segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Foi o diabo que inventou a doutrina da imortalidade da alma?

Segundo a profetisa adventista Ellen White, foi o diabo que inventou a doutrina conhecida como imoralidade da alma. Em um dos seus principais livros, ela asseverou:

“[...] a declaração da serpente a Eva, no Éden – “certamente não morrereis” – foi o primeiro sermão pregado acerca da imortalidade da alma. Todavia, esta assertiva, repousando apenas na autoridade de Satanás, ecoa dos púlpitos da cristandade, e é recebida pela maior parte da humanidade tão facilmente como o foi a nossos primeiros pais.” (O Grande Conflito, p. 539).

Quando lemos os escritos de White, percebemos que seu grande problema em relação a esse assunto foi, ao rejeitar o espiritismo, ela foi ao extremo de rejeitar a imortalidade da alma, que obviamente seria um pressuposto (deturpado) do estado dos mortos, isto é – que seria possível a comunicação com os mesmos (Primeiros Escritos, p. 262).

E, claro, tudo que ela escreveu o Adventismo precisa prescrever, investiram forças para atacar essa doutrina. Talvez apenas o Dia do Senhor, o Domingo, seja tão caluniado pela teologia Adventista quanto o ensino de imortalidade da alma.
Avaliemos o texto ‘prova’ que a “Mãe White” apresenta, questionando os aspectos por ela apontados:

1)    O tema não tinha nada em mira a respeito do que poderia acontecer na morte. O mandamento do SENHOR foi simples e objetivo – não coma da árvore, pois se comer vai morrer (Gn 2.17) Obviamente Adão e Eva, sabiam bem o que era a morte, para fazer um julgamento correto do salário da desobediência (Rm 6.23).

2)    Não houve nenhum sermão tendo uma promessa de imortalidade da alma como recompensa, mas que eles não morreriam (Gn 3.4)! O diabo não disse a Eva – ‘não se preocupe com a morte, sua alma é imortal mesmo, ela continuará viva após a morte’. Não, não houve nada nessa direção.

3)    O assunto tinha como o início da morte espiritual e seguiu a morte física. Note que Deus disse que no dia que eles comessem, morreriam, e o que temos “NO DIA” foi que tiveram um desastre espiritual. Ficaram com vergonha, esconderam-se do SENHOR, fugiram de Sua presença, foram amaldiçoados e expulsos do Jardim (Gn 3.7-19).

4)    Se a imortalidade da alma fosse o foco, apenas após a morte ficaria provado que ele estava mentindo! Sim, se promessa do diabo fosse a imortalidade da alma, como uma promessa falsa, então toda a situação que se desenrolou não seria evidência alguma que ele estava enganando, pois apenas após a morte é que se daria ou não o que foi dito. O que nenhum poderia verificar ali e voltar!

5)    A pressuposição da imortalidade da alma, especialmente revelada no Novo Testamento, é um prova que tal ensino não foi originado pelo diabo. Ao contrário, o Espírito Santo disse isso na Escritura, deixemos que Ele fale:

“E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes." Mt 13.50.
"E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes." Mt 8.12.
"E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes." Mt 13.42.
"Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. "Mt 25.3.
"Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os profetas no reino de Deus, e vós lançados fora." Lc 13.28.
"E separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes." Mt 24.51.
"Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes." Mat 22.13.
"Pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento." Lc 16.28.
"Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado." Lc 16.25.
“E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraiso.” Lucas 23.43
“[...] tenho do desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é muito melhor.” (Fl 1.23)
“aos espíritos dos justos aperfeiçoados.” (Hb 12.23)
"Vemos, portanto, que o Senhor sabe livrar os piedosos da provação e manter em castigo os ímpios para o dia do juízo" - 2 Pedro 2.9.  
“[...] vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos [...]” Ap 6.9
"E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome." Ap 14.11. 
“[...] e vi as almas daqueles que foram degolados [...]” Ap 20.4
"E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre." Ap 20.10

Portanto, a bizarra blasfêmia que emitiu Ellen White, é mais uma das tantas outras bobagens que essa papisa escreveu, sem base alguma, e coloca a Igreja de Cristo sob calúnias difamatórias. Não me preocupo mais com Ellen White,  ela já começou a receber seu quinhão... Minha preocupação é com os que hoje repetem essas blasfêmias...



segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Esclarecimentos sobre a seita Adventista - Blog Guerra Pela Verdade

Recebi algumas perguntas objetivas sobre o Adventismo do Blog Reformado  Guerra pela Verdade. Confira as notas em que baseio minhas respostas, e que Deus te proteja das armadilhas dessa seita, e use o blog GPV na defesa da fé.



sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Apologética com honestidade e a crítica ao livro “Uma Vida Com Propósitos”

por Nelson Ferreira 
"Fazer apologia (defesa) de suas convicções é uma atividade inerente ao homem como ser pensante. Não praticá-la é deixar-se enfeitiçar por amontoado de erros pestíferos como diria Calvino. Nossos primeiros pais fracassaram porque não defenderam a verdade de Deus, e se deixaram levar pela falácia do inimigo, que disse: “é certo que não morrereis” (Gn 3.4) quando, na verdade, Deus havia dito exatamente o contrário: “certamente morrerás” (Gn 2.17).
Como o diabo e seus seguidores são especialistas em mudar a verdade de Deus em mentira, o exercício apologético torna-se fator de extrema importância para aqueles que querem viver segundo os padrões da Palavra de Deus. 
No início do segundo século, os pais apologetas desenvolveram papel fundamental na defesa da fé e no desenvolvimento da teologia, lutando contra as heresias, e, especialmente, contra os governantes e classes intelectualizadas que faziam sérias acusações contra os cristãos[1].
Nos dias de hoje, a apologética continua tendo papel fundamental diante dos falsos ensinos e dos falsos Cristos que têm surgido e ainda continuarão surgindo. Cabe, portanto, a cada cristão, arrazoar com todo aquele lhe pedir razão da sua esperança. (1Pe 3.15).
Feita essa abordagem inicial, é preciso dizer, entretanto, que a apologética deve ser praticada com ética e honestidade por tratar-se de um confronto direto da verdade contra a mentira e o engano.
O problema é que muitas vezes, no afã de “caçar os hereges”, muitos desses “defensores da fé” apontam suas “metralhadoras teológicas” indistintamente contra tudo e contra todos, mesmo para aqueles que estão lutando juntamente conosco pela fé evangélica.
No livro Ouro de Tolo? (FIEL 2006) há um artigo de Nathan Busenitz intitulado “Um Senso de Propósito: Avaliando as Alegações de ‘Uma Vida com Propósitos[2] onde o autor “desconstrói” as teses de Warren, porque entende que Uma vida com Propósitos[3] apresenta algumas “armadilhas” para os leitores (p. 49). Quem leu o livro de Rick Warren saberá que Busenitz foi tendencioso em sua avaliação crítica pelos motivos que tentarei mostrar a seguir:
Na página 49 Busenitz diz que “Warren oferece textos como prova de sua argumentação, sem qualquer suporte exegético ou contextual”. Eu diria que em assuntos temáticos, os textos-prova são necessários, até porque, não se baseia um ensino em apenas um texto, mas faz-se o uso da analogia da fé. Se esse critério não for válido, o que dizer dos compêndios de teologia sistemática e mesmo da CFW? O que dizer de tantos outros livros de autores Reformados que não usam esse recurso?
Na página 52 Busenitz diz que “Warren confundiu descrição com prescrição. Os crentes jamais receberam um mandamento de seguir um programa de 40 dias”. Eu diria que Warren não está dizendo em lugar nenhum que há um mandamento bíblico para uma jornada de 40 dias, é apenas uma sugestão para um plano pessoal de mudanças de hábitos, o que é válido.
Busenitz, na página 52 diz: “Em vez de ensinar: ‘Sempre que Deus queria preparar alguém para seus propósitos, Ele usava 40 dias’ é mais correto dizer que, às vezes, Deus usava 40 dias, mas Ele não os usava sempre, nem mesmo na maioria das vezes”. Eu diria que Warren não diz que nossa maturidade se desenvolve em apenas 40 dias, pelo contrário. No capítulo 28 diz: “Ao contrário dos títulos de livros populares, não existem passos fáceis para a maturidade ou segredos da santidade instantânea. Quando Deus quer fazer um cogumelo, ele o faz da noite para o dia; mas quando quer fazer um carvalho gigante, leva cem anos. Grandes almas são desenvolvidas através de lutas, tempestades e períodos de sofrimento. Tenha paciência com o processo”[4].
Na página 53, Busenitz diz que Warren despreza temas como ira de Deus. Eu diria que No capítulo 29 – Aceitando sua missão – Warren fala que todos prestarão contas diante de Deus, e cita passagens importantes como Romanos 14.12 “Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” e Romanos 2.8 “mas ira e indignação aos facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça”. Ou Busenitz não leu esta parte ou simplesmente a ignorou para dar força aos seus argumentos.
Mas o que achei pior de tudo foi a acusação de Busenitz com relação à “Proeminência exagerada” que, segundo ele, “alguns dos leitores de ‘Uma Vida com Propósitos’ promoveram o livro a um lugar de proeminência que deve ser reservado apenas às Escrituras”[5]. Eu diria que uma acusação desse tipo é totalmente desonesta, pois um escritor não pode ser responsabilizado pela reação equivocada de seus leitores. Não temos como responsabilizar Calvino, por exemplo, pela proeminência que alguns “Calvinistas”, dão às suas obras em detrimento das escrituras. Note que escrevi “Calvinistas” entre aspas, pois o verdadeiro estudante de Calvino jamais faria isso, no entanto, conheço gente que faz!
Na conclusão, Busenitz diz: “Enfatizamos novamente: Uma Vida com Propósitos não é uma heresia completa”, então ele admite que o livro é herético em alguma medida, embora ele não tenha mostrado em momento algum aonde está exatamente essa heresia, considerando que do ponto de vista cristão, o herege é o indivíduo que se afasta da verdade revelada e adota suas próprias ideias. 
No final, Busenitz recomenda: “acreditamos que Uma Vida com Propósitos deve ser lido com discernimento” (p. 62). Eu diria que tudo o que lemos devemos ler com discernimento, e não apenas o que lemos, mas o que lemos, ouvimos e vemos deve estar submisso ao escrutínio das Escrituras Sagradas.”
  
Nota MCA - Em um vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=C9d6JCqy79Q), o famoso pregador John MacArthur faz uma dura crítica ao livro em tela. Ele diz que em todo esse livro ‘falta a advertência ao arrependimento’. Embora não estou satisfeito com essa ausência, acredito que é uma exigência estranha, pois o Evangelho de João também não aparece a palavra arrependimento- o que não levaria ninguém acreditar que tal ideia não está pressuposta. Uma Vida Com Propósitos, é um bom recurso para evangelização, que pode em suas limitações, ser suprido pela Igreja, Evangelista, Pastor, Professor, etc que o usa. Lembrando que todos livros tem suas limitações e falhas, até mesmo os dos autores que o criticaram. Obviamente, não estamos aqui fazendo apologia ao modo de Warren desenvolver a Igreja que pastoreia, nem mesmo dizendo que o livro dele é infalível e suficiente, mas simplesmente olhando com mais madureza ao que ele, pela graça de Deus, ofereceu aos leitores por meio do livro Uma Vida com Propósitos.





[1] Os mais importantes entre eles foram: Justino, Taciano, Atenágora e Teófilo de Antioquia.
[2] O referido artigo tem como título: “Um Senso de Propósito: Avaliando as Alegações de ‘Uma Vida com Propósitos’". In: MACARTHUR, John. OURO DE TOLO? Discernindo a verdade em uma época de erro. São Paulo,  FIEL 2006, p.45
[3] WARREN, Rick. Uma vida com propósitos. São Paulo: Vida, 2003
[4] Ver: WARREN, Rick. Uma vida com propósitos. São Paulo: Vida, 2003, p. 192
[5] Ver: MACARTHUR, John. OURO DE TOLO? Discernindo a verdade em uma época de erro. São Paulo,  FIEL 2006, p.58

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Evangelização Reformada – devemos forçar uma decisão por Cristo

Quando falamos de tomar uma decisão, em nosso contexto nacional, cunhou-se como exteriorização disso o dizer “aceitar Jesus” diante de um púlpito e receber uma oração para que o “nome seja inscrito no céu”. Embora essa prática seja muito simplória, e hoje está diluída pelas estranhas doutrinas do evangelicalismo brasileiro, ela em si não apresenta heresia. Pela graça de Deus muitas pessoas de fato se tornaram cristãs assim, tantas outras não. Teologicamente é uma expressão imprecisa, assim como existem outras, mas não vejo isso como algo que deveria criar polêmicas - a não ser que deixe o assunto parar aí, sem um discipulado e integração no corpo da Igreja local.

Na ânsia de corrigir isso, os conservadores tradicionais, especialmente os reformados, acabaram indo para outro extremo, quase que não se envolvendo em evangelização significativa. Tanto que percebemos isso no que está sendo produzido no Brasil a respeito de Evangelização de cunho reformado. As Editoras conhecidas como reformadas, não produzem nada de forma significativa na área de evangelismo pessoal ou estratégias. Enquanto a preocupação máxima é produzir uma teologia refinadíssima, em palestras, congressos, encontros, a missão da Igreja está sendo deixada de lado. Pior ainda é quando ouvimos a respeito de evangelização nesses encontros de quem não pratica... Em breve teremos o mesmo destino das regiões do mundo onde a Fé Reformada [e outras tradicionais] se tornou academicista, depois secularizada, não mais evangelística, assistencialista, então liberal, deixou de ser Igreja, hoje é sinagoga de Satanás.


O QUE É FORÇAR UMA DECISÃO?

O que deve ser destacado é o fato de que as pessoas devem submeter suas vidas a Cristo. Na evangelização pessoal, na pregação, na aula de EBD, nos estudos bíblicos, no discipulado, na visita pastoral, isso deve ser enfatizado, sempre. Não é algo opcional, é uma exigência divina que todo joelho se dobre e toda língua confesse que Jesus é Senhor (Fl 2.9-11). A salvação está vinculada em crer e se submeter ao Senhorio de Cristo (Rm 10.9). Na Bíblia Jesus é mais chamado de Senhor do que de Salvador.

Não existe na Bíblia uma praxe evangelística que deixa as pessoas apenas ouvindo, sem um convite emocionado ao confronto, a uma decisão. É um erro achar que você deve apenas pregar, sem levar as pessoas a se converterem. Puxa, isso causa até desespero em alguns reformados, pois dizem assim: “Ninguém se converte, é Deus que converte!” Esse tipo de calvinismo, que rejeita o uso dessa expressão, é um tanto equivocado, pois não molda um linguajar com a Bíblia, mas no geral está mais preocupado com material de autores calvinistas cujo propósito é criticar arminianos – o que temos também do outro lado, arminianos que estão mais preocupados com calvinistas.

Deixo claro em primeiro lugar que na evangelização não se pergunta o que Deus vai fazer ou o que decidiu desde a eternidade em cada indivíduo (Ef 1.1-11), antes, devemos estar preocupados com o que devemos fazer (I Co 9.16). Então, vamos repetir, devemos fazer de tudo para que nossos ouvintes se convertam (I Co 9.19). Algumas passagens bíblicas nos mostram essa advertência para a conversão, arrependimento ou mudança:

“se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.” (II Cr 7.14)

“Agora, pois, ó reis, sede prudente deixai-vos advertir, juízes da terra.” (Sl 2.10)

“Atentai para minha repreensão; eis que derramarei copiosamente para vós outros meu espírito.” (Pv 1.23).

“Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante de meus olhos; cessai de fazer o mal.” (Is 1.16)

“No momento em que eu falar acerca de uma nação ou de um reino para o arrancar, derribar e destruir, se a tal nação se converter da maldade contra qual eu falei, também eu me arrependerei do mal que pensava em fazer-lhe. “ (Jr 18.7,8).

“Mas se avisares o perverso, e ele não se converter da sua maldade e do seu caminho perverso, ele morrerá na sua iniquidade, mas tu salvaste a tua alma.” (Ez 3.19)

“[...] Convertei-vos e desviai-vos de todas as vossas transgressões; e a iniquidade não vos servirá de tropeço.” (Ez 18.30)

“Não voltarão para a terra do Egito, mas o assírio será seu rei, porque recusam converter-se.” (Os 11.5)

“Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim, o SENHOR, o Deus dos Exércitos, estabelecerá convosco, como dizeis.” (Am 5.14)

“Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?” (Rm 2.4)

Etc.

Um dos calvinistas mais equilibrados do nosso tempo elucida a questão sabiamente:

“Evangelizar significa emitir uma convocação para a conversão, bem como para confiar; é a entrega, não só de um convite divino para se receber um Salvador, mas também de uma ordem divina para arrepender-se do pecado. E não haverá evangelização alguma onde não for feito este tipo de aplicação específica [...] o alvo de cada evangelista é converter [...].” (A Evangelização e a Soberania de Deus, p. 35,36).

O Catecismo Maior de Westminster não deixa dúvidas dessa verdade quando diz a respeito de como a pregação deve ser efetuada quando diz que o pregador deve procurar “converter, edificar e salvar as almas.” (Pergunta 159).

CONCLUSÃO


Quando compreendemos que a Evangelização é ao mesmo tempo um convite, apelo e ordem, estaremos engajados nos métodos, que de alguma forma exponha essas realidades. Convidamos as pessoas a aceitarem o convite de Jesus em ir a Ele e receberem perdão. Nesse convite está um forte apelo emocionado, como que Deus e Cristo, em nós pelo Espírito, implorassem que ouçam esse convite. Por último, junto ao convite e apelo, vem uma ordem expressa, que a rejeição terá punições severas, pois foi o Soberano do Universo que está sendo rejeitado – isso que acabei de escrever reflete a parábola da grande ceia em Lucas 14.15-24. Interessante o que o versículo 22 sugere: “Sai pelos caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar [...]”.  Temos que insistentemente induzir as pessoas a tomarem uma decisão, a aceitarem o convite do Evangelho e se renderem ao Senhor Jesus. 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Os Presbiterianos Brasileiros e o desafio Islâmico - o que está sendo feito?

"Nos locais onde há maior concentração de muçulmanos não é incomum encontrar algum trabalho evangelístico de alguma igreja local visando ganhar muçulmanos. Há, inclusive, algumas igrejas evangélicas árabes no Brasil, que visam acolher os muçulmanos dentro de sua própria cultura. Quanto a isso, não me cabe dizer se é ou não uma boa alternativa, mas o fato é que não se vê trabalhos denominacionais que visam ganhar os muçulmanos e inseri-los em nosso meio como irmãos como qualquer outro, pelo menos não no meio presbiteriano.

Isso fica evidente quando observamos a ínfima quantidade de referências que as igrejas presbiterianas (IPB, IPIB e IPRB) fazem aos muçulmanos. Já é muito sabido e evidente que as igrejas estão pouco interessadas em missões, que parece ser muito mais interessante que as igrejas locais possuam templos lindos e confortáveis ao invés de pessoas interessadas em melhorar o mundo à sua volta por meio do Evangelho. Isso pode ser notado usando os portais de cada uma das três principais denominações presbiterianas para averiguarmos o que o presbiterianismo brasileiro tem feito para alcançar os muçulmanos.

No dia 28 de setembro de 2014, fiz uma busca no site oficial de cada uma das três maiores denominações presbiterianas no Brasil. Usando alguns termos de pesquisa no Google, pude descobrir, sem erros, quantas referências cada denominação fez aos muçulmanos. A pesquisa alcançou toda informação online que esteja disponível no site de cada denominação, e os resultados foram lastimáveis e decepcionantes. A pesquisa foi feita da seguinte forma:

•          Usou-se o comando “site” e foi especificado a página da igreja a ser analisada. Em seguida, foram inseridos os termos “islam”, “islamismo”, “muçulmano”, “muçulmanos” e “islã”, sendo separados pelo termo OR, que indica que a busca deve apresentar a ocorrência de qualquer uma dessas palavras no site dado. Na prática, a busca foi feita assim:
•          site: http://www.ipb.org.br/ "islam" OR "islamismo" OR "muçulmano" OR "muçulmanos" OR "islã"
Os resultados foram os seguintes:

1 - Igreja Presbiteriana do Brasil

•          Referências encontradas: 12
Sobre o que eram essas referências?
            a) oração por alguém em campo, fazendo uma leve referência aos termos.
            b) alguma notícia (referência sucinta)
            c) menção de algum dos termos, mas sem que o texto haja alguma relação ao assunto em si.

2 -  Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil

·         Referências encontradas: 4
Sobre o que eram essas referências?
            Todas as 4 referências mencionavam algum dos termos, sem que o texto tratasse do assunto em si.

3 – Igreja Presbiteriana Independente do Brasil

·         Referências encontradas: 10
            a) houve um texto/artigo específico sobre o desafio islâmico (http://www.ipib.org/o-estandarte-online/244-alvorada-o-desafio-do-islamismo)
            b) houve um pedido de oração específico por Muçulmanos e/ou missões
            c) menção de algum dos termos, mas sem que o texto haja alguma relação ao assunto em si.
            d) oração por alguém em campo (leve menção)

Curiosamente, quando efetuamos a mesma busca, mas trocando os termos para “dinheiro”, “dízimo” ou “oferta”, encontramos 150 referências na IPB, 77 na IPIB e 67 na IPRB.  Se procurarmos por “missões”, encontramos 439 resultados na IPB, 184 na IPIB e 190 na IPRB. Isso pode indicar que as igrejas presbiterianas ainda não consideram o desafio islâmico tão importante quanto falar sobre finança, mas também revelam que, mesmo quando falam de missões, praticamente não falam sobre o islamismo.

*Duas exceções no caso da IPB podem ser mencionadas. Em uma lição de uma revista para Escola Dominical, a Editora Cultura Cristã abordou a questão Islã (AQUI). Além disso, em uma palestra, o Seminário Presbiteriano José Manoel da Conceição proporcionou o tema (AQUI), onde palestrante apresentou informações a respeito. Essas atitudes, apesar de serem louváveis, estão distantes de qualquer envolvimento efetivo.

Considerações importantes sobre Muçulmanos no Brasil e em outros países ocidentais

a) Geralmente, os Muçulmanos deixam seus países de origem em busca de uma melhor qualidade de vida no Ocidente

Isso quer dizer que, como, em via de regra, para muitos, as condições em seus países Muçulmanos não é tão boa, muitos Muçulmanos deixam seus países para migrar para outros países que possibilitem uma melhor qualidade de vida para si e para sua família.
É o mesmo que acontece com brasileiros que migram para os EUA, Canadá, Austrália ou países europeus em busca de melhores trabalhos, salários e qualidade de vida.
Esses Muçulmanos que migram em busca de uma nova vida carregam em sua bagagem sua cultura e teologia. Alguns se esfriam da fé, outros se convertem a uma nova fé e outros se tornam ainda mais devotos de sua fé islâmica.

b) Comumente os Muçulmanos têm muitos filhos

Embora para a grande maioria dos ocidentais seja quase impensável ter 3 ou 4 filhos, para a maioria dos Muçulmanos isso é algo normal e natural. Eles realmente acreditam e entendem que é uma bênção divina ter muitos filhos. As mulheres se sentem, em via de regra, realizadas por serem férteis e gerar uma grande família.

Por outro lado, nós, ocidentais, temos poucos filhos. Se todo casal tiver apenas 1 filho, a população, após alguns anos, se reduziria sobremaneira, afinal, para que uma população cresça é necessário que cada casal (duas pessoas) produza pelo menos outras duas pessoas.

Em curto prazo isso é algo quase irrelevante, porém, em países onde há migração em massa de Muçulmanos os problemas já começam a se apresentar entre as culturas, pois áreas historicamente cristãs ou laicas estão se tornam islâmicas. A reprodução é, querendo ou não, uma forma de crescimento religioso superefetiva.

c) Alguns Muçulmanos se sentem revoltados ao ver a imoralidade de outras culturas
A esse respeito, não me refiro, necessariamente, às imoralidades já bem sabidas da igreja brasileira

O fato é que os Muçulmanos possuem padrões morais diferentes. Além disso, o Islamismo não é apenas uma religião, mas um sistema político. A fé islâmica não só pode, mas deve, necessariamente, comandar a política e os costumes da nação. Já no ocidente, não há imposição religiosa sobre os costumes políticos e sociais.

Quando um Muçulmano se muda para o ocidente, ele provavelmente estranhará as roupas e costumes das mulheres, mas também notará como a cultura, marketing e boa parte do entretenimento está diretamente (ou indiretamente) relacionado ao sexo e à sensualidade. Essas disparidades culturais são marcantes e se tornam motivo de escândalo para o Muçulmano, pois eles acreditam que a liberdade política e cultural que aqui há é resultado direto do Cristianismo. Se no Islamismo não há separação entre o Estado (governo político) e a religião, então eles subentedem que no Cristianismo o Estado também é dirigido pela Igreja, de modo que a imoralidade que os revolta (e que também revolta a nós) é consequência direta dos costumes Cristãos.

d) Muitos Muçulmanos não são tão religiosos quanto supomos (exceto por alguns dissimuladores), sendo que boa parte até recebe muito bem o Evangelho quando o ouvem
Muitas vezes, por os Cristãos acreditarem em estereótipos e imaginarem que todo Muçulmano é terrorista, fanático ou fundamentalista (o que está longe de ser a verdade), acabam deixando de se aproximar e de pregar/testemunhar o Evangelho a essas pessoas.
Quem assim pensa está redondamente enganado: pregue o Evangelho.

e) Alguns Muçulmanos podem, devido a todo esse contexto, se tornar mais hostis e devotos à sua fé original

É claro que se hostil não é próprio dos Muçulmanos. Infelizmente, há muito Cristão intolerante e de caráter tão duro que é melhor se manter à distância. Todavia, é importante haver cuidado para não julgar de forma precipitada a hostilidade de algum Muçulmano diante do Evangelho. Ele pode estar confundindo alguma coisa. Mas, independentemente das razões, devemos ter sempre em mente o Evangelho:

“Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?” (Mateus 5:44-47).

O que nos falta?

Aos presbiterianos, falta um projeto focado exclusivamente no evangelismo de muçulmanos, providenciando treinamento e experiências adequados, interessado em monitorar o crescimento do islamismo e em suas atividades missionárias, deixando de lado os métodos mais populares para inflar igrejas e se apegando firmemente à novidade de vida em Jesus, à liberdade que se deve ter com o Senhor, aos símbolos tão defendidos pelas confissões de fé reformadas. O Brasil tem, sim, uma grande maioria cristã, mas essa grande maioria é uma massa sem cor e sem forma, totalmente bagunçada e sem identidade.

O foco não pode ser, JAMAIS, a conversão simplesmente para dizer que somos maioria, mas sim a conversão real, que produz frutos e que não pode ser condenada por ninguém. Evangelizar um muçulmano para que esse, após sua “conversão”, se torne ainda mais cego em meio a tantas heresias e modismos evangélicos é tirar a fogueira de um lugar e levá-la para outro. Os presbiterianianos, se realmente têm algo melhor a oferecer, devem fazê-lo com esmero e sabedoria. Não podemos ignorar que o islamismo é a segunda maior religião do mundo e que há mais muçulmanos no mundo do que cristãos genuínos.

O desafio islâmico não é um desafio do diabo. Pelo contrário, é mais uma oportunidade do que um desafio. Hoje, infelizmente, é muito difícil entrar em um país islâmico para evangelizar alguns, porém, é extremamente fácil alcançar muçulmanos que moram em nossa cidade. Já dizia o provérbio que se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé; então, adaptemos e entendamos melhor as oportunidades que Deus nos dá e vejamos que se a Igreja não leva Jesus ao mundo, o mundo vem para próximo de Jesus, pois Jesus a tudo atrai. Cabe a nós, agora, tirarmos todos os enfeites que são colocados em Jesus dentro do islamismo, que tanto o maqueia, e retirarmos os ventos de doutrina que certos segmentos evangélicos divulgam, e apresentarmos o Evangelho puro e simples aos adeptos dessa religião que tanto carece de conhecer a Verdade que liberta."


Autor: Wesley Nazeazeno, colaborador do Blog MCA.

sábado, 11 de outubro de 2014

Ellen White e os Apócrifos – o mistério das alucinações!

A crença em Ellen White, como sendo o “espírito de profecia” é uma crença exótica. As visões de Ellen White possuem elementos estranhos, e ensinos que não encontramos na Bíblia – também com cerca de 2.000 visões, não seria de esperar outra coisa, além de seu possível problema mental.

Recentemente li algo que ela disse de um livro “escondido”. E curioso que ela depois identificou qual seria esse tal livro escondido:

Eu vi que os Apócrifos são o livro escondido, e que os sábios destes últimos dias devem entendê-lo. Vi que a Bíblia é o livro padrão, que nos julgará no último dia.”Manuscript 4, 1850, (A copy of E. G. White’s vision which she had at Oswego, N.Y.).

Os defensores intelectuais dela dão a seguinte explicação – coloquei uma nota para cada afirmativa ou defesa: 

“Se o que temos é uma cópia fiel do que ela escreveuA, o sentido e o significado desta declaração é obscuroB. Em nenhum período subseqüente  Ellen White fez referência aos apócrifos, apelou para os adventistas os estudarem, ou estimulou sua leitura. Nem tampouco incluiu ela tal declaração em qualquer de suas publicaçõesC. O que quer que se faça com essa declaraçãoD, deve ser observado que os apócrifos não são descritos como sendo inspirados, mas são contrastados com as Escrituras, que são chamadas de o “Livro padrão, que nos julgará no último dia.E (AQUI)

A)    Parece que mencionar uma inócua inexatidão do documento, ou apresentar um "SE", pode ajudar a criar uma possibilidade de fraude? Erro? Porém, não se apresenta uma prova para essa suspeita.

B)    Obscuro? Qualquer leitor ignorante saberia o que ela quer dizer – que os Adventistas, os tais “santos”, devem entender os apócrifos no tempo que vivemos.

C)     E qual a diferença? Se o que ela escreveu aí foi recebida em visão, precisaria mais alguma coisa? Ela disse: “Vi”!

D)    ‘O quer que se faça’? O Centro White parece que não entendeu o que ‘o deus’ de Ellen White mostrou... deixa eu explicar mais uma vez: Que os Adventistas entendam o livro ‘escondido’. Evidentemente, algumas visões de Ellen White poderiam, e podem, ser beneficiadas com o conteúdo de alguns apócrifos*.

E)     Essa declaração é clara, sim, tanto quanto a anterior!!!

(*A página na internet (http://www.adventistas.com) demonstra pontos das visões de White relacionados com alguns livros apócrifos, como II Esdras.)


Na verdade, como escreveram Franklin Ferreira e Alan Myatt, na Teologia Sistemática, Ellen White ao invés de ser uma constante fonte de verdade, como afirma a crença fundamental 18, ‘se tornou uma constante fonte de problemas’.