quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

ADVENTISMO E ARIANISMO

Eram os adventistas arianos?

Os adventistas do sétimo dia, que referem-se a si mesmos como igreja verdadeira, confessam crer na doutrina da Trindade. E isto é uma verdade atual. O que boa parte dos adventistas não sabe é que nem sempre foi assim. Na maior parte de sua história, o adventismo foi anti-trinitariano. E hoje existe um movimento crescente na IASD para que a mesma retorne à crença de seus pioneiros.

A editora oficial adventista admite estes fatos na sinopse do livro A Trindade: "A doutrina da Trindade faz parte das crenças fundamentais dos adventistas do sétimo dia. Mas uma crescente minoria tem defendido a volta à posição antitrinitariana de muitos pioneiros. Em resposta a esse desafio, os autores dessa obra, cada um especialista em sua área, analisam o tema sob vários ângulos". Quem eram esses pioneiros antitrinitarianos e quando a posição adventista mudou oficialmente?
Se alguém dissesse "todos os pioneiros" não erraria muito. A começar com o marido de Ellen White, que classificava a doutrina da Trindade como fábula papista e dizia que ela degradava a redenção. Morreu antitrinitariano. Outros expoentes do adventismo nascente que foram ferozes combatentes da Trindade são J.N. Lougborough, J.B.Frisbie, J.N. Andrews (líder da IASD, criador de seus estatutos), D.W.Hull, R.F.Cottrell e Willie White, filho de Ellen White.
E quanto à própria Ellen White? A posição dela é bastante ambígua. Enquanto seja fato que ela nunca se referiu à doutrina da Trindade como sendo de procedência diabólica, como fez Cotrell, é igualmente fato que ela nunca utilizou a expressão Trindade em seus escritos. Além disso, é impossível que ela não tivesse conhecimento das heresias de seu marido e de seu filho, e se não as reprovou jamais, como fez com o panteísmo de Kellogs, por exemplo, é porque concordava com eles.
Mas se os pioneiros adventistas eram antitrinitarianos militantes, quando sua posição mudou? Sabemos que até 1912, três anos antes da morte de Ellen White, a IASD eram oficialmente não trinitariana. Foi somente depois da morte de Willie White que o adventismo começou sua guinada para o trinitarianismo, isso porque queria deixar de ser considerada uma seita e ser reconhecida como igreja evangélica. Mas foi somente em 1980, na Conferência Geral de Dallas que a IASD passou a ser oficalmente trinitariana, conforme nos informa o historiador adventista Gerhard Pfandl.
Diante da impossibilidade de negar o antitrinitarianismo de seus pioneiros, adventistas mais esclarecidos justificam-se dizendo que a culpa é dos congregacionalistas unitarianos anti-calvinistas e dos arminianos do livre-arbítrio da chamada Conexão Cristã, que tinham em comum, além da oposição às doutrinas da graça dos calvinistas, a repulsa pela doutrina da Trindade. Assim, dizem eles, o adventismo "pegou" seu arianismo por osmose na maternidade, pois nasceu no mesmo lugar onde germinava o antitrinitarianismo.

A verdade, porém, é que nem todos os que fizeram parte do movimento milerista eram antitrinitarianos. Havia muitos batistas trinitarianos, o próprio Guilherme Miller publicou uma declaração de fé na qual declarava crer na Trindade, mas quando o movimento adventista sabatista tomou corpo próprio, todos os seus escritores eram antitrinitarianos. E quando a IASD percebeu que, enquanto antitrinitariana suas pretenções de ser reconhecida como igreja evangélica tinham chance zero, esperou os pioneiros morrerem para, aos poucos, se tornar trinitariana.
Em resumo, os adventistas desculpam-se pela sua heresia dizendo que foi contaminada pelos unitaristas que se juntaram a ela e aparentemente era uma doença incurável, da qual só puderam se ver livres com a morte de seus fundadores. E nisso tudo ainda conseguem enxergar a mão de Deus guiando o "remanescente fiel" à verdade. Mas os farrapos da desculpa logo se revelam quando analisamos um outro movimento, que também foi ameaçado pela mesma praga, mas que agiu de maneira diferente: o movimento pentecostal.
Como todo o movimento nascente, o pentecostalismo atraiu gente de toda parte e de todo jeito, assim muitos unitarianos se juntaram ao movimento. Mas logo que eles começaram a se manifestar, negando a Trindade e (re)batizando apenas em nome de Jesus, a reação da liderança pentecostal foi firme e imediata. Reuniu-se num Concílio Geral e escreveu um credo em que a doutrina da Trindade era colocada de forma explícita, não deixando outra alternativa aos antinitrinitarianos, senão abandonar sua heresia ou sair do movimento, o que de fato fizeram, todos de uma vez.
O que caracteriza a mão de Deus guiando o povo à verdade é a defesa firme da fé uma vez entregue aos santos, e não o deixar tempo passar esperando que com a morte do doente, morra também a doença. A história da Igreja é marcada por controvérsias teológicas, com o erro teimando em se infiltrar, mas com a verdade sendo defendida bravamente até ao sangue pelos fiéis, e não com tolerância e esperança de que a heresia morra de velhice com o herege. Prova de que isso não funciona é que "uma minoria crescente" dentre os adventistas se esforça para que a IASD retroceda à fé dos pioneiros. O que acontece com uma minoria crescente que continua a crescer?
Comecei esta série de artigos perguntando "Eram os adventistas arianos?", mas nos dois artigos que a este precederam referi-me apenas ao antitrinitarianismo dos pioneiros, o que não é muito coerente com o título da série. Pois a heresia de Ário tem a ver com a pessoa de Cristo, e não diretamente com a Trindade. Mas foi o antitrinitarianimos dos primeiros adventistas que os levou ao arianismo (ou semi-arianismo como preferem os historiadores adventistas), pois uma vez que se nega a Trindade, só resta negar a divindade de Cristo (como os TJ o fazem) ou afirmar que Jesus é o mesmo que o Pai, como os heréticos da Voz da Verdade ensinam.
No presente artigo, vamos centrar nossa atenção no que os fundadores do adventismo sabatista ensinavam sobre a pessoa de Cristo. E nos seguintes abordaremos a questão que envolve Miguel e Jesus e, para terminar a série, a visão que os adventistas tinham do Espírito Santo. Como pretendo textos curtos, não poderei aprofundar as questões tratadas, mas nada impede que uma discussão mais ampla seja feita nos comentários. Isto posto, vamos ao tema de hoje.
A doutrina dos pioneiros adventistas sobre a pessoa de Cristo é bastante variada, mas em todas as suas expressões se enquadram no que historicamente a ortodoxia classifica como heresia. J. N. Andrews faz referência à "velha e absurda doutrina trinitariana na qual diz que Jesus é verdadeiramente o Deus eterno" e D.W.Hull acrescenta que "a inconsistente posição mantida em relação a Trindade, sem dúvida é a causa de muitos outros erros. Errôneos pontos de vista da divindade de Cristo, levam a erros quanto a expiação. Vendo a expiação num quadro arbitrário, (e todos devem acreditar assim, os que acreditam que Jesus é Deus eterno) levam a conclusões arbitrárias a uma ou duas classes de pessoas: Os que creem na predestinação e universalismo". E depois de defender Ário, acrescenta "Aqui encontramos uma pergunta que é frequentemente feita: Você acredita na divindade de Cristo? Inquestionavelmente, a maioria de nós acredita. Mas nós não acreditamos como a igreja M. E. que ensina, que Cristo é verdadeiramente o Deus eterno, e ao mesmo tempo homem...".
E Ellen White? Ele reconhecia a igualdade entre Jesus e Deus. Mas em seus primeiros escritos dizia que essa igualdade foi atribuída num determinado momento. Eis suas palavras: “O grande Criador convocou os exércitos celestiais para, na presença de todos os anjos, conferir honra especial a Seu Filho. O Filho estava assentado no trono com o Pai, e a multidão celestial de santos anjos reunida ao redor. O Pai então fez saber que, por Sua própria decisão, Cristo, Seu Filho, devia ser considerado igual a Ele, assim que em qualquer lugar que estivesse presente Seu Filho, isto valeria pela Sua própria presença. A palavra do Filho devia ser obedecida tão prontamente como a palavra do Pai. Seu Filho foi por Ele investido com autoridade para comandar os exércitos celestiais". Noutra ocasião ela escrevera “Deus é o Pai de Cristo; Cristo é o Filho de Deus. A Cristo foi atribuída uma posição exaltada. Foi feito igual ao Pai. Cristo participa de todos os desígnios de Deus”.
O arianismo dos pioneiros é admitido pela principal publicação adventista, a Adventist Review de 5 de janeiro de 1994: "As doutrinas Adventistas mudam com o passar dos anos no impacto da "verdade presente". Os mais fascinantes são os ensinamentos relativos a Jesus Cristo, nosso Salvador e Senhor. Muitos dos pioneiros, inclusive James White, J. N. Andrews, Urias Smith e Waggoner tinham um entendimento Ariano ou semi-Ariano - isto é, que o Filho a certo ponto do tempo antes de criação do nosso mundo foi gerado pelo Pai. Da mesma forma o entendimento Trinitariano de Deus, agora parte das nossas crenças fundamentais, não era aceita pelos primeiros Adventistas".

Fonte: http://cincosolas.blogspot.com/

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O TEXTO ORIGINAL DO NT E A FÉ REFORMADA

Um assunto delicado é questão de qual texto original do NT deveria receber a credibilidade dos cristãos. Lembro-me de ter ouvido pessoalmente de um defensor do Textus Receptus (e Almeida Fiel) que ‘a NVI é uma tradução do diabo’.

Por vários anos estudei isso com interesse, e como Presbiteriano me preocupou se de alguma maneira a Fé Reformada poderia está em jogo nesse assunto ou não. Em uma das inúmeras notas de Hermisten Maia, na edição das Institutas de Calvino recentemente lançada pela Cultura Cristã, ele cita I Tm 3.16 como sendo um texto prova para a divindade de Cristo na perspectiva de João Calvino. Curiosamente o versículo na NVI tem ‘Deus se manifestou em carne’, da mesma maneira que a Almeida Fiel. Mas nossa Almeida Atualizada verte conforme o ‘Texto Critico’, ‘Aquele que se manifestou em carne’.

O fato de ser um texto importante para Calvino provar a divindade de Cristo é importante mas não determinate. Afinal, é a CFW o Símbolo de fé presbiteriano e não Calvino. Porém, isso poderia revelar algo. A disposição dos Reformadores quanto ao texto.

Mas o que a CFW tem com o texto original do NT (e do VT)? Bem, invoco aqui o Dr Anglada para expressar uma opinião do assunto em questão: “A doutrina da preservação das Escrituras professa que Deus preservou cuidadosamente, no decorrer dos séculos, o texto bíblico que ele revelou e inspirou, a fim de assegurar sua disponibilidade às gerações subseqüentes. Essa doutrina é explicitamente ensinada na Confissão de Fé de Westminster, onde se lê: “[...] o Novo Testamento em Grego [...] sendo inspirados imediatamente por Deus e, pelo seu singular cuidado e providência, conservados puros em todos os séculos são por isso autênticos ...”(Cap. 1.8)” (Introdução à Hermenêutica Reformada, p 154,155 [compre esse livro aqui ])

O Dr Anglada diz: “Existem evidencias históricas de que Deus realmente preservou o Novo Testamento? Da perspectiva do texto majoritário, a resposta é sim. As evidencias podem ser percebidas na história dos manuscritos, na história do texto impresso e na qualidade do texto.” (página 158).

Felizmente a Cultura Cristã lançou recentemente uma tradução interlinear de Z. C. Hodges do texto majoritário. Mas é de difícil manuseio e caro, pois visa mais uma ferramenta de pesquisa do que uma Bíblia para uso diário. O texto Receptus é bem semelhante ao majoritário, mas hoje não são mais aceitos como sinônimos. A Almeida Fiel pode corresponder ao texto majoritário na sua maioria. (Uma grande contradição entre o Receptus e o Majoritário é I Jo 5.7, pois o Receptus traz palavras que não tem apoio nem na maioria nem nos mais antigos!)

Oremos para que alguém no Brasil possa produzir pelo menos um Novo Testamento acessível com base no texto majoritário.

domingo, 26 de dezembro de 2010

LEANDRO QUADROS CRIOU CORAGEM E FALOU DE WALTER REA!

AMais uma vez o senhor apologista adventista Leandro Quadros, posta mais uma daquelas defesas melancólicas. ‘Coitadismo’ e síndrome de perseguição são marcas dele.

As postagens visam responder ao que Walter Rea publicou no livro A mentira Branca. Leandro Quadros é paliativo sai dizendo que Rea plagiou o que Dudley Marvin Canrigh escreveu anteriormente sobre Ellen White. Isso parece que serve de alguma coisa, mas apenas para os apaixonados seguidores de Ellen White serviria uma defesa dessa.

Quando é que Rea teria dito que seu livro foi revelado por Deus?

O objetivo de Quadros em dizer aquilo é um esforço de deslocar o óbvio. Mais nada. Mas  pela causa da verdade, se Rea tivesse plagiado o seu livro, apenas provaria que ele plagiou, e Ellen White continuaria  uma mentirosa. “José acusou e provou Antônio de roubo, mas ele antes disso roubou o Joaquim!” Que defesa senhor Leandro mais inútil...

Quadros disse de Rea: “Ao usar as mesmas acusações de Canright, Walter Rea foi deselegante, irreverente e cínico. Não usou do espírito cristão ao abordar o assunto, evidenciando assim sua má fé e falta de interesse em saber a verdade.”

FALTA DE INTERESSE DE SABER A VERDADE??? Vou correr o risco aqui, mas duvido que Quadros tenha lido o livro de Rea...

Ele disse que eles deveriam agir de maneira submissa. É engraçado mesmo, por que as pessoas que deixam as igrejas e vão para a Seita Adventista não agem assim ao de serem idólatra de Ellen White? Eu insisto em que os adventistas adquiram o livro de Rea. Ou mesmo o de Dirk Anderson, A Nuvem Branca.

Eles têm razão em tudo? Claro que não! (Somente os idólatras adventistas pensam isso de Ellen White). Mas o que Anderson e Rea publicaram sobre Ellen White é suficiente para desbancar essa senhora da Cátedra Papal Adventista.

O argumento subsequente de Quadros é a rejeição da Inerrância bíblica para justificar Ellen White. Esse subterfúgio diabólico é feito para salvar Ellen White. Triste, mas o diabo tem usado essas pessoas para blasfemarem a Bíblia. Depois uns pastores desavisados acham que esse grupo é cristão.

Na segunda resposta, Quadros lembra que a Igreja Adventista já publicou uma resposta. Isso não resolve nada quando a resposta é lida junto ao livro de Rea ou de Anderson.

Mais cômico é quando ele escreveu isso:Outros livros já publicados também são ignorados pelos críticos. Um deles é o Ellen G. White and Her Critics (Ellen G. White e Seus Críticos), de Francis D. Nichol. Foi publicado em 1951 e até hoje não vi um crítico fazer sequer menção a este material, quanto mais tentar “refutá-lo”!

Francis Nichol, que segundo Quadros respondeu a Canright, é citado em A Mentira Branca. Leandro Quadros não deve ser levado a sério isso que disse. Por isso repito, ele não leu A Mentira Branca. Está falando sem propriedade, ou, omitindo muito para salvar Ellen White.

Convido ao Adventista a providenciar ambos. E faça uma comparação. Qualquer um verá que em alguma coisa Rea pode ter exagerado, mas são poucas, e definitivamente, Ellen White está desmascarada.

Leandro Quadros na verdade não cita parte alguma do livro de Rea, e quer falar o quê da obra?

Leandro Quadros escreveu aquela postagem sem profundidade e pesquisa alguma, da mesma maneira que eu escrevi essa postagem. Desmascarar Ellen White sempre foi uma tarefa fácil, mas não achei que Leandro Quadros teria um nível tão fraco. Já postei vários assuntos aqui no blog sobre Leandro Quadros, Adventismo e Ellen White. 

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Evangelizando as Testemunhas de Jeová - Parte 3 B

Se Jesus não é Deus ‘com e como’ o Pai, sendo apenas o melhor anjo, como ele pode dizer para honrá-lo COMO honramos o Pai ?

Veja João 5.23. Esse versículo deve ser explorado mais. Dificilmente uma Testemunha de Jeová conseguirá prosseguir com um raciocínio nesse texto. A ordem de Cristo nesse versículo é frontal ao que a teologia TJ propaga. Imagine um anjo pedindo honrarias que devem ser dadas ao Deus Todo-Poderoso !? Já não seria mais anjo e sim um demônio. O contexto ainda é mais problemático. Veja com a Testemunha o versículo 17 onde o Senhor mostra capacidade igual a do Pai. E o que o versículo 18 revela sobre a Divindade de Cristo é esmagador.

Por mais esforço que um TJ faça, no fundo, ele notará que alguma coisa não está como ela pensa. Sobre o versículo 18 o TJ provavelmente dirá que ‘foram os Judeus que tiraram essa conclusão’. Leia novamente os versículos 16,17 e 19 para esclarecer que a conclusão, de quem quer que seja, foi advinda daquilo que Jesus ‘fez e ensinou’, além de não negar a conclusão. O que ele mostrou no versículo 19 foi que sua ‘igualdade com o Pai’ não era em rivalidade.

Outro ensino bíblico que é negado pelos lideres TJ é a ressurreição corporal de Cristo. Eles negam por causa de duas doutrinas que possuem. A que desde 1914 Jesus voltou e está presente invisivelmente ( mais adiante falaremos dessa doutrina) e que desde 1918 começou a ‘ressurreição celestial’. Como isso não foi nada visível a nós, então é melhor ensinar que o corpo de Cristo não foi ressuscitado, por isso não pode ser visto, e os outros também ao serem ressuscitados em 1918, não podem ser vistos. Pergunte:

Se Jesus não ressuscitou com o mesmo corpo que morreu, como explicar João 2.19,20?

Um subterfúgio constante que as Testemunhas recorrem é usar outros versículos bíblicos que estariam sustentando a afirmação dos seus Líderes, para fazer uma camisa de força textual com os textos que seriam problemáticos para seus ensinos. Então ao citar João 2.19,20 provavelmente o TJ citará a passagem onde diz que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus. ( ICor 15.50) Concentre-se no que Jesus afirmou. Essa passagem (Jo 2.19,20) gera dificuldades tremendas para os adeptos dos ensinos da Torre de Vigia. Peça ao TJ que explique esse versículo de forma que ele possa ver que o ensino de Jesus é muito claro. ‘Ele dizia de seu corpo’.

Quanto ao que poderá citar sobre carne e sangue não ver o Reino de Deus, não recue de explicá-lo depois de ele ter visto corretamente o texto de João. Ensine ao TJ que os cristãos nunca negaram a glorificação do corpo após a ressurreição. É aquilo que os teólogos dizem a respeito da natureza do novo corpo. Tanto ‘continuidade como descontinuidade’ (A Bíblia e o Futuro, Antony Hoekema. Editora Cultura Cristã). Entendemos I Co 15.50 exatamente como está escrito. O que estamos dizendo é como Jesus ressuscitou.

Certamente essa negação da ressurreição corporal de Cristo é uma das mentiras que Satanás inculcou na mente das ‘Testemunhas da Torre de Vigia’. Por isso, acrescente mais essa pergunta:

Segundo os Líderes das Testemunhas de Jeová, ‘se Jesus ressurgisse com o corpo que morreu, Ele estaria pegando o valor pago do resgate “de volta”. Mas não foi exatamente isso que Cristo disse em João 10.17 e 18?

Os mentores doutrinários das Testemunhas de Jeová apresentam essa ‘justificativa’ para rejeitar a ressurreição física do senhor Jesus. Pondere com o TJ que está evangelizando que o tal raciocínio está errado. A Almeida Fiel verte assim: “... dou a minha vida para tornar a tomá-la...”. Mas o que teologicamente está errado naquele raciocínio Torrecrático?

Primeiro, a ressurreição corporal de Cristo é a vitória dele sobre a morte. Segundo, que todo o testemunho bíblico é muito claro nesta questão. Terceiro e determinante, o resgate não está na decomposição do corpo de Cristo, e sim na Sua morte redentora. Você precisa dar uma atenção especial nessa doutrina. Segundo a bíblia é a crença na ressurreição de Cristo que nos conduzirá para salvação (Rom 10.9). Se com preocupação, demonstrar isso ao TJ, estará indicado a ele o erro eterno daquele ensino falso.

Informações Adicionais: É ainda um tema de debate a exata composição do corpo da ressurreição tanto de Jesus como dos santos glorificados. Teólogos Cristãos reconhecem isso. Em sua obra teológica Wayne Grudem traz ricas discussões desse tema importantíssimo.

A dificuldade em ter um pleno domínio desse assunto, não deve levar-nos a outro extremo, a distorções daquilo que está claro, para responder indagações de nossas concepções atuais. Interessante que Berkof em sua Teologia Sistemática tem concepções diferentes de W. Grudem no que diz respeito a passagens que relatam a dificuldade de reconhecimento do Senhor, por parte dos discípulos nos Evangelhos. Mas nenhum deles parte do pressuposto de negar a ressurreição corporal de Cristo.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

CONCLUSÕES SOBRE A DOUTRINA TRINITARIANA

TeO irmão Cláudio, do Blog Aprendei, terminou sua exposição sobre a doutrina Trinitariana. 

 

Sem dúvida é a melhor exposição em nossa língua.


Se você não leu, não perca tempo! Veja a conclusão:


 

CONCLUSÕES SOBRE A DOUTRINA TRINITARIANA


"Prezado leitor, depois de atentar para este estudo, você compreendeu agora o que é a Santíssima Trindade, ou seja, o Deus triúno? Não? Não tem problema. Nós também não, e ninguém jamais vai compreender, pois Deus é insondável. O que devemos compreender é a doutrina trinitariana. Então, no desejo de que nosso estudos sobre a Santíssima Trindade edifiquem a sua vida, neste momento enfatizamos a nossa principal preocupação, mas, em forma de questionamento: “Você compreende o sentido da doutrina da Santíssima Trindade?”


A doutrina trinitariana nem sempre apresenta conceitos fáceis de assimilar, mas ela é bíblica e Deus, na Pessoa do Espírito Santo, pode nos auxiliar a que cheguemos ao conhecimento de toda a verdade (cf. Jo 16:13). Se você não compreendeu ou não concorda com ela, no mínimo, humildemente, deve agradecer e adorar a Deus pelo que Ele é, pois se Ele não fosse tri-pessoal, estaríamos perdidos, condenados a “passar” a eternidade distantes Dele. Contudo, mesmo que não compreendamos a Trindade completamente, a doutrina trinitariana deve ser não apenas compreendida, como também defendida e propagada, já que é a base doutrinária sólida e irrefutável da fé cristã evangélica:


“Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos, ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica.” (Fp 1:27). “...exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos.” (Jd 3).


Sugerimos, inclusive, a releitura de todo este estudo, quantas vezes os nossos prezados leitores julgarem necessário (não precisa ser em ordem numérica, pode ser aleatoriamente), para a melhor compreensão, aplicação e edificação, pois é um estudo completamente esquecido pela Igreja de Cristo hoje, e possui muitas vezes, como já afirmamos, conceitos de difícil assimilação.


Bem, se admitimos a Bíblia como única regra infalível de fé e prática para a nossa vida (e ela o é), naturalmente com a direção do Espírito Santo, mais cedo ou mais tarde, deveremos aceitar a doutrina trinitariana, mesmo que ainda não a compreendamos totalmente. Do contrário, a nossa fé perderá o sentido. Essa conclusão pode até parecer a princípio um tanto exagerada, mas é correta.


Baseados no que afirmamos anteriormente, se a doutrina trinitariana não fosse verdade, então o nosso Salvador, neste caso, seria tão somente um mero ser humano e o Espírito Santo que em nós, cristãos, habita, não seria Deus, mas uma energia cósmica ou uma alma desencarnada qualquer (!) Tudo isso invalidaria todas as evidências bíblicas para a doutrina trinitariana que vimos neste estudo e consequentemente, a própria confiabilidade na perfeição bíblica e a nossa salvação. E isso é muito, muito sério. Mas, a maioria esmagadora das pessoas estão alienadas e negligenciam o poder libertador da doutrina trinitariana, não investem nem um momento do seu precioso tempo gasto em muitas atividades banais e passageiras para conhecer melhor esta doutrina. Grande parte da culpa de tudo isto é da própria Igreja de Cristo.


Para aqueles críticos antitrinitaristas que afirmam que a doutrina trinitariana não se encontra na Bíblia, acreditamos que sobraram evidências para todos os gostos e estilos teológicos e doutrinários, pois as encontramos de Gênesis a Apocalipse. Vamos recapitular os livros nos quais encontramos estas evidências, para confirmar o que estamos asseverando. Mas, se os críticos vão aceitar a Verdade, já é outra história:


No Antigo Testamento, 19 livros: Gênesis, Êxodo, Números, Juízes, 1º e 2º Samuel, 2º Reis, 2º Crônicas, Isaías, Ezequiel, Neemias, Jó, Salmos, Oséias, Joel, Ageu, Miquéias, Zacarias e Malaquias; e


No Novo Testamento, 17 livros: Nos quatro evangelhos, Atos dos Apóstolos, Epístola aos romanos, Epístolas aos coríntios, Epístola aos gálatas, Epístola aos efésios, Segunda epístola aos tessalonicenses, Epístola a Tito, Epístola aos hebreus, Epístola de Judas, Primeira epístola de Pedro, Primeira epístola de João e Apocalipse.


Portanto, dos 66 livros do “cânon” protestante, 36 livros apresentam evidências diretas e claras das três pessoas da Trindade, sem mencionar inúmeras outras evidências indiretas em muitos outros livros canônicos a uma ou outra pessoa da Trindade. Considerando mais uma vez a regra de interpretação bíblica que versa que “uma doutrina só pode ser considerada bíblica e para todas as épocas e culturas se forem encontrados muitos versículos tanto no Antigo como no Novo Testamento para a mesma”, existir mais de 50% dos livros canônicos com evidências trinitarianas diretas acreditamos ser uma excelente e suficiente base para a apologética segura e irrefutável desta doutrina não é mesmo?


Ademais, todo e qualquer estudo que se faça a respeito da Santíssima Trindade só pode ser extraído das páginas das Escrituras Sagradas do cristianismo, a Bíblia. Nenhuma arte, filosofia, ciência ou religião jamais conseguirá compreender ou até mesmo expor de maneira satisfatória a Santíssima Trindade em Sua plenitude. Por mais que se façam estudos minuciosos a Seu respeito, o homem seguramente jamais a compreenderá plenamente.


Nem os maiores escritores, artistas e nem os consagrados roteiristas de filmes e novelas, seja de que gênero for (documentário, ficção científica, ação, drama ou épicos), jamais conseguirão criar uma realidade tão impressionante, complexa e ao mesmo tempo verdadeira como a Santíssima Trindade e Sua obra, exatamente pelo fato de que se Deus não tivesse se revelado na Bíblia como a Trindade, seguramente jamais conseguiríamos desenvolver ou sustentar a doutrina trinitariana de forma satisfatória.


E mais: Não podemos adaptar o que a Bíblia afirma sobre Deus apenas para torná-Lo mais acessível e compreensível às nossas mentes limitadas. Por mais perplexidade que a verdade trinitariana nos traga, jamais podemos nos deixar levar ao equívoco de negar o que Deus realmente é.


Muitas pessoas negam a Trindade, pois, acreditam na grandeza de Deus até um certo grau, tentando limitá-Lo (como se fosse possível). Acreditam que Deus é infinito, que é eterno, imutável, onipotente, etc., mas quando se deparam com a doutrina trinitariana, não conseguem acreditar que este mesmo Deus com tamanha gama de atributos perfeitos possa ser tripessoal também, ou seja, que Ele possua uma tripersonalidade.


Aliás, a doutrina trinitariana tem pouca aceitação não apenas pelo fato de possuir conceitos complexos, mas também porque encontra enraizados na sociedade conceitos distorcidos sobre a Divindade e a humanidade: fábulas, contos de fada, mitologias, heróis indestrutíveis vindos de outros planetas para “nos salvar”, homens e mulheres com poderes psíquicos e físicos sobre-humanos resultantes de uma evolução genética fictícia, entre tantas outras historietas. Ressaltamos, portanto, com veemência, que a doutrina trinitariana não é mais uma “historinha” como essas, ela é reflexo de uma realidade ainda desconhecida de muitas pessoas, realidade existente desde a eternidade: Deus existe de forma tripessoal.


A doutrina trinitariana também é pouco aceita, divulgada e estudada devido aos graves sintomas de materialismo e egocentrismo encontrados na sociedade secular e que estão cada vez mais invadindo a Igreja, para a nossa tristeza. O ser humano e, infelizmente, incluindo muitos cristãos, só estão pensando naquilo que Deus pode nos dar, como um milagre, a prosperidade, saúde, etc. Parece que cada vez menos pessoas estão querendo conhecer realmente a Deus em Sua essência, se relacionar com Ele e oferecer a Ele uma adoração e louvor com maior qualidade.


A doutrina trinitariana é a base doutrinário-teológia do cristianismo e que possui implicações práticas na vida da Igreja e da sociedade, mas está completamente esquecida pela Igreja. Nós pregamos, escrevemos e cantamos sobre o Pai, o Filho e o Espírito Santo, mas na prática parece que evitamos discutir o assunto. Estudar a doutrina trinitariana, portanto, parece atualmente algo completamente sem propósito, uma perda de tempo ou ainda algo enfadonho, chato, que mais confunde do que esclarece. Mas, na verdade, é o contrário.


É neste intuito que a doutrina trinitariana surge: para nos levar a conhecer melhor a Deus e para podermos adorá-Lo e servi-Lo com mais qualidade. É o mínimo que Ele merece depois de tudo o que Ele fez, faz e fará por nós. Mas Deus requer isso de nós não porque Ele precise disso para se sentir melhor. Ele requer isso de nós, justamente pensando em nosso bem, em nossa edificação.


Todos estes conceitos humanos pecaminosos, como materialismo e egocentrismo, estão separando a todos nós da necessidade vital e urgente de estudar, conhecer e servir o Deus Triúno.


O melhor, talvez, seria se utilizássemos menos o termo "trindade", pois muitas e muitas pessoas, receiamos, podem acabar por separar em suas mentes este termo de sua noção de Deus, o que é extremamente prejudicial. Não, não podemos descartar este termo apenas pelo fato de não fazer parte do texto sagrado, mesmo porque é um termo muito útil originado para defender a Divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo diante das críticas dos céticos nos primeiros séculos da Igreja (e ainda é útil atualmente), mas, talvez, pudéssemos utilizar mais a querida expressão "Deus triúno" ou "Trino Deus".


A despeito disso, a expressão "trindade", uma vez que já é tão amplamente utilizada pela Igreja, deve estar "cristalizada" em nossa mente como sendo tão somente um sinônimo didático e não um substituto para a palavra "Deus". Ou seja, sempre que lermos ou ouvirmos "trindade", imediatamente este conceito deve vir ao nosso pensamento: "Trindade" significa "Deus triúno", ou "Deus triúno" = "Trindade". Não, jamais deveremos excluir a palavra "Deus", não é isso que estamos afirmando, isso seria uma espécie de "suicidio doutrinário".


O que devemos é sempre lembrar que Deus sempre existiu como trino ou triúno, Ele sempre foi e sempre será a santíssima e adorada Trindade. Este termo "trindade" jamais pode nos confunfir e nos afastar do conceito que temos do nosso querido Deus único. O termo não foi desenvolvido pela Igreja e com a direção do Espírito Santo para confundir, mas para defender, esclarecer, libertar e edificar.


Para quem ainda não acredita na doutrina trinitariana, vamos retomar a um conceito que lançamos no início deste estudo. A veracidade da Bíblia e de suas histórias e conceitos vem sendo confirmada através dos séculos por diversos ramos da ciência, como geografia, história, astronomia, arqueologia, antropologia, medicina, etc. Suas profecias ano a ano vêm se cumprindo e se cumprirão cabalmente até o fim dos tempos. Se, em termos terrenos, humanos e proféticos ela é 100% verdadeira, seguramente é também 100% verdadeira naquilo que afirma sobre Deus e os valores espirituais nela contidos. Foi o que o Deus Filho, Cristo Jesus, ensinou:


“...nós dizemos o que sabemos e testificamos o que temos visto, contudo não aceitais o nosso testemunho. Se tratando de cousas terrenas não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (Jo 3:11-12; cf. vv. 3-12).


Não parece, portanto, uma decisão saudável permanecer ignorando as verdades sobre a vida, inclusive sobre quem e como é Aquele que te criou e te ama tanto.


Mas, se mesmo depois deste estudo e talvez depois de reestudar todos os conceitos, ainda não compreendermos a doutrina trinitariana, não fiquemos preocupados, é uma reação normal das nossas mentes limitadas diante da glória insondável de Deus.


O que podemos fazer é, por exemplo, orar assim a Deus: "Ó Deus, nosso Pai Celestial, depois de verificarmos e aprendermos em Sua Palavra como tu és infinito, eterno e insondável em Sua essência, só podemos nos render a Ti, te exaltarmos e glorificarmos porque não podemos alcançar a Sua incompreensível grandeza, mas o Espírito Santo que está em Ti e vive em nós conhece e participa igualmente desta grandeza e nos ajuda nesta oração a Ti, bem como Jesus Cristo, o Seu Filho e nosso Senhor e Salvador, em nome de quem nós oramos. Amém".


Você que é cristão busque mais a Deus fervorosamente. Você que ainda não teve um encontro com Ele busque-O de coração e O encontrará. Oremos para que o nosso Deus e Pai venha com o Seu Santo Espírito tocar em todos os corações, em nome do Seu Filho Jesus. Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito.


Ao nosso único e suficiente Deus, portanto, sejam dados todo louvor e adoração para sempre. Amém."

http://aprendei.blogspot.com/


"Que Deus continue te usando irmão Cláudio! Em Nome de Jesus Cristo."

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

FORMAS LEGÍTIMAS E ILEGÍTIMAS DE TRATAR A LEI

De acordo com a Bíblia, que papel a lei mosaica tem na vida do crente da atualidade? Não podemos chegar a uma resposta que glorifique a Deus e que seja teologicamente correta, se não levarmos em consideração a completitude e a complexidade do testemunho do Novo Testamento e da diversidade do uso que faz da palavra “lei”. O Novo Testamento não nos oferece uma resposta fácil e sem dificuldades para essa questão. Mesmo assim, podemos descobrir a resposta de forma clara e segura por meio do estudo cuidadoso.
Algumas passagens do Novo Testamento parecem advogar uma atitude positiva em relação à lei do Antigo Testamento. Paulo afirma que “a Lei é santa, e o mandamento é santo, justo e bom” (Rm 7.12); ele cita a lei do Antigo Testamento como garantia de autoridade para os juízos éticos (e.g., 1Co 9.9; Ef 6.1,2). Paulo escreveu abertamente: “No íntimo do meu ser tenho prazer na Lei de Deus” (Rm 7.22). Tiago ensina que os seus leitores fazem bem em obedecer à “lei do Reino”, e os adverte para que não desobedeçam a nenhum aspecto dela (Tg 2.8-10); de acordo com ele, a nossa função é sermos praticantes da lei, não juízes dela (4.11,12). Pedro desafia os crentes a viverem vidas santas baseadas nas exigências da lei (1.15,16), e João identifica cumprir a lei tanto com conhecer a Deus quanto com amá-lo. (1Jo 2.3,4; 5.3; 2Jo 6).

De alguma maneira importante para a vida cristã, a lei do Antigo Testamento é incontestavelmente mantida pelos autores do Novo Testamento. Não obstante esses endossos da lei, o Novo Testamento também fala da lei de forma negativa e parece descartá-la. Paulo declara: “Eu morri para a Lei, a fim de viver para Deus” (Gl 2.19). Ele não se considera como estando “debaixo da Lei” (1Co 9.20). Os seus leitores “não estão debaixo da Lei, mas debaixo da graça”; aliás — “fomos libertados da Lei” (Rm 6.14; 7.6). Em outro texto, Paulo diz que Cristo aboliu “a Lei dos mandamentos expressa em ordenanças” (Ef 2.15). De alguma maneira, isso é vital para a mensagem do evangelho e, por isso, a lei do Antigo Testamento é indisputavelmente confrontada pelos autores do Novo Testamento. Essa ambivalência e aparente contradição na postura do Novo Testamento em relação à lei do Antigo Testamento começa a ser esclarecida e resolvida, quando Paulo declara em 1 Timóteo 1.8: “Sabemos que a Lei é boa, se alguém a usa de maneira adequada”. O testemunho infalível de Paulo é que não deve haver dúvida sobre o fato de que a instrução moral contida nos mandamentos da lei do Antigo Testamento é inerentemente boa. As exigências éticas da lei não refletem nada mais do que a santidade, a justiça e a bondade do próprio Deus (1Pe 1.15,16; v. Rm 6.18,22 com 7.12-14). Paulo afirmou que “a Lei é espiritual” (Rm 7.14), para que os que vivem “segundo o Espírito” cumpram de fato a ordenança da lei, ao passo que “a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à Lei de Deus” (Rm 8.4,7). Visto que a lei é uma “cópia” do caráter de Deus, a reação da pessoa à lei é a reação da pessoa ao próprio Deus. Portanto, as prescrições morais da lei precisam ser vistas como algo positivo.

No entanto, a excelência da lei é manchada se for usada de uma forma contrária à intenção de Deus. Paulo qualifica sua afirmação categórica a respeito da excelência da lei ao acrescentar: “se alguém a usa de maneira adequada”. A lei precisa ser usada de acordo com sua natureza, direção e intenção. Isso obviamente implica que as pessoas podem fazer mau uso da lei — podem interpretá-la e usá-la de forma contrária aos propósitos de Deus. Nesse caso, a lei seria pervertida em algo contrário à sua natureza e intenção, tornando-a má e ímpia. Esse tipo de uso da boa lei de Deus é condenado aberta e repetidamente nas páginas do Novo Testamento. Qual seria esse uso ilícito da lei? Nós o encontramos na atitude dos fariseus e judaizantes que promoviam o mérito próprio diante de Deus, ao realizarem obras da lei. Foi o orgulho indescritível e o auto-engano que fez com que os judeus confiassem na lei e se sentissem seguros de que possuíam na lei “a expressão do conhecimento e da verdade”, que os tornou mestres autojustificados que ensinavam aos outros (Rm 2.17-21), quando na verdade aqueles que “se orgulha[m] da Lei” eram evidentemente culpados de transgressão da lei e desonram a Deus (v. 23,24). Os fariseus estavam cegos pela obsessão de se justificar diante das pessoas (Lc 16.15), confiando em si mesmos que eram de fato justos (Lc 18.9); eles achavam que já não precisavam de um Salvador assim como uma pessoa sadia não precisa de médico (Mt 9.12,13). Mesmo assim, Deus conhecia profundamente o coração deles; independentemente das aparências exteriores de justiça, eram interiormente corrompidos, cheios de iniqüidade e espiritualmente mortos (Mt 23.27,28). Ao tentarem estabelecer a sua própria justiça, esses judeus não podiam se submeter à justiça genuína de Deus (Rm 10.3). Nos primeiros dias da igreja cristã, surgiu um partido entre os fariseus que se negou a abandonar esse uso perverso e ilícito da lei de Deus e não reconheceu a forma em que a realização redentora de Cristo tirara de cena aquelas porções da lei que prefiguravam sua pessoa e obra. Por conseguinte, as pessoas dessa linha de pensamento queriam obrigar os gentios a viverem “como judeus” (Gl 2.14; literalmente, “judaizá-los”). Os judaizantes insistiam em que os gentios não podiam ser salvos se não fossem circuncidados e se não cumprissem os aspectos distintivos da aliança da lei de Moisés (At 15.1,5). A graça precisava ser complementada pelas obras da lei, ou seja, por meio de submissão autojustificadora às cerimônias judaicas.

Para Paulo, essa atitude dos fariseus e judaizantes em relação à lei mosaica não era estranha ou desconhecida, pois essa era sua mentalidade antes da conversão. Ele fora criado como fariseu em relação à lei (Fp 3.5), e, como ele mesmo diz: “Fui instruído rigorosamente por Gamaliel na lei de nossos antepassados” (At 22.3). O seu testemunho era: “No judaísmo, eu superava a maioria dos judeus da minha idade, e era extremamente zeloso das tradições dos meus antepassados” (Gl 1.14). Ele sabia o que significava orgulhar-se da lei (v. Rm 2.17-20,23). Da perspectiva de um homem que está espiritualmente morto, Paulo afirmou certa vez que “quanto à justiça que há na Lei” ele era “irrepreensível” (Fp 3.6). Ou seja, em certa época — à parte de uma percepção verdadeira da lei — ele estava se enganando de tal forma que pensava que estava espiritualmente vivo e justificado. Somente por meio da ação de convencimento do Espírito Santo sua consciência finalmente conseguiu compreender o mandamento e matar sua complacência autojustificadora. “Antes eu vivia sem a Lei, mas quando o mandamento veio, o pecado reviveu, e eu morri” (Rm 7.9).

Greg Bahnsen

Fonte: Monergismo.com

A Posição Reformada Teonomista - um livro de Greg Bahnsen

Gostaria de indicar um link no site Monergismo que disponibiliza um livro de Bahnsen sobre o assunto que está recebendo atenção de alguns no Brasil, a saber: A Teonomia. 

Vários servos de Deus não concordam com essa posição. Mas, que justiça seja feita. Pelo menos que a posição seja bem definida e seu caráter Reformado reconhecido.

Para saber um pouco sobre a vida Greg Bahnsen veja aqui . Ele era muito mais capaz do que alguns blogueiros barulhentos (como eu, por exemplo).

Talvez seja melhor ler opositores que tenham o calibre de Bahnsen.

Leia o livro de Greg Bahnsen: Lei e Evangelho - Monergismo.com 

Boa leitura.