sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Leandro Quadros responde: “Existe idolatria em torno de Ellen White?”


Esses dias, ‘passei’ pelo programa do Leandro Quadros, com o coadjuvante Tito. Ele estava respondendo a pergunta que é o tema da postagem. Resolvi parar um pouco e ver qual resposta o apologista Leandro Quadros daria tal questionamento.

Sua resposta girou em torno de algumas premissas: 1) A definição que ele deu sobre idolatria 2) a sua observação pessoal e 3) confundindo dom profético com a exclusividade da Ellen White.

Certa vez eu conversei um senhor adventista de longas datas, e quando ele percebeu que toquei em um assunto traumático a respeito de Ellen White, ele com um fervor incomparável me disse: “Anjos guiavam as mãos da Irmã White!”

Porém, Leandro Quadros disse que ‘nunca viu na Igreja Adventista ninguém orando diante de uma foto ou imagem de Ellen White’. Quadros, como sempre, não analisa as criticas nas suas formas exatas. Ele até disse que ‘existem mitos a respeito dos Adventistas, e que tem livros por aí que é mito do começo ao fim’ (estaria falando do livro de Natanael Rinald?).

Minha resposta ao que Leandro Quadros disse é como se segue:

1. A Bíblia não diz que a idolatria é praticada apenas nos termos que Quadros apresentou. Segundo a Escritura, alguns fazem até mesmo do ventre o próprio deus (Fl 3.19). A avareza, o amor ao dinheiro, segundo as Escrituras, é uma idolatria (Cl 3.5).

O conceito que os Adventistas possuem a respeito de Ellen White pode ser uma idolatria no seguinte quesito: Até que ponto o Adventista crê que sem Ellen White ele não teria conhecido a verdade salvadora?

Graças a Deus hoje existe muitos adventistas incoerentes, que não crê na imposição doutrinária da IASD com a sua Crença Fundamental número 18. Isso acontece graças ao intenso trabalho de apologistas protestantes, e outros críticos, em expor Ellen White de uma maneira não propagada pela IASD.

2. Não existiu após Ellen White NENHUMA OUTRA MANIFESTAÇÃO PROFÉTICA entre esse grupo. Dizem, que a que tentou foi logo rechaçada. Assim, o que Leandro Quadros disse a respeito da necessidade de um dom profético na igreja é um discurso vazio e sem correspondência prática na Igreja Adventista. Ellen White tem uma cadeira vitalícia. Acho, que nem mesmo na Igreja Católica um Papa se torna tão ‘insubstituível’!!!

3. ‘As fontes primárias’... sempre as fontes primárias! Leandro Quadros recorrentemente diz que as pessoas precisam consultar as obras dos próprios adventistas para saberem a exatidão dos assuntos. Como se todos os que criticam o são desonestos com os adventistas. Achar que um teólogo adventista não é afetado por sua visão de defender a Igreja Remanescente, é um mito. Me parece que quando Leandro Quadro recorre a essa falácia, das fontes primárias serem cândidas, ele está promovendo um ostracismo religioso, pois as informações verificadas seriam apenas as que estão dentro do grupo. Algo um pouco semelhante, acontece com seitas semelhantes, como Mórmons e Testemunhas de Jeová.

CONCLUSÃO

Se existe idolatria em torno da Nossa Senhora Adventista de Todos os Sonhos, eu não tenho certeza. Pode existir, mas o que é certo é que Ellen White possui cadeira cativa mística na alma de todo adventista fiel. Isso não é um mito...

Mito é o que o Leandro Quadros tenta produzir em sua maneira de fazer apologética.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Presbiterianos maçons: orgulho e riqueza

Quando ouço a respeito de algum presbiteriano que deixou a IPB por causa da resolução do Supremo Concílio a respeito da incompatibilidade da fé cristã com a Maçonaria, chego sempre a uma conclusão: Essas pessoas são orgulhosas e presas ao poder e ao dinheiro, coisas que não raro a filiação maçônica concede...


  • Seria de mais a comunidade cristã pedir isso: Que você deixe a maçonaria? Acredito que quando um maçon deixa a congregação presbiteriana por esse motivo, ele se assemelha ao Jovem Rico: "Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste; porque possuía muitas propriedades." Marcos 10:22

1. No afã de defender a postura, alguns dizem que a IPB hoje segue argumentos 'neo-pentecostais' para diabolizar a Maçonaria. A estupidez é tão grande que nem se dão conta que a Igreja Presbiteriana 'rachou' em 1903 quando nem os pentecostais existiam no Brasil, muito menos os NEOs, por causa dessa entidade esotérica e filosófica.


2. Outros dizem que 'inconstitucional'. Eles só não dizem o que é bíblico, isto é, temos que ser submissos aos nossos pastores: "Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil." Hebreus 13:17.


3. Esse assunto deve ser analisado sob a mesma perspectiva do cigarro e bebida. Não importa muito o que se argumente em defesa disso (apesar que as defesas nem sempre são claras!). A visão esmagadora da Igreja Presbiteriana Brasileira pesa na decisão, e nada mais justo que seguir o espírito comum vindo de crentes salvos em Cristo.


4. Por último, e bem sério, os chamados "Pastores Maçons", poderiam ter seus Ministérios cassados, pois no caso desses o mau exemplo de rebeldia se torna uma desgraça para as ovelhas de Cristo. Antes mesmo de lembrar que o Supremo Concílio, com seus delegados, é o pastor desses pastores. O texto de Hb 13.17 aplica-se a ambos. Talvez a decisão pesaria mais no bolso desses... não é mesmo?


Obviamente que o amor e a constante advertência deve nortear o que é pastoralmente recomendado em tais casos.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Era o espírito de Samuel? – Primeira opinião

Quero colocar três opiniões de evangélicos sobre o assunto polêmico de 1 Samuel 28.3-25. Era Samuel mesmo? Era demônio? Ou era uma farsa da feiticeira? Teremos quatro partes, essa primeira, sem interpolações (apenas destaquei em negrito a opinião, não tão popular entre nós evangélicos, do autor em destaque), é do Teólogo Reformado Loraine Boettner:


“O único acontecimento nas Escrituras frequentemente apontado pelos espíritas em apoio de sua teoria, segundo a qual é possível que os vivos se comuniquem com os mortos, é a visita de Saul à feiticeira de Endor. Esse acontecimento é relatado em 1 Samuel 28.3-25. Cremos, porém, que um exame cuidadoso dessa passagem mostrará que, em vez de apoiar a pretensão dos espíritas, a refuta, na verdade, categoricamente.


Recordemos a história. O velho profeta Samuel morrera, Saul, o rei de Israel, ia de mal a pior, abandonado por Deus. Os filisteus estavam a concentrar contra ele os seus exércitos. As formas normais de revelação divina estavam-lhe fechadas, por causa da sua deliberada desobediência. “Porém o Senhor não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas” (1 Samuel 28.6). A iminência da batalha com os filisteus enchia-o de terror e não sabia para onde se virar. Pensou em Samuel e desejou ardentemente uma palavra dele, como dantes. Ele sabia que os que tinham relações com os espíritos familiares possuíam a fama de serem capazes de invocar os mortos. Embora Saul, no início do seu reinado, tivesse suprimido, sob pena de morte, todos os médiuns, feiticeiros, seguidores de magia negra, etc., agora, no seu desespero e na sua superstição, procura uma mulher que praticava ilegalmente a feitiçaria na cidade de Endor.


Saul disfarçou-se e foi ter com a mulher. Ela lembrou-lhe que Saul proibira semelhantes práticas, sob pena de morte. Porém, depois de receber uma promessa solene que não receberia nenhum castigo, perguntou: “A quem te farei subir? E disse ele: Faze-me subir a Samuel”. Saul pediu que fizesse subir a Samuel. E a história prossegue:


“Vendo, pois, a mulher a Samuel, gritou com alta voz, e falou a Saul, dizendo: Por que me tens enganado? Pois tu mesmo és Saul. E o rei lhe disse: Não temas; que é que vês? Então a mulher disse a Saul: Vejo deuses que sobem da terra. E lhe disse: Como é a sua figura? E disse ela: Vem subindo um homem ancião, e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra, e se prostrou. Samuel disse a Saul: Por que me inquietaste, fazendo-me subir? Então disse Saul: Mui angustiado estou, porque os filisteus guerreiam contra mim, e Deus se tem desviado de mim, e não me responde mais, nem pelo ministério dos profetas, nem por sonhos; por isso te chamei a ti, para que me faças saber o que hei de fazer. “Então disse Samuel: Por que, pois, me perguntas a mim, visto que o Senhor te tem desamparado, e se tem feito teu inimigo? Porque o Senhor tem feito para contigo como pela minha boca te disse, e o Senhor tem rasgado o reino da tua mão, e o tem dado ao teu próximo, a Davi. Como tu não deste ouvidos à voz do Senhor, e não executaste o fervor da sua ira contra Amaleque, por isso o Senhor te fez hoje isto. E o Senhor entregará também a Israel contigo na mão dos filisteus, e amanhã tu e teus filhos estareis comigo; e o arraial de Israel o Senhor entregará na mão dos filisteus. E imediatamente Saul caiu estendido por terra, e grandemente temeu por causa daquelas palavras de Samuel” (1 Samuel 28.12-20).


Essa é a história. Saul procurou o que podemos chamar um médium espirita, e Deus deu-lhe uma mensagem de condenação – o exército seria derrotado, o país saqueado, e ele e os seus filhos morreriam. Ao lermos essa história, duas perguntas nos vêm à mente:


1 – Foi realmente Samuel quem apareceu e falou a Saul?

2 – Se foi Samuel, teria a mulher, na verdade, poder para o invocar?


Quanto à primeira pergunta, tudo indica que Samuel apareceu, na verdade, e falou com Saul. É-nos contado que a mulher viu Samuel (v. 12), que Saul verificou que era Samuel (v. 14), que Samuel falou com Saul (v. 15), que Samuel repreendeu severamente a Saul (v. 20). Afirma-se claramente que Samuel falou com Saul. Toda essa história é narrada simples e historicamente, e não há nela qualquer indicação de que fosse a mulher ou um espírito maligno personificando Samuel.


Quanto à segunda pergunta, não podemos acreditar que a mulher tivesse realmente poder sobre o espírito de Samuel, de forma a fazê-lo aparecer, a um aceno seu, a uma chamada sua. Semelhante crença seria contrária ao ensino geral das Escrituras a esse respeito. Parece evidente que aconteceu algo que nem mesmo a mulher esperava que acontecesse. É evidente que ela esperava fazer o que costumava fazer – entrar em transe (real ou pretensamente), personificar Samuel, de maneira a enganar os consulentes. Mas quando o espírito realmente apareceu, surgindo da terra, como visão, terrível na sua majestade, foi ela quem ficou mais espantada. Ficou, na verdade, completamente assustada e gritou – “com alta voz”. Se fosse aquilo que pretendia ser, um médium capaz de invocar espíritos do túmulo, essa aparição seria apenas rotina, e ela já contaria que tal acontecesse. Mas as coisas passaram-se de uma maneira diferente do costume, diferentes do que ela faria como médium.


Desde o momento em que Samuel apareceu, a mulher passou a ser apenas uma espectadora. Parece evidente que, nesse caso, Deus enviou realmente o profeta Samuel e invalidou a sessão, usando-a para pronunciar uma sentença contra a deliberada desobediência de Saul. Na narrativa paralela de 1 Crônicas 10.13, 14, dá-se especial relevo ao fato da desobediência de Saul: “Assim morreu Saul por causa da transgressão que cometeu contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a qual não havia guardado; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar. E não buscou ao Senhor, que por isso o matou, e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé”. Não há dúvida que esse episódio não pode ser tomado das Escrituras em apoio do espiritismo.


Sim, a estrela mais antiga é a de Endor.... É a mais louca de todas elas é...Vai direita à casa da feiticeira.... Tal como nos dias de Saul, o Rei.... Nada, nada mudou, e dores virão... Aos que vão na estrada para Endor. Rudyard Kipling”




sábado, 8 de dezembro de 2012

Hernandes Dias Lopes, Paul Washer e o Batismo Infantil


Os presbiterianos apaixonados por Paul Washer 'devem' engolir o que ele disse sobre o batismo infantil. Que este foi o “Bezerro de ouro da Reforma”. Note, Paul Washer DISSE ALGO mas escreveu OUTRA COISA. Veja nesta postagem AQUI, especialmente as notas.


Observe bem, Washer não apenas discordou do batismo infantil, ele fez uma classificação (demoníaca? idólatra? sei lá...) muito séria do pedobatismo.


Gostaria de ficar com Hernandes Dias Lopes, onde explica, como sempre biblicamente, o batismo infantil:


“As crianças fazem parte da família de Deus. Deus firmou conosco uma aliança eterna, prometendo ser o nosso Deus e o Deus dos nossos filhos (Gn 17.1-10). O selo espiritual dessa aliança foi a circuncisão (Rm 4.16-18; Gl 3.8,9,14,16). A circuncisão era o rito de entrada no pacto. A criança era circuncidada ao oitavo dia e a partir daí participavam dos benefícios do pacto (Gn 17.10; Is 54.10,13; Jr 31.34). O pacto feito com Abraão, o pai da fé, não foi ab-rogado (Is 59.20,21; At 2.37-39). A promessa está vigente na nova dispensação (Rm 4.13-18 e Gl 3.13-18). Na nova dispensação os infantes não foram excluídos. O Novo Testamento confirma que as crianças de pais crentes era membros da igreja (Mt 19.14; Jo 21.15; At 2.39; I Co 7.14). Temos forte evidência de que os apóstolos batizaram crianças (At 10.48; 11.14; 16.15; 16.33; 18.8; I Co 1.16; I Co 7.14). Outrossim, os principais pais da igreja, como Justino, o mártir, Irineu, Orígenes, Agostinho e Tertuliano fizeram menção dessa prática apostólica. Os teólogos reformados e as principais confissões de fé da igreja reformada também defenderam a prática do batismo infantil, como a Confissão belga, O Catecismo de Heidelberg, os Cânones de Dort e a Confissão de Fé e os Catecismos de Westminster.


Aqueles que se opõem ao batismo infantil, levantam algumas objeções:


1. As crianças não podem exercer uma fé pessoal em Cristo como seu salvador e por isso não devem ser batizadas (Mc 16.16). Esse texto não está endereçado às crianças. Porque a dedução lógica, então, seria que a criança por não crer está condenada, enquanto o próprio Jesus disse que das tais é o Reino dos céus. O apóstolo Paulo disse também: quem não quer trabalhar, também não coma. Poderíamos nós aplicar esse texto a uma criança?


2. O batismo das crianças inconscientes é uma violação da sua liberdade de escolha pessoal. Não foi essa a visão de Josué quando disse: “Eu a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15). Nos pactos de Deus com o seu povo, os pais sempre foram legítimos representantes dos seus filhos (Gn 9.8,9; 17.7). Os pais escolhem vestuário, alimentação, escola. Não teria que decidir sobre a quem a criança deve adorar? O argumento teria que ser usado também para o caso da criança que era circuncidada ao oitavo dia.


3. Não há no NT nenhum mandamento expresso para se batizar criança. Não há necessidade, pois que não há nenhum que o proíbe. Então, o princípio não foi ab-rogado. Já que o batismo substituiu a circuncisão, o batismo infantil está absolutamente legitimado no NT.


4. O batismo não pode ser substituto da circuncisão, por que esta era só aplicada aos do sexo masculino. As mulheres no velho pacto era representadas pelos pais e pelos maridos. Entretanto, no NT Cristo conferiu novos direitos à mulher (Gl 3.28).


5. A circuncisão era apenas um distintivo de nacionalidade entre os judeus, sem significação religiosa. Esse não é o ensinamento das Escrituras como podemos testificar em Rm 4.10,11; Dt 10.16; 30.6.


6. Se o batismo é o sinal da recepção da criança na igreja, assim como os adultos, porque eles então não participam da Ceia? No rebanho há cordeirinhos e ovelhas. O adulto senta-se à mesa e come feijoada, a criança leite. Nem por isso, a criança deixa de ser membro da família. Uma criança não pode votar, nem por isso deixa de ser cidadã.


7. Quando se batiza uma criança não se pode ter certeza da sua regeneração, ela pode se desviar. O mesmo pode acontecer com os adultos. Batizamos pela ordenança do pacto (Pv 22.6).


8. Por que então, Jesus não foi batizado na infância e por que ele não batizou as crianças que vieram a ele? Primeiro, porque Jesus foi circuncidado ao oitavo dia (ato semelhante ao batismo infantil). Segundo, porque o batismo cristão ainda não havia sido instituído. Portanto, estava em vigência a circuncisão. O batismo cristão foi instituído depois da ressurreição de Cristo (Mt 28.19).

A prática do batismo infantil não é uma inovação católica, como querem os antipedobatistas, mas um ensino profundamente arraigado nas Escrituras do Velho e Novo Testamento.




quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Pensamentos ‘berkhofianos’: entrevista ‘com’ o grande teólogo - Parte 2


Louis Berkhof, o senhor afirma que Deus é incompreensivo?
“A igreja cristã confessa, por um lado, que Deus é o Incompreensível, mas também, por outro lado, que Ele pode ser conhecido e que conhecê-lo é um requisito absoluto para a salvação. Ela reconhece a força da questão levantada por Zofar, “Porventura desvendarás os arcanos de Deus ou penetrarás até a perfeição do Todo-Poderoso?” Jó 11.7. E ela percebe que não tem resposta para a indagação de Isaías. “Com quem comparareis a Deus? Ou que cousa semelhante confrontareis com ele?” Isaías 40.18. Mas, ao mesmo tempo, ela também está atenta à afirmação de Jesus: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” João 17.3. Ela regozija no fato de que “o Filho de Deus é vindo, e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro, e estamos no verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo” 1 João 5.20. As duas idéias refletidas nestas passagens sempre foram sustentadas lado a lado na igreja cristã.”


Mas como isso é possível? Ele é e não é compreensivo ao mesmo tempo?
"Os escolásticos distinguiam entre o Quid e o Qualis de Deus, e sustentavam que não sabemos o que Deus é em Seu Ser essencial, mas podemos saber algo da Sua natureza, daquilo que Ele é para nós, como Ele se revela em Seus atributos divinos. As mesmas idéias gerais foram expressas pelos Reformadores, apesar de que eles não concordavam com os escolásticos quanto à possibilidade de adquirir real conhecimento de Deus pela razão humana desajudada, partindo da revelação geral. Lutero fala repetidamente de Deus como o Deus Absconditus (Deus oculto), em distinção dele como o Deus Revelatus (Deus revelado). Em algumas passagens ele até fala do Deus Revelado como ainda um Deus Oculto, em vista do fato de que, mesmo através da Sua revelação especial, não podemos conhecê-lo plenamente. Para Calvino, Deus, nas profundezas do Seu Ser, é insondável. “Sua essência”, diz ele, “é incompreensível; desse modo, Sua divindade escapa totalmente aos sentidos humanos”. Os Reformadores não negam que o homem possa aprender alguma coisa da natureza de Deus por meio da Sua obra criadora, mas sustentam que ele só pode adquirir verdadeiro conhecimento de Deus por meio da revelação especial, sob a influência iluminadora do Espírito Santo."


Posso conhecê-Lo como ele é na medida em que sou capaz de conhecê-lo!? É isso?
“A teologia reformada sustenta que Deus pode ser conhecido, mas que ao homem é impossível Ter um exaustivo e perfeito conhecimento de Deus, de modo algum. Ter esse conhecimento de Deus seria equivalente a compreendê-lo, e isto está completamente fora de questão: “Finitum non possit capere onfinitum”.

Certo... Nesse ponto então é que entre em cena a TEOLOGIA, o estudo de, ou sobre Deus?
“Kuyper chama a atenção para o fato de que a teologia, como conhecimento de Deus, difere num importante ponto de todos os demais tipos de conhecimento. No estudo de todas as outras ciências, o homem se coloca acima do objeto de sua investigação e ativamente extrai dele o seu conhecimento pelo método que lhe pareça mais apropriado, mas, na teologia, ele não pode colocar-se acima, e, sim, sob o objeto do seu conhecimento. Noutras palavras, o homem só pode conhecer a Deus na medida em que Este ativamente se faz conhecido. Deus é, antes de tudo, o sujeito que transmite conhecimento ao homem, e só pode tornar-se objeto de estudo do homem na medida em que este assimila e reflete o conhecimento a ele transmitido pela revelação. Sem a revelação, o homem nunca seria capaz de adquirir qualquer conhecimento de Deus. E, mesmo depois de Deus ter-se revelado objetivamente, não é a razão humana que descobre Deus, mas é Deus que se descerra aos olhos da fé. Contudo, pela aplicação da razão humana santificada ao estudo da palavra de Deus, o homem pode, sob a direção do Espírito Santo, obter um sempre crescente conhecimento de Deus.”

Interessante esse fato... A Teologia propriamente dita não é de autoria humana?
“A teologia seria totalmente impossível, sem uma auto-revelação de Deus. E quando falamos de revelação, empregamos o termo no sentido estrito da palavra. Não se trata de uma coisa na qual Deus é passivo, um mero “tornar-se manifesto”, mas uma coisa na qual Ele ativamente se faz conhecido. Não é, como muitos pensadores modernos o vêem, um aprofundamento discernimento espiritual que leva a um sempre crescente descobrimento de Deus por parte do homem; mas sim, um ato sobrenatural de auto-comunicação, um ato prenhe de propósito, da parte o Deus Vivente. Não há nada surpreendente no fato de que Deus só pode ser conhecido se Ele se revela, e na medida em que o faz.”

Mas e a consciência religiosa, nossas pressuposições morais corretas, a reflexão que todo ser humano faz do divino, quando corretas, não é em si mesmo também uma ‘teologia’?
“Deus tem-se dado a conhecer. Ao lado do conhecimento arquetípico de Deus, que se acha no próprio Deus, há também um conhecimento ectípico dele, dado ao homem por meio da revelação. Este último relaciona-se com o primeiro como uma cópia com o seu original e, portanto, não tem as mesmas proporções de clareza e perfeição. Todo o nosso conhecimento de Deus é derivado da Sua auto-revelação na natureza e na Escritura. Conseqüentemente, o nosso conhecimento é, de um lado, ectípico e analógico, mas, de outro, é também verdadeiro e preciso, visto que é uma cópia do conhecimento arquetípico que Deus tem em Si mesmo.”


*Extraído da Sistemática de Berkhof
Veja a primeira parte AQUI.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Os Ungidos das Testemunhas de Jeová, já foram racistas?


Segundo as Testemunhas de Jeová, os seus Líderes foram escolhidos e ungidos em 1919 para restaurar a verdade de Jeová. Dizem que essa escolha foi baseada na fidelidade que os tais tiveram pela "verdade".


Mas podemos destacar algumas coisas em relação ao racismo (entre outros) que provam que os tais homens eram iguais aos muitos americanos da época segregacionista nos EUA. Muitas testemunhas duvidariam disto. Veja essas declarações do chamado "Escravo Fiel e Discreto", especialmente nas eras presidencias de C. T Russel e J. F Rutherford:


""...É verdade que a raça branca exibe algumas qualidades de superioridade sobre qualquer outra...” - Zion’s Watch Tower de 15/7/1902, pág. 3043 (reimpressão)


“Deus pode mudar a pele etíope [negra] no seu devido tempo.” - Zion’s Watch Tower de 15/7/1904, pág. 3320 (reimpressão)


 "Deus... evidentemente tem sido um respeitador das raças, e tem abençoado especialmente certos ramos da raça Ariana na Europa e América... a raça branca tem sido mais abundantemente abençoada com a luz das boas novas do que outras... a Igreja eleita provavelmente será composta principalmente da altamente favorecida raça branca.."A Bíblia versus a Teoria da Evolução (1898), págs. 30,31 (em inglês)


"As raças negra e latina provavelmente sempre serão inclinadas à superstição."Zion's Watch Tower de 1/4/1908, pág. 99


"...as diversas raças da humanidade provavelmente terão seus interesses espirituais como Novas Criaturas melhor preservados por alguma medida de separação." Estudos das Escrituras - Vol III (1904), pág. 490 (em inglês)


"EDUCAÇÃO DE NEGROS EM CINCINNATI - Negros por toda a cidade vão a esta escola por opção. Eles sentem que podem ter melhores oportunidades permanecendo em seu próprio grupo, e estão provavelmente certos... sob as condições imperfeitas presentes, uma sábia segregação é provavelmente uma vantagem para todos os envolvidos." A Idade de Ouro de 1/10/1919, pág. 8 (em inglês)


"Eles [os negros] têm sido e são uma raça de serviçais... Não há no mundo um serviçal tão bom quanto um bom serviçal de cor, e a satisfação que ele obtém por prestar um fiel serviço é uma das mais puras satisfações que há no mundo."A Idade de Ouro de 24/7/1929, pág. 207 (em inglês)


 

"Hispânicos.. e outras raças retrógradas..." A Idade de Ouro de 30/11/1927, pág. 141 (em inglês)


"Cuidadosas observações em uma escola em Londres mostraram que as crianças davam suas melhores risadas, não com comédias 'pastelão', mas...olhando um mineiro negro comer um prato cheio." A Idade de Ouro de 1928, pág. 684 (em inglês) ""


Fonte: http://testemunha.orgfree.com/dossie.htm#Racismo (adaptado).

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Os Mórmons: Deuses e recebimento do Espírito Santo


Em coversas com irmãos eu já disse que, das chamadas ‘seitas cristas’, os mórmons são mestres em inventar doutrinas absurdas. Entre o romanismo e mormonismo, fica difícil dizer qual mais se afastou da simplicidade do evangelho.


Veja um estudo mórmon. Destaco em grifo as partes que nos parece estranhamente contrárias ao que a Fé Bíblica revela:


“Como alguém pode receber o Espírito Santo? Algumas ideias aleatórias sobre o dom do Espírito Santo

Um quórum de deuses

Um quórum de três deuses preside sobre esta terra. Nesse quórum do sacerdócio, cada membro está em um diferente estágio de deidade e atua em uma missão ou dispensação para conosco, deuses mortais:

Convênio eterno foi feito entre três personagens antes da organização desta terra, e se relaciona com sua dispensação de coisas aos homens na terra; esses personagens, de acordo com o registro de Abraão, são chamados Deus, o primeiro, o Criador; Deus o segundo, o Redentor; e Deus o terceiro, a testemunha ou Testador. (Teachings of the Prophet Joseph Smith, p. 190)

O Espírito Santo como um deus

Como o terceiro membro desse quórum, o Espírito Santo também é um deus. Ele será reconhecido por muitos neste mundo, porém, como o Deus supremo. Em várias culturas, pessoas acreditam que Deus é um espírito, sem um corpo físico, o qual inspira a humanidade a fazer o bem e a buscar a paz; que se comunica conosco através de impressões e sentimentos. Isso soa como uma descrição dos frutos do Espírito Santo. Talvez não seja coincidência que o Espírito santo seja o deus que preside sobre o reino telestial, onde a maioria de nós parece se encaixar.¹

Aqueles que entendem a sua relação com o Pai e o Filho e buscam por mais luz também precisam conhecer as operações do Espírito Santo e buscar a sua influência, como o primeiro Consolador.

As ordenanças do sacerdócio e a deidade

Ao nos tornarmos conscientes de nossa origem e potencial divinos, e nos esforçarmos para viver a verdade, passamos a desenvolver uma relação mais pessoal com os membros da deidade. Oramos ao Pai em nome do nosso irmão mais velho, recebemos inspiração através do Espírito Santo; somos batizados em nome dos três deuses; administramos e recebemos ordenanças por sua autoridade; simbolicamente aprendemos como entrar no lar de nosso Pai e ser por Ele abraçados.

O recebimento das ordenanças é parte de desenvolvermos uma relação pessoal com a deidade. Sem um esforço sincero de viver os princípios do evangelho e receber suas respectivas ordenanças, não conseguimos experimentar totalmente “o poder da divindade” em nossas vidas, ter acesso aos “mistérios da divindade” e “o conhecimento de Deus” ou entrar na presença do “Pai e viver” (D&C 86:19-22).

Os dois batismos

Algumas escrituras chamam as duas primeiras ordenanças do evangelho de “batismos” – batismo de água e batismo de fogo.² Acho essas expressões significativas ao evocarem duas partes de um mesmo processo purificador, assim como uma “imersão” nos princípios simbolizados nas duas ordenanças. Entender a beleza e profundidade dessas ordenanças nos impedirá de reduzi-las a uma mera questão de filiação à Igreja.

Joseph Smith ensina que os dois “batismos” estão relacionado se tinham o objetivo de trazer ao indivíduo a influência do Espírito Santo. Ao invés declarar o recebimento do dom do Espírito Santo como um complemento do batismo na água, ele vê o batismo na água como um passo preparatório para receber o Espírito Santo:

Batismo é uma santa ordenança preparatória para a recepção do Espírito Santo. É o canal e chave pela qual o Espírito Santo será administrado. (Words of Joseph Smith, p. 03)

Um mandamento

Nenhum de nós tem a autoridade para designar um deus a uma tarefa; tampouco podemos “transferir” o Espírito Santo a alguém – ele não é nossa propriedade e não temos poder sobre ele. Ao impôr as mãos sobre a cabeça de outra pessoa, um portador do sacerdócio dirá “recebe o Espírito Santo”. O modo imperativo da frase nos comunica que estamos recebendo um mandamento.

Ao fazermos convênios com Deus, não esperamos que Ele venha a nós sem o nosso esforço de nos aproximarmos Dele. De forma semelhante, não podemos esperar “receber o Espírito Santo” sem buscar a sua influência na nossa vida.

Achegai-vos a mim e achegar-me-ei a vós; procurai-me diligentemente e achar-me-eis; pedi e recebereis; batei e ser-vos-á aberto. (D&C 88:63)

Há uma forma de saber com certeza se temos ou não a influência do Espírito em nossas vidas:

Nenhum homem pode receber o Espírito Santo sem receber revelações. O Espírito Santo é um revelador. (Words of Joseph Smith, p. 256.)

Se o Espírito Santo é um revelador e somos ordenados a receber o Espírito Santo, estamos sermos instruídos a receber revelações. Receber revelações verdadeiras para su aprópria vida é receber o Espírito Santo. Para tanto, a ordenança em si não é suficiente. A ordenança externa é um passo necessário para abrir as portas à ordenança interna, ao longo de toda a vida. Parafraseando o que disse Joseph, se um homem ou uma mulher recebe o Espírito Santo, ele ou ela receberá revelações do céu. Se isso não acontecer, é porque o Espírito Santo não está sendo bem-vindo, recebido.

Mas se não sois levados por revelação como podeis escapar da danação do inferno?(Words of Joseph Smith, p. 345.)

NOTAS

¹ D&C 76: 81-86.

² Por exemplo, Mat. 3:11, 2 Né. 31:13, D&C 39:6, Moisés 6:66.