segunda-feira, 24 de junho de 2013

Como fazer a Igreja ser relevante, contemporânea e contextualizada?

O desejo, e prática, de todos os cristãos ajuizados é levar as pessoas a se renderem aos pés de Cristo (II Co 10.4-6). É bíblico crer na escolha antecipada de Deus e ao mesmo tempo empreender forças para alcançar os que Deus escolheu (Rm 9.14-10.1). Os sentimentos de Provérbios 24.11,12 são cabíveis aqui: Liberte os que estão sendo levados para a morte; socorra os que caminham trêmulos para a matança! Mesmo que você diga: "Não sabíamos o que estava acontecendo! " Não o perceberia aquele que pesa os corações? Não o saberia aquele que preserva a sua vida? Não retribuirá ele a cada um segundo o seu procedimento?”  Judas 22,23, no mesmo espírito cristão, alerta-nos para esse tipo de trabalho salvador.

Nessa empreitada, caímos em alguns erros comuns, o que seria de esperar de pessoas imperfeitas. Deixamos de evangelizar a tempo e fora de tempo, deixamos de falar o que deve ser dito, por medo ou por ‘ética’, oferecemos conselhos sem advertências, ou advertência sem consolo, convidamos para um culto que achamos que será mais ‘brando’ para os visitantes, assim vai. Devemos pedir perdão a Deus quando deixamos de agir como profetas.

Existem outros erros que são produzidos. Aqui mora um perigo diferente do acima citado. Quando erramos em fazer com que a Igreja seja relevante para a sociedade, ou fazer com que ela seja ‘contemporânea’, a corrupção deixa rapidamente o rótulo, atinge o conteúdo.

Deus já determinou que o Evangelho seja loucura e escândalo, sendo e tendo apenas poder para os que creem! As principais ‘atualizações’ espúrias que estão sendo feitas hoje são:

A) O ‘movimento das Comunidades Presbiterianas’: Se eu fosse membro de uma Comunidade Presbiteriana, a primeira coisa que eu aprenderia com essa igreja é ser rebelde. Visto que a Supremo Concílio da IPB já se pronunciou contra essa nomenclatura, e tais comunidades continuam desobedientes, aprendo a insubmissão com os líderes dessa igreja local!!!

Esse movimento faz um tipo de pesquisa de campo que é um dos mais prejudiciais para a saúde da pregação do Evangelho. Se a região onde se plantará uma igreja gosta de música popular, sertanejo,(engraçado, e se gostarem de funk?), esse será o tipo de música usado na liturgia. Esse é um erro mundano na plantação de igrejas. É joio satânico na plantação do Senhor. Se isso dá ou não certo, ‘são outros 500’. Universal, Mundial, etc. não são termômetros doutrinários por causa do crescimento.

Esse movimento tira qualquer identidade denominacional. E na verdade, as comunidades cristãs que se mostram firmes em seus fundamentos inspiram mais confiança e estabilidade. Se uma Igreja está do lado do Evangelho Eterno (Ap 14.6,7), é a cultura que deve se adaptar, dentro da esfera da fé, e não vice versa.

Obviamente, nem tudo foi estabelecido na Escritura, e por causa desse silêncio, o subjetivismo deixa os limites do senso comum da Igreja como um todo. A Confissão de Fé de Wetsminter diz: há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas.” (I.6)

B) Sofisticar academicamente a mensagem da Cruz: Enquanto ‘o movimento das Comunidades Presbiterianas’ produzem uma igreja ao gosto popular, outros tentam ‘elevar’ o Evangelho a um nível acadêmico. O Evangelho não é apenas escândalo, mas é loucura. Quando lemos ou ouvimos alguns que tentam dar um ar filosófico ao Evangelho, eles também colocam joio satânico na plantação do Senhor.

W. L. Craig talvez seja o cristão que mais tem levado crentes e apologistas, incluindo muitos eruditos Reformados, a acharem que esse é o caminho. Suas contribuições são bem vindas, mas nem sempre é plenamente fiel aos postulados do Evangelho quando esse mostra a total corrupção da alma humana em relação às coisas divinas.

Talvez os que são fãs da roupagem acadêmica, dirão: “Como evangelizar um ‘Phd’ em física Quântica sem ter essa erudição?” Irmãos, se a mensagem da Cruz não salvar ele, com essa erudição toda, ele irá para o inferno. Todos os confrontos de Cristo e dos apóstolos, com eruditos, políticos, filósofos, sempre tiveram o mesmo conteúdo e a mesma roupagem: Cristo é a verdade. Sem lógica alguma, sem construção argumentativa [fora da Bíblia], apenas deveriam crer nisso.

Aos queridos irmãos Reformados; Deus resolveu salvar pela loucura da pregação (I Co 1.18-2.16). Essa passagem não é para Arminianos, o contexto da carta não era esse. É exatamente ao que estou tratando. A sabedoria do mundo não pode contribuir em nada.

A MELHOR ADAPTAÇÃO

O Catecismo Maior de Westminster, por estar do lado do Evangelho Eterno, dá instruções claras do que deve ser adaptado na Pregação da Palavra, e consequentemente, a Igreja local seguirá essa dinâmica:

159. Como a Palavra de Deus deve ser pregada por aqueles que para isto são chamados?  Aqueles que são chamados a trabalhar no ministério da Palavra devem pregar a sã doutrina, diligentemente, em tempo e fora de tempo, claramente, não em palavras persuasivas de humana sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder; fielmente, tornando conhecido todo o conselho de Deus; sabiamente, adaptando-se às necessidades e às capacidades dos ouvintes; zelosamente, com amor fervoroso para com Deus e para com as almas de seu povo; sinceramente, tendo por alvo a glória de Deus e procurando converter, edificar e salvar as almas. 
Jr 23:28; Lc 12:42; Jo 7:18; At 18:25;20:27;26:16-18; I Tm 4:16; II Tm 2:10,15;4:2,5; I Co 2:4,17;3:2;4:1,2;9:19-22;14:9;II Co 4:2;5:13,14;12:15,19; Cl 1:28; Ef 4:12; I Ts 2:4-7;3:12; Fp 1:15-17; Tt 2:1,7,8; Hb 5:12-14.”

A primeira contextualização é do mensageiro, com a Palavra – e então deve fazer de tudo para que a Palavra seja clara a todos, mas sendo fiel, procurando fervorosamente a salvação dos ouvintes, pela graça de Deus.

Essa é a Evangelização Reformada na prática.

2 comentários:

  1. Boa é esta palavra e digna de inteira aceitação. Precisamos nos atentar para aquilo que não está de acordo com as Escrituras em nossas Igrejas. Ver onde caímos e voltar na direção certa.
    Muito me preocupa a falta de zelo dos cristãos no anúncio do Evangelho de Cristo.

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  2. Estranho esse comentário, pastor: "O Catecismo Maior de Westminster, por estar do lado do Evangelho Eterno, dá instruções clara...". Como se eu precisasse do Sínodo, da Confissão. Mas tudo bem. Tanto tradicionais, quantos pentecostais sérios, são a mesma e única Igreja do Senhor.

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