domingo, 18 de agosto de 2013

Conselhos aos pastores que buscam especializações acadêmicas

“Por que Estudar?

Você precisará estar consciente de suas próprias motivações para o estudo. Muitos bons homens têm caído vítimas de falsas motivações, e assim acabaram perdendo o verdadeiro benefício de um estudo continuado. Em primeiro lugar, seu estudo continuado não deve ser motivado pelo desejo de ganhar algum status. Muitos renomados seminários e instituições de ensino atraem os pastores a fazerem um curso “avançado” que dificilmente seria considerado avançado em padrões reais, simplesmente porque oferecem um título de graduação ostentoso, possuindo na verdade um conteúdo inexpressivo. Não caia vítima deste “golpe”. O objetivo do aprendizado é o conhecimento, não o status.

Os britânicos têm uma atitude muito mais saudável que os americanos quanto aos títulos de graduação a acadêmica (embora eu creia que estamos tendo um efeito nocivo até mesmo sobre eles nesta área). O grande F.F. Bruce, por exemplo, tinha graduação equivalente á de universitário americano (ele tinha um Scottish MA) e ainda assim foi devidamente reconhecido como um grande erudito em seu campo de estudos. Sua falta de um doutorado não fez a menor diferença. Ele tinha mais conhecimento do que uma sala cheia de doutores. Eu, pessoalmente, não dou a menor importância ao título que o homem tem. Se ele não possui o conhecimento correto e útil, e um bom julgamento das coisas, é de pouco valor para a igreja como um ensinador.

Uma motivação que deve impelir seus estudos é simplesmente o desejo de aprender – aprender a verdade e adquirir o verdadeiro e útil conhecimento. Há pouquíssimas ocasiões na vida em que não há problema em ser ganancioso; no que concerne ao aprendizado, devemos ser “gananciosos” para aprender, porque a verdade vem de Deus e devemos ter o desejo de conhecê-la. Além disso, devemos ser motivados a aprender, a fim de sermos de alguma ajuda à igreja. Não é raro encontrar ministros cristãos que, pelo muito estudar, consideram-se extremamente sofisticados e “acima” da média dos freqüentadores da igreja. Tal tipo de atitude é inapropriada ao extremo e, é interessante notar, geralmente não é vista naqueles que possuem mentes realmente brilhantes. O ministro estuda precisamente para poder ajudar o povo de Deus, por mais humilde que ele seja. Nós queremos aprender a fim de sermos úteis à igreja.

Você deve ser motivado a aprender para ser útil a outros pastores e igrejas. Torne-se um especialista em algo para que possa ajudar amigos pastores às voltas com determinada área de conhecimento que eles não conhecem tão bem quanto você. Talvez você se familiarize de tal maneira com a melhor literatura a acadêmica sobre o Islamismo, que não somente poderá testemunhar como também ensinar seu povo. Também poderá ajudar outros pastores que não conhecem tanto quanto você sobre aquela que é a principal rival religiosa do cristianismo no mundo. Ou, talvez, você se torne um especialista nos puritanos, não apenas para ser edificado através daquele excelente material, mas, também, a fim de livrar outros da considerável e negativa mitologia que cerca este campo de estudos. Você entendeu o que quero dizer. Esteja motivado a aprender para que seu aprendizado possa abençoar a igreja como um todo.

Certamente, há muitas outras motivações para estudar além destas que eu listei. Dei apenas sugestões."

Fonte: DUNCAN, Ligon. Continue Estudando. In: ASCOL, Thomas K. Amado Timóteo. Tradução de Maurício Fonseca S. Júnior. São José dos Campos: FIEL. 2005. p. 167-186 (COMPRE AQUI).

Nota MCA: Quando critiquei o academicismo que seduziu muitos pastores de minha igreja, não fui corretamente compreendido. Muitos desses que me criticaram são fieis, outros, apenas defenderam o status. Fui tachado de perseguidor do ensino da IPB. Nada mais injusto.

Talvez, ao autor citado nesta postagem, quem sabe, darão crédito... na verdade, EU espero isso pelo menos dos que possuem amor pela Igreja de Cristo e estão engajados em alguma especialização acadêmica. Os amantes de ‘divisas’, continuarão orgulhosos e cegos. Prejuízo deles e do povo que eles ‘pastorearem’.

Deus nos ajude.

3 comentários:

  1. Só acho que não há problema algum em conseguir títulos se houverem motivações corretas. Pelo menos é uma espécie de 'quase-garantia' de que se estudou o assunto (tão garantia quanto as 'carteiras de habilitação').
    Além disso, para os ouvintes ímpios, pode dar credibilidade, e abrir as portas, no meio acadêmico, para ser ouvido. Este, pelo menos, me parece o caminho mais natural. :)

    E, me diz ae, Luciano, quem foi que te perseguiu, mano? Deu treta seus artigos? huahuahuha
    q tenso... hehe ^^

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  2. Só criticas, nada de perseguições.

    No ambiente de interesses - pessoais e do reino - erra-se nas avaliações por desconsiderar que mesmo os melhores doutores podem ser vítimas do problema em foco.

    E também erra-se por achar que os que criticam os tais estão sempre errados, porque eles são doutores e os demais "povo da terra"!

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    1. E quanto ao seu primeiro 'ponto'...

      Não acredito que exista alguma motivação correta em buscar o título. Não existe. Apenas vaidade, anões em buscando palanques.

      Se o camarada estuda para possuir o título, pelo menos o espírito cristão me diz isso, ele deixou o reino e os Seus interesses.

      A garantia do 'quase' foi apenas para cumprir requisitos. O texto aí fala de F. F. Bruce que tinha mais conhecimento do que uma sala cheia de doutores.

      Quanto a impressionar o mundo, aí mais estranho. Não parece essa a preocupação de Jesus ao comissionar discípulos.

      Agora se ele estuda, tendo a glória de Deus e as ovelhas de Cristo como alvo, que o título esteja na gaveta.

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