sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Dr. Greg Bahnsen: Evangelismo e Apologética

"O motivo pelo qual os cristãos são colocados na posição de apresentar a razão da esperança que neles há é que nem todos os homens têm fé. Porque há um mundo a ser evangelizado (homens que não são convertidos), há a necessidade de que o crente defenda sua fé: evangelismo conduz naturalmente à apologética. Isso indica que apologética não é mera questão de “duelo intelectual”; é uma séria questão de vida e morte — vida e morte eterna

O apologeta que falha em perceber a natureza evangelística de sua argumentação é cruel e arrogante. Cruel porque ignora a principal carência de seu oponente, e arrogante porque está mais preocupado em demonstrar que ele não é um tolo acadêmico do que em mostrar que toda glória pertence ao gracioso Deus de toda a verdade. 

Evangelismo nos faz lembrar quem somos (pecadores salvos pela graça) e do que carecem nossos oponentes (conversão de coração, não apenas modificação proposições modificadas). Acredito, portanto, que a natureza evangelística da apologética nos indica a necessidade de adotar uma defesa pressuposicional da fé. Em contraste a essa abordagem se colocam os vários sistemas de argumentação autônoma neutra. 

Algumas vezes ouve-se, na área da erudição cristã (seja no campo da história, da ciência, da literatura, da filosofia ou em qualquer outro), a demanda por uma postura neutra, uma atitude não comprometida com a veracidade das Escrituras. Com freqüência, professores, pesquisadores e escritores são levados a pensar que, para serem honestos, devem pôr de lado todo comprometimento distintamente cristão quando estudam uma área que não esteja relacionada diretamente aos assuntos da adoração dominical. Eles raciocinam que, visto que a verdade é verdade onde quer que possa ser encontrada, as pessoas devem ser capazes de buscar a verdade pela orientação dos grandes pensadores de cada área, ainda que esses tenham uma perspectiva secular. “É realmente necessário considerar os ensinamentos bíblicos se você quer entender corretamente a guerra de 1812, a composição química da água, as peças de Shakespeare ou as regras da lógica?” Esse é o questionamento retórico deles. Daí surge a demanda por neutralidade no reino da apologética  (defesa da fé). 

Alguns apologetas dizem que deixariam de ser escutados pelo mundo descrente se abordassem a questão da veracidade das Escrituras com uma resposta preconcebida. De acordo com essa perspectiva, devemos estar dispostos a abordar o debate com descrentes com uma atitude comum de neutralidade — uma atitude “ninguém sabe até agora”. Inicialmente , devemos assumir o mínimo possível, é o que nos dizem; e isso significa que não podemos assumir premissas cristãs ou ensinamentos bíblicos. Assim, o cristão é chamado a abrir mão de suas crenças religiosas distintivas, a “deixá-las na estante” temporariamente, a assumir uma atitude neutra em seu pensamento.


Satanás adoraria que isso acontecesse. Mais do que qualquer outra coisa, isso evitaria a conquista do mundo para crer em Jesus Cristo como Senhor. Mais do que qualquer outra coisa, isso faria dos cristãos professos impotentes em seu testemunho, ineficazes em seu evangelismo e incapazes em sua apologética."

Continua...

(Fonte: Monergismo)

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