segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

A LIVRE OFERTA DO EVANGELHO E O HIPERCALVINISMO - PARTE 1

 

A pregação é uma ordem divina imposta aos Ministros do Evangelho (I Co 9.16; Tm 4.1-5), e exigida a todos os crentes (I Pe 2.9,10). A Igreja proclama o Evangelho a toda humanidade como ordem divina (Mt 28.19; Ap 22.17). E como agente proclamadora a Igreja apresenta o Evangelho, obviamente a Eleitos e não Eleitos. Não cabe a nenhum crente em Jesus Cristo especular quem é ou não eleito, visto que isso não compete à Igreja. Portanto, no exercício profético da proclamação do Evangelho de Cristo, ela apresenta a todos, sem exceção sem distinção.

No entanto, conquanto que da parte da Igreja o Evangelho é sinceramente oferecido a todas as pessoas, mas e da parte de Deus, Ele oferece o Evangelho Livre e Sinceramente a todas as pessoas, mesmo aos que não são eleitos? Ou no caso dos não eleitos, Deus apenas envia o Evangelho para tornar a situação pior e condená-las? Questionamentos como esses, não só produzidos por Arminianos, mas também por Hipercalvinistas, ocupam a reflexão teológica. Cunhou-se a seguinte expressão – A Livre Oferta do Evangelho, ou a equivalente A Sincera Oferta do Evangelho para esposar a concepção de que a resposta é positiva para a primeira pergunta acima.

O nome mais emblemático na objeção e rejeição a Livre Oferta do Evangelho no contexto Reformado/Calvinista na história recente, é do pastor reformado Herman Hoeksema, da Igreja Protestante Reformada, bem como o do Teólogo e Filósofo Reformado Gordon Clark. Sobre H. Hoekesema, o renomado teólogo reformado Antony Hoekema afirma:

 

Sobre essa questão tem havido e ainda há diferença de opiniões entre os teólogos reformados'. Restringindo-me à fase americana dessa controvérsia, observo que falecido Herman Hoeksema e a Igreja Protestante Reformada nos Estados Unidos e no Canadá, da qual era fundador, ensina que Deus não deseja sinceramente a salvação de todos aos quais o evangelho é pregado [...] Para que entendamos essa controvérsia, precisamos primeiro olhar a posição de Herman Hoeksema sobre esse ponto. Segundo Hoeksema, o convite do evangelho jamais é uma oferta. Se fosse numa oferta, implicaria que todos aos quais o evangelho chega seriam capazes de aceitá-la pelas próprias forças. Isso não é verdade. Só aos eleitos (aqueles que Deus escolheu desde a eternidade para a salvação) é dada a capacidade de aceitar o convite do evangelho. Essa vocação do evangelho não é uma oferta universal da graça e salvação, mas, sim, é um odor da vida para a vida e um odor da morte para a morte, cm concordância com o expresso propósito de Deus. Precisa ser lembrado que a teologia de Hoeksema é dominada pela causalidade do duplo decreto de eleição e reprovação. Ele argumenta que e impossível manter os decretos da eleição e da reprovação e ainda falar de boa intenção na oferta do evangelho a todos aos quais ele é pregado. Falar dc tal oferta implica que Deus deseja que todos os que escutam o evangelho sejam salvos e que, portanto, ele tem uma atitude favorável para com eles. Mas se isso é certo, argüi Hoeksema, como explicar passagens da Escritura que ensinam que Deus endurece o coração de algumas pessoas que ouvem o evangelho? Como pode Deus ter uma atitude favorável para com o reprovado? De fato, esse autor diz, Deus jamais garante ao réprobo qualquer sinal de sua graça. Tudo o que Deus faz para ou pelo reprovado nesta vida é deliberadamente planejado para prepará-lo para a condenação final. Hoeksema vê também uma inconsistência entre o ensino da boa intenção da oferta do evangelho e a doutrina da expiação limitada’ . “Eles o povo que aceita a boa intenção da oferta professam crer que a expiação é limitada, e que Cristo morreu só pelos eleitos; ainda assim, por outro lado, também insistem que Deus sinceramente tem boa intenção na oferta da salvação a todos os homens”. Hoeksema não pensa que seja possível harmonizar essas duas doutrinas; elas simplesmente contradizem uma a outra. Para Hoeksema, a doutrina da eleição e reprovação toma impossível falar de evangel0 que é, então? Consiste em uma proclamação universal e uma promessa jungida a uma promessa particular. Essa proclamação inclui um número de declarações concernentes à verdade revelada no evangelho. E a declaração da vontade de que Deus salva seus eleitos por meio da fé, e que ele condenará os reprovados que se recusam a aceitar o evangelho. Segundo Hoeksema. a promessa do evangelho não vem a qualquer que a escute; vem só para o eleito. Essa promessa não é jamais universal, mas sempre particular. Pregar jamais é graça para 0 réprobo. Pregar em si mesmo não é bênção ou maldição. É uma apresentação neutra que sempre se torna em maldição para o reprovado e em bênção para o eleito. Resumindo, segundo Hoeksema, Deus não deseja a salvação de todos aos quais o evangelho é anunciado; ele deseja a salvação apenas dos eleitos. Assim, não podemos dizer que o evangelho é oferecido com boa intenção para todos que o ouvem. (Salvos pela Graça, p. 77-85)

 

 

No Brasil há pastores presbiterianos (da IPB) que defendem essa postura de rejeição à concepção de Livre Oferta do Evangelho, como aparece já traduzido em português um manual doutrinário de Herman Hoeksema e Herman Hanko, com algumas objeções à Livre Oferta do Evangelho escrito por um pastor brasileiro em um apêndice da referida obra:

 

Atualmente há calvinistas que harmonizam as doutrinas da eleição e da livre oferta do evangelho. Anthony A. Hoekema que adota esta doutrina a define como sendo “Deus séria e honestamente deseja a salvação de todos aos quais chega o evangelho, incluindo aqueles que não pertencem aos seus eleitos. ” Este é o ponto de discordância: o amor de Deus é universal fazendo com que Ele deseje a salvação de todos, inclusive dos réprobos; ou, Ele ama somente os eleitos, e somente nestes manifestará o seu amor redentivo concedendo-lhes a fé para crerem em Cristo? De igual modo a Hoekema, o conhecido teólogo John Murray declarou que “há em Deus uma benevolente amabilidade pelo arrependimento e salvação daqueles que Ele não decretou salvar. Este beneplácito, vontade, desejo é expresso no chamado universal para o arrependimento [...]. A plena e livre oferta do evangelho é uma graça entregue a todos. Tal graça é necessariamente uma manifestação de amor ou amabilidade no coração de Deus, e esta amabilidade é revelada para ser caráter ou gênero que corresponde a graça entregue. A graça oferecida não é menos do que a salvação em sua riqueza e plenitude. O amor ou amabilidade que repousa desta oferta não é menos; ela é a vontade para a salvação. Em outras palavras, é Cristo em toda a glória de sua Pessoa e na perfeição de sua completa obra a quem Deus oferece no evangelho. O amor e a vontade benevolente que é a fonte daquela oferta, e o que fundamenta a sua veracidade e realidade é a vontade para possessão de Cristo e a alegria da salvação que reside nele.” Algumas perguntas carecem respostas diante das declarações de Hoekema e Murray. Deus ama somente os eleitos e realizará eficazmente a sua salvação, ou, Ele ama toda a humanidade e deseja ineficientemente a salvação de todos? O amor salvador de Deus anseia alcançar igualmente os eleitos e réprobos? A vontade eletiva de Deus entra em contradição real com os seus atributos de amor e justiça quanto aos objetos da redenção definida? (Doutrinas Reformadas Essenciais, 2015, p. 87,88).

 

De fato, o mesmo autor em outro apêndice do mesmo manual chega a afirmar o que é comum em todos os que negam a Livre Oferta do Evangelho, que não há presente em Deus nenhuma disposição, em qualquer nível e faceta, de salvar todos os que ouvem:

 

Creio que devemos pregar o evangelho a todas as pessoas. Somos responsáveis por chamá-los ao genuíno arrependimento dos seus pecados e a confiarem no perfeito perdão de Cristo. No entanto, não creio que na evangelização se deve dizer que Deus tem sinceramente a intenção de salvar a todos [...] Não recorro a paradoxos lógicos nem ao que alguns chamam de antinomia para explicar o dever de pregar o evangelho a todos os homens. Não faço apelos em meus sermões, nem na prática de evangelização pessoal. Não digo, por consciência, que Deus ama indistintamente a todos a ponto de sinceramente ter a intenção de salvá-los. (Doutrinas Reformadas Essenciais, 2015, p. 79,80 [negrito acrescentado]).

 

Sobre esse assunto que tratarei nessa série de postagens, e darei respostas a esses questionamentos, e a outros. Vamos explorar a base Bíblica, a base Dogmática, e por fim, na vida Prática. Como essa pesquisa já foi feita, posso adiantar que os ilustres teólogos e pastores reformados (a quem muito respeito e admiro), que negam a Livre Oferta do Evangelho, estão fora de sintonia com a Palavra e Deus, com a tradição confessional, teológica e histórica calvinista como um todo, bem perdendo um elemento motivacional na evangelização. Por essa falta de sintonia com elementos bíblicos, confessionais e históricos com a fé reformada, podemos continuar mantendo que quem nega a Livre Oferta do Evangelho é um hipercalvinista.

 

 

 

15 comentários:

  1. É meu amigo... dura coisa é ser calvinista, a conta não fecha.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Prezado amigo e irmão!

      Fecha sim, querido pastor. É só achar as informações certas e lembrar que a conta não é nossa... afinal, para Ele 'mil anos é como um dia'.

      Excluir
  2. Se o Espirito Santo que é Deus (crença cristã) não consegue manter uma unidade doutrinária dentro do próprio Protestantismo isso me sugere uma dúvida: Será que Deus Protestante dos cristãos existe? E olha que o Cristianismo tem mais de 2000 anos é muito tempo e até agora nada de unidade una. Nessa altura do campeonato se o Pastor Jamierson Oliveira e o Evangelista Luciano Sena que sem dúvidas ambos tem muito conhecimento sobre a religião cristã protestante não se entendem sobre um tema teológico então provavelmente o Deus Protestante não exista ou se existe é falho.

    Eu entendo que a salvação é graça + fé + obras e méritos humanos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Prezado, o tema aqui não é esse.

      Excluir
    2. Luizf. "Eu entendo que a salvação é graça + fé + obras e méritos humanos."

      E é, você tem razão: do verbo salvar, o Sujeito que salva é Cristo, cuja predicação pendula entre fé e obras.

      De modo que o "Sola Fides" é um tremendo erro de exegese das Escrituras Sagradas.

      Teólogo que a defende é analfabeto funcional. Não entendeu absolutamente nada!

      Libertas vera est, Christo servire.

      Agostinho Antialinenação.



      Excluir
  3. Calvinismo-predestinatório é evidente blasfêmia contra o Espírito Santo. Já provei que é. Deus não leva em conta o tempo da ignorância. Porém, lidar com a Bíblia, empreender apologética cristã e ainda defender a predestinação calvinista, não chega sequer a ignorância voluntária, é a vontade dolosa de repisar o erro. Aliás, aliás, esse coletivismo predestinatório em detrimento da reponsabilidade individual diz muito com ideologias socialistas, marxistas, cuja origem advém da mesma fonte: Satanás. Não me admira, portanto, vir um calvinista como Augustus Nicodemus, Caio Fábio e tutti quantti, morrerem de amores à causas esquerdistas (cujo viés é socialista, comunista).

    Libertas ver est, Christo servire.

    Agostinho Antialienação.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nunca tinha lido ou ouvido isso que o Sr. escreveu, poderia esclarecer o que é "blasfêmia contra o Espírito Santo"? Junião.

      Excluir
    2. Ora, é uma definição muito simples: blasfemar contra o Espírito Santo é afirmar que em um dos seus atributos, que é a onipotência, nela há malignidade, ou seja, que mediante sua Soberania (onipotência) Deus a opera mediante a prática e eficácia do mal.

      Libertas ver est, Christo servire.

      Agostinho Antialienação

      Excluir
  4. Mas essa definição não tem em nenhum lugar na Bíblia e porque se relaciona com a predestinação?

    ResponderExcluir
  5. A definição está em Mateus 12.31-32. E relaciona-se porque a teoria da predestinação calvinista assenta-se no fato de que o homem é sujeito passivo na vocação, ou seja, Deus teria, mediante a sua Soberania (onipotência) determinado, de antemão, quem estaria salvo e quem estaria perdido, condenado, inclusive crianças e retardados mentais. Isto quer dizer isto: que os atos praticados pelo pecador que o levarão ao inferno (até porque não existe efeito sem uma causa) todos eles já teriam sido traçados por Deus de antemão pelo seu poder (onipotência). Ora, se condenado o sujeito já estaria, logo, portanto, os atos malignos praticados por ele que o levariam à condenação, também já estariam previamente traçados pelo poder (soberania) de Deus. Por exemplo: para a teoria da predestinação calvinista, Adão não teria escolha senão pecar porque Deus assim havia predeterminado pelo seu poder (soberano) que o fizesse, ou seja que cometesse tal pecado; Caim não tinha escolha senão matar Abel porque Deus assim havia, pelo seu poder (soberania), predeterminado que Caim cometesse assassinato... De modo que inafastável é concluir que para a teoria calvinista na vontade Soberana de Deus, em sua onipotência, há malignidade, há maldade já que o ato de onipotência de sua Soberania concorre diretamente com a causa do mal que condenará, fatalmente, o sujeito ao inferno. Em Mateus 12:31-32 disseram isto: que o poder de Deus era maligno, nele havia malignidade, pecado. Por isso foram advertidos de que blasfemavam contra o Espírito Santo.

    Difícil compreender? Não, de maneira alguma e mais, não há ignorância inescusável, o calvinista não se salvará, sobretudo o líder religioso, o teólogo e correlatos. Eu sinto muito. O caminho é de fato estreitíssimo.

    Libertas vera est, Christo servire.

    Agostinho Antialienação.

    ResponderExcluir
  6. Bom dia Sr. Agostinho, eu nunca tinha parado pra pensar nisso e na verdade nunca tinha ouvido isso de pastor nenhum, nem em estudo bíblico nem tinha lido nada parecido, mas achei isso que o sr. colocou muito grave apesar do Sr não ter indicado a fonte calvinista, se puder eu agradeço e me intriga porque isso é heresia e essas igrejas calvinistas não são consideradas heréticas e como é que pode os apologistas ficam quietos e nem percebe essa blasfemia, o sr. tem ideia do motivo?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Junião:

      1) Às Fontes:

      a) CALVINO. In “ As Institutas” Vol 3, p. 376. Definição de termos’ e ‘8. Sumário Certo e Seguro’): “Denominamos predestinação o conselho eterno de Deus pelo qual ele determinou o que deveria fazer COM CADA ser humano (sic). Porque ele não criou todos em igual condição, mas ordenou (sic) UNS PARA VIDA ETERNA e OS DEMAIS PARA A CONDENAÇÃO ETERNA (sic). Assim, CONFORME A FINALIDADE (sic) para a qual o homem foi criado, dizemos que FOI (sic) PREDESTINADO PARA A VIDA OU PARA A MORTE”. (sic);

      a1) CALVINO: “Os pequeninos (crianças digo eu) QUE (condição- sic) recebem o sinal da regeneração e da renovação, se passam deste mundo ANTES DE CHEGAREM À IDADE DA RAZÃO (sic), CASO TENHAM SIDO ESCOLHIDOS (BARBARIDADE - sic!) pelo Senhor, são regenerados e renovados pelo seu Espírito, como lhe apraz, segundo o seu poder, para nós oculto e incompreensível” (As Institutas, Vol. III. p.11);

      b) CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER: ‘CAPÍTULO X – DA VOCAÇÃO EFICAZ’ “I. Todos aqueles que DEUS PREDESTINOU PARA A VIDA (sic), E SÓ ESSES (sic), é ele servido, no tempo por ele determinado e aceito, CHAMAR EFICAZMENTE PELA SUA PALAVRA E PELO SEU ESPÍRITO(...)”. "II. Esta vocação eficaz é só da livre e especial graça de Deus e não provem de qualquer coisa prevista no homem; NA VOCAÇÃO O HOMEM É INTEIRAMENTE PASSIVO (sic)....”.;

      b1) ‘CAPÍTULO X – DA VOCAÇÃO EFICAZ’ "III. As crianças que morrem na infância, SENDO (condição, desde-de-que - sic) ELEITAS, são regeneradas e por Cristo salvas, por meio do Espírito, que quando, onde e como quer, Do mesmo modo são salvas todas as OUTRAS PESSOAS INCAPAZES (sic) de serem exteriormente chamadas pelo ministério da palavra;

      c1) LUCIANO SENA, In ‘Adão e a Predestinação’: “O que você faria se estivesse no lugar de Adão (e/ou Eva)? A resposta de muitos é que – “faria diferente, que obedeceria a Deus”. Essa resposta é flagrantemente errada. Todos nós já fizemos algo que sabíamos que era errado e acabamos fazendo Esse é o gene de Adão. Adão não nos representou apenas teoricamente, mas de fato. As práticas de Adão, e Eva, seriam as nossas. Deus fez os primeiros humanos de uma maneira que pudessem representar todos que viessem após eles pactualmente, e os tais refletiram perfeitamente, naquele estado, o que qualquer um dos bilhões de humanos hoje faria, caso estivesse no Jardim do Éden”. (http://mcapologetico.blogspot.com.br/2014/03/adao-e predestinacao.html?showComment=1395951894605#c4279609567829860418);

      d) Augustus Nicodemos: “1 – Creio que Deus predestinou tudo o que acontece.”. “https://www.facebook.com/AugustusNicodemusLopes/posts/638511719534576)

      2) Por que apologistas não consideram as igrejas calvinistas seitas?

      Resposta: síndrome de Dunning-Kruger e conivência-conveniência de todo o tipo (emprego, dinheiro, trabalho, não tem igreja pra ir, pusilanimidade, etc. etc. etc.).

      De modo que se igrejas presbiterianas e batistas calvinistas não forem seitas, então as testemunhas de jeová, os adventistas e os espíritas também não o são. Não tem para onde correr da dona Coerência. Aliás, a predestinação calvinista é a mesma islâmica. E não tem heresia só predestinatória no meio dessas seitas calvinistas, tem outras.

      Libertas vera est, Christo servire.

      Agostinho Antialienação.

      Excluir
    2. Rapaiz.... Obrigado. Junião.

      Excluir
  7. Temos de admitir que no judaísmo antigo havia a doutrina da reprovação ativa, ou a idéia que Deus endurece propositalmente aos homens; e também havia a idéia da reprovação passiva, mediante a qual Deus deixaria a certos indivíduos de lado, não lhes dando graça suficiente que lhes desse chance de se converterem. Na verdade, ninguém pode converter-se sozinho, sem a ajuda divina. O—intuito inteiro—do evangelho é contrário a tal doutrina. João 12:32 mostra especificamente trecho contrário à mesma. Apesar de admitirmos que a predestinação e o livre- arbítrio são ambas doutrinas cristãs bíblicas, e que podemos reconciliar uma à outra, não podemos admitir uma fria predestinação que garanta a condenação dos homens, e nem mesmo uma morna predestinação, que meramente deixe os homens de lado, abandonando-os em seus maus caminhos, para que
    subseqüentemente sejam condenados. Isso parece ser uma contradição básica com todo o intuito de Deus em Cristo. Lembremo-nos que a heresia gnóstica da era apostólica promovia uma doutrina exclusivista, ao denominar a maioria dos homens de "hilicos" ou "terrenos", supondo que nem ao menos estão sujeitos à redenção, já que estariam de tal modo imersos na matéria que jamais se poderíam livrar dela. É verdade que sozinhos assim sucede; mas Deus pode tirá-los dali e essa é sua intenção em Cristo. Contra o exclusivismo gnósticos temos passagens especificas, como I Tim. 2:4, que diz: ... o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. O hipercalvinismo, baseado em premissas diferentes, reitera o erro do gnosticismo, e lança a culpa dessa circunstância sobre Deus, ao passo que os gnósticos culpavam aos homens.

    ResponderExcluir
  8. "A salvação é pela graça e não pela predestinação.

    ResponderExcluir