quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Livro: A Conspiração Adventista

Pela graça de Deus, pretendo nos próximos meses, publicar um livro sobre o Adventismo. A intenção é expor o que penso como cristão Reformado a respeito desse grupo religioso que tem ganhado espaço no meio cristão brasileiro, a cada dia que passa. Especialmente por causa da TV Novo Tempo e por meio da música. Isso está sendo possível, pois, as Igrejas no Brasil não estão, em muitos casos, preocupadas com ortodoxia. “Falou de Jesus”, é aceito. Esquecem da possibilidade de existir na praça “outro Jesus” (II Co 11.4).


O título tem como pressuposto o seguinte ponto: o Adventismo aproxima-se de nós como irmãos, mas a verdadeira intenção é nos buscar, como campo missionário. Isso é evidente com base em suas crenças excêntricas, que o distância do cristianismo ortodoxo.


Muito do que que já publiquei no blog está sendo revisado e abalizado com as fontes literárias adventistas. Talvez dois assuntos desse livro marque uma diferença com a maioria das obras que hoje conhecemos sobre o Adventismo.


1. A abordagem do sábado não será em alicerces dispensacionalistas, mas sim tendo a concepção Reformada da Lei.

2. A divulgação de provas que o Adventismo não compartilha da mesma visão trinitariana ortodoxa, clássica e histórica, aceita pelas Igrejas Protestantes fieis.


O material está sendo revisado por um ex-adventista e um professor de teologia, ambos Presbiterianos.

Peço aos meus irmãos que orem por esse projeto


Dos Adventistas espero compreensão, sendo que como sempre nos chamam de Babilônia A Grande, não deveria doer muito ler de nossa parte que tal movimento é uma seita.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O falso deus dos Adventistas do Sétimo Dia

Pergunte a uma Testemunha de Jeová, a um Mórmon, a um Espírita ou a um Muçulmano: Você crê em Jesus Cristo? Ele te responderá com um retumbante SIM!!! Depois, ao ler a receita que ele tem de Jesus, notará que é outro, não o Jesus da fé cristã bíblica (II Co 11.4).

Esse é o caso com a Trindade Adventista. Em breve anunciarei a disponibilização de mais detalhes. Nesta postagem, porém, quero apenas destacar dois fatos a respeito do assunto.

1. O deus adventista tem partes.
2. O deus adventista tem corpo.

Essa era a razão que os adventistas pioneiros afirmaram (pelo menos é o que dizem hoje seus historiadores!) ter para rejeitar o credo trinitariano clássico. Daí, afirmam que a respeito dessa posição antibíblica,. Ellen White nunca se posicionou contra, ao contrário, as visões de Ellen White reafirmaram tais conceitos.

No entanto, eles foram mais zelosos do que o adventismo atual gostaria que fossem, e foram para outro extremo, rejeitaram toda proposição trinitariana. Esse zelo contra a verdade, produziu semi-arianos e arianos. Não poderíamos esperar outra coisa de hereges. O diabo estava com eles difamando a doutrina trinitariana.

Veja a prova disso no que está no site Centro White:

"Um aspecto do trinitarianismo tradicional aceito por alguns grupos protestantes, mas rejeitado pelos primeiros adventistas, era a declaração um tanto curiosa de que “há somente um Deus vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo ou membros”.28 Os primeiros adventistas refutavam isto vigorosamente, citando várias passagens bíblicas que retratavam a Deus como tendo “corpo” e “membros”.29

Evidentemente, esta questão estava também na mente de Ellen G. White.30 Duas vezes nas primeiras visões de Jesus, ela lhe fez perguntas relacionadas com a “forma” e “pessoa” de Deus. Em uma primeira visão, ela “viu um trono, sobre o qual se assentavam o Pai e o Filho”. “Olhei para a face de Jesus”, diz ela, “e admirei sua amável pessoa. Não pude contemplar a pessoa do Pai, porque uma nuvem de gloriosa luz o cobria. Perguntei a Jesus se o seu Pai tinha uma forma semelhante à dele. Afirmou que sim, mas que eu não podia contemplá-la, porque, disse Ele, “se uma vez contemplares a glória de sua pessoa, deixarás de existir”.31

Também por volta de 1850 ela relatou: “Tenho visto muitas vezes o amorável Jesus, que é uma pessoa. Perguntei-lhe se seu Pai era uma pessoa e tinha a mesma forma que Ele. Disse Jesus: ‘Eu sou a expressa imagem da pessoa de meu Pai.’”32Assim, a visão que ela teve confirmou o texto que seu esposo havia escrito no Day-Star em 1846, dizendo que o Pai e o Filho são “duas pessoas distintas, literais e tangíveis”.33 No que se refere à questão trinitariana, isto é ambíguo. Por si mesmo não contém nada contraditório em relação ao primitivo antitrinitarianismo adventista, embora também não ofereça nenhuma contradição relativamente a suas declarações explicitamente trinitarianas do início de 1900.

Notas –
28 Doctrines and Discipline of the Metodist Episcopal Church (New York: Carlton and Porter, 1856), 15.
29 Por exemplo, Êxodo 24:9-11; 33:20-23; João 1:18; Hebreus 1:1-3; Uriah Smith, The State of the Dead and the Destiny of the Wicked (Battle Creek, MI: SDA Publishing Association, 1873), 27-30. Note a controvérsia de Smith contra qualquer “interpretação mística de nossa corrente teologia” (ibid., 27). 
30 O credo em questão era um credo metodista. White, embora criada como metodista, estava mais tarde estreitamente associada com adventistas que citavam este detalhe do credo como um dos aspectos antibíblicos do trinitarianismo. 
31 Ellen G. White, A Sketch of the Christian Experience and Views [Visions] of Ellen G. White(Saratoga Springs, NY: James White, 1851). 
32 Ellen G. White, Primeiros Escritos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, CD-ROOM), 77, ênfase original. 
33 Note a semelhança de expressão entre sua opinião ca. 1850 e o que ela escreveu em 1868: “O Pai e o Filho eram um na criação do homem, e em sua redenção. Disse o Pai ao Filho: ‘Façamos o homem à nossa imagem.’ E o triunfante cântico de júbilo em que os redimidos tomarão parte, é “Aquele que se assenta sobre o trono, e ao Cordeiro, para todo o sempre.” “Jesus orou para que seus discípulos fossem um como Ele era um com seu Pai. Essa oração não contemplava um discípulo com doze cabeças, mas doze discípulos, feitos um em objetivo e esforço na causa de seu Senhor. Nem são o Pai e o Filho membros do ‘Deus triúno.’ Eles são dois seres distintos, porém um no desígnio e realização da redenção. Os redimidos… atribuem a honra, e glória, e louvor, de sua salvação a Deus e ao Cordeiro” (James White, Life Incidents [1868], 343, toda ênfase adicionada)” Os grifos são meus.

A linguagem, adventista é muito sutil, como demonstramos recentemente em outra postagem (AQUI). Como dito, em breve mais assuntos serão disponibilizados.

Percebemos que isso está longe do que a Bíblia ensina da substância numérica usufruída nas relações das pessoas na divindade. Firmamos nossas definições no que as Igrejas fieis tem publicado no decorrer dos anos, como demonstração da orientação do Espírito Santo enquanto fieis aos parâmetros da Escritura Sagrada:

I. Há um só Deus vivo e verdadeiro, o qual é infinito em seu ser e perfeições. Ele é um espírito puríssimo, invisível, sem corpo, membros ou paixões; é imutável, imenso, eterno, incompreensível, - onipotente, onisciente, santíssimo, completamente livre e absoluto, fazendo tudo para a sua própria glória e segundo o conselho da sua própria vontade, que é reta e imutável. É cheio de amor, é gracioso, misericordioso, longânimo, muito bondoso e verdadeiro remunerador dos que o buscam e, contudo, justíssimo e terrível em seus juízos, pois odeia todo o pecado; de modo algum terá por inocente o culpado. Deut. 6:4; I Cor. 8:4, 6; I Tess. 1:9; Jer. 10:10; Jó 11:79; Jó 26:14; João 6:24; I Tim. 1:17; Deut. 4:15-16; Luc. 24:39; At. 14:11, 15; Tiago 1:17; I Reis 8:27; Sal. 92:2; Sal. 145:3; Gen. 17:1; Rom. 16:27; Isa. 6:3; Sal. 115:3; Exo3:14; Ef. 1:11; Prov. 16:4; Rom. 11:36; Apoc. 4:11; I João 4:8; Exo. 36:6-7; Heb. 11:6; Nee. 9:32-33; Sal. 5:5-6; Naum 1:2-3.” Confissão de Fé de Westminster II, 1.


Se o Adventismo tivesse recorrido aos crentes fieis após a sua decepção de 1844, e não aos hereges da Conexão Cristã, ou a uma mulher que sofria de alucinações mentais, teria ele acertado o caminho da luz (Is 8.20).

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Por que John MacArthur deixou de ser Encarnacionista?

"Perto do final de sua vida, Agostinho de Hipona reviu meticulosamente tudo o que ele já tinha publicado. Ele escreveu um catálogo completo de suas próprias obras, uma bibliografia detalhadamente anotada com centenas de revisões e correções para corrigir falhas que ele viu em seu material anterior. O livro, intitulado Retractationes, é uma evidência poderosa da humildade e do zelo de Agostinho pela verdade. Nenhuma de suas publicações anteriores escapou do exame do teólogo mais maduro. E Agostinho foi tão corajoso em renunciar os erros que ele percebeu em suas próprias obras como ele tinha sido ao refutar as heresias de seus adversários teológicos. Porque ele reviu suas obras na ordem cronológica,Retractationes é uma memória maravilhosa da rigidez de Agostinho, bem como de sua busca incessante por maturidade espiritual e precisão teológica. Sua franqueza em tratar de suas próprias deficiências é um bom exemplo do por que Agostinho é estimado como um modelo raro tanto de piedade como de erudição.

Eu frequentemente tenho desejado a oportunidade de revisar e corrigir todo o meu material já publicado, mas receio de que jamais terei o tempo ou a energia para realizar a tarefa. Nesses dias de arquivos eletrônicos, meu material “publicado” inclui não apenas os livros que já escrevi, mas também quase todo sermão que já preguei - aproximadamente 3.000 deles até agora. É muito material para que eu possa fazer uma análise critica exaustiva da forma como eu desejaria poder.

Não que eu faria revisões abrangentes e por atacado. Durante todo o meu ministério, minha perspectiva teológica tem permanecido fundamentalmente imutável. A declaração doutrinária básica que subscrevo hoje é a mesma que afirmei quando fui ordenado ao ministério há quase 40 anos atrás. Eu não sou alguém cujas convicções são facilmente modificadas. Eu penso que eu não sou uma cana sacudida pelo vento, nem o tipo de pessoa que é facilmente levada por quase todo vento de doutrina.

Mas ao mesmo tempo, eu não quero ser resistente ao crescimento e correção, especialmente quando minha compreensão da Escritura pode ser aguçada. Se o entendimento mais preciso de um ponto importante de doutrina exige uma mudança no meu pensamento - até mesmo se isso significar emendar ou corrigir material já publicado - eu quero estar disposto a fazer as mudanças necessárias.

Eu tenho feito muitas dessas revisões durante anos, frequentemente tomando medidas para deletar declarações errôneas ou confusas de minhas próprias pregações, e algumas vezes até mesmo pregando novamente em porções da Escritura com um melhor entendimento do texto. Onde quer que eu tenha mudado minha opinião sobre qualquer questão doutrinária significante, tenho buscado tornar minha mudança de opinião, bem como as razões dela, tão clara quanto possível.

Para esse fim, quero declarar publicamente que abandonei a doutrina da ‘filiação encarnacional'. Um estudo cuidadoso e reflexão me trouxeram ao entendimento de que a Escritura, de fato, apresenta o relacionamento entre Deus o Pai e Cristo o Filho como um relacionamento eterno de Pai-Filho. Eu não mais considero a filiação de Cristo como um papel que ele assumiu na sua encarnação.

Minha posição anterior surgiu do meu estudo de Hebreus 1:5, que parece falar da geração do Filho pelo Pai como um evento que aconteceu num ponto no tempo: “Tu és meu Filho, hoje te gerei ”; “ Eu lhe sereiPai, e ele me será Filho” (ênfase adicionada).

Esse versículo apresenta alguns conceitos muito difíceis. “Gerar” normalmente fala da origem de uma pessoa. Além do mais, filhos são geralmente subordinados aos seus pais. Eu, portanto, encontrei dificuldade em ver como um relacionamento eterno Pai-Filho poderia ser compatível com a perfeita igualdade e eternidade entre as Pessoas da Trindade. “Filiação”, conclui, indica o lugar de submissão voluntário à qual Cristo condescendeu em sua encarnação (cf. Filipenses 2:5-8; João 5:19).

Meu objetivo era defender, não de alguma forma minar, a absoluta deidade e eternidade de Cristo. E eu me esforcei desde o princípio em deixar isso tão claro quanto possível.

Todavia, quando eu publiquei pela primeira vez minhas visões sobre o assunto (em meu comentário sobre Hebreus de 1983), alguns críticos sinceros me acusaram de atacar a deidade de Cristo ou questionar sua eternidade. Em 1989 eu respondi àquelas acusações numa sessão plenária da convenção anual das Igrejas Fundamentalistas Independentes da América (a ordenação que me ordenou). Logo após aquela seção, para explicar mais as minhas visões, escrevi um artigo intitulado “A Filiação de Cristo” (publicado em 1991 na forma de livreto).

Em ambas as ocasiões eu re-enfatizei o meu comprometimento incondicional e inequívoco com a verdade bíblica de que Jesus é eternamente Deus. A visão da ‘filiação encarnacional', embora admitidamente uma opinião da minoria, não é de forma alguma uma heresia. O cerne da minha defesa da visão consistia de declarações que afirmavam tão claramente quanto possível meu compromisso absoluto com as essências evangélicas da deidade e eternidade de Cristo.

Ainda, controvérsias continuaram a girar ao redor das minhas visões sobre ‘filiação encarnacional, incitando-me a re-examinar e repensar os textos bíblicos pertinentes. Através desse estudo eu tenho ganhado uma nova apreciação do significado e da complexidade desse assunto. Mais importante, minhas visões sobre o assunto têm mudado. Aqui estão duas razoes principais para a minha mudança de opinião:

1. Estou agora convencido de que o título “Filho de Deus” quando aplicado a Cristo na Escritura semprefala de sua deidade essencial e de sua igualdade absoluta com Deus, não de sua subordinação voluntária. Os líderes judeus dos tempos de Jesus entenderam isso perfeitamente. João 5:18 diz que eles pediram a pena de morte contra Jesus, acusando-o de blasfêmia “porque não só violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”.

Naquela cultura, um filho adulto dignitário era considerado como sendo igual ao seu pai em estatura e privilégio. A mesma deferência exigida por um rei era fornecida ao seu filho adulto. O filho era, no final das contas, da mesmíssima essência que o seu pai, herdeiro de todos os direitos e privilégios do pai - e, portanto, igual ao pai em toda consideração significante. Assim, quando Jesus foi chamado de “Filho de Deus”, isso foi entendido categoricamente por todos como um título de deidade, fazendo-o igual com Deus e (mais significantemente) da mesma essência que o Pai . Isso foi precisamente o porquê os líderes judeus consideraram o título “Filho de Deus” como alta blasfêmia.

Se a filiação de Jesus significa sua deidade e expressa igualdade com o Pai, ela não pode ser um título que pertence somente à sua encanação. De fato, o ponto principal do que se quer dizer por “filiação” (e certamente isso incluiria a essência divina de Jesus) deve pertencer aos atributos eternos de Cristo, não meramente à humanidade que ele assumiu.

2. É agora minha convicção de que a geração da qual se fala em Salmos 2 e Hebreus 1 não é um evento que aconteceu no tempo. Mesmo que à primeira vista a Escritura pareça empregar terminologia com insinuações temporais (“hoje te gerei”), o contexto do Salmo 2:7 parece se referir claramente ao decreto eterno de Deus. É razoável concluir que a geração da qual se fala ali também é algo que pertence à eternidade, e não a um ponto no tempo. A linguagem temporal deveria ser entendida, portanto, como figurativa, não literal.

A maioria dos teólogos reconhece isso, e quando tratando com a filiação de Cristo, eles empregam o termo “geração eterna”. Eu não gosto da expressão. Nas palavras de Spurgeon, ela é um “termo que não nos transmite nenhum grande significado; ela simplesmente encobre nossa ignorância”. E, todavia, o conceito em si - estou agora convencido - é bíblico. A Escritura se refere a Cristo como o “unigênito do Pai” (João 1:14; cf. v. 18; 3:16, 18; Hebreus 11:17). A palavra grega traduzida como “unigênito” émonogenes . A ênfase do seu significado tem a ver com a unicidade absoluta de Cristo. Literalmente, ela pode ser traduzida como “um de um tipo” - e, todavia, ela claramente significa que ele é da mesmíssima essência que o Pai. Esse, creio, é o próprio cerne do que se quer dizer pela expressão “ unigênito”.

Dizer que Cristo é “gerado” é em si mesmo um conceito difícil. Dentro do reino da criação, o termo “gerado” fala da origem da descendência de alguém. O gerar de um filho detona sua concepção - o ponto em que ele veio à existência. Assim, alguns assumem que “unigênito” refere-se à concepção do Jesus humano no ventre da virgem Maria. Todavia, Mateus 1:20 atribui a concepção do Cristo encarnado ao Espírito Santo, não a Deus o Pai. O gerar ao qual o Salmo 2 e João 1:14 se referem parece claramente ser algo mais do que a concepção da humanidade de Cristo no ventre de Maria.

E, de fato, há outro significado, mais vital, para a idéia de “gerar” do que meramente a origem da descendência de alguém. No desígnio de Deus, cada criatura gera sua descendência “segundo sua espécie” (Gênesis 1:11-12; 21-25). A descendência carrega a semelhança exata do pai. O fato de que um filho é gerado pelo pai garante que o filho compartilha a mesma essência do pai.

Eu creio que esse é o sentido que a Escritura deseja transmitir quando ela fala da geração de Cristo pelo Pai. Cristo não é um ser criado (João 1:1-3). Ele não teve princípio, mas é tão eterno quanto o próprio Deus. Portanto, o “gerar” mencionado em Salmo 2 e suas referências cruzadas não tem nada a ver com sua [de Cristo] origem .

Mas ele tem a ver com o fato de que ele é da mesma essência que o Pai. Expressões como “geração eterna”, “Filho unigênito”, e outras pertencentes à filiação de Cristo, devem todas ser entendidas nesse sentido: a Escritura as emprega para enfatizar a absoluta unicidade da essência entre Pai e Filho. Em outras palavras, tais expressões não pretendem evocar a idéia de procriação; elas pretendem transmitir a verdade sobre a unicidade essencial compartilhada pelos Membros da Trindade.

Minha visão anterior era que a Escritura empregava a terminologia Pai-Filho antropomorficamente - acomodando verdades celestiais insondáveis às nossas mentes finitas, moldando-as em termos humanos. Agora estou inclinado a pensar que o oposto é verdade: relacionamentos humanos de pai-filho são meramente figuras terrenas de uma realidade celestial infinitamente maior. O relacionamento arquétipo verdadeiro Pai-Filho existe eternamente dentro da Trindade. Todos os outros são meramente réplicas terrenas, imperfeitas porque elas são limitadas pela nossa finitude, todavia, ilustrando uma realidade eterna vital.

Se a filiação de Cristo é toda sobre sua deidade, alguém se perguntaria por que isso se aplica somente ao Segundo Membro da Trindade, e não ao Terceiro. Afinal de contas, não nos referimos ao Espírito Santo como Filho de Deus, nos referimos? Todavia, ele também não é da mesma essência que o Pai?

Certamente ele é. A essência plena, não diluída e não dividida de Deus pertence igualmente ao Pai, Filho e Espírito Santo. Deus é apenas uma essência; todavia, ele existe em três Pessoas. As três Pessoas são co-iguais, mas elas ainda são Pessoas distintas. E as características principais que distinguem entre as Pessoas estão implicadas nas propriedades sugeridas pelos nomes Pai Filho Espírito Santo . Os teólogos têm chamado essas propriedades de paternidade filiação processão . Que tais distinções são vitais para o nosso entendimento da Trindade é claro a partir da Escritura. Como explicá-las completamente permanece de certa forma um mistério.


De fato, muitos aspectos dessas verdades podem permanecer inescrutáveis para sempre, mas esse entendimento básico das relações eternas dentro da Trindade, contudo, representa o melhor consenso do entendimento cristão durante muitos séculos da história da Igreja. Eu, portanto, afirmo a doutrina da filiação eterna de Cristo, enquanto reconhecendo-a como um mistério no qual não deveríamos esperar sondar muito profundamente."

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

“Perguntas aos TRINITÁRIOS!” – Respondidas!

Diante de tantas verdades a respeito das Testemunhas de Jeová, que vieram ao conhecimento do público desde o advento da internet, alguns em suas fileiras dedicaram-se na defesa da Organização Torre de Vigia. Obviamente, não em consentimento dos próprios líderes que eles tanto defendem, visto que os tais proíbem tal comportamento.

Devemos reconhecer que essa nova postura é corajosa e com um certo grau de superioridade ao que a maioria das Testemunhas de Jeová apresenta em diálogos pessoais, e os tais apologistas apresentam argumentos mais pesquisados.

No site Tradução do Novo Mundo Defendida, (que agora terá que reformular muito de seus argumentos, já que seus líderes lançaram uma Nova Tradução do Novo Mundo contendo os elementos que eles criticaram nas versões tradicionais!!!) entre seus vários links, vi um que me despertou um interesse maior. São algumas perguntas ao trinitarianos, que pelo que parece, a intenção do site é trazer problemas, racionais e bíblicos, para a principal doutrina do cristianismo. Tanto, que o editor do site ao introduzir as perguntas, diz: 

Gostaríamos de propor aos defensores da doutrina da trindade que respondessem cada pergunta abaixo que escolher, sem se desviar do texto ou questão proposta.” 

Tentarei responder, dentro de minhas limitações:

1. Se Deus é uma trindade, porque Jesus disse que devemos adquirir conhecimento do pai e do filho, mas não do “Espírito Santo” ? – João 17:3”

O argumento é muito falho, pois é baseado no silêncio. A omissão da informação é tida como prova contrária. Poderíamos incluir que não precisamos conhecer a vontade de Deus, seus mandamentos, sua Palavra, visto que ali não estão incluídas, tais exigências! Além disso, seria desnecessário o batismo em Nome do Espírito Santo. Veja um texto que trata do Espírito Santo em relação a Deus:

Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.  1 Coríntios 2:10-14

2. “Porque todas as coisas [Deus] sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas”  (1 Coríntios 15:27) De acordo com este texto, existe alguém que não está sujeito a Cristo, se não está sujeito, por que então?”

A princípio, essa objeção parece ser um grande obstáculo para a definição histórica da trindade, que segundo os termos do credo de Atanásio, diz que ‘nenhum é maior ou menor’ na Trindade. Tal objeção, porém, é desconecta, e só logra êxito nos menos informados.

Primeiro, os intérpretes cristãos nunca negaram o ensino bíblico da sujeição de Cristo ao Pai, essa é uma sujeição funcional. Na natureza do Verbo, isto é do Filho, é o que a Bíblia diz: “O Verbo era Deus.” (Jo 1.1). Segundo, em sua função, relacionada ao que o texto de I Co 15.27 está dizendo, é tudo que ele qual Messias cumprirá até os fins dos tempos, daí para toda eternidade, O Filho nunca deixará de ser Cristo, o homem glorificado.

As Testemunhas de Jeová não lidam com o versículo 28, pois seguindo sua linha de argumentação, Jesus então não estaria HOJE  sujeito ao Pai!?

“E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.1 Coríntios 15:28

Perceba que o que a Palavra está dizendo é sobre os ofícios do Redentor de nossas almas, em relação ao plano salvífico e universal de Deus (Cl 1.20).
 
3. “Se Jesus era Deus, porque Satanás iria perder o seu tempo tentando-o? Será que Deus é vulnerável?”

Satanás está perdendo o seu tempo mesmo consciente disso (Ap 20.10)!!! Diferentemente do pressuposto da indagação, os cristãos ortodoxos concluem que Jesus não podia pecar, por causa da sua natureza divina e sua humanidade santa (Cl 2.9; Lc 1.35).

A tentação, no entanto, levou ele a experimentar a provação tal como homem, levando o Redentor presenciar o que cada homem e mulher enfrentam diante de provações/tentações, para habilitar Jesus, qual Mediador humano, a ser nosso Sumo Sacerdote (Hb 7.26). O erro do argumento TJ está na concepção errada que eles tem a respeito de uma faceta da doutrina trinitariana; a união das duas naturezas.

4. “Se Jesus é Deus, porque é que Estêvão viu duas pessoas no céu? Estêvão “fitou os olhos no céu e avistou a glória de Deus, e Jesus em pé à direita de Deus.” (Atos 7:55) Claramente viu duas pessoas distintas. Estêvão menciona que Jesus está à direita de Deus e não simplesmente à direita do Pai. E se Jesus é parte de uma divindade trinitária, porque é que Estêvão não viu também o espírito santo ou três pessoas?”

Repetem dois erros cometidos nas perguntas anteriores. O argumento do silêncio e falta de conexão com a real interpretação trinitariana.

Muitas respostas podem ser dadas a esses argumentos fragilizados: A Bíblia diz que os serafins e querubins estão dia e noite diante da face de Deus dizendo santo, santo, santo... e Estevão não viu? Perceba que a omissão de uma informação não deve ser usada como prova da ausência, afinal em outras descrições celestiais, tais seres estão ali (Is 6.2; Ez 1; Ap 4.6).

A incoerência da pergunta está na falta de compreensão de que a visão não é uma demonstração exaustiva de como é o céu (se é que existe algo com “como é o céu” que possa ser compreensível a nós se não for por analogias), ou mesmo como são postas as pessoas da divindade ali, antes é uma mensagem para a ocasião em tela (At 7.55,56). Por último, João viu o Espírito Santo no céu (Ap 1.4;3.1;4.5;5.6).

A outra falha da pergunta está quando o TJ destacou que Lucas não registrou apenas o Pai, mas que Jesus estaria do lado de DEUS, pensou ele, ‘sendo Jesus Deus não podia estar ao lado de Deus!?’

O NT usa de forma sinônima, o nome Deus para o Pai. Algumas vezes encontramos Jesus ser chamado de Deus, mas o que é recorrente no NT é que o Pai é chamado de Deus. Portanto, é uma questão de uso, visto que o Pai é O Deus Todo-Poderoso, tal como é o Filho, não existe restrições no uso do termo.

5. “Se Jesus é parte de uma Trindade, então como entenderíamos o texto de Gálatas 3:20 que diz: “Não há mediador onde apenas uma pessoa está envolvida, mas Deus é apenas um.”, visto que Hebreus 12:24 diz que Jesus é ‘o mediador dum novo pacto’?

 Se Jesus é parte de uma trindade”, provavelmente não entenderíamos mesmo! Eis aí o problema. Na Trindade não existe partes. A pessoa é tudo que a essência é, e a essência é tudo que cada pessoa é. Mas como cada pessoa é completa em si e por si, e sendo uma pessoa com atributos que a distingui de ‘outra’, a pessoa do Filho é o mediador do texto e o Pai é o Deus do texto - em suas funções.
 
6. “Se Jesus é Deus, quem é o Deus de Jesus? Com quem ele falava antes de morrer? Com ele mesmo? Leia Mateus 27:46:   ”Por volta da nona hora, Jesus exclamou com voz alta…”Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”

O Pai é o Deus de Jesus, segundo a Bíblia. A religião TJ não conhece os ensinos bíblicos a respeito desse assunto, por isso acha que para os trinitarianos isso é um problema. Como que se O Pai chamar Jesus de ‘Deus e Senhor’ (Hb 1.8,10) excluiria o Pai de ser quem ele é!

O Filho no exercício de sua função messiânica teve que experimentar em sua humanidade a rejeição do Pai, qual substituto do pecado dos eleitos. Jesus disse que o Pai estava nele, e mesmo ali, a Bíblia diz que Deus estava reconciliando o mundo. Porém, na faceta punitiva da expiação o Cordeiro foi morto pelo Pai, e nesta completa punição pelos pecados, Jesus sentiu até mesmo como o pecador perde a comunhão com Deus.

Conclusão

Entre as Testemunhas de Jeová impera o conceito de que a doutrina trinitariana é a doutrina mais absurda do cristianismo tradicional. Eles acham que existe apenas uma resposta para seus poderosos questionamentos: “isso é mistério!” Respondem os trinitarianos...

Certa vez conversando com um TJ sobre as falsas profecias da Torre de Vigia, (me informaram de maneira antecipada que ele era muito sábio), ele disse-me que preferiria tratar de questões doutrinárias como a Trindade. Ele estava muito seguro de que podia deslocar o assunto para um que ele tinha certeza que teria maior êxito...

O conhecimento que as Testemunhas possuem a respeito dessa doutrina é muito confuso, pois eles só conhecem tal doutrina sob a ótica que seu Corpo Governante coloca. A maioria esmagadora dos membros dessa religião não possuem nenhuma obra teológica que poderia apresentar a doutrina com propriedade bíblica e definição ortodoxa.


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Entrevista com o Rev. Ageu Magalhães

O reverendo Ageu é ministro presbiteriano desde 1998, recebeu de Deus uma família (esposa e três filhos), pastoreia uma Igreja Presbiteriana na capital paulista, e é presidente de Sínodo. Também tem o privilégio de ser diretor do reconhecidíssmo Seminário Teológico Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição, o JMC.

As perguntas ao Reverendo Ageu são indagações de um ponto de vista leigo, a um pastor presbiteriano que responderá tendo suas perspectivas sobre cada aspecto, levando em consideração seu conhecimento das interpretações da IPB a respeito de cada tema. A voz dele não é a voz da IPB, que se pronúncia por meio da sua Presidência e Comissão Executiva.
Minhas questões estarão em itálico e as respostas dele em negrito.

1. Reverendo Ageu, desde quando o Sr. é presbiteriano?

R: Eu tive o privilégio de nascer em um lar presbiteriano. Meu Tataravô, Joaquim Cândido de Sena, católico praticante, no sertão do Ceará, começou a ler uma Bíblia na biblioteca do padre e converteu-se ao protestantismo. A história inteira desta conversão é maravilhosa, mas, resumindo, desde esta conversão, pela graça de Deus, eu sou o oitavo pastor da família.

2. O que mais te impressiona nesse sistema teológico chamado presbiteriano, ou Reformado?

R: A fidelidade às Escrituras. Tudo no sistema reformado tem de ter base bíblica. É certo que há denominações que também advogam ter esta base, mas estão por caminhos estranhos. Creio que isso se deve a uma forma equivocada de interpretar as Escrituras. No nosso sistema, até o método de interpretação (hermenêutica) está submisso à Palavra. A regra principal é que as próprias Escrituras interpretam as Escrituras.

3. O presbiterianismo brasileiro, pela graça de Deus, não caiu no liberalismo teológico. O que mais Deus tem usado para nos manter firmes na ortodoxia cristã?

R: Sem dúvida alguma a subscrição confessional. Denominações que se desvincularam de Confissões de Fé reformadas ou relativizaram sua importância, aos poucos caíram no liberalismo.

4. Isso não significa que não existam ameaças nessa direção. O liberalismo teológico sempre ‘ronda os seminários’. A IPB toma decisões enérgicas a respeito?

R: Sim. Sempre que sobem documentos ao Supremo Concílio com denúncias de liberalismo, providências são tomadas. O problema é a omissão dos concílios que, muitas vezes, não querem se envolver no problema. 

5. O movimento de ‘Falar em línguas’ já foi um assunto febril no ceio presbiteriano, até que os neopentecostais cresceram vertiginosamente, sem a ênfase de falar em línguas, o que levou os da ‘renovação carismática’ a perderem o discurso de que precisamos de “poder”. Depois veio o movimento da Batalha Espiritual, que foi solapado, especialmente, pelo Rev. Nicodemus, entre outros. Hoje, são os movimentos das “Comunidades Presbiterianas”. Por qual motivo muitos não confiam na sua identidade Reformada e sempre ficam contrabandeando métodos questionáveis?

R: É muito louvável o impulso evangelístico das comunidades presbiterianas. É piedoso o desejo de ver igrejas crescendo e mais gente recebendo a Cristo como Salvador. O equivocado, a meu ver, é a confiança em métodos. Estes irmãos, ao buscarem crescimento de suas igrejas importando métodos norte-americanos, acabam desconsiderando o poder do Evangelho. Como disse o Rev. Hernandes Dias Lopes, citando E. M. Bounds, “Nós estamos procurando melhores métodos. Deus está procurando melhores homens. Deus não unge métodos, Deus unge homens." Além disso, a metodologia empregada é antropocêntrica. A eclesiologia é remodelada. O culto, por exemplo, deixa de ter o objetivo principal de reunir o corpo de Cristo para comunhão e passa a ser um encontro que visa atingir o não crente, com linguagem e tema voltados para ele. Não é isso o que a Bíblia nos ensina. A igreja deve equipar os crentes para buscarem os perdidos fora da igreja e não dentro dela. E aquele que se converte verdadeiramente a Jesus Cristo, seja em um grupo nos lares ou em um discipulado, quando chega à igreja, pouco se importa se ela tem arquitetura do século 16 ou do século atual. Ele não estará ali pela estética, mas porque foi salvo pela graça de Deus e precisa de Cristo.

6. O que acha desse meu ‘sonho’: disponibilizar os Símbolos de Fé de Westminster, em formato de revista da EBD a todo presbiteriano?

R: Acho muito boa a ideia. A Confissão de Fé e os Catecismos são verdadeiros tesouros. Todo crente deveria tê-los em mãos.

7. Os pastores presbiterianos passam de 4 a 5 anos sendo ‘ensinados e examinados’, até serem ordenados. Já não passou da hora dos outros ‘pastores’, os presbíteros, serem sabatinados com alguma orientação teológica, como pressupõem a Constituição da IPB?

R: Sim. É isso o que prescreve o Art. 28 da Constituição. Tanto presbíteros quanto diáconos devem crer nas Escrituras como Palavra de Deus e nos Símbolos de Fé como sistema expositivo de doutrina e prática.

8. Não temos uma voz de reconhecimento público, no contexto político e da mídia. Obviamente, não significa que não temos locutor com tal calibre. Grandes questões sociais que nos interessam dogmaticamente estão, pela graça de Deus, sendo defendidas pelo Dep. e Pr. Marcos Feliciano e Silas Malafaia. Por quais motivos o calvinismo não mostrou sua força nessas áreas aqui no Brasil?

R: Não sei responder. No passado o Caio Fábio foi um calvinista ouvido pela sociedade, mas foi sabotado pela política e sua vida pessoal deixou de ser modelo de piedade. Hoje o Marcos Feliciano e o Malafaia aparecem mais pela polêmica do que pela fidelidade às Escrituras. Quando comparados a John Newton, William Wilberforce e a Abraham Kuyper percebemos o quão distantes estamos de um homem de fé com influência real na sociedade.

9. Reverendo, o acumulo de pastores presbiterianos em grandes centros, e a necessidade sempre premente de obreiros em campos missionários, não revela-nos que estamos tendo na IPB uma crise vocacional? Entre os vários motivos, concorda com muitos irmãos que o “academicismo” tem sido um dos fatores contribuintes para esse cenário?

R: Eu creio que os seminários são responsáveis em incutir na mente do candidato, contra a tendência do século, que ele deve ir aonde Deus enviar. O pastor não deve buscar conforto para si, mas ser fiel ao chamado de Deus. De fato, o academicismo pode representar um perigo para a igreja. Os títulos acadêmicos devem ser utilizados para o benefício do Reino e o aperfeiçoamento das ovelhas de Cristo. Se usados para envaidecimento, se tornam uma maldição.

10. EBD é instrumento de ensino eficaz no contexto presbiteriano, não apenas pela viabilidade, mas por princípios de fé, já que é no Dia do Senhor. Existe algo que podemos fazer para que essa bendita escola continue forte [e seja resgatada em algumas igrejas]?

R: O treinamento dos professores da Escola Dominical é essencial. Material de qualidade tem sido produzido pela nossa Editora Cultura Cristã, porém, um professor que ministra a aula apenas lendo a revista, terá dificuldades no processo de ensino. O ideal é que as Escolas Dominicais tenham bom material didático, com linha teológica sadia, e professores dedicados, criativos e tementes a Deus, para que o processo todo seja abençoado.

11. Por falar em Domingo, a editora lançou uma recente edição com notas da Constituição da IPB. Não existe nenhum apontamento a respeito desse assunto, como que se não fosse um assunto largamente desobedecido na IPB. Eu sei que a maioria dos pastores conscientes desse assunto é mais ‘calvinista’ do que ‘puritana’. Até quando a IPB vai omitir-se de debater a respeito?

R: Eu fiz parte da comissão que produziu o Manual Presbiteriano com Notas Remissivas e o foco da comissão não foi teológico, mas legal. Nossa missão foi restaurar os diplomas legais da IPB e inserir notas relacionando decisões do Digesto Presbiteriano aos artigos do Manual. De fato, o 4º mandamento talvez seja o mais esquecido em nossos dias. Quanto aos pastores que discordam dos Símbolos de Fé neste ponto, apelando para Calvino, eu recomendaria a leitura do artigo “Os Puritanos e o Dia do Senhor” de J.I. Packer, no livro “Entre os Gigantes de Deus”, Editora Fiel. Packer analisa os dois pensamentos.

 12. Outro assunto espinhoso – dízimo ao Supremo Concílio. Por qual motivo presbitérios e igrejas ainda mostram-se desobedientes, constitucionalmente, e não enviam o que devem enviar ao SC? Tais ministros que estão na presidência desses Concílios não percebem o mal que fazem e a incoerência que vivem, já que é esta mesma Constituição lhes dá a proteção necessária?

R: Realmente trata-se de desobediência à Constituição da IPB, uma quebra do pacto federativo. Como podem estes Conselhos instar os membros da Igreja a serem fiéis nos dízimos e ofertas se o próprio Conselho não cumpre suas obrigações conciliares?

13. Deus é dono da IPB. Ano que vem teremos eleição, independentemente do acontecer, quais desafios a IPB tem pela frente?

R: Na minha limitada visão, os desafios são grandes. Muitas igrejas têm enfraquecido por desconsiderar os meios de graça. É preciso um esforço nacional para que os crentes voltem a ler a Bíblia, a orar e a evangelizar. A partir desta mudança, as demais áreas da denominação seriam impactadas.

14. Só uma curiosidade, qual seu autor preferido?

R: Permita-me citar alguns: Agostinho, Calvino, Pink, Packer, MacArthur e Joel Beeke.

15. No currículo dos Seminários da IPB, não tem heresiologia? Sei que com o ensino de uma boa teologia sistemática, obviamente as heresias serão identificadas, mas não acredita que conhecer as seitas principais seria uma proteção para o ministério pastoral?

R: Com certeza este estudo é necessário. No currículo atual, na grade de disciplinas eletivas, temos Apologética, Neopentecostalismo, Catolicismo Popular e Culto Afro-brasileiro e Denominações e Seitas.

16. Deixe uma mensagem para causa apologética:


Os apologistas têm sido usados por Deus no decorrer da história. A atuação deles nos primeiros séculos da Igreja, produzindo credos e confissões, foi vital para a condenação das heresias, e o fortalecimento e expansão da Igreja. Minha mensagem a vocês que lidam nesta área é de encorajamento. Não se intimidem com as pressões e continuem denunciando o erro. Há eleitos de Deus, neste momento, sendo enganados pelas seitas. Um dia Deus abrirá seus olhos conduzindo-os à verdade. Os institutos apologéticos podem ajudar muito neste processo. Que Deus os abençoe.