Quando lemos que seitas como
Mórmons, Adventistas, Espíritas, Testemunhas de Jeová*, Teólogos Liberais, Muçulmanos,
dentre outros, negam a inerrância bíblica, é algo que não deveria nos surpreender.
Porém, é triste saber e ver cristãos das fileiras evangélicas e protestantes
aderindo à argumentação de que a Bíblia é inerrante em matéria de doutrina e
não necessariamente em tudo o que diz.
Nomes de apologistas como Alister McGrath,
William L. Craig, não são identificados como crendo na inerrância bíblica. Teólogos como Daniel Fuller, Stephen Davis,
Willliam LaSor, James Orr, Jack Rogers, G. C. Berkouwer, como atesta a Teologia Sistemática de Myatt e Ferreira,
também não creem na inerrância absoluta (p. 105). Um
verdadeiro cristão Reformado, e as demais correntes cristãs, defendem a
inerrância como defendeu a Confissão de
Fé de Westminster, que a Escritura possui “completa perfeição” (Cap.
1:5)
Não
compartilho da visão de que esse assunto é secundário.
Estamos falando da sustentação e integridade da revelação de todo assunto da
fé. Se o texto que nos revela Deus (Sl 19.7-10; Jo 17.17), está sob tal
conceito medíocre, já não temos uma base sólida para nos apegar. Sem inerrância
não há inspiração divina. A inspiração exige a inerrância, e inerrância só
existe onde há inspiração divina. Se o que João ou Lucas disseram o que Jesus
disse – e isso é verdade, mas o
que eles disseram a respeito dele em matéria histórica ‘pode’ser ou não, inerrante, estamos definitivamente perdidos com as informações que recebemos
dos mesmos a respeito do que ele disse. Também,
como afirmou Archer:
“Quase
todas as doutrinas centrais da Escritura inserem-se em textos de estruturas históricas
e muito comumente num contexto sobrenatural.” (Enciclopédia de dificuldades
bíblicas, p. 27). Obs: Nesse livro, o autor oferece argumentação sólida das
páginas 19 a 47, em defesa da inerrância plenária da bíblia.
Em momento algum na Escritura há
a separação da inspiração do conteúdo. A Igreja do Novo Testamento, quando lia
a Escritura, dizia que era Deus falando. Não importava o que estava no conteúdo
da porção referenciada, a Escritura tinha autoridade divina (Mt 5.17,18; Rm
9.17; II Pe 1.20). O Nosso Senhor Jesus Cristo cria na inerrância. Criação,
fatos históricos, etc., foram mencionados pelo Senhor sem ressalvas.
Alguns promotores do erro afirmam
que o fato de Deus usar pessoas, e visto que pessoas são imperfeitas, é normal
existir erros na Escritura. Essas pessoas comentem um engano de princípio. Uma
pessoa vai errar e falhar sob suas condições naturais enquanto Deus não a
preservar de erros. Se, estamos dizendo que ela é inspirada por Deus é um recado de que
o que está sendo escrito vem de Deus e não dela!!! (II Tm 3.15-17).
Além disso, a doutrina da inspiração
não nega a identidade e capacidade do veículo humano, mas sim, que o mesmo está sob os cuidados
do Autor que não erra:
“Na
realidade, a doutrina da inspiração plena não nega individualidade dos
escritores bíblicos; ela não ignora o uso que fizeram de meios ordinários para
a aquisição de informação; ela não envolve qualquer falta de interesse nas
situações históricas que deram origem aos livros bíblicos. O que ela nega é a
presença de erros na Bíblia. Ela supõe que o Espírito Santo informou as mentes
dos escritores bíblicos de tal forma que eles foram impedidos de cometerem os
erros que danificam outros livros.” (Cristianismo e Liberalismo, p. 79).
Existem dificuldades de
entendermos certos relatos bíblicos, sim é verdade. Existem contradições entre
afirmações bíblicas e algum registro histórico, sim existe. A ciência e a
Bíblia se desentendem em alguns pontos, sim. Mas isso não significa erros. Diante
disso, o já citado autor conservador, G. Archer, dá algumas sugestões
interessantes, que resumo a seguir (Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas,
p15-17):
1. Esteja
persuadido de que existe uma explicação satisfatória para a dificuldade, ainda
que você não a tenha encontrado.
2. Não
seja precipitado em aceitar como erro qualquer problema Escriturístico.
3. Estudo
o contexto da passagem e suas implicações linguísticas e compare com o resto da
Bíblia.
4. Exegese
bíblica é uma ciência que deve ser consultada.
5. Procure
harmonizar as passagens que possuem discrepâncias.
6. Recorra
aos cristãos fieis do cristianismo.
7. Há
problemas nas cópias dos manuscritos de
algum escriba não inspirado [Veja Greg L. Bahansen em A Inerrância da Bíblia, pp. 185-232 – também disponível no site monergismo.com. Esse livro foi
organizado pelo cristão e apologista conservador Norman Geisler, como resultado
das conferências de Chicago a respeito da Inerrância, com a colaboração de
diversos cristãos ortodoxos de várias denominações cristãs].
8. A
Bíblia também é um documento arqueológico de peso.
Portanto, e por muito mais, creio
na inerrância absoluta plena da Escritura. Não considero cristão ortodoxo quem
nega essa verdade. Se entre arminianos, calvinistas, pentecostais, etc., o
veneno mortífero começa a escorrer nas veias, não esperem que eu encarem os
mesmo como cristãos: "[...] parece apropriado dizer que muitas igrejas
protestantes liberais são na realidade falsas igrejas.” (Wayne Grudem. Teologia
Sistemática, p 726). Concordo plenamente.
* No caso das Testemunhas de
Jeová, não se atribuem alguma limitação
à inspiração, mas que Deus não preservou os MSS do NT íntegros – já que a
liderança TJ afirma ter restaurado o nome de Deus no NT, sem nenhum apoio científico
(isto é, em algum manuscrito): “Aconteceu
algo com o texto das Escrituras Gregas Cristãs [o NT] antes do quarto século
que resultou na omissão do nome de Deus? Os fatos provam que sim.” (O Nome
Divino, p.24). os ‘fatos’ são apenas especulações, visto que os
Inerrância absoluta (Levítico 11:13):
ResponderExcluirCaso a:
O morcego é uma ave!
Caso b:
Houve um erro de cópia, era para o copista ter sido escrito "o morcego é um mamífero" ao invés de "o morcego é uma ave".
Caso c:
O morcego voa! Então como acertou meia questão, considera-se que acertou tudo.
Caso d:
Eu não sei explicar isto, mas como creio na inerrância absoluta Bíblica, acredito que o morcego de certa forma possa ser uma ave.
Caso d:
Mesmo não sendo uma ave, de alguma forma a Bíblia está certa.
E por fim, graças a Deus:
A Inerrância Bíblica:
No conceito do profeta, em sua visão contextual e de mundo e a informação que cada um possui, o morcego poderia ser classificado como uma ave, portanto, naquele contexto e época e segundo a forma como comparavam e definiam os animais por sua característica, considerar o morcego como uma ave não seria algo incomum.
Deste modo conclui-se que Deus inspirou o profeta sobre os animais que não deveriam servir de alimento (aspecto doutrinário), dando-lhe liberdade para agrupar e classificar tais animais, da forma comum e entendível daquela época (aspecto contextual).
Conclusão: Classificar o morcego como uma ave era algo científica, cultural e contextualmente correto, naquela época! O que muda para os dias de hoje, que possui uma forma de análise e classificação científica mais apurada do que naquela época.
E por fim:
Deus deu a homem a liberdade para classificar os animais da forma como bem desejar, o que pode mudar de contexto para contexto, como é observável também hoje, onde existem animais sobre os quais ainda não há um consenso entre os biólogos sobre a que classe de animal a que pertencem.
(Está aí uma resposta racional e inteligente e que não precisa recorrer à um fideísmo acerca da inerrância Bíblica)
Muito Inteligente e Racional Sr. Adventista.
ResponderExcluirNão existe Argumento Plausível para a Verdade, pois a própria, fala por si, não deixando espaços para dúvidas, as pessoas Tolas criam espaços para satisfazer o seu próprio eu, mal sabendo que estão criando uma idolatria do ego...
Wesley, não seria esse o seu caso?
ResponderExcluirNão querido Luciano...
ResponderExcluirMas confesso que já fui assim, idolatrando meu "eu", mas depois que conheci a palavra de Deus, mudei...
Estou amadurecendo Espiritualmente, tenho que aprender a ser mais Manso e ter mais Auto-Controle, peço a Deus para me ensinar o Caminho e recebo respostas...
Com essa pergunta Irônica, vc não percebe, mas está se escondendo atras de um Orgulho que não te permite ser Humilde e admitir que o Sr. Adventista está CORRETO em seu ponto de vista.
Abraços Querido.
Wesley, tudo o que vc disse de mim, demonstra que vc está sob a mesma situação que acusa...
ExcluirPois bem!!!
ResponderExcluirVamos colocar a prova!!!
Se vc acredita que estou te acusando de Orgulhoso sem motivo e consequentemente agindo igual, te pergunto:
Vc acredita que o Sr. Adventista está correto ou errado em sua Dissertação???
Se disser que está certo, estará sendo Humilde e mudando de opinião referente a Inerrância Bíblica...
Mas se disser que está errado, terá que expor um contra-argumento refutando a dissertação demonstrando que está errada...
Eu não estou te acusando, estou fazendo uma afirmação que creio ser Verdadeira...
Vc pode provar que estou errado, então terei Humildade em aceitar, mas do contrário, vc tem que aceitar ser Humilde e dar Crédito para o texto do Sr. Adventista.
"Não fazemos como Moisés, que cobria o rosto com um véu para que os filhos de Israel não fixassem os olhos no fim daquilo que era transitório.
ResponderExcluirEm conseqüência, a inteligência deles permaneceu obscurecida. Ainda agora, quando leem o Antigo Testamento, esse mesmo véu permanece abaixado, porque é só em Cristo que ele deve ser levantado.
Por isso, até o dia de hoje, quando leem Moisés, um, véu cobre-lhes o coração.
Esse véu só será tirado quando se converterem ao Senhor.
Ora, o Senhor é Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.
Mas todos nós temos o rosto descoberto, refletimos como num espelho a glória do Senhor e nos vemos transformados nesta mesma imagem, sempre mais resplandecentes, pela ação do Espírito do Senhor.
Caro Luciano, uma correção, o Dr. William Craig acredita sim na inerrância bíblica (ou na sua infalibilidade). O que ele diz, inclusive em uma de suas aulas sobre a "doutrina da revelação", é que mesmo que a Bíblia possuísse erros, isso não seria algo crucial para refutar o Cristianismo.
ResponderExcluirPrezado Acrizio, terei o maior prazer em tirar o nome dele. Essa sua citação dele em uma aula tb está em um livro... mas se puder me provar mais claramente que ele crê na inerrância ( o que ele negou responder em um debate), farei a correção.
ExcluirOlá Luciano, irei postar alguns links que mostra o posicionamento dele quanto a inerrância:
ResponderExcluirhttp://www.reasonablefaith.org/what-is-inerrancy
https://www.youtube.com/watch?v=k8c_imrGvMM
https://www.youtube.com/watch?v=ezjdwV3FDZA
Acredito que há 2 coisas que levem a pessoas como o Dr Norman Geisler a questionar o posicionamento dele quanto a inerrãncia
1- Ele admite crer na inerrância "limitada", que difere da crença ortodoxa
2-Ele também diz que a crença na inerrância da Escritura é algo que tem bases dedutivas ao invés de indutivas.
Ele não é infalível, pode estar errado em relação a este assunto. Mas acredito que ele não deva ser colocado no mesmo grupo dos teólogos liberais por exemplo.
Grato mais uma vez pela atenção! Acompanho o blog há um tempo e mesmo sendo arminiano, tenho aprendido muito. Deus abençoe você
Irmão Acrizio, fico feliz em tê-lo como leitor (não há para mim qualquer diferença entre ser arminiano e calvinista, em uma ótica ortodoxa).
ExcluirEssa é a questão... essa redefinição de inerrância.
Alister tb tem flutuado nessa redefinição de inerrância.
O que acha da Confissão de Chicago?
Irmão Luciano, acho que ela sintetiza o pensamento Protestante quanto à inerrãncia das Escrituras; e entre a declaração de Chicago e as redefinições, prefiro ficar com a primeira.
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