Já que
Guilherme Miller, é o nome relacionado com o grande desapontamento de 1844,
essa questão é importante. É correto dizer que, a igreja adventista começou em certo sentido em
Miller, mas não com Miller, direta e ativamente. Como mostrei na pergunta, portanto, G. Miller não tem
responsabilidade direta alguma com a Igreja Adventista do Sétimo Dia organizada, aliás, até negou a nova interpretação de
1844 e rejeitou as visões de Ellen White. Veja o que ele disse:
“Não tenho confiança alguma nas novas teorias que
surgiram no movimento; isto é, que Cristo veio como Noivo, e que a porta da
graça foi fechada; e que em seguida à sétima trombeta tocou, ou que foi o
cumprimento da profecia em qualquer sentido.” (Heresias um sinal do fim dos tempos, p. 29).
“Otis Nichols, por sinal, escreveu a Guilherme
Miller uma carta em abril de 1846, instando-o a aceitar a irmã Ellen como
profetiza de Deus e sua nova luz sobre o santuário como verdade de divina.
Miller, é triste dizê-lo, estava muito velho e cansado para compreender.” (História
do Adventismo, p. 88).
Porém,
de modo cômico, quem atrelou o adventismo atual a Miller, foi a própria
profetisa, para o desgosto dos apologistas adventistas! Ela é que considerou Miller um profeta
americano. Várias vezes Ellen White exalta o
trabalho de Miller no livro O Grande Conflito e jamais, jamais, classifica a
interpretação de Miller como sendo uma fala profecia:
“anjos estavam guiando a compreensão de Miller”
“Assim como Eliseu foi chamado [...] também Guilherme Miller foi chamado para deixar o arado e desvendar ao povo os mistérios do reino de Deus”
“em quase todos os lugares que Miller pregava resultava em avivamento”
“a mão de Deus dirigia o grande movimento do advento”
"... multidões se convenceram da exatidão dos princípios de interpretação profética adotados por Miller e seus companheiros, e maravilhoso impulso foi dado ao movimento do advento.”
(O Grande Conflito, pp. 319, 320, 330, 335).
Ela o chamou de “pai” –
“Os
que se ocupam de proclamar a terceira mensagem angélica pesquisam as Escrituras
seguindo o mesmo plano que o pai Miller adotava.” (Tratado
de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 111).
Diante
disso, se é incorreta a total classificação da IASD hoje com Miller,
também, e de igual forma, é estranha a defesa de alguns apologistas adventistas
quando dizem foi o “batista
Miller” que anunciou a volta de Cristo para uma data especifica... visto que é
Ellen White que enxertou o movimento milerita ao movimento adventista.
Um apresentador da TV Novo Tempo chegou a escrever no site do
programa:
“Ellen
White, assim como os demais adventistas, nunca marcaram datas para a volta de
Jesus. Quem se aventurou nisso foram os
mileritas (seguidores de Guilherme Miller), observadores do domingo e que
pertenciam a várias denominações evangélicas da época: Batista da Comunhão
Restrita, Batista da Comunhão Livre, Batista Calvinista, Batista Arminiana,
Metodista Episcopal, Metodista Evangélica, Metodista Wesleyana, Metodista Primitiva,
Congregacional, Luterana, Presbiteriana, Protestante Episcopal, Reformada
Alemã, etc. Poderíamos dizer que esses sim eram “profissionais” na “arte” de
marcar datas. Não negamos nossa origem milerita, mas jamais iremos aceitar que
como movimento organizado os Adventistas do Sétimo Dia marcaram datas para a o
retorno glorioso do
Salvador.”(http://novotempo.com/namiradaverdade/ellen-g-white-%E2%80%93-a-profetisa-que-nao-falhou-parte-3/).
Isso é Adventismo...