A perspectiva protestante reformada olha para
a Lei de Deus, como tendo três facetas. A Lei Moral, A Lei
Cerimonial e a Lei Civil. Interessante que podemos fazer uma correspondência pedagógica (não rígida)
dessa divisão com os três ofícios de Cristo – a saber; Profeta, Sacerdote e
Rei. Perceba:
1. A Lei
Moral
é a faceta dos preceitos divinos que dirigem ao homem integral, como adorador e
integrante da família e da sociedade. O decálogo é o resumo básico da lei, em
sua essência, eternos. Apesar de ter sua redação contextualizada após a Queda,
e aplicação especifica na situação de Israel, não escapa-nos a realidade
essencial de que temos orientações para espiritualidade e comportamentos, que
nos serão de segurança para agradar a Deus por fazer a sua vontade.
Ø Cristo como profeta. O profeta revela a vontade de Deus ao povo, e não raro faz ameaças e promete bênçãos.
Isso pode ser uma correspondência à Lei Moral, já que nela está contida a
vontade eterna de Deus, qual o profeta deve advertir. Romanos 7.7-12; I Tm
1.8-11, etc, demonstram que a lei moral faz um trabalho demonstrativo de nossa
situação*.
2. A Lei
Cerimonial
percebemos nos trabalhos litúrgicos de Israel. Aquilo que estava incluindo nos
minuciosos serviços de sacerdotais - sacrifícios, ofertas de cereais, dias sagrados , orientavam a adoração a Deus e o que ele
exigia como símbolo (Ex 35-40, etc). Tudo era estritamente calculado para que a
adoração do VT fosse adequada - aqui inclui também as leis dietéticas de alimento puros e impuros (Lv 11).
Ø Cristo como Sacerdote em Sua Igreja também estabeleceu ‘as
cerimonias’ simbólicas da nova dispensação. Enquanto as cerimonias do VT eram
sombras de realidades que viriam (Cl 2.16,17), os símbolos da dispensação da
graça são símbolos de realidade espirituais invisíveis. Pregação da Palavra,
Batismo e Santa Ceia, são os elementos cerimoniais na Nova Aliança.
3. A Lei
Civil.
Como nação, Israel precisava de leis coercitivas, para manter a ordem visível,
coibir os abusos, evitar a anarquia, organizar o povo, socorrer os
necessitados, proteger de doenças que dizimariam a existência da nação. Tais leis
eram punições, pois as infrações eram consideradas como crime. Não contra a
ordem moral, mas cerimonial também. O livro de Levítico, dentre outras porções
no pentateuco, estão repletos de leis que podem ser classificadas como civis (incluindo leis sanitárias).
Ø Cristo como Rei estabeleceu leis a Seu povo. Ele também
incluiu disciplina na Igreja (I Co5), uma ordem de presbíteros para regência e
diáconos para o cuidado, regras claras (diretamente da Escritura) ou normas
indiretas (extraídas de princípios da Lei Moral), que sua igreja deve proteger
e ser protegida por elas. Além disso, ele mesmo executará no fim a punição
sobre os que não são seus súditos.
*Como
eu disse, não é uma correspondência rígida, pois o profeta advertia a respeito
de coisas cerimoniais e civis também. Mas por certo, o resultado da desobediência às leis cerimoniais e
civis, era de prejuízo moral.
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