terça-feira, 16 de junho de 2020

Leandro Quadros, Yago Martins e a mesmice da Apologética Adventista



Leandro Quadro produziu mais um vídeo, dando resposta ao Pastor Yago Martins que escreveu em uma resposta onde alegou que se alguém crê em Ellen White está fora do cristianismo, visto que estaria no mesmo patamar dos Mórmons e das Testemunhas de Jeová. Daí, Leandro Quadros se manifesta com a mesma tacada de sempre, dizendo que Yago não consulta as fontes primárias, que os adventistas já deram respostas a isso, que os críticos são desinformados, etc, etc. Leandro Quadros cita vários autores, críticos, que repetiram o que Yago escreveu, uma afirmação errônea sobre a crença adventista a respeito da autoridade de Ellen White. 

A defesa do Professor Leandro Quadros é minimizar e tentar colocar o valor de Ellen White em um patamar diferente que os críticos a colocam, e assim, dizer que o que os críticos dizem, não corresponde com suas crenças.

Em primeiro lugar não acho que o Pr Yago erra ao citar Adventistas, Mórmons e Testemunhas de Jeová – sem uma qualificação específica, ao dizer que esses creem em uma outra fonte inspirada, além da Bíblia. A qualificação seria assim:

1.      A Igreja Adventista crê em uma fonte inspirada além da Bíblia, mas não canônica tal como a Bíblia. Eles usam o argumento da continuidade dos dons, mas apenas Ellen White, e tão somente Ellen White é essa autoridade inspirada não canônica.
2.      A Igreja Mórmon crê uma fonte inspirada além da Bíblia, e essa fonte tem a mesma autoridade canônica da Bíblia. Apenas os profetas e apóstolos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias são essa fonte inspirada e canônica.
3.      A religião Testemunhas de Jeová não crê em fonte inspirada além da Bíblia, mas essa fonte é a única que pode interpretar a Bíblia corretamente. Apenas o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová, é o instrumento usado por Deus para isso em nossos dias.

Se era a precisão nos termos que Quadros requer, ele não tem o que reclamar, pois em tese, ao menos, o Pr Yago não escreveu que os adventistas creem em “outra fonte canônica”, mas inspirada! Se esse é o caso... não tem o que se reclamar.

Mas vamos ler uma afirmação oficial da denominação sobre a inspiração de Ellen White, como nos convida Leandro Quadros a fazer – citação como essa, que ele mesmo não o fez, apesar de selecionar aquelas sentenças adventistas que nublam o assunto:

“Uma Declaração de Fé no Espírito de Profecia - Nós, os delegados reunidos em Utrecht para a 56ª Assembleia da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia expressamos louvor e gratidão a Deus por Seu dom gracioso do Espírito de Profecia. Em Apocalipse 12, João, o revelador, identifica a Igreja nos últimos dias como os “remanescentes… que guardam os Mandamentos de Deus e têm o Testemunho de Jesus” (verso 17). Cremos que, nesse breve retrato profético, o revelador está descrevendo a Igreja Adventista do Sétimo Dia, que não apenas guarda “os Mandamentos de Deus”, mas que tem o “Testemunho de Jesus”, ou seja, “o Espírito de Profecia” (Apoc. 19:10). Na vida e ministério de Ellen G. White (1827-1915) vemos o cumprimento da promessa de Deus no prover à Igreja remanescente o “Espírito de Profecia”. Embora Ellen G. White não reivindicou para si o título de “profeta”, cremos que ela realizou a obra de um profeta e mais. Ela disse, “Minha comissão abrange a obra de um profeta, mas não finda aí” ( Mensagens Escolhidas, p. 36);  “Se outros me chamam assim [profetisa], não discuto com eles.” (idem, p. 34);  “Minha obra inclui muito mais do que este nome significa. Considero-me uma mensageira a quem o Senhor confiou mensagens para Seu povo,” (idem, p. 36). O encargo principal de Ellen G. White foi dirigir a atenção para as Santas Escrituras. Ela escreveu: “Pouca atenção é dada à Bíblia, e o Senhor deu uma luz menor para guiar homens e mulheres à luz maior.” (O Colportor Evangelista, p. 39). Ela cria que, embora seus escritos fossem a “luz menor”, eles eram luz, e que a fonte dessa luz é Deus. Como adventistas do sétimo dia cremos que “Em Sua Palavra, Deus conferiu aos homens o conhecimento necessário à salvação. As Santas Escrituras devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação de Sua vontade. Elas são a norma do caráter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa” (O Grande Conflito, p. 8). Consideramos o cânon bíblico encerrado. Contudo, cremos também, como o fizeram os contemporâneos de Ellen G. White, que seus escritos têm a divina autoridade tanto para o viver piedoso quanto para a doutrina. Assim, recomendamos: 1) Que como Igreja busquemos o poder do Espírito Santo para aplicar mais plenamente à  nossa vida o conselho inspirado contido nos escritos de Ellen G. White e 2) Que nos empenhemos mais para publicar e fazer circular esses escritos ao redor do mundo. Esta declaração foi aprovada e votada pela sessão da Conferência Geral em Utrecht, na Holanda em 30 de junho de 1995.”

Interessante...