“Os valdenses, ao contrário do que às vezes se afirma, adotaram o batismo de crianças.
Continuamos a colher as nossas informações históricas, principalmente no livro do dr., Fairchild sobre "Scrípture Baptism".
O testemunho da história da Igreja Cristã, com referência ao batismo infantil, demonstra ser errónea a opinião daqueles que afirmam ser o batismo de crianças inovação do romanismo. As inovações do romanismo como o culto das imagens, as indulgências, o purgatório, a missa, a confissão auricular, a infalibilidade do papa e outras semelhantes novidades são bem conhecidas e a história eclesiástica nos diz exatamente como e quando surgiram. E, no entanto, vemos, pelo estudo cuidadoso da mesma história eclesiástica, que o batismo infantil não foi obra de nenhum papa ou concílio da Igreja Romana, visto que sempre existiu como prática da Igreja Cristã desde os tempos apostólicos.
É a negação do batismo infantil que aparece como novidade, cerca do ano 1120, quando no Sul da França surgiu a seita dos petrobrussianos fundada por Pedro de Bruis. Essa seita rejeitou o batismo de crianças por julgá-las incapazes de ser salvas. É esse o primeiro aparecimento na história da seita que combatia o batismo infantil, excetuando-se, unicamente, os paulicianos, aos quais já aludimos. Não se deve confundir os petrobrussianos com os valdenses, como fazem alguns historiadores, pois os valdenses praticavam o batismo de crianças. Extraímos do livro "Scripture Baptism" do dr. Fairchild, às páginas 122 e 123, as seguintes informações sobre os valdenses.
Os valdenses, ou vaudois, do Piemonte são afamados como testemunhas da verdade naqueles tempos tenebrosos em que a verdadeira religião parecia estar quase extinta. Isolados do resto do mundo nos seus vales solitários, parecem ter conservado a simplicidade e a pureza dos tempos apostólicos, quando todos os demais homens estavam dominados pelo erro. Todo o mundo sabe que esses valdenses se opuseram as pretensões da Igreja de Roma e que, por isso 'mesmo, foram brutal e cruelmente perseguidos. Sir Samuel Morland, que os visitou em 1657, por nomeação do Governo Britânico, escreveu a sua história, baseado em livros e manuscritos que haviam escapado às fogueiras da Inquisição. De uma das suas mais antigas confissões, fornecida pelo referido autor, citamos o seguinte trecho:
"Temos, apenas, dois sinais sacramentais deixados por Jesus Cristo: um é o batismo e o outro é a eucaristia, recebidos para mostrar que a nossa perseverança na fé é aquela que prometemos, quando fomos batizados, sendo crianças pequeninas; e, além disso, em lembrança daquele grande benefício que nos foi concedido por Jesus Cristo, quando morreu pela nossa redenção e lavou-nos com o seu precioso sangue". (Pág. 39).
João Paulo Perrin, descendente dos valdenses, escreveu um tratado minucioso sobre as doutrinas e ordem dos mesmos valdenses. Parece que os seus inimigos os haviam acusado de negarem o batismo às crianças, ao que esse historiador replica:
"A quinta calúnia foi com referência ao batismo que se diz terem êies (os valdenses) negado às criancinhas; mas desta acusação se defendem da seguinte forma: o tempo e o lugar daqueles que devem ser batizados não são ordenados; mas a caridade e a edificação da Igreja e da congregação devem servir de regra nesse particular, etc; e, portanto, aqueles a quem eram mais inteiramente ligadas as criancinhas as traziam para serem batizadas, quer fossem os pais que as traziam ou quaisquer outras pessoas que Deus fizera caridosas nesse mister". (Livro I, cap. IV, pág. 15).
Continua o mesmo historiador Perrin:
"O rei Luiz XII, tendo sido informado pelos inimigos dos valdenses, moradores na Provença, de muitos e graves crimes de que eram acusados, ordenou a Lord Adam Fumee, Mestre de Requerimentos, e a um doutor da Sorbonne, por nome Parne, seu confessor, que procedessem a um inquérito nessas localidades. Visitaram todas as paróquias e todos os templos e não acharam nem imagens, nem o menor vestígio de quaisquer enfeites das suas missas ou cerimónias da Igreja de Roma; e muito menos tais crimes de que eram acusados, mas antes que observavam devidamente os seus sábados e jaziam balizar as crianças, de acordo com a ordem da Igreja primitiva, ensinando-lhes os artigos da fé cristã e os mandamentos de Deus" (Perrin, Livro I, cap. VI, págs. 30 e 31).
A história dos valdenses nos oferece mais uma prova histórica de não ter sido o batismo infantil inovação do romanismo, mas antes uma prática oriunda dos tempos apostólicos.”
Fonte:“Estudos bíblicos sobre o batismo de crianças”, Philippe Landes.
***************************************************
Já postamos evidências conclusivas em favor do Santo Batismo Infantil AQUI. A informação acima é apenas uma corroboração histórica do tema. A base bíblica dispensa a necessidade dessa prova, bem como a dos Pais da Igreja.
Graça e paz do SENHOR aos irmãos do blog...
ResponderExcluirMuito boa postagem! Só não entendi a expressão:
"...e muito menos tais crimes de que eram acusados, mas antes que observavam devidamente os seus sábados..."
O tal sábado é o cristão, certo?
Filipe, pelo que eu saiba, eles guardavam o sábado judaico. Se não me engano... mas não tive tempo de procurar.
ResponderExcluir