A principal doutrina bíblica é a doutrina da Trindade. Na verdade essa doutrina rege as demais. Nenhuma doutrina será bíblica se
não possuir como pano de fundo essa doutrina regente. O estudo dos atributos e
natureza, nos ajuda a entender O QUE É Deus, mas o estudo das pessoas divinas
nos revelará QUEM É Deus. A doutrina bíblica da trindade encontra sua exposição
mais refinada no Credo Atanasiano.
Ali todos os elementos bíblicos são satisfatoriamente expostos.
Sabemos que as seitas Adventista do Sétimo Dia, Testemunhas de
Jeová, Mórmons, Espiritismo, Tabernáculo da Fé, rejeitam essa doutrina clássica
e possuem um tipo próprio de deus ou a sua própria trindade ou tríade. Tais
grupos não são cristãos históricos nem protestantes. Ao mesmo tempo, e curiosamente, os
ensinos falsos dessas seitas - resguardados as devidas proporções, também é
vista na teologia pessoal de alguns
crentes. Obviamente por não se inteirarem dos ensinos clássicos que as
denominações cristãs possuem. Ou, por que a liderança de muitas igrejas não
está tão interessada em ensinar tais temas com a sua devida atenção.
Já apresentei aqui no blog uma lista de mais
de 50 textos onde as três pessoas
divinas são frequentemente citadas no NT (AQUI). Portanto, não me concentrarei
nesta postagem sobre as evidências bíblicas, mas sobre expressar essa doutrina
de forma correta, para não tropeçarmos em algumas afirmações erradas. Vamos aos
conceitos:
1.
Não manter o padrão bíblico da sequencia ordinária. A Bíblia nos
mostra que existe uma ordem comum, onde podemos nos firmar, sem com que exista
noção de superioridade, mas de sujeição voluntária. Portanto, adorar ao Pai, em
Nome de Jesus Cristo, por meio do Espírito Santo, não rebaixa o Filho ou o
Espírito Santo, muito menos dá ao Pai um status de superioridade em sua
divindade sobre as demais pessoas da divindade. Isso geralmente tem um reflexo
na oração ordinária. No entanto, vez por outra, percebemos uma oração ou
adoração dirigida ao Filho (At 7.59; Hb 1.6).
2.
O uso do nome que figura a
distinção pessoal. A primeira pessoa da trindade é distinta da segunda
por causa de algumas propriedades pessoais em relação a segunda, e a segunda da
terceira. Essas propriedades são representadas em seus nomes distintivos. O
nome Deus, Senhor, etc, são nomes que
refletem a Divindade, portanto, cada uma das três ‘pessoas’, podem receber tal
nome sem confundir a sua identidade. Temos, porém, que tomar cuidado para que o
nome próprio de cada pessoa não seja aplicado
à outra, e assim confundirmos as pessoas. Por exemplo, Jesus é chamado de “Pai”
pelo menos uma vez na Escritura, em Isaias, mas o nome PAI é atribuição
recorrente da primeira pessoa da divindade, da pessoa que enviou Jesus, o Filho.
O nome da terceira pessoa é o Espírito Santo, o que também o é o Pai e o Filho
(Espírito Santo), esse é o nome recorrente dele no NT. Portanto, o Espírito
Santo é o nome da terceira pessoa pelo relacionamento que ela mantém com as
demais pessoas da divindade.
3.
Unificar as pessoas e dividir a substância. Não raro a
solução racional para o mistério da trindade é ir para unicismo – fazer das
três pessoas UMA – ou ir ao triteísmo, levando em consideração a distinção
pessoal então, logicamente, dividir a essência divina – fazendo TRÊS DEUSES, ou pensar em três espíritos distintos no céu.
É necessário mantermos o mistério. Não por causa de nossa incapacidade de
solucioná-la – a solução está aí, nos caminhos das heresias, mas por mantermos
submissos ao testemunho da Escritura que nos revela UM DEUS, que é Pai, Filho e Espírito
Santo.
4.
Atribuir o que não deve à distinção pessoal. Jesus é o
Filho, isso não significa que o Pai trouxe o Filho à existência. O Espírito
procede do Pai e do Filho, isso não significa que ambos trouxeram o Espírito à
existência. O que significa? Que existe uma relação entre as três pessoas que pode
ser definido como que um relacionamento entre pai e filho, e entre os que
enviam e o que é enviado. Isso não começou em algum momento na história da
eternidade. Esse relacionamento é desde sempre, pois desde sempre o Pai é pai,
o Filho é filho e o Espírito Santo é santo.
5.
Cada pessoa assumiu um
trabalho específico na obra da criação, da redenção e da consumação. Temos que
estar atento a não achar que por que certa pessoa da divindade fez algo,
significa que ele não seja capaz de fazer o que a outra pessoa fez. Também, não podemos excluir as outras pessoas do
louvor daquilo que foi feito. O Pai e o Espírito Santo não morreram na
cruz, mas achar que ambos não estavam com a Pessoa do Filho ali, sentindo
amorosamente tudo que ele sentia é um erro. Obviamente as três pessoas estavam
envolvidas ali. Cada qual realizando
aquilo que assumiu a fazer, mas simpático ao que a outra pessoa estava
suportando ou fazendo. Assim, posso dizer que fui salvo por Jesus, bem como
pelo Pai, bem como pelo Espírito Santo. Ou apenas dizer que “fui salvo por
Deus”. Ao mesmo tempo, só posso dizer que o Filho
morreu por mim.
6.
Somente o Filho se fez carne, e será homem eternamente. A Bíblia
ensina, e os cristãos devem crer, que além do mistério da trindade, algo mais
se acrescenta a isso, a encarnação da segunda pessoa. Isso nos lança em mais um
mistério. Como o Filho, sendo Deus, pode
ser Homem – completamente e ao mesmo tempo? Não temos respostas, é verdade.
Mas temos o testemunho Bíblia (Jo 1.1,14). Como se não bastasse, a fé crista
entende que Jesus será eternamente homem. Ele não deixou de ser Deus quando se
tornou homem na terra, nem deixou de ser homem quando voltou ao céu
glorificado. E nesse caso, devemos lembrar que o Filho – sendo Homem e Deus,
agia em conformidade com as duas naturezas, mas sendo apenas uma única pessoa.
No caso da trindade, são três pessoas e uma essência ontológica, uma natureza.
No caso especifico do Filho, é UMA pessoa e DUAS naturezas.
7.
Não existe possibilidade de compreender, apenas de apreender. As
definições devem ser decoradas, e entendidas. Aquilo que não deve ser dito
também deve ser memorizado. Mas isso é apenas no campo das definições e pronúncias,
jamais o mistério em si será “compreendido” tal como é. Tentar isso é caminhar em um caminho eterno. E talvez por causa da
longevidade do caminho, canse da jornada e comece ‘produzir soluções’ para encurtar
o caminho... então nasce as heresias.
CONCLUSÃO
Depois que aceitamos o testemunho bíblico da
doutrina da Trindade - captado corretamente nos Credos, o que os fieis na
Igreja de Cristo tem feito no decorrer dos anos, notamos que a revelação da
trindade está mais voltada para alma do adorador do que em dar respostas
lógicas para seus questionamentos. Aliás, quando descansamos em Sua Palavra,
percebemos que essas especulações são vazias de objetividade (Rm 11.33-36).
A doutrina da Trindade é essencial ao verdadeiro cristianismo e está ligada à outras doutrinas essenciais como a encarnação do Verbo e a plena divindade do nosso Salvador Jesus Cristo. Creio que nossas igrejas deveriam tratar mais dessas questões, principalmente ensinando nossas crianças, desde a tenra idade os principios doutrinários essenciais do Evangelho. Acredito que uma coisa excelente seria se na escola dominical estudassemos mais sobre a Trindade, fazendo uso das nossas confissões de fé reformadas, hoje tão negligenciadas . Precisamos voltar ao cristianismo mais doutrinário, pois hoje estamos mergulhando em um cristianismo raso, por isso as seitas se fortalecem ensinando o erro. Muito bom esse teu estudo sobre a Trindade, meu irmão. Paz e graça.
ResponderExcluirTrabalhemos nessa direção.
ResponderExcluirdoutrina maravilhosa, e clara nas escrituras foi muito combatida pelos hereges dos primeiro século, e ainda è combatida arianos, mantanismo, etc e ainda hoje algumas religioes defendem que Jesus cristo e o arcanjo miguel, um deus inferior é um campo muito vasto, fica uma pergunta será que Jesus foi um anjo antes da encarnaçao?
ResponderExcluirJesus não é anjo. Ele é Deus, sempre foi e sempre será.
ResponderExcluirFeliz SÁBADO irmão Luciano!
ExcluirVocê disse:
"Jesus não é anjo. Ele é Deus, sempre foi e sempre será".
Perfeita sua afirmação acima! Concordo 100% com você!
Quem em sã consciência afirmaria tal aberração?
Você sabe?
Eu desconheço!
SEJA CRISTÃO E HONESTO! NÃO RETIRE O COMENTÁRIO SE FOR CRISTÃO! DEUS É SUA TESTEMUNHA!
Fique com Deus!
Estimado Luciano
ResponderExcluirPaz te seja multiplicada
A expressão de Dn.10.13 "... UM DOS primeiros principes já nos oferece a segurança de que existem outros arcanjos que, apesar de não terem seus nomes registrados na Bíblia, são iguais a ele EM POSIÇÃO . O fato de não estarem registrados nas Escrituras, não significa necessáriamente , que eles não existam. Neste caso especificamente, vale esta máxima: " Ausência de evidência não é evidência de ausência ".
Todo estudante de angelologia sabe muito bem que no mundo angelical existem bilhões de anjos; eles são como diz as Escrituras: " milhares de milhares, miríades de miríades".
Apesar dos números revelados na Santa Palavra, somente dois é mencionado o nome, a saber: Miguel e Gabriel. Fica a pergunta: Será, que não existem outros anjos no mundo angelical, só pelo fato de ser revelado apenas o nome de Gabriel ? ( Ne.9.6; Jó1.6; 2.1; 38.7; Cl1.15,16; etc ). O mesmo procedimento pode ser adotado em relação ao arcanjo Miguel, que é identificado pelo nome, não significa que existe apenas um arcanjo.
Podemos afirmar que é insustentável basear-se em Dn.10.13, para afirmar que Miguel é O Senhor Jesus.É incorrer no erro de dizer que existem outros seres angelicais, tão divinos quanto Jesus Cristo.
O Senhor Jesus é muito mais que UM PRINCIPE: Ele é O Rei dos reis e O Senhor dos senhores ( Ap.19.11 ); Ele não é um anjo ou arcanjo, mas o Deus Todo Poderoso, O Alfa e o Ômega, O Criador dos anjos ( Jo.1.1-3; Cl.1.15-16 ) e, como tal é adorado pelos anjos ( Hb.1.6 ), inclusive por Miguel que, apesar de ser um arcanjo, não deixa de ser anjo e, portanto adorador de Nosso Soberano e Senhor Jesus Cristo a quem rendemos toda Honra, Glória e Louvor para todo o sempre, Amém!
Fique com Deus!
Em Cristo
Wilton
Observações seguras, bíblicas.
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