por: Lucio Antônio de Oliveira
O teste da prática diz respeito a se é possível que alguém viva admitindo determinada cosmovisão e sendo coerente com ela. A questão é que uma cosmovisão precisa dar sentido, garantir valores e propósito para a nossa existência, para a existência do mundo. Nash possui palavras esclarecedoras quanto à esse aspecto:
Cosmovisões deveriam não apenas ser testadas em uma aula de filosofia, mas também no laboratório da vida. Uma coisa é uma cosmovisão passar ano teste teórico (razão e experiência); outra é passar no teste prático. As pessoas que professam uma cosmovisão podem viver consistentemente em harmonia com o sistema que professam? Ou descobriremos que elas foram forçadas a viver segundo crenças emprestadas de sistemas concorrentes? Tal descoberta, eu acho, deveria produzir mais do que embaraço (NASH, 2008, p.29).
Sire observa que é ao observarmos como nos comportamos e pensamos, como encaramos a vida e como avaliamos as situações, estamos declarando nossa cosmovisão. Nas palavras do autor: “... se desejamos obter um esclarecimento mais detalhado sobre a nossa própria cosmovisão, devemos refletir e considerar profundamente sobre como realmente nos comportamos” (SIRE, 2009, p.19). Quando pessoas professam uma cosmovisão, porém essa análise mostra que elas não estão consistentes com suas cosmovisões, elas estão em contradição.
Wiliam Lane Craig, em um capítulo intitulado de ‘O absurdo da vida sem Deus’, observa que a cosmovisão ateísta é impossível de ser praticada pelo ser humano, que almeja a felicidade. Craig observa:
Quase a única solução que um ateu pode oferecer é que enfrentemos o absurdo da vida e vivamos com coragem. Bertrant Russell, por exemplo, escreveu que temos de construir nossa vida sobre ‘o firme fundamento do desespero incessante’. [...] O problema fundamental com essa solução, porém, é que é impossível viver de modo coerente e feliz com uma cosmovisão assim. Quem vive de modo coerente, não será feliz; quem vive de modo feliz, apenas o é porque não é coerente (CRAIG, 2004, p.64).
James Sire, por sua vez, vai observar que toda cosmovisão não cristã, em sua própria maneira acaba em niilismo (negação de qualquer sentido, propósito e valor), que é nitidamente impraticável (SIRE, 2009, p.310) [o ideal seria ler todo o seu livro, atentamente, observando a causa de Sire fazer tal destacada afirmação].
Assim, Craig conclui:
O cristianismo bíblico, portanto, proporciona ao ser humano as duas condições necessárias para uma vida com sentido, valor e propósito: Deus e a imortalidade [com suas devidas considerações dentro da teologia cristã; para entender esse ponto, faz-se necessário ler este capítulo do livro de Craig]. Por causa disso, podemos viver de modo coerente e feliz. Assim, o cristianismo bíblico é bem sucedido exatamente onde o ateísmo [e, de acordo com Sire, toda cosmovisão não cristã] fracassa (CRAIG, 2004, p.71).
Portanto, esse também é um teste importantíssimo. Pode ser que muitas pessoas comecem a questionar a validade de suas cosmovisões pelo incômodo para com a sua. Sire explana: “... a satisfação subjetiva é importante, e pode ser a falta dela que nos leva a investigar a nossa cosmovisão, em primeiro lugar. O vago e incômodo sentimento de que algo não se encaixa, leva-nos a buscar satisfação” (SIRE, 2009, p. 310).
Ufa, que bom trazer mais essa postagem para agente 'pensar'...
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