domingo, 16 de junho de 2013

I Timóteo 3.16: 'AQUELE' ou 'DEUS'?

"Problema: Uma anomalia gramatical é introduzida. “Grande é o mistério da piedade, quem se manifestou em carne” é pior em grego do que o é em português. “Mistério” é do gênero neutro enquanto “piedade” é feminino, mas “quem” é masculino! e - - - - 1 Timóteo 3:16

θεος−−A,Cvid,F/Gvid,K,L,P,Ψ,Biz,Lec544

Deus [se manifestou em carne]

ος −−,33,sirpal

quem [se manifestou em carne]

ο −−D,lat,sirp,h?,cop?

que [se manifestou em carne]


Discussão: Em um esforço para explicar o “quem”, é comumente argumentado que a segunda metade do verso 16 foi uma citação direta de um hino, mas onde está a evidência para esta algação? Sem evidência, a alegação [descaradamente] foge da pergunta por assumir o fato como provado. [Um pronome normalmente exige um antecedente, mas material citado pode prover uma exceção. Assim, 1 Coríntios 2:9 é algumas vezes oferecido como um exemplo: a citação de Isaías começa com um pronome, sem um antecedente gramatical (embora “mistério”, no verso 7, seja presumivelmente o antecedente referencial). No entanto, as palavras de Isaías são formalmente apresentadas como uma citação, “como está escrito,” enquanto o material em 1 Timóteo 3:16 não o é, portanto não há nenhuma analogia válida. Colossenses 1:13 ou 1:15 têm sido sugeridos como analogias para o “quem” em 1 Timóteo 3:16, mesmo alegados como “hinos”, mas não há nenhum apoio objetivo para a reivindicação. O antecedente do pronome relativo em Colossenses 1:15 é “o filho” no verso 13, e o antecedente do pronome relativo no verso 13 é “o pai” no verso 12. Novamente, não há nenhuma analogia válida.]

Que a passagem tem algumas qualidades poéticas não diz mais do que que ela tem qualidades poéticas. “Quem” é sem sentido [gramatical], de modo que a maioria das versões modernas que seguem o texto da UBS toma aqui ações evasivas. A redação em latim, “o mistério ... que,” pelo menos faz sentido. A verdadeira redação, como atestado por 99% dos MSS gregos, é “Deus.” Nos MSS mais antigos “Deus” foi escrito ΘC, "quem" foi escrito OC, e “que” foi escrito O. 

A diferença entre “Deus” e “quem” é somente de dois traços cruzados, e com uma pena estragada eles poderiam facilmente ser fracos, (ou um copista poderia momentaneamente se distrair e esquecer de adicionar os traços). Assim, a variante “quem” pode ser explicada por um fácil erro transcricional. A variante “que” seria uma solução óbvia para um copista deparado com o “quem” sem sentido. Qualquer que seja a intenção dos editores da UBS, o texto deles mutila esta forte declaração da divindade de Jesus Cristo."

Dr. Wilbur Norman Pickering: QUAL O TEXTO ORIGINAL DO NOVO TESTAMENTO

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Debate: Justificativas para o Ateísmo e para o Teísmo (Parte 6)


ATEU
Apenas respondendo (de novo...)
1º  [eu disse:]'eu tenho certeza que acaba aqui!' [e o Lucio respondeu:] "Você tem certa? Isso é puro self-selling! E daí se você tem certeza? Bom, NÃO ESTAMOS LIDANDO COM CONVICÇÕES SUBJETIVAS. Então, insistir nesse argumento é perder tempo"
Então, se você afirma algo, tudo bem. Se eu afirmo, está errado??? Eu afirmei após você afirma: “Sim, se o ateísmo for verdadeiro, não há sentido em fazer coisa alguma.” Você está viajando!!!!

“primeiro, a generalização” vou redefinir a o que disse desde o principio, (tudo bem?)!! Sempre que alguém não encontra respostas lógicas, a primeira coisa que faz (o religioso) é citar que foi o obra de deus ou do “demônio” (ou mal tanto faz). Ao invés de procurar as resposta, ou simplesmente não admitir a resposta certa, como muito aconteceu na antiguidade (vários cientistas e filósofos foram mortos por isso. Não é possível q vocês não saibam disso).
E sim, generalizei (usando a palavra misticismo), e confirmo: é tudo igual. Só mudam nomes de deuses e tipos de rituais. Do geral, tudo é igual!!!!!!!!!!!!!!

“no teísmo que estamos defendendo” tu está louco? No máximo, é só você que está defendendo, ou o moderador [que,] ao invés de ser moderador, está lhe auxiliando (o que ele não deve favorecer nenhum lado!!!!). Porque eu é que não estou defendendo!

"No decorrer do debate, estaremos demonstrando isso” No máximo uma tentativa inútil de tentar mostrar que eu estou viajando e dizendo nada com nada. Eu que estou esperando você demostrar algo. Até agora apenas tentativas de tentar tirar minha credibilidade. E se, e somente se, no sonho você conseguisse, ainda não teria cumprido seu objetivo (que é mostrar a existência de deus, ou eu estou errado??)

"Além disso, é obrigação do oponente arcar com suas afirmações" Lógico que é minha obrigação. Eu não estou fugindo de nada não. Só você que, até agora, não mostra nada pra provar suas afirmações. Apenas que um filosofo puxa saco de deus (deus tem saco???) que fala que não há motivo pra ser feliz e viver a vida se deus não existe... pô cai na real!

"Observem o que dissemos: 'Ainda gostaríamos de ver como é que o avanço da ciência para explicar a realidade nos leva ao ateísmo.' [uma referência ao discurso inicial do oponente]. Observem o que o oponente apresentou (cortando o ‘ainda gostaríamos de ver como é que...’): ' 'avanço da ciência para explicar a realidade nos leva ao ateísmo'. Então você afirma que quanto mais a ciência avança mais se mostra pro ateísmo??”. “Evidentemente não foi isso que eu disse!” Lógico que fui eu que disse. Estava lhe fazendo uma pergunta sobre o assunto para lhe explicar minha afirmação!!!!

LUCIO

 Acreditamos que o moderador esclareceu a questão “Então se você afirma algo tudo bem se eu afirmo ta errado?” [infelizmente, perdemos esta parte da intervenção do moderador. Mas, em suma, o que o ateu está confundindo é o fato de que afirmamos e calcamos a afirmação com argumentos, ao passo que ele meramente alega]. Feito isso, aproveitaremos o espaço e a via que se abriu para introduzir o segundo ponto aqui e arrematar a questão, justificando a afirmação de que a veracidade do ateísmo faz a vida ser um ‘desespero’ (nas palavras do eminente ateu Bertrand Russell). Ainda vale ressaltar as observações da moderação de que o oponente está confundindo valores e significados relativos e subjetivos com objetivos e absolutos. Sem mais, vamos ao ponto dois:
2 º Pelo jeito nosso adversário não conseguiu entender o ponto abordado (não sei se por não ter lido direito, ou por não conseguir entender). Portanto, teremos de nos demorar um pouco mais na exposição deste argumento. O adversário disse que devemos, ao invés de gastar nosso tempo com atos litúrgicos (religiosos em geral), usar o tempo em algo mais produtivo, como ajudar o próximo e a humanidade. 
Então, apontamos que esse discurso está recheado de pressuposições teístas, ou, pelo menos, injustificadas na cosmovisão ateísta. Antes de voltarmos a este ponto, queremos salientar um ponto que deixamos escapar.
Ele define algo produtivo como: “Que produz; proveitoso. Quando você cria ou constrói algo que se orgulha, algo que para você vale a pena”. Mas, de acordo com essa definição, um religioso poderia muito bem considerar suas ações litúrgicas como proveitosas, que ‘valem a pena’ pra ele. Se é o sujeito que define o que é mais produtivo, então ninguém pode apontar pro outro o que é mais ou menos produtivo. Tudo se resume a uma justificação subjetiva.

“Só porque você não consegue ter motivação, que os outros não vão ter?”
Ele [novamente, houve uma substutição. O discurso está na terceira pessoa, e colocamos, no texto original, 'você' ao invés de 'ele'] não entendeu nada. Jamais apresentamos a questão como algo subjetivo (e esse é justamente o ponto em que se equivoca). Não estamos dando relatos de experiências de que não conseguimos. Estamos dando um atestado, uma asseveração lógica e factual, de que, se Deus não existe, objetivamente não existe sentido, propósito e valores.
Para afirmarmos nossa primeira proposição, usemos da sapiência do dr. W. L. Craig: “Se cada pessoa deixa de existir quando morre, que sentido fundamental pode ser dado à sua vida? Realmente faz diferença se ela existiu ou não? Pode ser dito que sua vida foi importante porque influenciou outros ou afetou o curso da história. Mas isso mostra apenas um significado relativo da sua vida, não um sentido fundamental. Se todos os acontecimentos são, no final, sem sentido, que sentido há em influenciar qualquer um deles?” [Texto é extraído do capítulo 2 do livro: ‘A veracidade da fé Cristã’. Estamos sem um exemplar para dar referência completa]
“e não é por não acreditar em um ser superior que não deve de fazer algo pra ajudar os demais!”
Você usou a palavra correta. DEVE. Ela nos remete à noção de dever. Obrigação moral. Diante de nossos deveres, se não fizermos algo, teremos cometido um delito.. Agora, para afirmarmos isso, devemos incluir uma crença de que existem coisas erradas e coisas certas. Quem define que algo é certo e algo é errado?
Ótimo, o imperativo categórico de Kant. Podemos explorá-lo. Será um prazer: “você não gosta que puxem seu cabelo, então, por isso, não vai puxar de outra pessoa. Simples”. Mas ainda subsiste a questão do porquê não podermos fazer com os outros o que não gostaríamos que fosse nos feito. E se, detentores de poder, quisermos fazer e, obviamente, não quisermos que façam conosco? Quem poderá nos dizer que é errado? Foi por aí que o Sr. Niet caminhou na crítica ao pensamento ético kantiano.
Além disso, as palavras que o oponente usou para se expressar nos remetem a outro pensador ateísta: J. A. Ayer. O adversário usou o termo GOSTA. ‘você não gosta que puxem seu cabelo...’. Observem como a citação que faremos do dr. Geisler (expondo o emotivismo de Ayer e cia.) arremata a questão: “As declarações éticas são simplesmente emotivas. Sua relevância não é que declaram fatos ou mandamentos, mas, sim, que expressam o sentimento de quem fala. Por exemplo, a alegada declaração de mandamento ou "deve": "Você não deve furtar," realmente significa "Eu  não gosto  de furtar." Declarações tais como essa não são imperativas, mas, sim, meramente expressam os sentimentos de quem fala, e seu desejo de ver os outros sentirem da mesma maneira” [a citação está no capítulo 2 do livro ‘Ética Cristã’ de N. Geisler. Também não o temos em mãos]. Percebam que a ética proposta pelo ateísmo pode ser, no máximo emotivista, e isso torna a ética uma questão de gosto. 
Aliás, é válido mencionar para todos os expectadores que eminentes filósofos ateístas concordam que, uma vez que Deus não existe, só nos resta o niilismo. Dentre eles temos Camus, Sartre, Russell e Nietzsche.
Se preciso, aprofundaremos mais o argumento (já gastou muito espaço).
3º Além do fato claro de que ele não entendeu a diferença entre [tiramos a palavra 'algo' que estava aqui] mito e místico, e de que não percebeu que estamos usando a primeira pessoa do plural desde o discurso inicial (exceto primeiro parágrafo e colchetes), quero salientar suas contradições em expressar-se. Primeiro, gostaríamos de ver o oponente admitir que a primeira definição (de dicionário, inclusive) não tem nada a ver com o a posição que defendemos e que contradiz sua segunda exposição. Isso será válido para mostrar quão honesto ele é.
“sempre que alguém não encontra respostas lógicas, a primeira coisa que faz (o religioso) é citar que foi o obra de deus ou do 'demônio' (ou mal, tanto faz).” Isso é completamente absurdo! Desconhecemos apologistas que usem desse subterfúgio. Nem nós nem os apologistas famosos o usam. Mas já que o adversário insiste com veemência nesta afirmação, gostaríamos de ver seu referencial teórico. Com que autoridade ele faz essa afirmação? Quais pensadores teístas viu fazer tais afirmações. Onde leu? Viu algum vídeo? Justifique-se! Caso contrário, tomaremos como calúnia e fraude intelectual. Nada mais.

“vários cientistas e filósofos foram mortos por isso. Não é possível que vocês não saibam disso”. O que isso prova? No máximo que algum grupo religioso em voga (no caso, o catolicismo romano), errou. Isso não prova que Deus não existe, e muito menos que a religião é errada. Por outro lado, notamos a ciência moderna sendo erguida por exímios teístas [‘não é possível que vocês não saibam disso’]. Por fim, todo pensador cristão responsável, inclusive os grandes apologistas, afirmam que ‘Deus das lacunas’ é uma estratégia infantil. Isso é usado por principiantes apologistas ou por pessoas leigas.
“estou esperando você demostrar algo”. Pois bem, basta seguirmos o debate. 
No mais, o oponente só esbravejou e usou de técnicas para tentar ridicularizar-nos. Típico de pessoas desonestas intelectuais. Vamos manter o diálogo no nível da maturidade. ‘Cai na real’, ‘Deus tem saco’ e afins são proposições inúteis para nosso diálogo.
Parece um típico caso de ‘falácia do escocês’ e de técnica do espantalho. Isso não vai funcionar conosco!
5º Percebam que o discurso aqui é completamente sem sentido. Vejamos:
 “ ‘avanço da ciência para explicar a realidade nos leva ao ateísmo’ então você afirma q quanto mais a ciência avança mais se mostra pro ateísmo??”. Essa foi a afirmação na qual apresentamos nossa reclamação.  Nela, o oponente nos fez entender que afirmamos ter o avanço científico alguma implicação positiva para o ateísmo. Obviamente, não dissemos nem diremos isso, a não ser que nos seja demonstrado. Isso ficaria [esquecemos do futuro do subjuntivo no original] claro se a frase não tivesse sido cortada: “Ainda gostaríamos de ver como é que o avanço da ciência para explicar a realidade nos leva ao ateísmo. Estamos pagando pra ver tal explanação. [Por favor, assuma-a (pode ser na sua rodada, e, caso opte por isso, apenas nos informe que o fará nela)].

Tudo que temos no oponente foi apelo ao ridículo (piadinhas e tudo mais para efeitos psico-persuasivos); bulverismo; argumentum ad lapidem; argumentum ad nauseam; generalizações injustificadas, etc. Ou seja, um compêndio de falácias praticadas!

A Congregação Cristã ensina que o batismo salva?


"O ministério da Congregação Cristã no Brasil ensina que o batismo em águas é necessário para a salvação?

Sim e não.

Nos 12 pontos de doutrina oficiais da Congregação Cristã que se encontra na contra capa dos hinários não existe nenhuma menção de que o batismo é condição necessária para a salvação.

Agora observem esses dois tópicos de ensinamentos, de 1991 e 2004, respectivamente.



Tópico de 1991

"Os que vão ser batizados devem crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Ele é quem salva e não o batismo, em si. O batismo é obediência à Palavra de Deus."

Tópico de 2004

"Nos batismos deve ser mencionado e esclarecido o fundamento desse santo mandamento, conforme disse o Senhor Jesus: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado."  Portanto, a finalidade principal do batismo é o perdão dos pecados e a salvação da alma."


Se em 1991 foi dito que o batismo não salva como pode ser possível que a sua finalidade principal é a salvação da alma conforme o tópico de 2004? Os tópicos são no mínimo contraditórios."


*Esse é um excelente e esclarecedor Blog de informações sobre a igreja CCB.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

O Sábado em Gênesis, a sua introdução no período mosaico e o Domingo

Dizer que o sábado é apenas moral é um reducionismo doutrinário, ao passo que dizer que ele é apenas uma lei para a nação de Israel é outro. Dizer que são ambos (como eu creio) sem uma qualificação exaustivamente bíblica, é uma generalização que cobrará pedágio, mais cedo ou mais tarde.

Devemos começar dizendo que a razão de Deus santificar e abençoar o sétimo dia, foi uma celebração de Seu descanso (Gn 2.2,3; Ex 20.11). Ele ‘descansou’ e santificou, isto é, a Sua atitude tornou o dia especial. Não existe suficiente evidência bíblica para dizer que o sábado era guardado por Abel, Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e José. Geerhardus Vos confirma: “Sinais de uma observância prévia do Sabbath não são encontrados no Pentateuco [Cf. Êx 16.23]. É certo que a semana de sete dias era conhecida antes do tempo de Moisés [Cf Gn 29.27]. Esse modo de contar o tempo, cujas origens estão esquecidas, pode remontar à instituição original do Sabbath.” (Teologia Bíblia, p. 173).

É “provável” que em seu trabalho de cultivo e guarda do Éden, Adão guardasse o sétimo dia como uma celebração da criação. O que fica difícil de assegurar se houve uma ordem nessa direção, visto que existem vários mandamentos no relato da criação (Gn 1. 28,29; 2.15,16,17). Por isso, não tenho certeza. A sequente ordem de guardar o dia que o SENHOR santificou não é apresentada em Gênesis, como o é em Êxodo.

Tirando esses fatos, alguns subjetivos, toda a história patriarcal, na verdade desde Abel, está em absoluto silêncio quanto ao sábado. O motivo de tal silêncio é desconhecido*. Pensar que eles estavam cumprindo fielmente o ‘preceito’ que posteriormente foi normatizado em mais detalhes, é adicionar um elemento estranho ao relato.

(*O autor da carta aos Hebreus pode nos ajudar em um pensamento. Embora o assunto seja o da graça e não do sábado em si, podemos ver no capítulo 4º da carta algo que nos interessa para o tema: “...entrar no descanso de Deus... E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera... Não entrarão no meu descanso...” (Hb 4.1,4,5). Os textos sugerem que o descanso existia, como vislumbre da graça, mas entrar no descanso era um fator de convite. Pois bem, fazendo uma analogia, [pode ser uma associação ilegítima] quando leio Gn 2.2,3 temos o descanso de Deus e não um convite ou uma ordem para que outros entrem nele após Queda, até o período mosaico.)

Repito, não tenho certeza nem mesmo se Adão observou o dia sétimo após a Queda. Essa dúvida se instala, além do silêncio, também parcialmente quando leio Gn 5.29. Mesmo os sacramentos do VT, a circuncisão e da páscoa, não foram cumpridos em situações adversas e de frieza espiritual (Js 5.1-12).

A ‘restauração’ do Sábado se dá em Ex 16.4-6, 22-27. É ali que temos a primeira evidência clara de que Deus já tinha algo em relação ao sábado antes do período mosaico. Ao mesmo tempo, é a primeira vez que tal observação é imposta. Obviamente eles não guardavam o sábado no Egito (Ex 5.6-19; Dt 5.15). Anexo a isso, o mandamento finalmente diz para o santificar(Ex 20.8). E sendo bem honesto com os limites da Escritura, o ato de santificar agora fica vinculado a um descanso imposto. Em Israel o sábado também foi uma lei trabalhista, moral e cívica,  e o seu descumprimento era retribuído com a morte (Ex 35.2).

Apesar da Lei Moral de Deus existir com Ele, devemos lembrar que a formulação dessa lei foi dada apenas por meio de Moisés (Jo 1.17). Reconhecendo isto os Cânones de Dort,  diz em parte dos  “... Dez Mandamentos, dada por Deus através de Moisés, particularmente aos judeus.” (Cap. 3-4, art. 5).

Resumindo, parcialmente, o que estou propondo até agora: A) Deus descansa e santifica o sábado como celebração da criação. B) Adão sabe e por inferência deduzimos que ele participa disso. C) Após a Queda não temos certeza que Adão entrou no tal descanso. D) Dos patriarcas até o êxodo israelita do Egito, não temos registro se o sábado foi guardado. E) O sábado foi restaurado em Ex 16.

OS SÁBADOS: O QUE NOS ENSINAM SOBRE O SÁBADO?

Em Ex 23.10-12 o ano sabático é introduzido. Claramente que ele é uma extensão do sétimo dia que é citado no versículo treze tendo como beneficiário os animais. A lei de Deus em relação ao sábado começa alcançar a agricultura, etc. Deus fala de meus sábados”.

Alguns imaginam que exista diferença entre os sábados diversos e o sábado semanal. Isso nunca é proposto na Escritura. Quando Deus disse “Meus sábados” (Ex 31.13-17) ele tem todo o sistema sabático (dias, meses e anos), que tem sua origem seminal no dia sétimo. Não existe mais vigor divino nas palavras de Ex 20, do que em outras passagens onde ele institui os demais sábados (Ex 34.27). Inclusive eles estão misturados já em Ex 34.18-23 demonstrando a sua importância igualitária. A diferença, talvez, está na antiguidade do sétimo dia, mas não em seu peso divino. Obviamente, desonrar os demais sábados, era algo também imoral, visto estes eram derivados daquele.

O texto de Lv 23.37,38 não favorece essa distinção, antes a nega. Quando Deus disse ‘além dos sábados do SENHOR’ ele está alinhando algo a mais na mesma categoria alistada e não algo diferente da categoria:
·       “Estas são as solenidades do SENHOR, que apregoareis para santas convocações, para oferecer ao SENHOR oferta queimada, holocausto e oferta de alimentos, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio;
Além dos sábados do SENHOR, e além dos vossos dons, e além de todos os vossos votos, e além de todas as vossas ofertas voluntárias, que dareis ao SENHOR.
Levítico 23:37-38

Parece que Deus advertiu mais contra a desigualdade do que estabelecer alguma diferença!

Levítico 23.2,3 revela a faceta cerimonial do sábado. Ele é chamado de ‘festa fixa, santa convocação’, o que também é dito da Páscoa, Primícias, Pentecostes e Tabernáculos. O Dia da Expiação era santa convocação, mas obviamente não era uma festa. O ano do Jubileu (após ‘sete semanas de sete anos’, o quinquagésimo ano), que seria um ano sabático, recebe assim status sabático (Lv 25.8-13).

Deuteronômio 5.15 apresenta diferenças na razão da instituição sabática, quando comparado com a lista em Êxodo 20.

·      Ex 20.11: “Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o sétimo dia do sábado, e o santificou.”
·         Dt 5.15: “Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que o SENHOR teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; por isso o SENHOR teu Deus te ordenou que guardasse o dia de sábado.”

Acredito que ninguém terá uma resposta final para esta diferença. Peter E. Cousis, apesar de dizer que as diferenças dos dois relatos não serem de importância, destaca que a diferença no caso do 4º mandamento é significativa (Comentário Bíblico NVI, p.362).

Creio que estão aí sinais de que mudanças externas (em sua aplicabilidade) estavam latentes neste mandamento eterno. O sábado, ajuntando os dois relatos, de Êxodo e de Deuteronômio, indicava a criação, a graça de Deus e o livramento do pecado, o que de fato foi  substancialmente revelado na Pessoa e Obra de Cristo Jesus, que criou uma nova geração de pessoas (II Co 5.17). Este, como Senhor do sábado, revela-se superior a ele, o que ele claramente demonstra em Mateus 12.1-6.  

A Lei de Deus é eterna, mas nem sempre a aplicação e a razão de tal aplicação, em certo contexto e época, são os mesmos. A Lei do Sábado ensina que:

1. Deus é dono do tempo.
2. Deus deve ser adorado e cultuado.
3. Ele é criador e salvador.


Tal é o princípio eterno por detrás do sábado. Isso é aplicado, perfeitamente pela Igreja Cristã, quando cultua a Deus no dia que Cristo, a realidade criadora e salvadora, ressurgiu dos mortos (Mt 28.1; Mc 16.1; 24.1; Jo 20.1,19; At 2.1 [domingo de pentecostes]; 20.7; I Co 16.2; Cl 2.16,17), o dia do Senhor – Apocalipse 1.10 (Veja este post AQUI  para responder os adventistas).

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Evangelização Reformada na Prática – Parte 1

Começarei com esse texto uma série de estudos que desenvolverão o tema da Evangelização. Pretendo trabalhar com assuntos práticos, em como aplicar a Teologia Reformada da Evangelização em métodos evangelísticos, e usá-los de fato! Peço a sua compreensão para um uso que creio ser correto: 'Missões' e Evangelização são palavras sinônimas, na perspectiva bíblica, e assim eu usarei.

1. O OBJETIVO DA IGREJA

Em um primeiro momento, precisamos deixar claro que evangelização é uma obrigação de todos os cristãos. O texto base dessa afirmação é I Pedro 2.9. A passagem diz que o que a Igreja é; raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, ela o é para um fim especifico:“proclamar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”

Tudo o que a Igreja é, ela o é para evangelização. Nesse ponto, a Igreja só glorifica a Deus corretamente se ela for uma igreja evangelizadora. Fora desse foco, a Igreja vira clube, ‘roda de amigos’, lugar de religiosos, menos A Igreja de Jesus Cristo.

2. OBJETIVO NÃO COMPARTILHADO

O problema de muitas igrejas é que essa consciência não é primeiramente compartilhada pelos líderes. Depois, não compartilhada pelos membros, ou vice versa. Compartilhar não é apenas passar para frente algo que você recebeu, subentende que você ‘partilhou’ daquilo também – “compartilhar”.

Existem pessoas fãs de missões, falam de missões, divulgam missões, mas não mais que isso. Não se envolvem de maneira prática e integral. Talvez financiem, talvez orem, mas nunca fazem missões. A evangelização é algo que sabem que existe e que é necessária, mas este saber resulta em nada. Alguns até sabem que é uma ordem, mas preferem viver em desobediência (I Co 9.16,17)

O Cristão, que não evangeliza pode roubar e trair a cônjuge a qualquer hora, visto que é infiel em uma parte, poderá ser infiel em outras. Isso é duro, e é para ser mesmo. Se após dizer ‘todo poder foi me dado, ide portanto’, Jesus continua sendo desobedecido pelo cristão e pastor local, que diferença fará desobedecer o ‘não roubarás ou não adulterarás’?

Nem vem achar que ficar atrás de blogs, falando e participando de encontros de missões, fará você ser um evangelista. Na época dos apóstolos nunca o envio de uma carta substituía a comunicação pessoal na evangelização. Era isso TAMBÉM... [a não ser que perseguição o impeça]. Se o pastor deixar de evangelizar em seus sermões, em suas visitas, nas programações de evangelismo, em seus textos, etc. ele continua sendo um pastor incompleto.

Portanto, compartilhe o objetivo (a visão, a filosofia ministerial, qualquer que seja o termo!). Veja AQUI como impregnar em uma igreja a visão missionária.

3. MÉTODOS E ESTRATÉGIAS COERENTES COM A BÍBLIA

É difícil encontrar um método evangelístico que se encaixe perfeitamente no sistema Reformado. Em um ou outro ponto haverá um entrave com o sistema, visto que o método está, por várias vezes, comprometido com a ‘teologia’ do que o inventou. Mas creio que todo método que pregue o Evangelho (At 20.27) pode ser usado por um Reformado. E é possível adaptar todo o método ao sistema Reformado de maneira satisfatória.

O método deve incluir: A Soberania de Deus, o estado do Homem e seu destino diante da Pessoa e Obra de Cristo, a saber: céu ou inferno. Podemos garantir que a 1) evangelização pessoal, 2) o programa de discipulados, 3) a pregação tradicional e 4) os grupos pequenos, são ambientes que proporcionam seguramente, sob o poder do Espírito, a inclusão daquilo que é essencial na evangelização.

Desses métodos e estratégias, o mais difícil é a evangelização pessoal. Não tentarei ‘produzir’ uma conversa fictícia evangelística, visto que essas talvez nunca acontecerão em seu caso. Por isso, tenha sempre em mente algumas coisas:

  • Conduza qualquer conversa a uma reflexão diante de Deus. Por exemplo: quando seu amigo te falar das diversões imorais, pergunte a ele "o que ele acha do que Deus acha dessas diversões imorais!?" Pronto!!! Você iniciou uma evangelização Reformada. Daí para frente é só entrar nos outros pontos essenciais da evangelização – Homem e Cristo, visto que já mostrou a Soberania de Deus, entrando em detalhe diante de alguma lei divina.
  • Memorize três textos Bíblicos: Não existe necessidade de você usar um exemplar da Bíblia. Também não é proibido! Diga um texto a respeito do assunto, e desenvolva o tema: Deus – Homem - Cristo. Evite palavras que identifiquem o autor humano. Por exemplo: ‘Paulo disse’. Diga a 'Palavra de Deus diz', 'Deus diz em Sua Palavra', 'Está escrito na Bíblia', etc.
  • Você deve forçar, por meio de argumentação Bíblica, que ele tome uma decisão. Nenhuma evangelização deve deixar o claro aspecto de que o evangelizado está diante de um confronto, em que ele continuará ou não sendo inimigo de Deus (II Co 5.20). Quando eu disse tomar uma decisão, não é por um sim ou por um passo. Mas uma decisão de se submeter ao Deus Soberano mediante Cristo. Sabemos que essa decisão só será tomada positiva e corretamente, se o Espírito assim o quiser (I Co 12.3). Mas como diz um professor do IBEL – “a administração do Reino é com o Espírito, o marketing é nosso!”


domingo, 9 de junho de 2013

Leandro Quadros e a parábola do Rico e Lázaro - Parte 2

Primeira Parte AQUI.

Leandro Quadros: "Se o Senhor tivesse o propósito de falar acerca do mundo dos mortos teríamos de aceitar que:[A] Verso 23: o inferno está tão próximo do paraíso que de lá os ímpios podem enxergar os justos, inclusive conversar com eles; Verso 24: um espírito bebe água, possui dentes e língua. Na verdade, isto mais parece um corpo humano do que um “espírito” (não poderia ser um corpo espiritual, pois a ressurreição ainda não ocorreu – cf. Verso 31); Versos 24 e 27:[B] Abraão é o intercessor entre Deus e os homens, ao invés do Senhor Jesus (ler 1 Timóteo 2:5);
[C]Verso 25: Lázaro foi salvo por ser pobre, ou seja, pelas suas obras (ver Efésios 2:8 e 9); Há na história contada por Jesus outros aspectos que nos levam a crer que a mesma não era literal: [D](1) por que a presença de Deus não foi notada no Céu, sendo que Ele está lá? [E](2) Se o “seio de Abraão” é o lugar para onde vão os salvos por ocasião da morte, para onde foram aqueles que morreram antes de Abraão sendo que ele morreu uns dois mil anos antes de Jesus ter vindo? (antes de Abraão morrer, muitos já não existiam…).Sendo assim, é impossível crer na existência de um inferno com base na parábola do Rico e Lázaro.

O esforço de Leandro Quadros não é aceitar o texto conforme ele foi redigido, mas atacar o texto. Obviamente, que qualquer tipo de racionalização preconcebida não se encaixaria em um relato que não tem por objetivo ser exaustivo em todos os detalhes. Essa parábola, ou história, tem um objetivo básico a ser alcançado e leva em conta uma realidade: existe algo no homem que sobrevive após a morte! Os questionamentos do ‘Titã do Tito’ não faz justiça ao que ele mesmo disse defender, que parábola é para ensinar uma ‘lição de moral’. O que mais sinto na argumentação do Leandro é que ele que quer dar uma lição de moral em Jesus! Dá para ouvir o Leandro dizer: ‘Mas Jesus, não dava para contar outra parábola!? Essa não se encaixa no que eu creio!!!’

Respondendo suas objeções, conforme classifiquei acima:

A) Estamos falando de um mundo não físico, e suas descrições são análogas ao nosso modo de observar as coisas. Pedir que a parábola seja literal, ao trazer-nos expressões por nós conhecidas, é agir com uma ignorância sem tamanho. Só falta ele rejeitar Apocalipse também pois lá fala de cordeiro, leão, águia, etc. O Leandro não foi coerente com a natureza literária de uma passagem que fala de coisas espirituais em linguagem físicas.

B) ‘Abraão intercedeu’, por quem??? Qual papel faz Abraão para ser ele um intercessor, ali na parábola, ‘entre Deus e o homem??? Nossa, Leandro Quadros você deve ter uma tradução N V I – Nunca Vi Isso !!!

C) ‘Lázaro foi salvo por ser pobre’. Só se você não ler a parábola toda. Abraão não diz ao Rico que seus parentes deveriam ser pobres para escapar do inferno, e sim ouvir ‘A Palavra de Deus’= Moisés e os Profetas!

(Parece que o Leandro se esqueceu dessa interpretação, e mais adiante diz que 'a principal lição da parábola é para que as pessoas aceitem a mensagem bíblica e sejam salvas...')

D) ‘A presença de Deus não é notada no céu...’ Ops, já vem o espírito ariano! As Testemunhas de Jeová também dizem que nas visões celestiais de Daniel, Ezequiel e de Estevão, o Espírito Santo também não aparece, logo, conclui eles, ele não é uma pessoa divina! Leandro Quadro usa o argumento do silêncio, e esse tipo de argumento pode ser silenciosamente ignorado... ele toma por certo que a ausência da informação é uma prova para o que ele quer.

C) ‘Para onde foram os fieis que morreram’ antes de Abraão? Para junto de Deus (Ec 12.7; Hb 12.23). Parece que o apologista Adventista está falando de ‘céu’ dentro de limites e espaço. Um erro materialista, racionalista e diga-se de passagem, para quem é um consultor bíblico, um erro infantil.

Leandro Quadros: "Cristo apenas usou uma crença popular da época a fim de ensinar aos seus ouvintes que uma pessoa não irá para o Céu por ser rica, pois os fariseus achavam que aqueles que eram prósperos eram abençoados por Deus e os pobres, amaldiçoados (leia João 9:1-3)."

Talvez esse seja uma dos maiores absurdos que já li do Leandro Quadros. Neste ponto, as Testemunhas de Jeová respeitam mais a Jesus do que os Adventistas. Para as Testemunhas é apenas uma ilustração simbólica como se segue: 1. Lázaro, o povo judeu desfavorecido; 2. O Rico, os líderes religiosos; 3. a morte, a mudança de circunstância; 4. o paraíso, a condição dos cristãos; 5. o ‘hades’, a reprovação divina; 6. Abraão, Jeová [?].


Já o adventista vai mais longe do que alegorizar tudo, afirma que Jesus usou uma crença popular (que para os adventista é diabólica!), para ensinar uma ‘verdade’! Se você Adventista, não se incomoda com essa interpretação, em dizer que Jesus usou ‘uma mentira’, tome cuidado, seu lugar poderá ser junto com aquele Rico.

Continua...


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Debate: Justificativas para o Ateísmo e para o Teísmo (Parte 5)

                                          (quem ver, entenda... hehe)
Parte 4
MODERADOR
Ateu, como são pontos amplos, concedo-lhe a oportunidade de escolher, caso queira, ponto a ponto para responder, em cada turno. Entretanto, todos deverão ser abordados. Fixo ainda o argumento central de Lucio Antônio de Oliveira : "mostrar que o ateísmo está calcado em pressuposições teístas (na ética, na metafísica, na epistemologia), e que ele tem de abdicar-se delas. Porém, ao fazê-lo, sua cosmovisão ruirá.". Aguardamos sua(s) resposta(s).

ATEU
Respondendo as questões:
1)” GOSTARIA que as coisas não acabassem aqui”
Vocês religiosos... eu tenho certeza que acaba aqui!

2). “Sim, se o ateísmo for verdadeiro, não há sentido em fazer coisa alguma.”
Vira e fala que não tem sentido fazer algo se não existir deus mostra que [você] não tem pensamento próprio. Está apenas sendo induzido por alguém. [acha que,] só porque você não consegue ter motivação que os outros não vão ter. E não é por não acreditar em um ser superior que não deve de fazer algo pra ajudar os demais! Humanidade não tem nada a ver com religião ou crença. Uma pessoa faz algo não por temer a deus e sim por Humanidade. Bem, o ditado 'não faça com o outro o que nao quer que faça com você' [é] simples. Uma criança de 5 anos entende isso. Exemplo: você não gosta que puxem seu cabelo, então por isso não vai puxar de outra pessoa. Simples.

“é simples. O todo não faz sentido, logo as partes também não”
Pode [está, no original, escrito: 'possa' ao invés do termo que usamos para substituir: 'pode' --'] ser que, para você é um ingrediente principal, mas na verdade não é!!!(vc foi condicionado para considerar como principal)

3) Cara, usei o misticismo pra generalizar o pensamento que coloca deus ou uma divindade “que não tem nada a ver com o teísmo” (ô se não tem....kkkkk) . “É verdade que temos na 'história' do pensamento quem tenha usado Deus para preencher lacunas. Mas isso não pode ser cotado como proposta da cosmovisão teísta em si."
Ate hoje ainda é usada.

4) "Podemos saber de todo tipo de verdade pelo método empírico?"
R: há outros métodos que usam a razão, a lógica ou a simples experimentação (como exemplos as ervas que os índios sabem que curam certos tipos de doenças).
“mas seria necessário definir o que você quer dizer com ser o empirismo a ‘principal’ forma de conhecimento.”
R: a resposta acima confirma ??
Em outras palavras: existem categorias de conhecimento que fogem à alçada do empirismo?
R: eu desconheço!
você é cientificista?
R:é a primeira vez que vejo esse termo... dei uma pesquisada e pelo que achei “ para designar a escola de pensamento que aceita apenas a ciência empiricamente verificável” é isso mesmo? (so posso afirma ou não quando entender o termo!)

5) “avanço da ciência para explicar a realidade nos leva ao ateísmo”
Então você afirma que quanto mais a ciência avança mais se mostra pro ateísmo??


LUCIO
Bom, pelo jeito teremos de nos deter com mais detalhes às questões, pois não estão sendo compreendidas por nosso adversário, e o nosso objetivo é mostrar tanto à ele quanto aos expectadores a irracionalidade do ateísmo.
Comecemos com o ponto 1. “eu tenho certeza que acaba aqui!”
Você tem certa? Isso é puro self-selling! E daí se você tem certeza? Bom, NÃO ESTAMOS LIDANDO COM CONVICÇÕES SUBJETIVAS. Então, insistir nesse argumento é perder tempo. Entretanto, nossa proposta é desmentir cada vírgula caluniosa do oponente. Portanto, não podemos deixar batido.
Essa é uma típica acusação feita pelo pseudo-intelectualismo característico do neo-ateísmo, que acusa uma cosmovisão sem a conhecer primeiro. Basta lermos o ‘Deus, um delírio’ de Richard Dawkins e adverti-lo que muitas de suas críticas passam longe de se referir ao que cremos. Parece que sua corja seguiu a linha... É como criticar o ateísmo tomando por base eminentes pensadores como o Tiririca (imaginando que ele fosse ateu, não sabemos), e então declarar o ateísmo um problema mental... Isso é a técnica do espantalho (também usada no ponto 3, como mostraremos adiante).
O adversário nos acusou de abraçarmos a fé como ‘muleta’ para com a realidade. Na verdade, essa não é uma motivação de todo equivocada. Realmente, pensadores existencialistas, após observar que não existem Razões para o ateísmo, vêem o caminho aberto para a fé (uma decisão de crer, motivada, sim, na existência futura). Peço que se observem os passos: não haver motivos para o ateísmo e decisão de crer (mesmo que não haja provas para a existência de Deus, ‘ausência de evidência não é evidência de ausência’, de modo que tomam por bem decidir crer). Outros entendem haver motivos para os dois lados, e que o indivíduo deve suspender essas ‘antinomias’ e ‘disputas’, e dar um salto de fé com base no conflito existencial.
Essas posições são interessantes. Mas jamais foram defendidas por nós. Não estamos, em momento algum, justificando o teísmo com base na esperança futura. Portanto, esse ponto é completamente supérfluo.
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Logo temos o ponto 2. Pelo jeito, nosso adversário não conseguiu entender o ponto abordado (não sei se por não ter lido direito, ou por não conseguir entender). Portanto, teremos de nos demorar um pouco mais na exposição deste argumento. O adversário disse que devemos, ao invés de gastar nosso tempo com atos litúrgicos (religiosos em geral), usar o tempo em algo mais produtivo, como ajudar o próximo e a humanidade.
Então, apontamos que esse discurso está recheado de pressuposições teístas, ou, pelo menos, injustificadas na cosmovisão ateísta. Antes de voltarmos a este ponto, queremos salientar um ponto que deixamos escapar.
Ele define algo produtivo como: “Que produz; proveitoso. Quando você cria ou constrói algo que se orgulha, algo que para você vale a pena”. Mas, de acordo com essa definição, um religioso poderia muito bem considerar suas ações litúrgicas como proveitosas, que ‘valem a pena’ pra ele. Se é o sujeito que define o que é mais produtivo, então ninguém pode apontar pro outro o que é mais ou menos produtivo. Tudo se resume a uma justificação subjetiva.

“Só porque você não consegue ter motivação que os outros não vão ter”
É, você não entendeu nada. Jamais apresentamos a questão como algo subjetivo (e esse é justamente o ponto em que se equivoca). Não estamos dando relatos de experiências de que não conseguimos, estamos dando um atestado, uma asseveração lógica e factual, de que, se Deus não existe, objetivamente não existe sentido, propósito e valores.
Para afirmarmos nossa primeira proposição, usemos da sapiência do dr. W. L. Craig: “Se cada pessoa deixa de existir quando morre, que sentido fundamental pode ser dado à sua vida? Realmente faz diferença se ela existiu ou não? Pode ser dito que sua vida foi importante porque influenciou outros ou afetou o curso da história. Mas isso mostra apenas um significado relativo da sua vida, não um sentido fundamental. Se todos os acontecimentos são, no final, sem sentido, que sentido há em influenciar qualquer um deles?” [Este texto é extraído do capítulo 2 do livro: ‘A veracidade da fé Cristã’. No momento, estamos sem um exemplar para dar referência completa]
“e não é por não acreditar em um ser superior que não deve de fazer algo pra ajudar os demais!”
Você usou a palavra correta. DEVE. Ela nos remete à noção de dever. Obrigação moral. Diante de nossos deveres, se não fizermos algo, teremos cometido um delito, um erro. Agora, para afirmarmos isso, devemos incluir uma crença de que existem coisas erradas e coisas certas. Quem define que algo é certo e algo é errado?
Ótimo, o imperativo categórico de Kant. Podemos explorá-lo. Será um prazer: “você não gosta que puxem seu cabelo, então por isso não vai puxar de outra pessoa. Simples”. Mas ainda subsiste a questão do porquê não podemos fazer com os outros o que não gostaríamos que fosse nos feito. E se, detentores de poder, quisermos fazer e, obviamente, não quisermos que façam conosco? Quem poderá nos dizer que é errado? Foi por aí que o Sr. Nietzsche caminhou na crítica ao pensamento ético kantiano.
Além disso, as palavras que o oponente usou para se expressar nos remetem a outro pensador ateísta: J. A. Ayer. O adversário usou o termo GOSTA. ‘você não gosta que puxem seu cabelo...’. Observem como a citação que faremos do dr. Geisler (expondo o emotivismo de Ayer e cia.) arremata a questão: “As declarações éticas são simplesmente emotivas. Sua relevância não é que declaram fatos ou mandamentos, mas, sim, que expressam o sentimento de quem fala. Por exemplo, a alegada declaração de mandamento ou "deve": "Você não deve furtar," realmente significa "Eu  não gosto  de furtar." Declarações tais como essa não são imperativas, mas, sim, meramente expressam os sentimentos de quem fala, e seu desejo de ver os outros sentirem da mesma maneira” [a citação está no capítulo 2 do livro ‘Ética Cristã’ de Norman Geisler. Também não o temos em mãos para uma referência completa]. Percebam que a ética proposta pelo ateísmo pode ser, no máximo emotivista, e isso torna a ética uma questão de gosto.
Aliás, é válido mencionar para todos os expectadores que eminentes filósofos ateístas concordam que, uma vez que Deus não existe, só nos resta o niilismo. Dentre eles temos Camus, Sartre, Russell e o próprio Nietzsche.
Já gastamos muito espaço para expor a fragilidade das afirmações e pretensões do nosso adversário. Se preciso, aprofundaremos a exposição. Por hora, vejamos como ele se dá com o que foi demonstrado, e que responda às nossas indagações.
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Ponto 3. Acusou o teísmo de misticismo. Mas, na sua definição de dicionário (diga-se de passagem, completamente fail), você se refere ao panteísmo. Portanto, nós não precisamos lidar com tal acusação.
Depois, o oponente usou uma definição para místico que na verdade pertence a mito. Portanto, as acusações de nosso oponente quanto ao teísmo ser místico comete pelo menos três notórios equívocos: primeiro, a generalização (ainda que nosso oponente não saiba, muitos teístas são místicos, em todos os sentidos válidos do termo, e não no sentido proposto pelo adversário. Mas, afirmar que, pelo fato de haver um grupo de teístas místicos, então todos são, é cometer falácia ‘que até uma criança de cinco anos’ pode perceber!); segundo: ele se confunde em suas próprias definições (numa ele fala de panteísmo, noutra fala de mitologia; ou seu discurso, em si, é contraditório) [Cabe perguntar ao adversário diretamente, para não haver evasivas: você notou que suas duas definições se contradizem?]; e, terceiro, nenhuma das acusações se enquadram no teísmo que estamos defendendo (nós mesmo não o abraçamos).

“ô se não tem....kkkkk”
O que é isso? Persuasões psicológicas são picaretagens intelectuais que não funcionarão conosco! Mas, já que se valeu da técnica da ridicularizarão, gostaria que demonstrasse que o teísmo, em todas as suas vertentes, é mitológico.
“Ate hoje ainda é usada” [referindo-se à falácia do ‘Deus das Lacunas’]. E daí? Até hoje tem ateu dizendo que existe valores morais objetivos sem que Deus exista... [um pouco de provocação não machuca ninguém... :D ]. Não nos interessa se existem pessoas que usam desse subterfúgio. A não ser que usemos, é perda de tempo fazer tal observação. O que estamos afirmando aqui é, portanto, que não é uma característica essencial do teísmo ser mitológico, fazendo as acusações do oponente serem completamente non-sense. [Notamos que estamos descendo ao nível do oponente e apenas fazendo alegações. Mas, no decorrer do debate, estaremos demonstrando isso. Além disso, é obrigação do oponente arcar com suas afirmações, e, por enquanto, estamos apenas aplicando ceticismo à suas afirmações].
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Ponto 4. Bom, epistemologicamente, também vemos que nosso adversário está em confusão. Primeiro, ele admite que existem outras formas de se obter conhecimento além da empírica (“há outros métodos que usam a razão, a lógica ou a simples experimentação” – e aqui comete a gafe de definir experimentação como algo diferente de um método empírico...).  Logo, quando perguntamos se existem categorias de conhecimento que fogem à alçada do empirismo, ele disse que desconhece! Mas, como então admitiu a obtenção de conhecimento pela razão e pela lógica? Evidentemente, ele se contradiz.
Para evitar confusão, gostaríamos que o oponente definisse razão.
E, não, as respostas não deixaram claro como é que o empirismo se torna a principal forma de conhecimento. Se admite-se que ele é apenas uma das formas, e que se restringe, naturalmente, a questões que descobrimos pelas vias sensoriais, só poderemos chamá-lo de principal condutor de conhecimento se considerarmos os objetos de sua alçada como os principais. Nos parece algo muito subjetivo usar o termo ‘principal’. Gostaríamos de uma mais rica exposição, para, então, aplicarmos nossa argumentação epistemológica contra o naturalismo e a favor do teísmo (a título de cosmovisão).
Quanto ao ‘cientificismo’, se conhecesse o termo nos pouparia tempo (espaço). Portanto, detenha-se nas outras questões, pois estamos explorando os aspectos que determinam se você coaduna com esta linha de pensamento e abandone essa questão. Teremos a resposta pelas outras.
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Por fim, ponto 5. Moderador (e demais expectadores), temos aqui de declarar que, ou somos completamente incompetentes em nos comunicarmos, ou nosso oponente não sabe ler e interpretar (pode, também, ter lido com pressa), ou, ainda, que ele está usando de desonestidade intelectual. Ele tirou nossas palavras do contexto, dando-lhe outro sentido.
Observem o que dissemos: “Ainda gostaríamos de ver como é que o avanço da ciência para explicar a realidade nos leva ao ateísmo.” [uma referência ao discurso inicial do oponente]. Observem o que o oponente apresentou (cortando o ‘ainda gostaríamos de ver como é que...’): “’avanço da ciência para explicar a realidade nos leva ao ateísmo’ então você afirma que quanto mais a ciência avança mais se mostra pro ateísmo??”. Evidentemente não foi isso que dissemos [aqui, corrigimos nossa fala, que apresentava o verbo na primeira pessoa do singular]!
Bom, sendo generosos ao supor que houve um equívoco hermenêutico, reforçaremos o desafio (que poderá ser acatado para o ponto 2, a segunda rodada, do adversário).  No discurso de apresentação, nosso adversário propôs o seguinte: “vou apontar argumentos positivos, mostrando que a medida que as ciências avançam, mais resposta se tem ( e menos misticismo), mostrando que o "misticismo" é apenas falta de resposta lógica, racional, bom senso...” É disso que inferimos ser sua base para crer no ateísmo. Portanto, o avanço da ciência coaduna (se não prova) o ateísmo, SEGUNDO afirma o oponente [não vá citar minha frase pelas metades, de modo que ganhe outro sentido!]. Não conseguimos perceber isso, e gostaríamos que fosse exposto. Sem mais.