quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Por que a igreja brasileira precisa ouvir o Pr Paulo Júnior?

Não sei de muita coisa a respeito desse pastor de uma igreja da cidade de Franca – SP, Igreja Aliança do Calvário. O que sabemos é o que ele conta nas entrelinhas de suas mensagens. Um homem de oração, jejum e de total submissão à Palavra de Deus, em sua pureza evangélica. Talvez, Paulo Júnior é hoje equiparado ao Rev Hernandes Dias Lopes, em grau de popularidade. Obviamente, o estilo de ambos diferem muito, mas ambos são profetas de Deus para nossa geração brasileira.

Creio que se o Pr Paulo Júnior conter o assédio, que muitos fazem, e manter-se sob os cuidados do Espírito, fugir dos holofotes, segurar sua vida ali ‘no altar de Deus’, no lugar secreto da oração e sob os ditames da humildade, ele continuará sendo uma voz que despertará nossa igreja a um compromisso sério com o Evangelho.

A posição Teológica de Paulo Júnior pode ser identificada com a Reformada, em pontos da soteriologia. Mas creio que o que mais impactou esse Pastor foi a vida poderosa e devocional, dos Reformadores, Lutero, Calvino, John Knox e dos Puritanos (Reformados), como Edwards, mas também, nitidamente, arminianos e pentecostais, como Leonardo Ravenhil, David Wilkerson, imprimiram poderosa influência nele. Como Batista, o Pr. Paulo Júnior obviamente tem uma postura diferente em relação à Aliança, Batismo, Governo da Igreja, Santa Ceia, e ele também crê que o casamento é indissolúvel, mesmo com o adultério.

Por assistir algumas (ou muitas) de suas mensagens, e ver os frutos de sua pregação, em várias pessoas, e pessoalmente, acho que ele merece ser considerado por todos os crentes, pelas seguintes razões:

1. Sua forte ênfase na vida de oração e no jejum. Pr Paulo Júnior tem alertado que sem a oração e jejum, seremos derrotados, e levaremos uma vida medíocre. E isso, parece que ele leva a sério, pois Deus tem agido por essas mensagens. Ele fala disso como um sacrifício necessário (não legalista), para uma vida cristã autentica e poderosa.

2. Sua forte ênfase em um culto reverente. O culto não é show, nem apresentação de talentos humanos. A santidade do culto deve ser em proporção aquele que está sendo adorado, cujo nome é Santo! O Pr Paulo Júnior aqui está alinhado a tradição puritana do culto.

3. Sua forte ênfase na evangelização e missão. O Pastor Paulo, também chama a atenção e obra de evangelização e a entrega total para a missão. Quer orando, ou indo, é claro que a missão da igreja, que é a evangelização, deve ser cumprida, com toda nossa força e entrega.

4. Sua forte ênfase à santidade. Esse pregador também não brinca com o pecado. Sua denuncia é ampla, desde a crentes que não pagam suas contas, a pensamentos e atitudes imorais, especialmente em pornografia na internet, e outros comportamentos que estão drenando os crentes de hoje.

5. Sua forte ênfase na vida piedosa. Em certa mensagem, Paulo Júnior alerta os crentes a não perderem tempo com futilidades, e depois virem ao culto. Que leiam mais a Palavra, decore ela, como muitos jovens de sua igreja tem feito. O conhecimento da Palavra é necessária para a plena formação de uma vida piedosa.

6. Sua forte ênfase contra a teologia da prosperidade e confissão positiva. Paulo Júnior já até ‘atraiu’ inimigos de peso nesse Brasil, por denunciar uma das maiores heresias da igreja moderna - a teologia da prosperidade. Ele não poupa criticas a essa escola de pensamento que dominou as igrejas.

7. Sua forte ênfase na volta de Jesus. Quero destacar aqui, o que sumiu dos púlpitos – a pregação da volta de Jesus. Paulo Júnior fala da volta de Cristo associando aos sinais de nosso tempo. E algo relacionado à volta de Cristo, o juízo eterno aparece sempre em suas mensagens.

Alguém pode até me dizer: mas tudo isso vemos em outros pregadores fieis? Sim... vemos, e a história da teologia cristã não está manca quanto a isso – há inúmeros exemplos e livros que atestam isso. Mas o fato é que Deus está usando esse Pastor, de uma igreja local, em especial pelas mídias, para apontar de forma inequívoca, tais marcas de um cristianismo autêntico.

O site que tem divulgado seu trabalho é o:


Não há duvidas, pelo menos para mim, que temos mais uma ‘voz’, que precisa ser ouvida, sob a luz da Palavra de Deus. Oremos por ele, por sua família, ministério e igreja. Deus seja louvado.



E o Senhor advertiu a Israel e a Judá, pelo ministério de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Convertei-vos de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos pais e que eu vos enviei pelo ministério de meus servos, os profetas. 2 Reis 17:13

sábado, 26 de agosto de 2017

A Doutrina da Trindade e as Testemunhas de Jeová – algumas reflexões

Grupos religiosos como os Muçulmanos, Judeus, Testemunhas de Jeová, Tabernáculo da Fé, Voz da Verdade, Adventistas e seus pioneiros, Espíritas, entre outros, assumem uma postura muito rude contra a doutrina trinitariana clássica. Há em especial em algumas seitas uma ferocidade em atacar essa doutrina de Deus que foge o normal; 'Pagã, diabólica, contraditória, não bíblica, inventada por Constantino', etc, são termos que lemos e ouvimos quando tais pessoas se manifestam contra a doutrina da Trindade. Nessa postagem tratarei de alguns reflexões tendo em vista um grupo específico – As Testemunhas de Jeová.

Sabe-se que a rejeição da doutrina trinitariana entre as Testemunhas de Jeová nasceu logo no início quando Charles Russel recebeu influencias de adventistas antitrinitarianos, e de outros, lá pelos idos de 1870 em diante. George W. Stetson, George Storrs, são nomes que não devem ser dispensados na reconstrução das causas de Russel negar a trindade e a ‘mortalidade’ da alma [Nelson Barbour foi o grande mentor das doutrinas cronológicas de Russel, o que deu início a doutrina de 1914] – Testemunhas de Jeová - Proclamadores do Reino, pp 44-49. Russel já havia em anos antes fracassado na fé. Nasceu presbiteriano e depois se tronou congregacional, ao debater com um ateu sobre o inferno se viu em apuros. Com essa incapacidade se viu aberto qualquer tipo de crença não bíblica, tanto que anunciou o fim do mundo para uma data calculada, a despeito da advertência de Jesus em Mateus 24.36.

Percebemos o que é comum entre as Testemunhas de Jeová, e como era de se esperar, na abordagem crítica, imprecisões do que é realmente a doutrina, são embrulhadas em meio a afirmações não compartilhadas pelos trinitarianos, surgindo mais uma caricatura do que uma exposição honesta. Russel disse que os trinitarianos formaram “a doutrina dos três Deuses” (ibidem, p. 125). O que o é severamente negado por qualquer trinitariano – tanto em seus Credos bem como em seus manuais doutrinários. A Bíblia diz que há UM só Deus verdadeiro. Se as Testemunhas incluem a conclusão delas na critica, deveriam deixar isso bem claro.

Por que a doutrina da Trindade foi formulada nos termos que aparecem nos Credos?

Em primeiro lugar, deve ser dito que os Credos não conceberam a doutrina da Trindade, eles formularam as definições que estão distribuídas e pressupostas na Bíblia, isto é, ela veio de bases Escriturísticas, explicitas e implícitas. A Bíblia coloca as três pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo - constantemente em unidade de trabalho, propósito, nome, divindade e honra, ainda que em certas pessoas divinas essas características na Bíblia foram mais, ou menos, expostas. 

Os trinitários ao se depararem com uma Bíblia que diz que há um só Deus verdadeiro que deve ser honrado e adorado, e percebendo que isso é dito de outras pessoas divinas (o Filho e o Espírito), não poderiam sobrepor uma porção da Escritura sobre outras, antes unir tais afirmações reveladas e confessar o que tem diante de si. Ainda que ao confessar não tenham condições plenas de explicar isso de forma que satisfizesse todas as nossas indagações racionalistas, não por que a Trindade é irracional, mas por falta de analogia plena em nossa experiência e natureza, ainda assim mantiveram o que em alguns momentos é confessado como mistério.

Se considerarmos que nossa humanidade tende a expor aquilo que lhe é peculiar, aquilo que forma sua percepção, e levando em consideração que não há nada na experiência humana que se assemelhe plenamente com a Divindade, nessa perspectiva, a doutrina trinitariana é um resultado irresistível de um testemunho externo aos homens, não algo vindo deles. E como disse o Teólogo Louis Berkhof, “a doutrina da Trindade depende decisivamente da revelação.” (Teologia Sistemática, p. 81). Diante do desafio ‘lógico’, e falta de analogia satisfatória - (embora existam algumas úteis), e ainda manter tal doutrina, somente a revelação especial manteria a força necessária na Igreja, ao promover e defender uma doutrina que sobrepõe nossa capacidade.

Quais argumentos, portanto, que sustentam a defesa da doutrina trinitariana?

Como já foi mencionado, decorre de três linhas de evidencias bíblicas.

1. Da asseveração bíblica do ÚNICO DEUS.
2. Da asseveração bíblica de atribuir distintamente àquilo que pertence a Deus às outras pessoas além de Deus Pai – a saber, o Filho e o Espírito.
3. Da asseveração bíblica de colocar eles em um mesmo patamar, muitas vezes ontologicamente e economicamente (em funções diferentes, porém igualmente necessárias).

Unidas essas realidades bíblicas, temos por fim – inevitavelmente, a doutrina da divindade, chamada de Trindade. Se você, porém, se orientar pelo motivo 2, apenas, e subjugar os pressupostos 1 e 3, você chegará ao triteísmo. Se você partir do 1, condicionar o 2 e o 3, será o henoísmo. Vai crer em um Deus maior e vários deuses menores. Começar do 3 e sobrepor ao 1 e 2, será um modalista. O monoteísmo bíblico não é o mesmo do monoteísmo islã nem judaico, pois ambos negam a divindade do Filho. E não há Deus sem o Verbo, assim como não há sem o Espírito.

O que as Testemunhas de Jeová fazem?

Primeiro que nem mesmo o único deus que eles creem existir, é um Deus verdadeiro. Segundo a Torre de Vigia, Deus não é nem onisciente (constantemente) nem onipresente. Esse, portanto não é Deus, mas um falso e fraco deus. A influência  Sociana é notória na teologia da Torre de Vigia. Bem possível que o falso e fraco Jeová do Corpo Governante nem saiba que eu esteja falando mal dele aqui... a não ser que ele ‘conecte-se’, ou nos dizeres do livro Raciocínios, “sintonize”. Segundo, o Corpo Governante acaba fazendo desse fraco deus, o único Deus Verdadeiro, e Jesus um deus menor, menor ainda que aquele fraco deus. As Testemunhas de Jeová se encaixariam em um tipo de henoismo, embora teriam algo a se justificar, já que afirmam adorar apenas o deus maior. Mesmo que digam dar adoração relativa a Jesus, o que é melhor chamar de “prestar homenagens”, como fazem.

Portanto, a liderança das Testemunhas de Jeová fez o seguinte: Desnudou Deus Pai de seus atributos, despiu Cristo de sua Divindade e arrancou do Espírito Santo a sua personalidade – o que sobrou? Um falso deus não bíblico. E insiste em dizer que o Deus Cristão, em sua definição trinitariana, não é bíblica. 

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Como evangelizar pessoas da Igreja Universal do Reino de Deus?

Certa vez conversei com um pastor da Universal. Quando falei sobre a vida do apóstolo Paulo, que foi pobre, e até teve problemas que não conseguiu vencer – o espinho na carne, por exemplo – esse pastor me disse: “Eu não tenho culpa que Paulo não soube usar a sua fé para resolver seus problemas!”.

Percebemos que existe um dano muito sério na espiritualidade das pessoas que adotam as doutrinas da seita Universal. Vou tentar trabalhar algumas sugestões de como podemos conduzir as pessoas ao Senhorio de Cristo, que por hora, estão sob os enganos heréticos da teologia da igreja Universal. Pode ser que haja muitas pessoas lá que não estão sob as heresias ensinadas por ela. Nessas abordagens não vou me deter no fundo histórico do surgimento e desenvolvimento da Universal.

Uma pergunta simples:

“Onde Jesus fez algum de seus discípulos ficarem ricos?”

Nenhum vestígio disso pode ser percebido nos atos e milagres de Cristo. E olha que ele fez muitas coisas prodigiosas, mas nenhum enriquecimento de seus discípulos. Ao contrário, ele incentivou a todos a tomarem cuidado com as riquezas (Mt 6.24; Mc 10.23; I Tm 6.9,17). Leia com ele essas passagens e pergunte:

“Quando a IURD estimula buscar de Deus riquezas, ela está indo contra ou a favor dessas orientações bíblicas?”

O que alguns apologistas da prosperidade farão é recorrer ao Velho Testamento, com uma péssima interpretação bíblica. Então, vamos lá:

O que a Bíblia diz sobre a Prosperidade?

1. As bênçãos prometidas, e adquiridas, aos patriarcas, são nossas também?
Antes de responder, uma breve perspectiva da história bíblica a respeito deles se faz necessária: No livro bíblico de Gênesis, a história de Abraão, Isaque e Jacó, são exemplos de como Deus pode fazer que pessoas que não tem nada, em peregrinações, em grandes homens de negócio. Especialmente do capítulo 12 em diante do livro, percebemos como receberam posses materiais, e vitórias sobre grandes problemas, dos mais variados possíveis. Deus prometeu aos patriarcas, e aos seus descendentes, bênçãos materiais que seriam adquiridas, em especial, na terra de Canaã, onde manava leite e mel. Como era de interesse nacional, as guerras literais eram um dos mecanismos usados para se apoderarem dessas bênçãos no período especialmente posterior. A execução dos inimigos nacionais de Israel fazia parte desse avanço de domínio material e territorial, prometido por Deus.

Com esse pano de fundo histórico, retornemos à pergunta: As bênçãos prometidas, e adquiridas, aos patriarcas, são nossas também? Nossa resposta inicia-se com as seguintes elucidações –

A. Como cristãos na dispensação da Nova Aliança, não recebemos de Deus promessa para adquirir algum território especifico. Nem estamos em território estrangeiro, rumo à outra terra física:

Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.” (Hb 11.16 [grifo acrescentado]).

“Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos;” (Hb 12.22).


Perceba que o argumento do autor dessa carta bíblica, no capítulo11º, mostra a história de todo povo de Deus do VT que viveu pela fé e alcançaram alguns feitos, porém, não era a promessa final e essencial que estava por detrás de todas as coisas que avistavam. O autor inspirado demonstra que a fé foi o instrumento que Deus usou para eles adquirirem algumas amostras do que de fato era o alvo – a pátria e os bens, espirituais e celestiais! E ainda aponta que eles, como quem não havia alcançado. E no primeiro texto a advertência foi que isso não mais deveria ser esperado! Ideia repetida aqui:

“Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,” (Fl 3.20).

B. Não estamos adquirindo essas bênçãos por meio de batalhas/guerras literais, em nossas conquistas em nível de riquezas materiais:

“Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas;Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo; (2 Coríntios 10:3-5).

“Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus; E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.” (Mateus 8:11,12).

2. A as bênçãos da nação de Israel, no período bíblico, são as mesmas da Igreja? Em Deuteronômio capítulos 27, 28, 29 temos um compêndio de bênçãos e maldições físicas ao povo de Deus na antiga aliança. Houve uma promessa divina de que os descendentes de Abraão possuiriam a Terra da Promessa, mas para que tais bênçãos fossem efetivadas no decorrer da história, na vida de cada geração subsequente, foram apresentados os termos da aliança feita no Sinai. Eles receberam tais promessas materiais, ao mesmo tempo que foram abundantemente abençoados com a Teocracia, onde Deus governava por meio da Lei ‘mosaica’, ao se instalarem na Terra Prometida, e na subsequente organização da nação em monarquia.

Porém, esse povo quebrou os termos da aliança, várias vezes, e foram amaldiçoados consequentemente, inclusive foram deportados para Babilônia, deixaram de ser Israel de 12 tribos e passaram a ser o povo Judeu, o Templo destruído, a arca da aliança desapareceu, e com o tempo, até o ponto de não mais serem um Reino independente, no período de Jesus - e para piorar, ainda rejeitaram a Jesus como o Messias (Jo 1.11).

As bênçãos que recebemos agora em vida, não são as mesmas. Elas são em um mesmo nível, mas em uma maior intensidade, na vida espiritual, com uma percepção e profundidade que o servos fieis de Deus não recebiam no período do Velho Testamento:

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo;(Ef 1.3).

Ø  Que bênçãos são essas?

a.    O Batismo com o Espírito Santo: “De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis.” (At 2.33).
b.    O testemunho do perdão por confessar: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” (I Jo 1.9)
c.    A consciência intima da bendita reconciliação com Deus: “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.” (Rm 5.10).
d.   A superlativa, soberana e santa justificação: “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.” (Rm 5.1,2).
e.    A desejável adoção: “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.” (Rm 8.16).
f.     A árdua e necessária santificação: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” (Hb 12.14).
g.    A inegociável presença e habitação de Deus produzindo Seu fruto em nós: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.” (Gl 5.22-25).
h.   E promessa imutável da glorificação: “Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.”(Rm 8.30).

Prezado leitor, SE tais bênçãos e promessas não encher o nosso coração de alegria, mui provavelmente, precisamos de conversão genuína!

“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.” (1 Coríntios 2:14,15).


quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Stephen Charnock: O Conhecimento de Deus e a Vontade do Homem

"Agora, vamos considerar resumidamente seis princípios a respeito do conhecimento de Deus e a vontade do homem.

1. O fato de alguma coisa necessariamente tenha que ocorrer, não tira a liberdade do executor. Podemos agir livremente, mesmo que Deus determine nossas ações de antemão.

2. A vontade não pode ser compelida, pois então deixaria de ser vontade. Quando fazemos o que desejamos, não podemos honestamente dizer que fomos forçados a isso. Adão não ousou acusar a Deus por forçá-lo a pecar. Judas, que ouviu Cristo profetizar sobre a sua traição, não ousou acusar a Cristo pelo seu pecado, pois agiu livremente, ficando cheio de um insuportável sentimento de culpa.

3. Considerada em si mesma, a presciência de Deus não é a causa de nada. Até o homem, com seu pré-conhecimento limitado das coisas, não pode determinar o futuro delas. Eu posso até saber que se um bêbado entrar em um bar, ele ficará embriagado, mas o meu conhecimento deste fato não é o causador disso. O pré-conhecimento de Deus não tira a liberdade da vontade do homem.

4. Deus conhece de antemão todas as coisas porque elas irão ocorrer, mas elas não irão ocorrer porque Ele as conhece de antemão. Algumas coisas Deus determinou fazer por si mesmo, enquanto outras, Ele permitiu que Suas criaturas fizessem, retirando assim o seu poder restritor sobre elas. (Isso elimina Deus de qualquer cumplicidade ou autoria com relação ao pecado).

5. Deus não somente previu as ações dos homens, mas também a vontade dos homens. O conhecimento de Deus do homem não faz com que o homem seja menos homem. Embora Deus conheça os agentes livres, eles permanecem na posição de liberdade, não de compulsão. Em outras palavras, o conhecimento de Deus estabelece a liberdade do homem ao invés de destruí-la.

6. A fim de defender a liberdade da vontade do homem, não devemos negar a perfeição do conhecimento de Deus. Devemos esperar até aquele último dia para que possamos conciliar melhor estas duas verdades. Na verdade, Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos (Romanos 11: 33)! Devemos evitar o fatalismo por um lado, e o ateísmo do outro."

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Por que o Adventista Ivan Saraiva não é Calvinista?


COMENTÁRIOS SOBRE O SERMÃO “POR QUE NÃO SOU CALVINISTA?” DE IVAN SARAIVA
por Bruno dos Santos Queiroz.

         O objetivo deste artigo é fazer algumas breves pontuações sobre o sermão “Por que não sou calvinista?” pregado pelo pastor adventista Ivan Saraiva no programa “Está Escrito Adoração” (AQUI). É comum ouvir da seita Adventista (veja provas que essa igreja é uma seita AQUI) da qual o autor faz parte, que os apologistas cristãos não leem as fontes primárias do Adventismo e que por isso se limitam a atacar espantalhos. Mas os adventistas parecem nos acusar do erro que na verdade são eles mesmos que cometem. Sobre o vídeo se pode observar que Ivan Saraiva:

1.           Confunde calvinismo com fatalismo.

         A doutrina calvinista ensina que Deus determinou todas as coisas. Isso significa que Deus estabeleceu não somente o fim, mas também os meios pelo qual esse fim seria alcançando. Desse modo, por seu decreto, Deus estabeleceu uma rede concatenada de conexões causais de modo que para determinados fins são necessários determinados meios. É nesse sentido que a Bíblia fala de condicionais, como quando diz “se alguém invocar o nome do Senhor, esse será salvo”, ou “sem santificação ninguém verá o Senhor”.
“IV. A onipotência, a sabedoria inescrutável e a infinita bondade de Deus, de tal maneira se manifestam na sua providência, que esta se estende até a primeira queda e a todos os outros pecados dos anjos e dos homens, e isto não por uma mera permissão, mas por uma permissão tal que, para os seus próprios e santos desígnios, sábia e poderosamente os limita, e regula e governa em uma múltipla dispensação [...]” (CFW, cap 5).
A Confissão de Fé ainda explica, como um alerta, a concepção de previsão: “II. Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições. At. 15:18; Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-18.”
         Visto que Deus determinou também os meios, não haverá salvação para aqueles que não se conformarem aos padrões morais de Deus. Além disso, Deus determinou fazer uso das nossas orações para executar alguns dos seus propósitos. Assim, os calvinistas oram sabendo que Deus determinou cumprir algumas coisas em respostas as suas orações, e se esforçam para viver em santidade.
Diferente da doutrina calvinista, o fatalismo ensina que o Destino estabeleceu os fins independentes dos meios. Assim, não importa o que aconteça, o que está destinado a acontecer, acontecerá. Quando o pastor argumenta que: “Não importa nada se o indivíduo foi predestinado ele pode fazer o que quiser da vida dele que ele será salvo.” Ou quando questiona sobre “Por que orar se tudo está determinado?”, fica claro que a doutrina que Ivan Saraiva está refutando não é o calvinismo, mas sim o fatalismo.

2.           Confunde livre-arbítrio com liberdade.
         O pastor adventista, ao observar que Lutero e os calvinistas negam o livre-arbítrio do homem caído, conclui que isso significa a negação da liberdade humana.  E daí passa a entender que os calvinistas negam a responsabilidade humana e que ensinam que Deus coage e força as pessoas a fazerem Sua vontade. Mas não é verdade que calvinistas, ao negarem o livre-arbítrio do homem caído, negam com isso a liberdade de escolha do ser humano. 
         Ivan Saraiva define livre-arbítrio como um indivíduo que tem o árbitro de definir por si mesmo o que é certo ou errado e para definir o que fará da sua vida. Tal livre-arbítrio, para o referido pastor, é exercido independente do decreto de Deus. Ele observa que nem todos os detalhes podem estar predestinados e que precisa haver um espaço para que o homem exerça sua liberdade. Tal noção não é nem mesmo ortodoxa, e aproxima-se muito mais do teísmo aberto. O pastor chega a afirmar que Deus nos escolheu para ajudá-lo a governar!
         É evidente que os calvinistas rejeitam tal visão neoteísta herética de livre-arbítrio. Mas isso não significa que o calvinismo negue o livre-arbítrio e a liberdade de escolha segundo uma definição que não contrarie a soberania divina. De uma maneira didática e dentro de uma perspectiva agostiniana,poderíamos definir livre-arbítrio como o poder de escolher tanto o bem, quanto o mal. Nesse sentido, Adão tinha livre-arbítrio, pois ele tinha poder tanto de obedecer a Deus quanto de desobedecê-Lo. No entanto, seu querer foi o mal. Quando a Queda aconteceu, a humanidade perdeu o poder de fazer o bem espiritual (assim o homem não tem mais livre-arbítrio), mas permaneceu livremente e voluntariamente querendo o mal. Isso significa que quando alguém peca, ele está simplesmente fazendo o que quer, ainda que não possa, por si mesmo, fazer o contrário.
         Os calvinistas não negam, portanto, que os homens sejam moralmente responsáveis. Afirmam tanto que Deus decreta o pecado, mas de uma forma tal que Ele não é o Autor do pecado, quanto que o homem escolhe livremente pecar, e por isso é moralmente responsável pelos seus atos. Afirmam também que Deus não coage, nem viola a vontade humana. Os calvinistas simplesmente ensinam que para que o homem se volte para Deus, Ele precisa ter seu coração mudado, pois no estado natural ninguém jamais escolheria a Deus. Mas o homem regenerado não é coagido a se voltar para Cristo, ele faz isso livre e voluntariamente segundo sua nova natureza.
Considerando que os Símbolos de Westminster, representa o pensamento teológico da fé Reformada, pode dizer categoricamente que qualquer que diz ser presbiteriano e faz uma afirmação, no sentido de Deus ser autor do pecado, automaticamente, virtualmente, ele não pode ser presbiteriano – confessional. Perceba o que é confessado pela crença presbiteriana:

“I. Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas. Isa. 45:6-7; Rom. 11:33; Heb. 6:17; Sal.5:4; Tiago 1:13-17; I João 1:5; Mat. 17:2; João 19:11; At.2:23; At. 4:27-28 e 27:23, 24, 34.”

“IV. A onipotência, a sabedoria inescrutável e a infinita bondade de Deus, de tal maneira se manifestam na sua providência, que esta se estende até a primeira queda e a todos os outros pecados dos anjos e dos homens, e isto não por uma mera permissão, mas por uma permissão tal que, para os seus próprios e santos desígnios, sábia e poderosamente os limita, e regula e governa em uma múltipla dispensação mas essa permissão é tal, que a pecaminosidade dessas transgressões procede tão somente da criatura e não de Deus, que, sendo santíssimo e justíssimo, não pode ser o autor do pecado nem pode aprová-lo. Isa. 45:7; Rom. 11:32-34; At. 4:27-28; Sal. 76:10; II Reis 19:28; At.14:16; Gen. 50:20; Isa. 10:12; I João 2:16; Sal. 50:21; Tiago 1:17.”

Sobre isso Louis Berkhof diz:

“outras coisas que Deus inclui no Seu decreto e pelo qual tonou certas, mas que não decidiu efetuar pessoalmente, como os atos pecaminosos das Suas criaturas racionais. O decreto, no que se refere a estes atos, é geralmente denominado decreto permissivo. Este nome não implica que o futuro destes atos não é certo para Deus, mas simplesmente que Ele permite que aconteçam pela livre ação das Suas criaturas racionais. Deus não assume a responsabilidade por estes atos, sejam quais forem.” (Teologia Sistemática, p. 97).

O mesmo autor explica que nesse caso Deus determina ‘não impedir a autodeterminação pecaminosa finita e regula o resultado dessa autodeterminação pecaminosa’ (p. 99).

A. A. Hodge afirma: “Deve lembrar-se, contudo, que o propósito de Deus com respeito aos atos pecaminosos dos homens e anjos répobros, em nenhum aspecto causa o mal nem o aprova, mas apenas permite que o agente mau o realize, e então o administra para seus próprios sapientíssimos e santíssimos fins.” (A Confissão de Fé comentada, p. 98).

O pecado nasceu do livre-arbítrio do diabo, de Adão e Eva. Embora Deus o tenha definido, foram os tais agentes livres, sem influencias naturais internas, em seu exercício racional, decidiram desobedecer a Deus, e Este, impultou neles a maldição e corrupção, prometida em Sua sentença.

Sobre isso, a CFW diz:

 “I. Nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia e tentação de Satanás, pecaram, comendo do fruto proibido. Segundo o seu sábio e santo conselho, foi Deus servido permitir este pecado deles, havendo determinado ordená-lo para a sua própria glória. Gen. 3:13; II Cor. 11:3; Rom. 11:32 e 5:20-21.” (Cap. 6).

“CAPÍTULO IX - DO LIVRE ARBITRIO:  I. Deus dotou a vontade do homem de tal liberdade, que ele nem é forçado para o bem ou para o mal, nem a isso é determinado por qualquer necessidade absoluta da sua natureza. Tiago 1:14; Deut. 30:19; João 5:40; Mat. 17:12; At.7:51; Tiago 4:7. II. O homem, em seu estado de inocência, tinha a liberdade e o poder de querer e fazer aquilo que é bom e agradável a Deus, mas mudavelmente, de sorte que pudesse decair dessa liberdade e poder. Ec. 7:29; Col. 3: 10; Gen. 1:26 e 2:16-17 e 3:6. III. O homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu pr6prio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso. Rom. 5:6 e 8:7-8; João 15:5; Rom. 3:9-10, 12, 23; Ef.2:1, 5; Col. 2:13; João 6:44, 65; I Cor. 2:14; Tito 3:3-5.”

Como ficou o mundo desde então?

“28. Quais são as punições do pecado neste mundo? As punições do pecado neste mundo são: ou interiores, como cegueira do entendimento, sentimentos depravados, fortes ilusões, dureza de coração, remorso na consciência e afetos baixos; ou exteriores como a maldição de Deus sobre as criaturas por nossa causa e todos os outros males que caem sobre nós em nossos corpos, nossos bens, relações e empregos - juntamente com a morte. Ef. 4:18; Rom, 1:28; 11 Tess. 2:11; Rom. 2:5; Isa. 33:14; Rom. 1:26; Gen. 3:17; Deut. 28:15; Rom. 6:21, 23.” (Catecismo Maior de Westminster).

Não é possível saber o por quê, o ilustre Ivan Saraiva, omitiu o pensamento calvinista confessional em sua palestra.

3.           Ensina a salvação por uma decisão humana
         
O vídeo termina com o chamado a uma “decisão” que definirá o destino eterno da pessoa. No final, o ponto decisivo não é a obra de Deus, pois esse predestinou a todos, nem a obra de Cristo, pois esse morreu por todos, mas a obra humana de determinar seu destino e de confirmar esse destino dia a dia permanecendo nele. Ivan Saraiva faz o destino final das pessoas depender totalmente de uma “decisão” humana. Se uma pessoa pode decidir não resistir à graça e se é essa obra de não resistir à graça que ultimamente definirá seu destino final, a salvação não é pela graça Soberana dada e assegurada, mas por uma decisão.
         
A Escritura, por outro lado, fala de “eleitos”. Se Deus escolhesse a todos, na verdade ele não teria feito escolha alguma, pois “escolher” implica selecionar alguns dentre o todo (Ef 1; Rm 9). A Bíblia fala não só de vasos de misericórdia predestinados para a salvação, como também de vasos de ira preparados para a perdição. Há na Bíblia, eleitos e réprobos, ovelhas e cabritos, piedosos e ímpios. Nem todos são eleitos de Deus.
         Além disso, a Palavra de Deus diz que a morte de Cristo perdoa efetivamente os pecados, o que significa que ela traz eficaz redenção (Is 53). Se isso é assim, nosso Senhor garante a salvação de todos aqueles por quem Ele morreu, e, portanto, temos que concluir que Jesus não morreu pelos que vão se perder (Jo 10).
         No fim, não se pode pensar em um coração regenerado que possa resistir à graça. Seria como esperar que um sedento em meio ao deserto recusasse a oferta de um copo de água. Desse modo, se admitimos o ensino da Escritura sobre a salvação, temos de assumir que a graça salvífica é, em última instância, irresistível.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
         Como pudemos ver, Ivan Saraiva não sabe muita coisa sobre o que Calvinismo realmente ensina.  Ele confunde a doutrina agostiniana com fatalismo, propõe um conceito herético de livre-arbítrio e faz toda a salvação depender de uma obra humana. A doutrina reformada, por outro lado, afirma a soberania de Deus na salvação, sem precisar negar com isso a liberdade humana conforme definida biblicamente.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Augustus Nicodemus, Ezequiel Gomes e a Alma

Deixarei vídeo sobre certeza ou não da salvação e vamos para algo mais relacionado a respeito de um assunto muito palpitante para o Adventismo, a saber; a imortalidade da alma (AQUI). 

Gomes faz menção de vários textos bíblicos para destacar que Nicodemus deu a entender que o Adventismo se baseia apenas em Eclesiastes 9. Mas aí Gomes faz a mesma coisa quando diz que a maior prova de Nicodemus seria apenas a parábola do Rico e Lázaro. Muito interessante, isso não? Essa refutação de Gomes é uma critica feita a si mesmo, portanto.

A interpretação de Ellen White, citada por Nicodemus é de rir até contorcer no chão. Gomes que se porta como um interprete poderia se indignar como um estupro bíblico desse. Veja se você encontra isso em Gênesis:

“[...] a declaração da serpente a Eva, no Éden – “certamente não morrereis” – foi o primeiro sermão pregado acerca da imortalidade da alma. Todavia, esta assertiva, repousando apenas na autoridade de Satanás, ecoa dos púlpitos da cristandade, e é recebida pela maior parte da humanidade tão facilmente como o foi a nossos primeiros pais.” (O Grande Conflito, p. 539).

Quando lemos os escritos de White, percebemos que seu grande problema em relação a esse assunto foi, ao rejeitar o espiritismo, ela foi ao extremo de rejeitar a imortalidade da alma, que obviamente seria um pressuposto (deturpado) do estado dos mortos, isto é – que seria possível a comunicação com os mesmos (Primeiros Escritos, p. 262).

E, claro, tudo que ela escreveu o Adventismo precisa prescrever, investiram forças para atacar essa doutrina. Talvez apenas o Dia do Senhor, o Domingo, seja tão caluniado pela teologia Adventista quanto o ensino de imortalidade da alma. Avaliemos isso que Ellen White disse:

1)    O tema não tinha nada em mira a respeito do que poderia acontecer na morte. O mandamento do SENHOR foi simples e objetivo – não coma da árvore, pois se comer vai morrer (Gn 2.17). 2)    Não houve nenhum sermão tendo uma promessa de imortalidade da alma como recompensa, mas que eles não morreriam (Gn 3.4)! O diabo não disse a Eva – ‘não se preocupe com a morte, sua alma é imortal mesmo, ela continuará viva após a morte’. Não, não houve nada nessa direção. 3)    O assunto tinha como o início a morte espiritual e seguiu a morte física. Note que Deus disse que no dia que eles comessem, morreriam, e o que temos “NO DIA” foi que tiveram um desastre espiritual. Ficaram com vergonha, esconderam-se do SENHOR, fugiram de Sua presença, foram amaldiçoados e expulsos do Jardim (Gn 3.7-19). 4)    Se a imortalidade da alma fosse o foco, apenas após a morte ficaria provado que o diabo estava mentindo! Sim, se promessa do diabo fosse a imortalidade da alma, como uma promessa falsa, então toda a situação que se desenrolou não seria evidência alguma que ele estava enganando, pois apenas após a morte é que se daria ou não o que foi dito. O que nenhum poderia verificar ali e voltar para avisar ao outro que o diabo mentiu!

Ellen White rejeitou o ensino bíblico da imortalidade da alma e o Adventismo vai obedecer, e seguir o rastro de qualquer evidencia e vai usar sua erudição nessa direção. Daí Gomes nos dá uma pérola maravilhosa, que nossa crença é a mesma do espiritismo! Ele tenta lançar fumaça entre o calvinismo e seu debate sobre a predestinação, e olha como o espiritismo e mais justo! Mas que coisa linda essa defesa de Gomes..., vamos lá, seguindo essa apologética comparativa sem sintonia, posso então dizer que o espiritismo também acha que não é justo uma pessoa pagar o pecado de outra – nos parece justo isso, não? – nem nós de Adão nem Cristo de nós!?! Ah, Sr Gomes, pífio isso...

Resposta sobre a mortalidade e imortalidade da alma: É muito fácil tratar desse assunto de forma lógica e claramente bíblica. Deixa eu explicar para os que possuem a Bíblia como autoridade –

1. A definição linguística, para palavra alma, tem uma carga semântica alta, e com o tempo, e dentro do período bíblico, foram acoplados novos conceitos ao termo. Assim, quando lemos um dicionário há uma gama de variedade de sentidos que o contexto onde é citado que deve determinar qual o uso pretendido - (Gomes sabe disso, como pode ser visto em um debate). Alma significa pessoa, vida, eu intimo, vida animal, é dito que Deus tem alma, sangue, a até aqui o adventismo aceita e malha em textos que denotam tais facetas do termo alma (quer em hebraico, quer em grego). Porém, os mesmo dicionários reconhecem que o uso desse termo TAMBÉM, abrange uma parte imaterial (Dicionário Vine, p 34,35; 388,389). Daí o Adventismo não faz o processo de soma para uma conclusão, mas de divisão e camisa de força.

2. O Adventismo, tal como faz com a doutrina de 1844, da reforma da saúde, e do sábado, não considera o peso do NT a respeito do assunto, não caminha com a revelação progressiva, a acaba tirando conclusões erradas para a fé cristã, além de interpretar erroneamente o VT, desde de seu contexto, e sem a luz do NT. Esse é de fato um prejuízo profundo para o adventismo, que teve que ficar nas pisadas de Ellen White.

3. Um tormento momentâneo. O adventismo, porém, ensina que haverá graus e tempo de tormento em por algum tempo, à medida dos pecados praticados. Um famoso apresentador da Novo Tempo, chegou a dizer que alguns vão passar 100, 200, até 1000 anos sendo atormentados. Assim, a questão que incomodou Ellen White foi apenas a eternidade, não o tormento em si:

Os que, porém, não alcançaram o perdão, mediante o arrependimento e a fé, devem receber a pena da transgressão: "o salário do pecado". Sofrem castigo, que varia em duração e intensidade, "segundo suas obras", mas que finalmente termina com a segunda morte.” (O Grande Conflito, p. 544)

4. Temos textos bíblicos que demonstram claramente a imortalidade da alma, bem como a subentende necessariamente.    A pressuposição da imortalidade da alma, especialmente revelada no Novo Testamento, é um prova que tal ensino não foi originado pelo diabo. Ao contrário, o Espírito Santo disse isso na Escritura, deixemos que Ele fale. Note o que ele ensina e que vai na contra mão do que o adventismo ensina, pois destaca ‘castigo’ por toda a eternidade:

“E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes." Mt 13.50.

"E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes." Mt 8.12.

"E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes." Mt 13.42.

"Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. "Mt 25.3.

"Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os profetas no reino de Deus, e vós lançados fora." Lc 13.28.

"E separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes." Mt 24.51.

"Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes." Mat 22.13.

"Pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento." Lc 16.28.

"Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado." Lc 16.25.

“E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” Lucas 23.43

“[...] tenho do desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é muito melhor.” (Fl 1.23)

“aos espíritos dos justos aperfeiçoados.” (Hb 12.23)

"Vemos, portanto, que o Senhor sabe livrar os piedosos da provação e manter em castigo os ímpios para o dia do juízo" - 2 Pedro 2.9.  

“[...] vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos [...]” Ap 6.9

"E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome." Ap 14.11. 

“[...] e vi as almas daqueles que foram degolados [...]” Ap 20.4

"E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre." Ap 20.10