Há
um acordo entre as Sociedades Bíblicas de tempos em tempos, atualizarem a
linguagem das Bíblias. Chegou mais uma vez, a vez da Almeida Revista e
Atualizada. Por enquanto, apenas o uma edição com o Novo Testamento – Salmos e
Provérbios, está disponível. As mudanças aplicadas a esse novo texto são
explicadas na Apresentação – relacionadas especialmente em pronomes (tu ficou quando o relato demonstra um
tratamento com Deus, e você com
pessoas). Uma mudança necessária também foi colocar a ordem dos sujeitos antes
dos verbos, como é a estrutura em nossa língua.
Excluíram-se as mesóclises, “louvar-te-ei”
para o simples “te louvarei”, mais comum em nossos dias.
No
entanto, houve algumas mudanças significativas que foge da área gramatical
apenas. O que fez com essa Nova Edição da Almeida Atualizada se
aproximasse mais da Almeida Século XXI (antiga Almeida Revisada) do que da Almeida
Corrigida. Vou citar alguns exemplos:
1º) Novos colchetes. Sabemos das questões envolvem Marcos 16.9-20 [o fim
longo ou curto]; Jo 7.53-8.11[a mulher adúltera]. A Almeida Atualizada não colocava colchetes no texto de Marcos. Nesse
ponto nem emitia nenhuma informação no texto, tal como as Edições da Almeida
Corrigida. Nessa Nova Edição, porém, o
trecho de Marcos está em colchetes com nota informando que a passagem “se encontram apenas em manuscritos mais
recentes.”
A
validade e refutação dos argumentos críticos dessas, e de outras passagens,
podem ser lidas na tese do Dr. Wilbur Pickering: AQUI
2º) I João 5.7. Talvez a mudança mais significativa se encontra na
chamada “glosa joanina” ou “parênteses joanino”, das três testemunhas no céu. Até
então, na Almeida Atualizada o texto
polêmico aparecia pelo menos em colchetes.
7 Pois há três que
dão testemunho [no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são
um. 8 E três são os que testificam na terra]: o Espírito, a água e o
sangue, e os três são unânimes num só propósito.
Veja a imagem agora da Nova Edição da Almeida Atualizada:
Devemos
destacar que tal texto não aparece nem nos mais antigos nem na maioria dos MSS
do NT. Portanto, ele não é apoiado também no Texto Majoritário, caso alguém
ainda entenda que Textus Receptus e
Majoritário, hoje, seria termos intercambiáveis em serem supostamente 100%
semelhantes.
O
professor de grego do NT, João Paulo Aquino, do Centro de Pós Graduação, Andrew
Jumper, afirma categoricamente:
“Em suma, a história textual aponta fortemente para o
fato de que o texto aumentado [...] não é original e não deveria aparecer em
nenhuma Bíblia, nem mesmo entre
colchetes. Além disso, não há nenhuma razão para supor que esse texto seja
original e tenha sido excluído por copistas em centenas de manuscritos.”
Leia
a critica inteira: https://issoegrego.com.br/2017/08/16/1-joao-5-7-8-uma-introducao-a-critica-textual/
Provavelmente
essa ‘exclusão’ na Nova
Edição provocará novas e ardentes críticas pelos aderentes do Receptus.
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