terça-feira, 23 de setembro de 2014

John Owen e a apostasia

“John Owen destacou três áreas nas quais a apostasia normalmente começa: doutrina, estilo de vida e adoração.

Owen relacionou a apostasia doutrinária com a falta de experiência cristã. Ele disse que quando alguém não tem uma experiência de necessidade pessoal, nenhum senso da justiça de Deus, nenhum vislumbre da glória de Deus, nenhuma submissão à soberania de Deus e nenhum temor à Palavra, então a apostasia estará logo ali na próxima esquina.

Owen ressaltou que um estilo de vida sem santidade é mais capaz de levar a apostasia do que o abandono das doutrinas cristãs. Ele enxergava tanto o legalismo quanto a falta de normas como eventuais caminhos para a apostasia.

Owen também argumentou que se negligenciarmos, não obedecermos ou acrescentarmos regras além do necessário à adoração, a apostasia não tarda a chegar.

Pastores devem estar atentos a essas três zonas de perigo: doutrina, estilo de vida e adoração. E devem chamar a atenção do rebanho para isso.

A)    As causas da apostasia
Owen prossegue e lista as causas particulares da apostasia, para que os pastores e suas congregações possam ver e orar.
1.      Inimizades profundas e não tratadas contra as coisas espirituais nas mentes de muitos
2.      Orgulho e vaidade daqueles que se recusam a aceitar a autoridade da Escritura
3.      Preguiça e negligência
4.      Falta de certeza e confiança
5.      Falso senso de segurança devido à negligenciar os avisos do Espírito sobre apostasia
6.      O amor pelo mundo e suas paixões passageiras (Demas, em 2 Timóteo 4.10)
7.      Primeiro “apóstata”, Satanás leva muitos a apostasia e força outros a apostatarem por meio de perseguições
8.      Pessoas em cargos altos da igreja levando vidas perversas (Jeremias 23.15; 1 Samuel 2.12-17)
9.      Pecados culturais que influenciam as pessoas
10.  Divisões na igreja

B)    A diferença entre um tropeço (Pedro) e uma queda (Judas)
Pastores devem discernir com sabedoria um tropeço de um cristão da queda de um apóstata. Todo cristão se desvia da doutrina, cai em pecado ou falha na adoração de vez em quando. Isso não faz dele um apóstata. John Owen definiu a apostasia como “rebelião e desobediência contínuas e persistentes contra Deus e sua Palavra” ou “renúncia pública final e total de todos os princípios e doutrinas do Cristianismo”.

C)    A abominação da apostasia
Hebreus 6 descreve o ato da apostasia como “estão crucificando de novo o Filho de Deus, sujeitando-o à desonra pública”. Ao declararem que experimentaram Cristo e seu Evangelho e não acharam nenhuma verdade ou bondade neles, os apostatas fazem exatamente o que fizeram os judeus. De fato, Owen diz que a apostasia cristã é pior porque os judeus o faziam em “ignorância”.

D)   O julgamento de Deus sobre a apostasia
Além de relembrar os cristãos da congregação de quão abominável é a apostasia aos olhos de Deus, eles também devem ser alertados sobre os julgamentos temporais, espirituais e eternos que recaem sobre os apóstatas. Deus usa descrições de como abomina e julga a apostasia como um meio de sua graça para manter as pessoas longe da apostasia.

E)    A necessidade da perseverança
As grandes promessas de Deus sobre a perseverança dos santos são dadas àqueles que perseveram nos meios que Deus provê. Os cristãos devem ser lembrados da incalculável necessidade e valor da Igreja, da Palavra, dos sacramentos e da comunhão.

F)    Como evitar a apostasia
John Owen desejava que os cristãos soubessem que a apostasia poderia ser evitada com o cuidado com o coração (Provérbios 4.23). Mantenha o Evangelho no centro do seu coração; ame sua verdade e experiencie seu poder. Mantenha o pecado longe de seu coração, especialmente os pecados tão perigosos como do orgulho espiritual e de espírito de julgamento.

Conclusão
Quando a apostasia ocorre na congregação, muitas vezes é tentador apenas ignorá-la e levantar a placa de “acontece, é a vida”. Entretanto, isso não vai tratar as necessidades de cristãos e não-cristãos que estão feridos e perplexos por conta de tais ocorridos. Isso também acaba com a oportunidade de preparar a igreja para futuros desapontamentos. Então eu encorajo pastores e líderes a focarem nesses nove tópicos, tanto de forma pública como particular.”


Adaptado – Obs: na postagem, o autor, Dr. David Murray, não apresenta as citações de J. Owen. O que deve ser um resumo dos pensamentos do Puritano.

7 comentários:

  1. "5 - Falso senso de segurança devido à negligenciar os avisos do Espírito sobre apostasia".

    'Não existe liberais na IPB'; 'Liberal na IPB? é mito'; 'Que ridículo, lá vem os literalistas soldadinhos de chumbo'; 'Nunca vi, nem comi, eu só ouço falar haha'... etc

    E o pior é que essas pragas demoníacas nem são da IPB, mas de denominações já falidas espiritualmente. O presbiterianismo do RJ estão no 6 e 9. Em SP o 2, 3 e 10. Em MG 8 e 4 (conheço um amigo e irmão consternado por sua igreja de décadas firme na palavra de Deus está sendo inundada por práticas litúrgicas e liberais anglicanas), entre outras. A IPB está se tornando de tudo um pouco, liberal, pentecostal, ecumênica, e os poucos bolsões de rocha impenetrável estão passando pelo processo 7. É lastimável...

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    1. Quem é que diz que não tem liberais na IPB? Somente quem não conhece a IPB...

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  2. Temos um bando de covardes, omissos... por isso os tais existem.

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  3. Lamentavelmente, a apostasia tem se manifestado em todas as suas formas, tanto no nível da falta de santidade prática como no aspecto doutrinário. Satanás quer seduzir crentes e igrejas com todo tipo de engano. O erro tem se manifestado de diferentes formas na igreja atual. Vou dar um exemplo.Existem pastores que combatem a teologia da prosperidade (que deve ser mesmo combatida), mas aprovam a diabólica teologia da libertação,uma abominável mistura de liberalismo teológico e esquerdismo ''cristão''.
    Satanás usa os extremos. Existem igrejas empanturradas de inovações heréticas, enquanto outras pecam pelo legalismo e por um tradicionalismo arrogante. Há crentes e igrejas se vendendo aos políticos, enquanto outras rejeitam qualquer envolvimento com as questões políticas . Acredito que esses extremos podem levar os cristãos ao erro e, em casos mais graves, à apostasia. Uma coisa é certa: aqueles que são verdadeiramente nascidos de novo, podem até errar, e errar gravimente por algum tempo, mas Deus os restaurará a verdadeira fé bíblica. Os verdadeiros cristãos jamais apostatarão da fé em Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, pois Ele é quem guarda o seu povo, mesmo fracos e limitados, como somos. Paz e graça, Luciano.

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    1. Isso tudo é falta de ter a consciência treinada, falta de avaliar tudo à luz dos frutos do Espírito. Muitos seguem outros, sem examinar nada.

      Um experiente pastor batista me disse recentemente: "irmão, em todas essas confusões existem os cabeças e os piolhos."

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  4. Luciano, sei que foge ao tema, mas essa é uma ótima palestra proferida pelo Dr. Bill Warner durante um seminário no Tennessee. Nesta apresentação, Dr. Warner compilou de forma concisa, mas eficaz, a história do Islã e de suas realidades atuais. Seu trabalho é de grande importância para compreender o que levou a eliminação da Civilização Clássica, quais as consequências das conquistas islâmicas e suas repercusões que nos impactam até os dias de hoje.

    'Porque temos medo: um segredo de 1400 anos': http://goo.gl/Jka24e

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