações mais claras a respeito do assunto contida em outras partes da Bíblia, ele imagina que está com um golpe certeiro contra a crença da imortalidade da alma!
Como eu já disse a ressurreição e a imortalidade da alma, não são crenças opostas, mas complementares, porém, pelo que percebemos da leitura, em cada discurso bíblico algo não torna necessário uma alusão ou explicação do outro assunto. Vou citar um exemplo – em outro tema: Em Romanos 7.1-3, o Apóstolo não menciona nenhuma possibilidade de divórcio por causa de adultério, porém, quando Jesus mencionou o divórcio e novo casamento por causa de adultério, ele não mencionou nada a respeito da viuvez (Mt 5.32; 19.9)! ‘Seria a oportunidade certa de falar todo o assunto correlacionado!?’ Os adventistas devem parar de dizer o que Deus tinha que dizer na hora que eles querem, até por que, na hora que Deus falou isso na Escrituras, eles não lêem, mas subjugam o texto com a leitura que atribuem (ex. Mt 10.28)
12ª: Onde exatamente se situa a “alma imortal”? Já que se estabelece o paralelo ‘fôlego de vida/alma imortal’, e Jó declara a certa altura, “enquanto em mim houver alento, e o sopro de Deus no meu nariz” (Jó 27:3), é aí que se situa essa “alma imortal”, no nariz de cada um?Observações: Se o paralelo ‘fôlego de vida/alma imortal’ for válido, realmente essa alma entra e sai no organismo, pelo menos em boa quantidade, o tempo todo, saindo contaminado (gás carbônico) e entrando novo fôlego de outra substância (oxigênio) para purificar o sangue. Coisa bem estranha para parecer algo fluídico que tem consciência e para sempre permanece após a morte.
Aqui, o erro do Sr Brito está em desconsiderar o que eu já disse a respeito da carga semântica presente nos termos bíblicos. Não há apenas um sentido nos termos espírito e/ou alma, dado nos Léxicos e Dicionários Bíblicos. Já que para os adventistas, os termos, espírito e alma, não podem significar algo imaterial, assim tais perguntas surgem, com certo grau de dificuldade lógica, no entanto, sem correspondência com a realidade. Até mesmo a tradução para o simples termo alma, um erudito em hebraico diz:
“Ainda que sirva para dar sentido na maioria das passagens, é uma infeliz tradução incorreta do termo. A real dificuldade do termo é vista na inabilidade de quase todas as traduções de encontrar um equivalente consistente ou mesmo um grupo pequeno de equivalentes de alta freqüência para o termo. O problema com o termo “alma”, é que nenhum equivalente do termo ou da idéia por trás dele é representado no idioma hebraico.” (Dicionário E. W. Vine, p. 34).
Portanto é claro que no uso de “alma” no texto de Jó, citado por Brito, alguma das várias facetas do sentido do termo foi usada, conforme notificado no texto, porém, não no sentido que ele está questionando – não por que não exista, mas esse não era o foco do uso naquele contexto.
13ª: Por que Jesus diz a Seus seguidores que iria subir para lhes “preparar lugar”, mas a ênfase está no momento do reencontro com eles quando retornasse para os receber, e não quando morressem e suas almas fossem para o céu para as irem ocupando (João 14:1-3)? Observações: A opinião popular é de que na morte a alma dos falecidos salvos vai para o céu, quando encontram a Cristo e todos os demais que para lá foram antes. Contudo, é estranho que Jesus não diga nada sobre essas moradas estarem disponíveis antes do tempo de Seu retorno, deixando implícito que só então levará os Seus consigo para ocuparem ditas moradas.
Já respondi argumento semelhante. Como eu disse, Azenilto Brito é repetitivo, para engrossar o caldo. Pois bem, há uma diferença entre o estado intermediário e o estado glorificado. Um é de descanso e espera (Ap 6.9,10), o outro é de reinado e julgamento (Ap 20.4,5). Em João 14.1-3, Jesus está falando do usufruto do céu na glorificação, visto que ele fala de voltar para buscar os seus. Aqui, os apologistas adventistas simplesmente desconsideram a Escatologia Protestante Reformada a respeito do assunto. Não preciso ir mais adiante a respeito desse tema aqui, por falta de conexão entre a objeção e o objeto.
14ª: As palavras de Jesus em João 5:28 e 29, sobre a ressurreição final de salvos e perdidos, são antecedidas pela Sua declaração: “. . . vem a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem, viverão” (vs. 25). Por que VIVERÃO só a partir de então, quando deviam estar vivos num estado intermediário, como “almas imortais”?
Observação: A linguagem de Cristo pelo contexto torna claro que os que VIVERÃO são os que estiverem nas sepulturas, não em alguma parte do universo—céu, inferno, purgatório, hades. . .
Cada argumento... aqui cabe duas colocações, para depois mostrar a fraqueza da objeção. Em primeiro lugar, como eu já disse, o homem não foi criado para viver sem alma, o corpo faz parte da constituição humana. Ele será incompleto, enquanto não estiver com seu corpo. Daí a preocupação bíblica da ressurreição, esperança essa que nos alenta. Em segundo lugar, a ênfase da ressurreição é dada ao que morre, isto é o corpo. Jesus mostrou que não precisamos temer quem mata o corpo, mas não pode matar a alma. Devemos temer quem pode fazer perecer ambos. Corpo e alma. Portanto, a ressurreição é benção para o homem todo, mas o objeto de sua atividade é o corpo, afinal só ressuscita o que morre. Jesus está falando exatamente o que ocorrerá ao corpo na ressurreição. E o que o questionamento exige? Nada que seja tratado no texto, mas a velha exigência do que supostamente ele deveria ter dito ou que está subentendido como refutação.
15ª: Por que Jesus, quando confortava as irmãs do falecido Lázaro, além de ter empregado antes a metáfora do sono—“Nosso amigo Lázaro está dormindo. . .”—não lhes indicou que o falecido estava na glória celestial, mas referiu-lhes a esperança da ressurreição (João 11:17-27)? ObservaçõesÉ comum consolarem-se os enlutados falando de como seus falecidos estão felizes por terem trocado este mundo de sofrimento e dor pela habitação nos “páramos da glória. . .”. Contudo, não é este o quadro do diálogo de Cristo com as irmãs de Lázaro. O tema da conversação deles não é o suposto destino celestial do fiel seguidor de Cristo, mas a FUTURA ressurreição dos mortos.
O apologista causa celeuma, em seus argumentos, mas não conteúdo. Se Jesus (em João 11) usou a metáfora que Lázaro estava dormindo (v.11), quando estava morto, ao que os discípulos entenderam ser um sono comum (v.12), depois Jesus falou claramente que aquele sono era a morte (v.14), é obvio que Jesus está falando de alguém que existia, mas estava em um sono. Por que a analogia do sono? Evidentemente, que alguém está dormindo está inativo em relação ao mundo ao seu redor, mas que está sim vivo em outra dimensão (Lc 16.22), e que em breve acordará.
Quanto à mesma exigência falaciosa, de que aqui deveria ser dito o que eles dizem que deveria, é bom lembrar que o Senhor Jesus disse ao ladrão na Cruz que eles estariam juntos aquele dia no Paraíso (Lc 23.43). Já pensou, se fossemos tão presunçosos quanto a esses dois adventistas e disséssemos: “Por que Jesus não falou de ressurreição ao Ladrão arrependido?” Mas esse tipo de questionamento, para interesses dogmáticos, e heréticos, nem sempre são honestos com o texto em tela.
16ª: Quando Cristo ressuscitou Lázaro, já morto por quatro dias, tirou-o do céu, do inferno ou do purgatório? Se foi do céu fez-lhe uma maldade trazendo-o de volta para sofrer na Terra. Se do inferno (pouco provável, pois era um seguidor do Mestre), concedeu-lhe uma segunda oportunidade de salvação, o que é antibíblico. Observações: Lázaro ressuscitou e não trouxe nenhuma informação do mundo do além. Se tivesse algo a contar, sem dúvida João teria o maior interesse em reproduzir o seu testemunho no seu evangelho.
Pobre argumento do silêncio, vazio. Não há no evangelho nenhuma palavra de Lázaro, e pelo jeito os Evangelhos não nos informam nada de qualquer que sejam suas conversas com Jesus. Apesar de serem amigos. Nem mesmo o conteúdo da conversa entre Moisés e Elias com Cristo, na visão da Transfiguração (Mt 17.3). Esse é o argumento do silêncio, que o sr Brito está recorrendo desde o começo de suas perguntas. Todo argumento baseado no silêncio pode ser silenciosamente abandonado!
Mas o questionamento dos apologistas adventistas, podem ser respondidos com mais dignidade do que eles aparentam. Em primeiro lugar, Deus não autoriza informações de quem morreu ser trazidas para o mundo físico. Parece que esse princípio tem na parábola do Rico e Lázaro. Que informação mais digna, um pecador como Lázaro, podia trazer do que aquelas que o Senhor Já estava dando a respeito do Pai? (Jo 1.17,18). Segundo que é possível que nesse período a experiência do discípulo Lázaro, irmão de Marta e Maria, tenha sido restrita e não mais comunicada à memória de Lázaro, haja vista o propósito temporário de sua morte (Jo 11.4,6,11,23) quando ele retornou ao mundo físico. Terceiro, ele mesmo pode ter guardado as informações que teve se é que lembraria delas (compare com Ap 10.4).

Continua...

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Características da Mulher Piedosa

Características da Mulher Piedosa
“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gn 1.27).
“Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.(Gn 2.18).
 “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo.” (II Co 11.3)
“Dessarte [dessa maneira], não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. (Gl 3.28)
 “Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada.” (Pv 31.30).
“As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem; Para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos, A serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada.”  (Tt 2.3-5).
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1º) Entende a razão de sua existência (Ap 4.11). Nenhuma mulher cristã pode partir de outro ponto a não ser do pressuposto da criação e Criador. Como mulheres, elas são criadas por Deus, feitas por ele. Deus as fez para um propósito direto [servir a Ele] e outro secundário [auxiliar o homem e ter filhos], porém, ambos, para um fim grandioso – a Glória de Deus. Em Romanos 11.36, o texto que revela o grande fundamento da existência diz que tudo foi feito para a Glória de Deus. Mulher, você existe para a glória de Deus. Deus é glorificado na sua existência. Tenha consciência disso. Buscar outra razão para sua existência, quer na beleza, na família, na felicidade material, poderá ser desastroso – a Bíblia diz que aparência do mundo passa (I Co 7.31). Você se sentirá desproporcional à sua dignidade real, se colocar sua alegria em coisas passageiras. O alvo da glória de Deus deve ser sua maior e mais nobre razão de ser uma mulher (Jo 17.4,5; Rm 16.27; I Co 10.31; Ef 1.14; Fl 1.11; 2.11; I Tm 1.17)

2º) Reconhece-se como imagem e semelhança de Deus. Outro ponto de partida necessário é o reconhecimento de seu valor como imagem e semelhança de Deus. Suas qualidades, habilidades, mostram que Deus imprimiu no gênero feminino, refletindo assim a imagem de Deus, de certa forma que certamente não poderia ser visto no gênero masculino. É notório que a mulher tem algo à flor da pele – sentimentos, emoções. Poder ser que algumas mais, e em outras menos, porém, isso foi colocado por Deus para cumprir o papel de auxiliadora responsável, para a humanidade e em particular ao homem. Muito do que sabemos dos planos de Deus figura-se no elemento feminino. A Bíblia sempre comparou o povo de Deus como ‘uma mulher’ (Ap 12.1). Deus revela-se em sua criação, de forma geniosa, quando seus seres criados servem corretamente a seu propósito, e isso é verdadeiro com as mulheres (Gn 5.1,2; Is 49.15; Tg 3.19).

3º) Confessa que é uma pecadora, e como tal destituída de sua capacidade original. A mulher piedosa deve reconhecer sua pecaminosidade (I Jo 1.8-10). Isso não apenas em relação a Deus, mas em todos os seus tratos. Lembre-se, você não pode ser perfeita! A imagem de Deus em você está maculada. Não se agarre ao que pensa e sente, sem antes refletir: como minha condição caída me prejudica nessa atitude? Quais princípios bíblicos estão envolvidos? Isso te ajudará a conter um pouco mais suas reações. Imagine que mesmo Eva que sendo perfeita, foi enganada, pois teve seus sentimentos estimulados sob um prisma deturpado, daí ela desconsiderando o mandamento, passou a errar pois usou um dos seus sentidos (Gn 3.1-6). Imagine agora sendo pecadora? Não raro, pensamos no pecado de Davi, que como Rei, fez o que fez. Mas por qual motivo Bate-Seba se entregou a Davi? Seus sentimentos estavam deturpados pelo pecado!

4º) Assume sua vocação (Gn 2.18). A mulher existe para capacitar e oferecer à humanidade um equilíbrio. Sendo casada, ou não, tendo filhos ou não, seu papel será de revelar aquele lado auxiliador e responsável, à sua família, e/ou no meio em que vive. No caso das casadas, esse papel se tornou particular, ao potencializar o seu marido a realizar sua missão como chefe e cabeça e ela submissa a ele (I Co 11.3). A mulher não é inferior por ser submissa ao homem. Assim como um funcionário não é inferior ao seu patrão como ser humano por ser seu empregado. Talvez aqui está um grande obstáculo para mulheres. Em especial com a onda feminista, que deturpou a perspectiva correta. De fato, a sujeição ao marido deve ser uma decisão da mulher – visto que se trata de um mandamento, e uma conquista do homem, seu marido. Por que Deus ordenou a mulher a ser sujeita? Além da própria constituição divina, parece que a causa prática também mora no seguinte fato: a exemplo e Eva, Deus sabe da capacidade da mulher em destruir ou construir – veja Pv 14.1; 19.13; 21.19.

5º) Submete-se a Cristo como Supremo. O Senhor Jesus nasceu de uma mulher (Gl 4.4; Lc 11.28  - que bendito privilégio de Maria!!!) salvou mulheres, abençoou mulheres, e até foi assistindo em suas necessidades por muitas delas. Veja como Cristo discipulou mulheres: A) Marta e Maria – veja Lc 10.38-42; Jo 11.17-33. B) Mulher samaritana – Jo 4. 1-30. C)  A mulher adúltera (Jo 8.1-11). D) Mulheres que serviam a Cristo com seus bens (Lc 8.1-3). Enquanto Cristo é exemplo para os homens – no trato com as esposas e filhos, ele também é exemplo para as mulheres. Como? Quando ele se sujeita a Deus Pai. Ele é igual ao Pai (Jo 5.17,18; 10.30; 14.9), mas voluntariamente se sujeita ao Pai – veja Jo 4.34. Cristo é o Senhor de todos, a ele devemos render nossa vida, sonhos e planos. Uma mulher piedosa valorizará muito estar ao pés de Jesus, como fez Maria, e não será ‘mesquinha’ em adorar a Cristo com o seu melhor (veja – Jo 12.1-8). Cristo reina pela Palavra – ‘da Sua boca sai uma espada’. Portanto, a forma prática de se submeter a Cristo em amor é conhecer seus mandamentos, na Palavra (I Jo 5.1-5).

6º) Edifica sua casa e a outras mulheres, com trabalho árduo, bom exemplo e unidade. Dado aos sentimentos geralmente mais sensíveis, mais perceptivos e detalhistas, problemas de relacionamentos podem surgir entre mulheres. A questão poderá ser séria, pois a Bíblia relata o pedido de unidade de um Apóstolo a duas irmãs – veja Fl 4.2. Conforme o texto de Tito 2.3-5 as mulheres devem ensinar seus filhos, deve ensinar as mais jovens, devem serem exemplares no cuidado das necessidades da sua família e do marido, e no ensino a outras. Uma mulher piedosa trabalhará pelo bem e pela unidade, não para inflamar ou congestionar, a bom fluxo de amizades – que na família, igreja, escola, trabalho e vizinhança. Isso vai de pequenos gestos, ser gentil, cuidadosa, na fala e no comportamento. Como você é conhecida? Por ‘encrenqueira’? ‘Intrometida’? ‘Birrenta’? Cristo deve ser visto na vida das mulheres, para que sejam como foi Febe, mulher recomendada pelo Apóstolo, dado seu serviço de proteger, e ajudar a muitos (Rm 16.1,2). Ou Será como Dorcas, “notável pelas boas obras e esmolas que fazia’, que não somente se propôs a fazer ou falou a respeito das boas obras, mas as praticou (At 9.36).”[Ryle] 

7º) Preocupa-se com a aparência espiritual. A Bíblia diz que a mulher cristã deve ser conhecida pela beleza interior (I Pe 3.1-6). Esse assunto, talvez chamará mais sua atenção. A aparência é uma preocupação feminina inata – parece que isso está na subsistência feminina. Porém, como já foi dito por um especialista de saúde emocional, o tempo que vivemos as mulheres estão sob a “ditadura da beleza”! Aliás que as vezes as mulheres se preocupam mais com a beleza do que com a saúde. Cuidado... como mulher piedosa, recorra à Bíblia, que valoriza mais sua beleza interna, ainda que você certamente cuidará da beleza externa – o que não é pecado, mas dever!! Porém, observe bem os exageros e as prioridades. Sobre as vestimentas, o desafio é ainda maior. Há algumas perguntas que você pode fazer a respeito da vestimenta: 
1. Essa roupa reflete a dignidade do templo do Espírito Santo, que sou eu?2.  Ana, Maria, Isabel, Priscila caso vivessem em meu contexto e em meu tempo,usariam essa roupa? 3.  Essa roupa vai me deixar vulgar ou elegante? 4.  Essa roupa vai acentuar a minha sexualidade ou sensualidade? 5.  Está condizente com o ambiente – trabalho, passeio, igreja? 6. Me visto como cristão para cultuar a Deus e como mundano no trabalho e no passeio? 7. No culto a Deus, transmito a dignidade e a santidade do Deus que está sendo adorado? 8. Com essa roupa, as pessoas perceberão meu caráter ou partes do meu corpo? 9.  Tenho coragem de perguntar a irmãos e irmãs fieis, o que eles acham de minha roupa? 10.   Que tipo de pessoa [caráter e comportamento] usa e admira esse estilo de roupa?”

8º) A pureza sexual.
Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus; e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação. Dessarte, quem rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a Deus, que também vos dá o seu Espírito Santo.” (I Ts 4.3-8).

Embora esse tema, geralmente é mais debatido no contexto masculino, o fato é que só há imoralidade por que também a mulher perdeu sua santidade, e se tem rebaixado a mero objeto, ou também, entrou na disputa com o homem, nesse antro vil mundial de devassidão sexual (Rm 1.26-32). Para piorar, a Igreja parece que está um tanto omissa no enfrentamento desse tema. A pureza sexual, portanto deve ser uma preocupação da mulher piedosa. Quando solteiras, resistirem a pressão de se entregarem à imoralidade – tanto para homens, bem como para mulheres (lésbicas) (I Co 6.18), e quando casadas – não rejeitarem seu dever de esposa, mantendo a prática sexual em seu devido lugar em constância sadia e protetora (I Co 7.4,5). A mulher piedosa é templo do Espírito Santo, não deve imitar mulheres sem princípios piedosos. O sexo é uma expressão prazerosa de amor e união, não de devassidão e humilhação (Pv 5.15-20, sendo conselho às linguagem masculina, obviamente o inverso também é verdadeiro).

9º) Cuida da ‘mente-coração’ (Pv 4.23). Outro desafio à mulher é o cuidado com a sua mente e coração. Isso é muito importante, e recompensador. Quero trazer à memória o que me pode dar esperança”. (Lm 3.21). Pense em coisas edificantes, se apegue menos ao medo, às possibilidades (Mt 6.27), também não se concentre nos defeitos de outros (Tg 3.13-17). Tome cuidado com a excessiva preocupação (I Pe 5.7), não se torne um “pára-raios”! Seja capaz de fazer algumas coisas no tempo necessário, não antecipe – Jesus disse ‘basta cada dia seu mal’. Você se desgastará muito antes mesmo de enfrentar o problema. Muitas vezes, nem será tudo aquilo que você imagina. Pode ser que a ansiedade, revele não apenas justa preocupação, mas também falta de fé no cuidado de Deus, o que é pecado - veja Hb 11.6 com 12. 1-3. Há uma conhecida canção que diz:

“Não tenhas sobre ti um só cuidado, qualquer que seja/ Pois um, somente um, seria muito para ti / É Meu, somente Meu todo o trabalho / E o teu trabalho é descansar em Mim (2x) / Não temas quando enfim /, tiveres que tomar decisão / entrega tudo a Mim /, confia de todo o coração. / É Meu, somente Meu todo o trabalho / E o teu trabalho é descansar em Mim 

10º) Ora e adora
, sem cessar. A oração e a adoração não deve se afastar da sua vida. A Mulher Piedosa não falaria outra coisa a respeito da oração e da adoração, a não ser o que se encontra no Salmo 84. Uma adoradora que tem prazer de estar diante de Deus. –  

1 Como eu amo o teu Templo, ó SENHOR Todo-Poderoso! Como eu gostaria de estar ali! Tenho saudade dos pátios do Templo de Deus, o SENHOR. Com todo o meu ser, canto com alegria ao Deus vivo. Ó SENHOR Todo-Poderoso, meu Rei e meu Deus, perto dos teus altares os pardais constroem o seu ninho, e as andorinhas fazem a sua casa, onde cuidam dos seus filhotes.Felizes são os que moram na tua casa, sempre cantando louvores a ti! Felizes são aqueles que de ti recebem forças e que desejam andar pelas estradas que levam ao monte Sião! Quando eles passam pelo Vale das Lágrimas, ele fica cheio de fontes de água, e as primeiras chuvas o cobrem de bênçãos.Enquanto vão indo, a força deles vai aumentando; eles verão o Deus dos deuses em Sião. Escuta a minha oração, ó SENHOR, Deus Todo-Poderoso! Ouve-me, ó Deus de Jacó! Ó Deus, abençoa o nosso protetor, o rei que tu escolheste! É melhor passar um dia no teu Templo do que mil dias em qualquer outro lugar. Eu gostaria mais de ficar no portão de entrada da casa do meu Deus do que morar nas casas dos maus.O SENHOR Deus é a nossa luz e o nosso escudo. Ele ama e honra os que fazem o que é certo e lhes dá tudo o que é bom.Ó SENHOR Todo-Poderoso, como são felizes aqueles que confiam em ti! (N.T.L.H.)

Tenho esse sentimento com respeito a adoração e a oração? Me assemelho a profetisa Ana que “não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações”(Lc 2.37)?