segunda-feira, 17 de junho de 2013

Tempos de Futilidade: a mediocridade de nossa sociedade e na Igreja

É espantoso notar o processo de erosão cultural instalado no Brasil. Parece que a regra que predomina é a da futilidade. Quase toda produção musical, humorística, dramatúrgica e até literária, se baseia na futilidade. Avalie as músicas que tem estourado nas paradas de sucesso. O que tem feito sucesso? Não estou me referindo a gênero musical, mas a qualidade e conteúdo, se é que podemos chamar tanta porcaria de conteúdo. Nossos programas de humor nunca foram tão fúteis, repetitivos e apelativos. É bunda para todo lado, piadas sujas e chavões frívolos. A dramaturgia segue pelo mesmo caminho. Exibições desprovidas de valores respeitáveis, cheias de imoralidade e promiscuidade. Apenas ajudam a disseminar o germe da futilidade que se espalha por todas as camadas da sociedade e em todas as suas faixas etárias.

Por vezes, passo por grupos de adolescentes nas ruas e tudo que ouço são futilidades. Quando amigos se juntam para uma conversa, parece que não existe vida alem do futebol, programas de TV e mulheres. Quando as amigas se reúnem, falam das que não estão presentes, de suas últimas aquisições fúteis e por ai segue. Parece que ninguém pensa, ou discute um assunto produtivo e instrutivo. Que gere valores e conceitos uns para os outros.

Mas ainda não cheguei ao ponto nevrálgico da questão. Pois o que mais me assusta e preocupa, é ver que o germe da futilidade também não faz acepção de credo. Sou cristão, protestante e tradicionalmente reformado, e me entristeço com o estrago da futilidade no meio cristão, principalmente no “mundo gospel”.


Tenho visitado diferentes denominações evangélicas e observo a futilidade solapando as bases do louvor, dos relacionamentos entre cristãos e até mesmo nos púlpitos. Se você discorda de mim, faça um breve comparativo entre o conteúdo dos Salmos Bíblicos e o conteúdo das músicas do “mundo gospel”. Consegue perceber alguma diferença? Para não ser tão radical, compare apenas com os cânticos produzidos no período pós-reforma protestante. Passamos das canções poéticas, recheadas da Sã Doutrina Bíblica, para mantras monossilábicos, onde se canta exaustivamente uma frase, seguida de cantarolas improvisadas.

 

Nos púlpitos, a futilidade é manifesta nas pregações cheias de humanismo e vazias de Deus. Aliás, qualquer pregação que não vise a glória de Deus, já é fútil em si mesma. Compare a pregação evangelística de Pedro, em Atos 2.14-41, com muitas daquelas que você tem escutado, ou mesmo assistido na TV. Ou ainda, veja os sermões de Spurgeon, Ryle ou Jonathan Edwards. A essência do Evangelho foi substituída pela futilidade.


Quando comparo a Igreja Reformada nos séculos passados e olho para a Igreja hoje, fico a pensar: Quando foi que abrimos a porta para futilidade entrar? E pior, quando será que ela vai embora?

A futilidade no mundo é um problema grande, mas a futilidade na Igreja é uma catástrofe completa. A futilidade se caracteriza por ser algo vazio e inútil. Dessa forma, a cura para a futilidade da Igreja passa pelo profundo conhecimento das Escrituras e do seu Supremo Autor. Seguido de intenso serviço cristão no anúncio do genuíno Evangelho de Cristo. Em outras palavras, contra a futilidade, precisamos nos encher de Deus e, ao mesmo tempo, nos empenhar na proclamação das boas novas da Salvação.

Não se renda a futilidade, Igreja reformada sempre reformando.


Vanderson Scherre Gomes

4 comentários:

  1. Graça e paz do SENHOR aos irmãos do blog...

    Agora sim, irmão Vanderson... VOCÊ SENTE O QUE EU SENTIA NO INTERNATO! Bem vindo ao grupo dos inconformados com a "geração gargalhada" (TUDO TEM QUE SER ENGRAÇADO, NADA PODE SER LEVADO A SÉRIO!). Infelizmente, influenciados pela cultura Hippie ou coisa do tipo, a maioria das pessoas (inclusive cristãs) só se importa em desejos e lazeres carnais... NADA QUE REALMENTE EDIFIQUE. Que Deus nos ajude a não se contaminar e a "salgar" essa geração vazia... Parabéns pelo artigo NADA fútil! Deus abençoe.

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  2. Vanderson realmente a igreja reformada tem como lema: igreja reformada reformando sempre. a questão é definir o que é isso. a ideia por tras desse conceito é a igreja reformada sempre se reforma e quando isso acontece? Quando ela volta às Escrituras como no século XVI. Voltar às Escrituras é que tem de ser feito e não "modernizar" a igreja com ideias que não estão na Bíblia.
    Muito bom seu artigo, continue nesse caminho.
    Abraços.

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  3. Luis Filipe e Cristiano, obrigado pela apreciação do texto. E Cristiano, concordo com seu comentário. Quero dizer que a Reforma que precisamos é justamente essa, o retorno para as escrituras, pois vejo que o germe da futilidade ganha espaço e força a medida que a Palavra, a Pregação Cristocêntrica e a piedade perdem espaço. Pois o conteúdo da Igreja não pode ser outro a não ser o genuíno Evangelho de Cristo.

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  4. Creio que a 'Igreja Reformada, sempre se reformando' (um dito de um crítico) sendo olhado em toda a realidade, deve ser um alerta... visto que SEMPRE ESTAMOS NOS DEFORMANDO!!!

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