quinta-feira, 18 de abril de 2013

Aplicando o ‘método’ vantiliano na identificação de seitas


Cornelius Van Til é considerado o pai do método apologético, conhecido como pressuposicionalismo. Gordon Clark, sendo um grande filósofo cristão, também possui tal designe e atribuição (divergindo, em linhas gerais, na aplicação da lógica).

O livro Apologética Cristã (Ed. Cultura Cristã) é uma introdução ao seu método. Apesar de pensarem que a apologética vantiliana é, em sua última instância, voltada aos ateus morais, agnósticos e filósofos ateus, boa parte desse livro demonstra-se interessado em uma apologética religiosa (peço a compreensão no uso desses termos).

Ele defende um sistema apologético alicerçado em uma pura exposição da teologia protestante consistente. Para Van Til, um protestantismo, cristianismo, consistente só é possível no arraial Reformado/Calvinsita. Apesar disso, estende sua mão de comunhão aos arminianos, chamando-os de cristãos (p.142).

Primeiro, ele enumera os principais temas da Teologia Cristã, e como que por eliminação, vai derrubando os sistemas que não são ‘cristãos’.

 Visto que tudo na teologia cristã, segundo Van Til, está relacionada entre si, negar um dos pontos faz com que o sistema cristão deixe de ser, e ruir-se será algo inevitável.

Com esse sistema em cadeia, só pode existir um teísmo, o teísmo cristão. Ainda que tudo nesta cadeia interligada danifique, ou comunique á próxima, ou contrarie, devemos destacar que, para Van Til, o principal ponto é a natureza de Deus: “Toda doutrina está destinada a ser falsa se a primeira e mais básica doutrina, a doutrina de Deus, for falsa.” (p. 29).

Os assuntos são:

1. Deus – Seu ser, atributos, conhecimento e vontade, e como isso se relaciona com a ética e o conhecimento (epistemologia).
2. O Homem – com relação ao universo e natureza do pecado (a queda).
3. Cristologia – natureza e ofícios.
4. Soteriologia – como e por que Deus salva.
5. Eclesiologia – quem é o cabeça da igreja, e deve estar ligada ao ponto anterior explicitamente.
6. Escatologia – revela o Deus que cremos é Soberano.

Ele não inclui no sistema o conceito de Escritura, mas estabelece que o sistema existe por existir a Bíblia! Van Til escreve:

A Bíblia é central, não apenas em cada disciplina, mas está no centro do currículo como um todo... Essa visão das Escrituras implica a ideia de que não há nada neste universo sobre o qual os seres humanos possa ter informação completa verdadeira, exceto se levarem a Bíblia em consideração.” (p. 21). 

(O seu conceito sobre a Escritura pode ser visto também em outro contexto)

“As Escrituras dão informação definida, de caráter muito fundamental, acerca de todos os fatos e princípios com os quais a filosofia e a ciência lidam, Para a filosofia ou ciência, rejeitar, ou mesmo ignorar essa informação, significa falsificar a uma imagem com o qual lidam. (p.51)


Com esse pano de fundo você pode examinar qualquer sistema religioso. Só sobreviverá a filosofia religiosa que estiver alicerçada em Deus, no Deus cristão.

Obs: Acredito que podemos resumir esses aspectos em apenas três pontos. Que são os ideais do MCA.

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