segunda-feira, 24 de novembro de 2014

IPB: O Evangelista – um dom, um ofício ou um ministério?

INTRODUÇÃO

Esse estudo visa uma breve reflexão bíblica do assunto em pauta, tendo como foco a realidade dentro do contexto da Igreja Presbiteriana do Brasil.1 Espero com esse estudo ventilar uma base bíblica para os evangelistas na IPB.

Não farei uma exposição histórica de como o trabalho leigo dos evangelistas se desenvolveu na IPB (aliás, não tenho biblioteca para isso, o que necessitaria de um acesso aos arquivos e biblioteca do Instituto Bíblico Eduardo Lane). O foco será bíblico e prático, tendo como pano de fundo a vocação para evangelista, conforme compreendo ser, com base em alguns estudos.

1. Evangelismo

É obrigação de todos os servos de Deus, salvos, devem evangelizar. Isso está claro em toda a teologia do NT, e pressuposto no VT. Não precisamos demonstrar tantos textos bíblicos que confirmam essa verdade – especialmente I Pe 2.9,10 é saliente para o tema:

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia.” 1 Pedro 2:9-10 – Almeida Corrigida Fiel.

A igreja, como geração eleita, existe com sua estrutura sacerdotal e real, uma verdadeira nação regida com as leis divinas, sendo propriedade de Deus, recebeu essas facetas para um objetivo claro em relação ao mundo – proclamar. É isso que está que o Espírito Santo disse no texto citado transcrito acima.

O Salmo 96 é um salmo que ecoa o clamor ‘evangelístico’, embora não sabemos como o povo de Deus no VT olhava ou cumpria esse salmo, o que certo está é o seu apelo:

“proclamai a sua salvação, dia após dia. Anunciai entre as nações a sua glória.” (Sl 96.2,3)

A respeito do que Jesus disse em João capítulo 15, de que ele escolheu os discípulos para darem frutos, M. J. Erickson afirma categoricamente:

“Se os discípulos realmente amassem o Senhor, cumpririam esse chamado para evangelização. Não se tratava de uma questão opcional para eles.” (Introdução à Teologia Sistemática, p. 446).

O livro de Atos, inteiro, é uma prova que a Igreja deve ser evangelizadora, sob qualquer custo, e a todo custo, gastar e ser gasta na salvação dos perdidos, para a glória de Deus. Diante da realidade evangelística no livro de Atos, o Missionário Ronaldo Lidório afirmou:

“No livro de Atos, o Espírito Santo dá grande destaque na expansão à igreja. Esta, mesmo sofrendo perseguições, dificuldades financeiras, crises políticas e falta de obreiros preparados, expandia do evangelho a custo de suor, sacrifícios e vida.” (citado em Plante Igrejas, p. 17).

A igreja jamais existiu para vivar ensimesmada. Ela foi formada por Deus para proclamar junto ao Espírito a todos a irem a Cristo e serem salvos (Rm 10.9,10; Ap 22. 17). Que fique claro que todos os membros da igreja devem participar, espera-se muito mais de seus líderes, pastores, presbíteros, diáconos, que tenham um interesse voluntário nesse trabalho bendito. Apesar disso, percebemos na Bíblia que além da obrigação, existem vários que possuem uma capacidade maior, um desdobramento na evangelização com mais efetividade e constância. Seria isso um dom?

2. Existe o dom de evangelista?

O que é um dom?  

“ [...] é uma capacidade espiritual manifesta na vida do crente, e assim na Igreja, com finalidade de dinamizá-la, no que diz respeito à sua adoração (culto), evangelização (cumprimento missiológico) [...]” (Novo Dicionário da Bíblia, p. 361).

“[...] um dom espiritual é uma capacidade de certa forma para expressar, celebrar, expor e, portanto, transmitir Cristo.” (Teologia Concisa, p. 210).

Existem categorias de dons. Aqueles que são chamados dons extraordinários, e os dons de serviço. Interessante, que a Bíblia diz em Efésios 4.11:

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,” Efésios 4:11 – Almeida Corrigida Fiel

Percebe-se aí a inclusão de um dom aos homens, ou em homens (como sugere alguns exegetas, o que pode ser visto na tradução), classificado como “evangelistas”. Pois bem, como podemos olhar esse dom? O que é o “evangelista”? Vejamos apenas alguns comentários:

“alguém que proclama as boas novas, evangelista. Um evangelista era a pessoa que pregava o evangelho recebido dos apóstolos. Ele era, particularmente, um missionário que levava o evangelho a novas regiões [...]” (Chave Linguistica do Novo Testamento Grego, p. 393).

“Se outras pessoas com dons ajudavam a igreja a crescer pela edificação, os evangelistas ajudavam no crescimento numérico. Como objetivo mencionado no v. 12 é “preparar os santos para a obra do ministério”, podemos tomar por certo que os evangelistas, entre seus vários ministérios, ajudavam outros cristãos no testemunho.” (Bíblia de Estudo NVI, p. 2023).

“evangelistas. Os homens que proclamam as boas-novas da salvação em Jesus Cristo para os incrédulos.” (Bíblia de Estudo MacArthur, p. 1606).

“Um evangelista é alguém que tem a capacidade especial para comunicar o evangelho da salvação por intermédio de Jesus Cristo [...] são, em especial, chamados para esse ministério.” (Fundamentos da Fé Cristã, p.530).

“Evangelistas, Ef 4.11 – é a capacidade que o Espírito Santo dá a alguns, a fim de que o evangelho seja compartilhado com facilidade, fazendo de incrédulos verdadeiros discípulos de Cristo.” (Novo Dicionário da Bíblia, John Davis, p. 362).

3. Esse dom cessou?

Não é propósito aqui entrarmos no debate continuísta e cessacionista. Porém, tomando por certo que posição cessacionista é a bíblica, como destaca a Confissão de Fé de Westminster quando a mesma diz que “tendo cessado aqueles antigos modos de Deus revelar a sua vontade ao seu povo”(CFW Cap. I.1), estaria o dom de evangelista enquadrado dentro da categoria de dons “revelacionais”? As opiniões estão divididas.

Antes de entrar nelas, farei um apelo conciliar. Ambos os grupos – os que incluem o fim do dom de evangelista, bem como os que o encaram como dom não revelacional, não estão concordando com a indiferença para com a evangelização. Assim, sendo dom ou não, como já vimos, é uma obrigação cristã o envolvimento com a evangelização. E isso, todos os Reformados concordam.
Os teólogos reformados Franklin Ferreira e Alan Myatt mostram que o dom de evangelista, como um dos estão na lista dos dons que cessaram, segundo a posição cessacionista:

“Os dons extraordinários, também chamados dons de revelação ou de expressão verbal, cessaram. São eles: apóstolos, profetas e palavra de sabedoria e de conhecimento (1 Co 12.8) evangelistas, discernimento de espíritos [...]” (Teologia Sistemática, p. 857[grifo meu]).

Louis Berkhof, também qualifica dizendo que evangelista era um ‘Ofício Extraordinário’, juntamente com apóstolos e profetas. Pela qualificação, ele defende, que tal (dom) ofício, cessou. Escreveu ele:

“Ao que parece, sua obra era mais geral e algo superior à dos ministros regulares” (Teologia Sistemática, p. 538).

É comum entre os Reformados a lista de dons do texto de Ef 4.11 denota dons ministeriais, e que os dons de ofícios de apóstolos e profetas, tal como foram desenvolvidos no NT, cessaram obviamente. Mas mesmo tendo as citações acima, o dom de evangelista, assim como o pastor-mestre, continuam, segundo outros.

Parece-me que a posição de que o “evangelista e o pastor-doutor”, substituíram os dois primeiros que cessaram, é a melhor resposta. Tal conceito não viola a temática do texto. John MacArthur  parece indicar isso:

“Esses dois ofícios [apóstolo e profeta] foram substituídos pelos de evangelista e pastor-mestre.” (Bíblia de Estudo MacArthur, p. 1606).

A) O apóstolo é o enviado – o próprio termo apóstolo significa “enviado” (Dicionário Vine, p. 407), mas para lançar bases da Igreja Cristã. O mesmo viu o Senhor. O evangelista é igualmente enviado, mas ele não lança base, constrói em cima das bases já lançadas pelos apóstolos.

B) O profeta exorta o povo com mensagens reveladas diretamente por Deus (em suas várias facetas; visões, pronunciamento audíveis, sonhos, etc.). O “pastor-doutor” igualmente exorta o povo com as mensagens dos profetas, que estão escritas.

Com essas reflexões, percebemos que apóstolos e profetas, eram dons/ofícios extraordinários, o de evangelista e pastor-doutor, não. Veja que os dois primeiros ofícios/dons são a ‘base’ da Igreja de Cristo, lançaram os fundamentos, que por natureza, não pode ser repetido. Fundamento só existe um:

“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;” Efésios 2:20 – Almeida Corrigida Fiel.

Os comentaristas da Bíblia de Estudo de Genebra parecem favorecer a continuidade do dom de evangelista:

evangelistas. Pessoas (em qualquer época) particularmente talentosa na tarefa de expandir o rebanho de Deus (At 21.8; 1 Co 1.17; 2 Tm 4.5).” (Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1573[itálico acrescentado]).

Da mesma linha é James M. Boice, ao mesmo tempo que sustenta que  os dons de apóstolos e profetas, em seu sentido técnico, tenham cessados (Fundamentos da Fé Cristã, p. 530). J. M. Boice destaca que o evangelista, embora tenha necessidade de conhecer bem a verdade bíblica, ele não é altamente letrado, e geralmente, segundo testemunha Boice, tal dom é visto mais entre leigos do que em Teólogos.

Portanto, “evangelista” é um dom de ministério, e por definição e natureza, não é revelacional, por isso, ele continua. Embora no tempo bíblico tanto evangelistas, como o “pastor-doutor”, possuíam os dons revelacionais e de maravilhas, por certo, hoje usufruímos dos dons de ambas as categorias hoje na igreja. O primeiro evangelista - edifica em números, o segundo, “pastor-mestre” edifica no ensino. “Obvio”, espera-se do evangelista ensinar bem, e do pastor-doutor que evangelize, tal como se espera de todo cristão.

De certa forma, o trabalho de um é complemento do outro:

“Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.” 2 Timóteo 4:1-5 Almeida Corrigida Fiel

4. O que é o evangelista em seu escopo eclesiástico?

O evangelista define-se por uma capacidade dada por Deus para se envolver mais na evangelização, porém, não há na Escritura um ofício que possa ser classificado como tal. Bom lembrar que nem mesmo de “pastor-doutor”. Ofícios na Bíblia são, tão somente, os de presbíteros e de diáconos, com reconhecimento de um Concílio e imposição de mãos para investidura de poderes. O uso comum leva as pessoas chamarem o Presbítero mais envolvido na instrução de “pastor” – mas isso é dom, e biblicamente falando, ele é presbítero – chama-lo de Pastor é uma concessão convencional de uso comum. O mesmo é o caso com “evangelista”, se for o caso de tratá-lo como “evangelista”.

Olhando mais atentamente como o termo aparece na Bíblia, a classificação de ministério parece-me ser esse o conceito bíblico, já que a bíblia diz que há “vários ministérios”(I Co 12. 5; Rm 12.7 ):

Ministério. Este termo é usado na linguagem cristã, tanto em um sentido mais amplo, como mais estrito. Em seu sentido mais amplo refere-se ao serviço prestado por qualquer pessoa a Deus ou a seu povo. Em seu uso estrito, denota o serviço, reconhecido oficialmente, de determinadas pessoas, devidamente designadas para isso (geralmente por meio de ordenação formal) pelas igrejas.” (Novo Dicionário de Teologia, p. 678).

Sendo que a palavra significa “serviço”. Isto é, esse tipo de “serviço” aparece na Bíblia de forma natural, e não raro no ambiente leigo da igreja. O evangelista, segundo a Escritura, não é um ofício. Nenhuma ordenação, mas um reconhecimento comum da igreja local de que, por causa de uma habilidade concedida por Deus – isto é, vocação; existem os “evangelistas”. Um exemplo bíblico lançará luz adicional sobre esse assunto.

5. ‘Um’ Evangelista na Bíblia

O único que recebe, por assim dizer, o ‘título’ de Evangelista na Escritura é o Diácono Filipe – a Bíblia diz que ele era um dos sete em Atos 21.8, sendo a referência a Atos 6.3, sendo assim, ele era oficial da igreja primitiva (I Tm 3.8-13). A Bíblia revela que ele era cheio do Espírito Santo (At 6.3,5), o que se espera de todo diácono. Em Atos 8 temos registradas as atividades desse Evangelista, atividades. Ele é o primeiro cristão a pregar em Samaria, cumprindo o Ide dado por  Cristo antes de subir ao Céu (At 1.8). Jesus iniciou a obra entre os Samaritanos (Jo 4.1-42). Deus operou grandes sinais em Samaria, onde Filipe pregou e batizou. Nesse período, não existia ainda nenhuma norma para realizar o batismo, mas pelo ofício e madureza de Filipe, ele realizava o batismo em nome do Senhor Jesus (At 8.12). Ele também pregou ao Eunuco que estava a caminho de Jerusalém (At 8.27), e foi ‘arrebatado’ miraculosamente para outro lugar (At 8.39). Sua hospitalidade pode ser vista ao receber os apóstolos, e suas filhas eram profetisas (At 21.8,9). Ao ser chamado de ““o evangelista” em Atos 21.8 indica claramente que bem mais tarde em sua vida ainda era amplamente reconhecido por seu zelo missionário.” (Quem é Quem na Bíblia Sagrada, p 228).

6. O que se espera dos evangelistas?

Nesse último ponto, iremos ver uma orientação bíblica para os evangelistas, obviamente essa orientação destina-se a todos os crentes, mas de forma mais saliente deve ser vista na vida do evangelista. Como vimos, na disposição da IPB existe um reconhecimento de que existem um grupo qualificado onde o termo “obreiro-evangelista” seria uma expressão que identifica os tais. Porém, como notamos na Escritura, isso não é ofício, sendo ou não integrante desse grupo formalmente reconhecido, e como é um dom e um serviço, existem vários evangelistas nas várias facetas da igreja local, e até entre os oficiais, como foi o caso do diácono Filipe.

A)    O evangelista deve conhecer o que leva – o Evangelho: “E, respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo, ou de algum outro? Então Filipe, abrindo a sua boca, e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus.” Atos 8:34-35
B)    O evangelista deve ser submisso ao seu Concílio: “E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito. Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João.” Atos 8:13-14
C)     O evangelista deve ser sensível às orientações do Espírito Santo: “E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai para o lado do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserta [...]E disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro.” Atos 8:26,29
D)    O evangelista prioriza o trabalho em todo momento e lugar: “E, descendo Filipe à cidade de Samaria lhes pregava a Cristo [...] E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai para o lado do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserta [...] E Filipe se achou em Azoto e, indo passando, anunciava o evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesaréia.” Atos 8:5, 26,40.
E)    O evangelista é um dom para a edificação da igreja, não para si mesmo: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;” Efésios 4:11-12
F)    O evangelista deve cuidar da espiritualidade da sua família: “E no dia seguinte, partindo dali Paulo, e nós que com ele estávamos, chegamos a Cesaréia; e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele. E tinha este quatro filhas virgens, que profetizavam.” Atos 21:8-9.
G)    O evangelista deve pregar a Palavra sob o poder do Espírito Santo: E, descendo Filipe à cidade de Samaria lhes pregava a Cristo. E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia; Pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados. E havia grande alegria naquela cidade.” Atos 8:5-8 [Citações da Almeida Fiel]

Conclusão
Essa breve reflexão bíblica a respeito do Evangelista na Escritura, com as devidas adaptações conciliares e contextuais, nos mostra que o trabalho do “obreiro-evangelista” surgiu de uma iniciativa do Espírito Santo para edificação do Reino. Tanto leigos, como oficiais, teólogos, ou pastores, podem ter tal dom, e juntamente com suas atividades e desenvolver esse serviço necessário. Por causa de uma organização eclesiástica existem outros que acabam se dedicando a esse trabalho como seu ministério pessoal e vocacionado, procurando glorificar a Deus nas várias facetas que o Senhor proporcionou no Reino de Cristo.
                               
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Nota
1. No caso especifico da IPB, o treinamento de evangelistas contempla um trabalho desbravador, não raro em locais onde há uma igreja ainda nascente, ou em campos missionários, sob a supervisão de um Concílio (Conselho ou Presbitério) ou Junta Missionária. Ou mesmo, um trabalho em igreja local, já organizada, em uma área onde há uma necessidade de supervisão mais qualificada, e que o Pastor local não tem tempo para tais demandas. O envio de tais pessoas aos Institutos Bíblicos, segue um padrão de seminário onde o mesmo recebe uma introdução básica da maioria dos assuntos que recebe o seminário. Assim como as Congregações, sob os cuidados de um presbitério, conselho e Junta Missionária (tendo amparo conciliar do Supremo Concílio), que não possuem diretrizes na Constituição da IPB, e estão sob a ‘jurisprudência’ dos Concílios já mencionados, os evangelistas também não tem seu trabalho contemplado na CI da Igreja Presbiteriana. Mas assim como as Congregações, estão sob a responsabilidade direta de Concílios locais.

Na Igreja Presbiteriana do Brasil um dos Institutos mais conhecidos é o IBEL – Instituto Bíblico Eduardo Lane. Com mais de 80 anos de experiência em preparar evangelistas, missionários (as), e muitos com o tempo tornam-se pastores, após um preparo posterior no Seminário. O IBEL, com sua fidelidade Confessional, é um exemplo para todos os Seminários da IPB – assim o são para ele os seminários fieis, louvamos a Deus por ter usado diretores, professores e funcionários que ali estão para manterem a pureza Confessional – ainda que seja comum existir nuanças nesse assunto no decorrer da história. Não há no IBEL nenhuma recomendação de leitura de fontes liberais. Todos seus professores, assim como em qualquer seminário da IPB, são qualificados, na vida, no ministério e na vida acadêmica. Uma marca importante no IBEL é que os alunos não recebem seu Diploma se não realizarem a leitura integral da Bíblia três vezes.

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