sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Feliciano e Malafaia: meus representantes!


Acredito que o autor deste texto, Silvio Costa, sintetizou bem o que penso a respeito do Dep. Marcos Feliciano e do Pr. Silas Malafaia. Esses dois estão errados em alguns ou vários pontos. Em uma mensagem recente o Pr. Marcos Feliciano deveria lembrar 'sua consciência' (que ele chamou de Jesus) que se a Igreja não se levanta Deus tem anjos de sobra para defender Seu povo, não demônios. Porém, mesmo com esses 'dividendos', estou com eles. Oro por eles. Sãos homens de verdade, e lutam por uma faceta do Reino que precisa de fibra e sangue.

Leia o texto:

“Não defendo em absoluto todas as coisas que Pastor Marco Feliciano pregou, admito que foi infeliz em algumas de suas colocações. Não me coaduno com a nova posição teológica da prosperidade que pastor Silas Malafaia passou a expor em seu programa e pregações (inclusive denuncio os perigos de algumas publicações de sua editora em difundir ensinos do evangelho da prosperidade que sempre carregam fragmentos da confissão positiva). Esses homens são falhos, devem ter lá os seus pecados, terão contas a prestar acerca do que falam e fazem – afinal, ninguém é perfeito. Mas, também não posso me conformar com essa desunião evangélica por conta dos dois em torno de temas que à luz da Bíblia deveriam ser de entendimento harmonioso entre todos os seguidores de Jesus Cristo.

Temos nos desviado do foco da reflexão principal quando tão somente nos ocupamos em esculachar o “homofóbico político” Feliciano e a condenar o “homofóbico pastor” Malafaia. O centro da discussão não pode continuar sendo a figura particular, isolada e polêmica dos dois. Já passou da hora de considerarmos a representatividade evangélica que detiveram – ainda que eu e você não aceitemos – isso é verdade, são esses pastores que o Brasil lê, assiste e acompanha na mídia – e querendo ou não, falando bem ou mal, protestando ou não – eles nos representam nos meios de comunicação para a sociedade. Destacaram-se cada um ao seu modo em suas plataformas como evangélicos e inegavelmente como formadores de opinião – hoje, são as pessoas mais públicas da igreja evangélica nacional. 

Precisamos parar com essa pirraça esquerdista injustificável de que Feliciano não nos representa. Escrevo a pessoas esclarecidas e bem informadas, então conclamo ao senso da consciência cristã quanto ao posicionamento social da igreja neste país. Pela via direta dos votos que Feliciano recebeu, até que você pode dizer que não te representa politicamente; mas pela dimensão dos clamores sociais (nada cristãos) e das posições políticas (nada democráticas) em Brasília, é inegável que sim, ele te representou lá como cristão! Fico a pensar se não existisse um deputado de primeira viagem como Feliciano, que num partido pequeno e de pouca influencia foi corajoso e procedeu como crente de verdade naquela até então inexpressiva comissão da casa de leis.

A inexperiência política de Feliciano foi suprida pela ousadia e destemor frente às conseqüências assumidas pelo fato de defender as convicções de quem o elegeu; e penso no que teria acontecido de ainda mais nefasto naquela CDHM, com inclusões de favorecimentos às minorias (GLBTT) em detrimento dos direitos da maioria, se um Feliciano da vida não estivesse por lá? Não estou misturando religião com política, estou citando um caso que envolveu um sujeito que foi eleito se dizendo crente (e o Feliciano se diz servo de Deus), e que a exemplo do profeta Daniel em um cargo político em que sua fé foi testada, assim foi Marco Feliciano em Brasília. Esse Pastor me representou num ato de postura cristã, que nem eu sei se teria coragem de praticá-lo como Feliciano o fez, admito.

A igreja evangélica brasileira passa por sua maior crise existencial e representativa – uma crise marcada pela desarmonia bíblica de sua posição contra o pecado, de sua apresentação igual das verdades absolutadas. Será que neste país, algum crente ainda tem dúvidas quanto à distinção bíblica da natureza humana e sua identidade sexual: macho e fêmea (homem e mulher). Ainda será possível que pastores, apóstolos, doutores e teólogos tenham dúvidas abissais quanto ao que a Bíblia diz sobre práticas sexuais ilícitas tais como: fornicação, adultério, homossexualismo, lesbianismo e sodomismo? Porventura algum de nós colunistas de grandes portais de informação cristã, ainda temos dificuldade de entender a posição bíblica da constituição e modelo da família; do papel do cristão na sociedade e no trato com seus direitos e deveres civis; creio que não. Então porque essa briga, esses debates que não nos levarão a lugar algum, a não ser para tornar mais evidente de que estamos ainda mais desunidos do que nunca? Por acaso Feliciano e Malafaia estão falando contra esses princípios que todos aceitamos comumente? Claro que não; então como podemos dizer que não nos representam?

Como afirmar que Malafaia não é a exemplificação da fé evangélica na TV em algumas de suas posições? Para surpresa e desagrado de muitos, esse sujeito imperfeito, sanguíneo, quase milionário (se já não o for) e mais recente pregador da prosperidade é um dos poucos que tem se levantando nesse país como voz evangélica a favor dos direitos iguais declarados na constituição federal de 1988, não só para evangélicos – mas para todos os brasileiros. É este pastor que alguns dizem ser metido a psicólogo (ele realmente tem formação) que com a Bíblia em punho – quando perguntado em determinado programa de TV, qual era sua fala como cristão acerca da prática homossexual, citou Romanos 1.18-32 e deixou insatisfeitos os proponentes da teologia inclusiva.

Como posso dizer que esse “camarada Malafaia” (é ele que usa esse termo), não me representou? Foi um dos poucos que em rede nacional de TV a reafirmar a veracidade absoluta de um dos textos mais claros e incisivos das Escrituras contra a prática homossexual! Como posso dizer que Malafaia não me representou quando organizou um necessário movimento pró-família em tempos de destruição da mesma por essa política anticristã e liberal, apoiada sutilmente por um Estado influenciado por correntes comunistas e esquerdistas ? Foi Malafaia muito antes de Feliciano, uma das poucas vozes cristãs deste país a manifestar-se pelo vigor dos direitos legais de liberdade de opinião, fé e culto; sem restrições vexatórias e supressões de leis antidemocráticas.

Na verdade meus irmãos, as Escrituras deixaram de ser nosso ponto de referência, mesmo que nossos credos doutrinários confessem crenças históricas da fé e legado cristãos, parece que elas (as Escrituras) em sua inspiração plenária, inerrância e infalibilidade, perderam autoridade para muitos de nós, frente às cosmovisões desta era pós-moderna. Realmente as verdades salutares da Palavra, deixaram de ser o nosso ponto de encontro no comum do corpo de Cristo – comunhão na confissão das verdades atemporais e sem quaisquer aculturações relativizadas, pois mesmo sendo membros de igrejas evangélicas diferentes, a luz delas (das Escrituras), como corpo místico de Cristo, deveríamos estar unidos em torno de suas sentenças inegociáveis e nada redefinidas pela vontade dos homens.

Bom, se Feliciano e Malafaia me representam como evangélico, em algumas de suas ações,também sei daqueles que que me representam negativamente na fé e na confissão cristã evangélica. Aqueles que disseram que se fossem Deus, ressuscitariam Hugo Chávez e amaldiçoariam com um câncer maligno o Feliciano – esses representam o desequilíbrio e a falta de amor cristão entre evangélicos. Aqueles que dizem que a bíblia não é inerrante e infalível  - representam um cristianismo oco e cético em sua aceitação parcial e deturpante da inspiração da Palavra de Deus; aqueles que em suas revistas e publicações (do que parece  uma esquerda evangélica) descrevem apenas o lado negativo de evangélicos como Feliciano e Malafaia e que só vendem polêmicas e mais dissensões para a já desmembrada igreja nacional – esses representam os que se renderam aos encantos e apelos do humanismo secular.

Nos representam negativamente aqueles que ignorando a verdade escancarada da bíblia contra práticas imorais, através de seus doutorados acadêmicos tentam sistematizar a teologia inclusiva – que incoerência! Pergunto-lhes, qual é a nossa posição contra esses discrepantes pensadores cristãos? Porque ninguém os questiona? Será que é porque concordamos com suas posições anti cristãs? Será mais edificante tentar destruir aos que de alguma forma se levantam contra erro, do que combater os que querem arrancam as raízes doutrinárias da Igreja Evangélica verde e amarela e sua posição contra o pecado?

Se amanhã, Feliciano e Malafaia pisarem na bola e comprometerem ainda mais o testemunho evangélico nesta nação com pecados explícitos (e não com julgamentos dos outros como percebemos hoje), também nos representarão mais negativamente, nem que seja por momentos. Porquanto oremos por todos esses homens para que continuem ao menos, tendo a coragem de nos representar nas reafirmações de algumas verdades que acreditamos e que muitos parecem ter esquecido!”

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A origem do batismo da Congregação Cristã no Brasil

Fórmula Baptismal"

"Gostaria de fazer alguns esclarecimentos sobre a fórmula batismal adotada pela CC.


A CCB somente adotou oficial e uniformente a fórmula bastimal “EM NOME DO SENHOR JESUS TE BATIZO, EM NOME DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO” no começo da década de 1950, (verifique os Artigos de Fé no hinario No 2 e 3), meus avós foram batizados na CCB usando somente a fórmula trinitária.


Essa fórmula combinada nasceu entre igrejas Holiness depois da Guerra Civil americana, ainda hoje é praticada por algumas igrejas holiness, pentecostais e Bible Fundamentals aqui nos EUA.

Charles Parham, Wm Seymour e outros pentecostais pioneiros usavam batizar EM NOME DE JESUS, EM NOME DO PAI DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO, ou as duas combinadas. (Restoring the Faith: The Assemblies of God, Pentecostalism, and American Culture. by Edith L. Blumhofer)


Apartir de 1913 surgiu a polêmica do “JESUS ONLY” quando alguns criam que deveriam batizar usando o nome de Jesus somente, outros optaram pela fórmula trinitária exclusivamente, e muito poucos oficializaram a fórmula combinada, q alguns chamam de “Fórmula de Concórdia”.


Segundo um ancião daqui o mais antigo registro da fórmula combinada na CC data de 1917 na Argentina.


No estatuto (assinado pelo irmão Francescon em 1925) da CC de Chicago fala para batizar assim: “Upon your request, in the name of Jesus I baptize you in the name of the Father, of the Son, and of the Holy Ghost”. – ["A seu pedido, em nome de Jesus eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo".]


Mas para ver a importância que davam quanto à fórmula: na visita que fizemos à igreja de Chicago ano passado, um irmao que estava junto comigo perguntou para o neto do irmão Francescon com quais palavras o avô dele o batizara, ele nao lembra exatamente.


As formulas batismais na CC não eram uniforme antes de 1950. Assisti um batismo na CCNA onde o mesmo ancião batizou a primeira pessoa “Em nome de Jesus” e a segunda com a fórmula trintária.


A CC crê que a salvação é pela fé e o batismo é um sinal do pacto entre o indivíduo e Deus, não depende do oficiante ou da denominação. A fórmula em si é adiáfora.”

....



Fonte: Ccb batismo

http://ccbsemcensuras.forumeiros.com/rea-de-debates-para-assuntos-da-ccb-f1/presbiteriana-confissao-de-fe-de-westminster-1643-x-convencao-ccb-1936-t155-15.htm [Fui conferir o link antes de postar e tal informação não é mais encontrada. Acesso em c. 2011].

Nota MCA: Como percebemos, a Congregação Cristã no Brasil não realiza o ato batismal em Nome de Jesus Cristo, mas na verdade é a fórmula em Nome do Pai do Filho e do Espírito Santo é que é realizada em Nome de Jesus Cristo, embora alguns, ou vários, membros da CCB, aparentemente não percebam que é isso que pronúncia gostaria de dizer.

domingo, 3 de novembro de 2013

A REENCARNAÇÃO: UMA AVALIAÇÃO BÍBLICA

"Que é reencarnação? Etimologicamente, “reencarnação” vem do composto latino “re” que quer dizer “outra vez” e “incarnere”, isto é, “em carne”. Religiosamente, falando, é a crença em que alma ou o espírito, muda após a morte para outro corpo. Transmigração, metempsicose, palingenésia e renascimento são sinônimos da palavra reencarnação.

A reencarnação é parte essencial do panteísmo oriental. Hinduísmo e Budismo, os mais antigos sistemas religiosos do oriente pregam a reencarnação. O espiritismo de Alain Kardec, o movimento Rosa-Cruz e a Sociedade Teosófica promovem a doutrina da reencarnação. É uma das crenças mais divulgadas no mundo, através da literatura e do cinema. 

A reencarnação é a essência do panteísmo. Segundo o panteísmo, não há diferença entre Deus e o mundo, pois “tudo é Deus e Deus é tudo”. Normam Geisler afirma que embora haja várias formas de reencarnação dentro das religiões panteísta, a maioria delas têm varias cousas em comum: (1) Um objetivo de perfeição final para a raça humana. (2) Processo evolutivo na direção da perfeição, que não poderá ser atingida instantaneamente, mas, mediante reencarnações. (3) Rejeição da doutrina tradicional do inferno e defesa da “doutrina da segunda oportunidade”, depois desta vida. (4) Defesa da “doutrina do carma” que defende que a conduta da pessoa em vidas anteriores influenciará o tipo de vida que tal pessoa supostamente terá em futuras encarnações. O que a pessoa semeia nesta vida vai colher na próxima. (5) A sobrevivência do eu em sucessivas vidas posteriores. O eu persiste ao longo do processo de reencarnações. (6) São perecíveis e múltiplos os corpos onde ocorrerão as reencarnações. (7) As reencarnações não precisam ocorrer exclusivamente no planeta terra, mas em outros planetas. Há outros sistemas além do solar. 

Os reencarnacionistas frequentemente se voltam para a Bíblia, à procura de sustentação para suas doutrinas. Os textos mais usados, equivocadamente, são: Jó 1.20,21; Jr 1.4,5; Mt 11.14; 17.10-13; Mc 9.11-13; Jo 3.3; Tg 3.6. As ideias deles, porém, são contrárias ao ensino bíblico. Vejamos os principais pontos.

Primeiro, o reencarnacionista tem um conceito de Deus contrário à bíblia. O Deus da Bíblia não é uma força impessoal que se mistura com a criação. Deus é transcendente e imanente, ou seja, Deus está tanto além do mundo como dentro dele (Is 66.1-2; At 17.24-28). Deus criou o mundo não usando a si mesmo como matéria(ex. Deo), nem dalguma matéria preexistente, mas, sim, do nada ((Ex. Nihilo). O mundo depende de Deus para a sua própria existência (Gn1.1; Sl 33.9; 103.19). Deus a qualquer momento pode intervir no mundo, de forma sobrenatural. Ele é soberano em suas ações (Sl 104 e 115).

Segundo, o reencarnacionista tem uma visão do homem contrario a bíblia. 
Contrariamente às Escrituras, eles negam a origem do homem na concepção (Sl.139); Negam a unidade entre alma e corpo, vendo o corpo apenas como uma prisão da alma, o que contraria o ensino bíblico que vê o ser humano como unidade alma/corpo (Gn .2.7). A certeza da ressurreição final do corpo é a prova de que o homem possuirá corpo imortal, evento único, final e perfeito. (1 Co 15)

Terceiro, o reencarnacionista é antibíblico quanto ao conceito da morte. Ele ensina que morremos e prosseguimos morrendo incontavelmente, contudo a Bíblia afirma que está ordenado por Deus apenas uma existência neste mundo, seguida de uma única morte. (Hb 9.27)

Quarto, o reencarnacionista se opõe ao ensino bíblico acerca da salvação. Ele concebe a salvação mediante esforços humanos. A lei do carma é a salvação pelas obras. Jesus Cristo, através da obra vicária e substitutiva, pagou todo o nosso “débito cármico”. Ele morreu pelos nossos pecados. (Is 53.2; 2 Co 5.21; 1 Pe 2.24). Deus é o autor da salvação (Rm 3.23-25). Além do mais, conforme a doutrina da reencarnação não existe salvação neste mundo, mas “deste mundo”. Entretanto, Jesus afirma que a salvação começa agora (Jo 5.24; 1 Jo 5.13) e será desfrutada plenamente na eternidade.

Quinto, o reencarnacionista é contrário a bíblia quanto a doutrina do julgamento divino. Com a possibilidade da reencarnação, a morte não é o ponto final e os julgamentos e sofrimentos que o homem enfrenta são temporais. O inferno não existe, mas é apenas uma ameaça hipotética que ajuda as pessoas a receberem o evangelho. Entretanto, a bíblia confirma que o julgamento divino é certo para todos quantos rejeitam a Deus, e a única maneira de escaparmos do inferno, é aceitarmos a salvação que nos é oferecida em Jesus Cristo (Jo 3.16; Jo 5.24)."


Autor: Rev. Arival Dias - (via facebook).

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Amnésia dos Cinco Solas da Reforma

"[...] Antes mesmo de compreendermos os cincos solas que permearam as mentes dos reformadores, precisamos compreender como a igreja contemporânea esqueceu a reforma e como a igreja hoje está seguindo a agenda do mundo. Nas palavras de H.Richard Niebuhr: “todas as tentativas de interpretar o passado são tentativas indiretas de se compreender o presente e seu futuro”.¹

“Repetidas vezes na Bíblia , especialmente nos Salmos, os crentes são conclamados a lembrar-se daquilo em que creem, porque creem, e a transmitir os relatos da história  da redenção a seus filhos” (M.S. Horton, 1999, pag.97) “Assim diz o Senhor: “Ponham-se nas encruzilhadas e olhem; perguntem pelos caminhos antigos, perguntem pelo bom caminho. Sigam-no e acharão descanso”. Mas vocês disseram: ‘Não seguiremos! ’

Mas hoje é comum demais ver até os crentes buscando aquele descanso espiritual numFrenesi de prazer pelo novo e melhorado em vez  pelo experimentado e testado. Hoje muitas das principais denominações que tinham suas convicções firmadas nas sã doutrinas, deixaram de crer na capacidade  de explicar as imensas mudanças que a sociedade pós-moderna aplica hoje. E se poucos sobraram delas para passar para seus filhos dum modo ou de outro dificilmente escaparão da secularização. O protestantismo está perdendo seus membros, por que deu as costas a seus próprios recursos preciosos. “As igrejas do tempo atual desenvolveram um cristianismo de múltipla escolha, no qual os indivíduo escolhem o que preferem e passam por cima daquilo que não se ajusta a seus objetivos espirituais. O que muito deixam para traz é o sentimento penetrante do pecado” (HORTON, 1999, pag.98, grifo meu). Precisamos de uma nova reforma! Certamente os cristãos primitivos enfrentaram a tentação de aparar as arestas e neutralizar a ofensa da Cruz. Como o próprio apóstolo Paulo denunciou aqueles “superapóstolos” de desejarem tornar o cristianismo mais atraente removendo a ofensa da Cruz acabam enfraquecendo o evangelho bíblico.
E hoje os tempos que vivemos os nossos pais não nos passou nem 10% daquilo que a reforma representa, nem mesmo na maioria das igrejas não se prega a essência e a ofensa da Cruz. Mas com esse propósito afirmamos os solas da Reforma: “Somente a Escritura, somente Cristo, somente a graça, somente a Fé e Glória somente a Deus.” Estamos igualmente convencidos de que cada uma dessas declarações está ameaçada mesmo dentro do movimento que se acha na linguagem espiritual direta  descendente da Reforma. Portanto nós, como os nossos antepassados precisamos fazer a nossa confissão diante da igreja e do mundo. No que segue focalizo nossa atenção nesses pontos-chave da Reforma e tiro algumas conclusões sobre onde nós estamos em cada um desses solas em nosso próprio contexto.


[1] H. Richard Niebuhrthe kingdom of god in America (Nova york: Harper and Row, 1937),2."

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Romanos 14 e as Leis Dietéticas do Antigo Testamento


"Esse artigo tem por objetivo contestar as alegações de alguns grupos, que insistem em afirmar que os cristãos devem abster-se de comer certos animais, classificados no Antigo Testamento como imundos, portanto proibidos de serem utilizados como alimento. Tomo como base o capítulo 14 da epístola de Paulo aos Romanos.

“Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes; quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu. Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster. Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus. Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos. Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus. Como está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores a Deus. Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus. Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão. Eu sei e estou persuadido, no Senhor Jesus, de que nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a considera; para esse é impura. Se, por causa de comida, o teu irmão se entristece, já não andas segundo o amor fraternal. Por causa da tua comida, não faças perecer aquele a favor de quem Cristo morreu. Não seja, pois, vituperado o vosso bem. Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. Aquele que deste modo serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens. Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros. Não destruas a obra de Deus por causa da comida. Todas as coisas, na verdade, são limpas, mas é mau para o homem o comer com escândalo. É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar ou se ofender ou se enfraquecer. A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvidas é condenado se comer, porque o que faz não provém de fé; e tudo o que não provém de fé é pecado.”

O contexto em que Paulo escreve essas palavras tem a ver com as divergências entre cristãos de origem judaica e de origem gentílica quanto à observância dos dias santos (Sábados e Festas) e alimentos proibidos na lei. Alguns podem tentar argumentar por exemplo, que esse texto não se refere à carnes classificadas como imundas, mas às carnes sacrificadas aos ídolos. Embora essa questão pudesse estar presente, o texto nos fornece dados suficientes para entendermos que de fato Paulo trata especificamente das carnes listadas como imundas no capítulo 11 de Levítico. Notemos os versículos 14 à 17:

“Eu sei e estou persuadido, no Senhor Jesus, de que nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a considera; para esse é impura. Se, por causa de comida, o teu irmão se entristece, já não andas segundo o amor fraternal. Por causa da tua comida, não faças perecer aquele a favor de quem Cristo morreu. Não seja, pois, vituperado o vosso bem. Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” 

O contexto aqui é claramente de comida considerada impura. E o mais interessante, é que a palavra grega traduzida como “impura” é “koinon” (comum). A mesma palavra que aparece em Atos 10.14, 15: “Mas Pedro replicou: De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa alguma comum e imunda. Segunda vez, a voz lhe falou: Ao que Deus purificou não consideres comum.” O termo “comum” era usado pelos judeus para designar aqueles alimentos proibidos em Levítico 11. Essa interpretação ainda é reforçada levando outros textos do novo testamento que deixam bastante claro a permissão para se consumir qualquer espécie de alimento, exceto animais sufocados, sangue e o que foi sacrificado aos ídolos. (Atos 15.20, 29; 21.25, 1 Co. 10.28). Vejamos: 

Atos 10.10-15Estando com fome, quis comer; mas, enquanto lhe preparavam a comida, sobreveio-lhe um êxtase; então, viu o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado à terra pelas quatro pontas, contendo toda sorte de quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. E ouviu-se uma voz que se dirigia a ele: Levanta-te, Pedro! Mata e come. Mas Pedro replicou: De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa alguma comum e imunda. Segunda vez, a voz lhe falou: Ao que Deus purificou não consideres comum.”

A objeção geralmente levantada pelos legalistas é que esse texto refere-se apenas à questão dos gentios, a quem Pedro como judeu considerava impuros ou comuns. Porém, embora de fato a visão tenha essa conotação, se dissermos que Deus não declarou puro tais animais, teremos então que dizer que Deus usou de uma figura falsa, para ilustrar uma realidade. O que seria totalmente incoerente. Veja, que a visão veio no contexto da fome de Pedro, e ele como judeu que era, assim como resistiria comer carne considerada impura, também resistia ir a casa de gentios. O conteúdo da visão pode ser corretamente entendido como sendo, que, da mesma forma como aqueles animais antes eram considerados imundos, mas agora eram declarados puros pelo próprio Deus, assim também o eram os gentios.

1 Cor. 10. 25-28 “Comei de tudo quanto se vende no açougue, sem perguntar nada, por causa da consciência. Porque a terra é do Senhor e toda a sua plenitude. E, se algum dos infiéis vos convidar e quiserdes ir, comei de tudo o que se puser diante de vós, sem nada perguntar, por causa da consciência. Mas, se alguém vos disser: Isto foi sacrificado aos ídolos, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; porque a terra é do Senhor e toda a sua plenitude.”

A objeção imediata dos legalistas é que esse texto se referia às carnes sacrificadas aos ídolos. Embora esse seja o assunto central abordado pelo apóstolo. O texto deixa explicita a permissão para se comer toda e qualquer espécie de carne, exceto se o crente for advertido que o tal foi sacrificado aos ídolos. Notemos que Paulo está escrevendo aos crentes que viviam na cidade de Corinto e não em Jerusalém. Um açougue gentio tinha toda espécie de carne e não somente aquelas que eram permitidas pela lei. E ele ainda vai mais longe. Se alguns dos infiéis (trata-se de qualquer espécie de não cristão) convidasse um cristão para ir comer em sua casa, o convite poderia ser aceito o crente é orientado a comer o que for colocado diante dele, sem nada perguntar. Os legalistas quando vão comer na casa de algum não cristão, geralmente indagam se a comida contém carne de porco, camarão, etc.

1 Tim. 4.3-5 “ Proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificada.”

Temos aqui mais um texto que fala claramente que toda criatura de Deus é boa para servir de alimento. Os legalistas ainda tentarão argumentar usando o episódio da arca de Noé, em que é feita uma divisão entre animais limpos e imundos, para afirmar que estas restrições alimentares existem antes da lei. Porém, Deus disse a Noé, após este ter saido da arca em Gênesis 9.3: “Tudo o que se move e vive ser-vos-á para alimento; como vos dei a erva verde, tudo vos dou agora.”  Nenhuma restrição foi imposta exceto a de comer o sangue dos animais como vemos no versículo 4 “Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.” Não é mencionada nenhuma carne tida por proibida por ser considerada imunda. Possivelmente a divisão que encontramos em Genesis, trate-se apenas de uma imundície no que se refere a animais tipdos por imundos pelas pessoas, por um critério humano e não classificados assim por Deus. Também admite-se a hipótese de que fossem animais considerados imundos, por não serem aceitos para sacrifício a Deus. Mas não encontramos nenhuma base para afirmar que a restrição ao consumo desses animais já vigorasse nos dias de Noé.

Podemos então concluir, que o cristão estando sob o novo concerto, não está debaixo da proibição de comer os animais classificados como impuros em Levítico 11. A leitura de Romanos capítulo 14 apoiada pela leitura de outros textos bíblicos nos dão abundância de evidências quanto a isso. Se alguém deseja abster-se de comer aqueles animais tem liberdade em Cristo para faze-lo. Mas não tem o direito de querer impor sua opção á toda a comunidade cristã!"


 Autor: Rev. Francisco Belvedere Neto

Nota MCA: Só encontramos a orientação no NT a respeito da moderação, temperança, autodomínio, que incorre no nosso comportamento alimentar. Fato esse que a medicina hoje confirma, sendo que tudo exagerado é problemático para o organismo. 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Mateus 28.19 é autêntico?

Para Ricardo Nicotra, e outros antitrinitarianos, a passagem trinitária de Mt 28.19 foi incluída por alguns após o Concílio de Nicéia. Da página 42 até 55 de seu livro, ele concentra energias para, pelo menos, colocar em dúvida a autenticidade das palavras de Mt 28.19. Nicotra diz que existe “evidência histórica de que a versão original muito provavelmente tenha sido adulterada.” (Eu e o Pai Somos Um, p. 53).

Nicotra, e outros antitrinitários, teriam descoberto isso e Deus não foi poderoso em preservar a Palavra Dele...!? Nem deixou Deus nem uma única prova em forma de MSS que pudesse levar-nos a essa informação de forma objetiva?


Os argumentos de Ricardo Nicotra são:



1) Ele mostra que citações de Eusébio de Mt 28.19 não incluem as palavras ‘em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo’, juntamente com a versão de George Howard.

2) Ele apresenta as referências de fazermos o uso do Nome do Senhor Jesus.
3) Todos os batismos realizados em Atos foram feitos em Nome de Jesus.
4) Nenhum outro uso do Nome do Pai do Filho e do Espírito Santo foi usado na Bíblia.
5) Várias autoridades históricas são invocadas para indicar o Batismo em nome de Cristo, ao passo que o batismo, conforme Mt 28.19, seria um desvio.


Analisemos as objeções:


1) Sobre Eusébio, Nicotra diz: “Na maioria das vezes suas citações de Mateus 28:19 eram muito semelhantes a esta: “Ide e fazei discípulos de todas as nações em meu nome, ensinando os a observar todas as coisas que eu vos tenho ordenado [...] Temos plena convicção de que se os manuscritos que Eusébio tinha diante de seus olhos dissessem “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” ele jamais teria citado como citou “em meu nome” apenas.” (EPSU, p. 53). Mas depois ele acrescenta duas informações que deixam essa ‘prova’ em suspense:

·         “Segundo a Enciclopédia de Religião e Ética, volume 2, pág. 380, Eusébio citou 21 vezes a comissão de Mateus 28, ou omitindo tudo entre “nações” e  ensinando-os” ou, na forma mais frequente, “fazei discípulos de todas as nações em meu nome”.

·          “É interessante notar que no final de sua vida, após o Concílio de Nicéia, Eusébio incluiu em obras como “Contra Marcelo de Ancira” e “Sobre a Teologia da Igreja” citações de Mateus 28:19 incluindo o batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”

Ricardo Nicotra gira em torno de ‘evidências’ subjetivas. As provas são inconstantes, pois Eusébio não foi textualmente fiel, literal, em suas citações, como ele mesmo atestou. Mas mesmo assim, citou o batismo trinitário! Nicotra dificilmente aceitaria 1 João 5.7 por causa da citação de Cipriano, que disse em 250 AD as palavras trinitárias, aliás, Nicotra serve-se de argumentos semelhantes dos defensores do Texto de 1 João 5.7, sem nenhuma prova manuscrita - nem de peso, nem em quantia

A ‘prova’ apresentada em torno de Eusébio não é confirmada por nenhum manuscrito, e mesmo que fosse, tais provas ainda seriam contadas e/ou pesadas.


Sobre George Howard: Esse mesmo estudioso incluiu o tetragrama no NT para alegria das Testemunhas de Jeová. Um tempo depois rejeitou, ele mesmo, a teoria que apresentou, dizendo que as Testemunhas de Jeová leram a sua ‘teoria’ como fato (Veja: http://testemunha.orgfree.com/nome.htm). 



Sobre a versão que ele exibe, sem nenhuma prova de um MSS sequer, é impossível agradar até mesmo Nicotra: 



“18 Jesus, aproximando-se deles, disse-lhes: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. 19 Ide 20 e ensinai-os a observar todas as coisas que vos ordenei para sempre.” - Mateus 28:18-20. (Na Tradução de George Howard em Hebraico).


Por essa versão de Howard nem mesmo o batismo Jesus teria ordenado!

2) Os 36 textos que ensinam usar o nome de Jesus: Não temos o que dizer aqui. Pois não se trata nenhuma objeção ao ensino de Mt 28.19. 

3) Correto. Com isso 'discordo' quando ministros evangélicos celebram casamentos* ou oram em Nome do Pai do Filho e do Espírito Santo, mas não posso discordar de Mt 28.19.


4) Autoridades históricas citadas na página 50:


·         O batismo foi mudado pela igreja católica no segundo século? A fonte não tem a concepção protestante de igreja católica, pois todos nós sabemos que a Igreja Romano surgiu bem depois. O DIDAQUÊ, um documento do fim do primeiro século início do segundo (cerca de 110 AD) já fazia menção do batismo no nome da trindade! Além também de dizer que o ‘batismo era feito no nome do Senhor’... 

·         A citação de Justino é ainda mais problemática. Pois ele estava aqui nesse mundo por volta de 165 AD! Se o Didaquê e Justino afirmam o batismo trinitário (com base em Mt) o argumento de Nicotra que o batismo e o ensino trinitário surgiram por volta do sec. IV, vai por água abaixo.

Mateus 28.19 é um forte testemunho em favor da Trindade, mas claro que não é o único. Ricardo Nicotra serviu na verdade, a causa do diabo, quando atacou a confiabilidade bíblica, para atacar a doutrina Trinitariana.

*Declarar casados em Nome da Trindade, é apenas uma prática religiosa.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Adventismo acusa Metodismo de Heresia! ou de Ortodoxia? - Resposta de um pastor Metodista

Todos sabem do barulho que Leandro Quadros faz em relação aos escritos de seus oponentes: ‘Eles não usam obras primárias’... ‘Não investigam nas obras adventistas’.. Quando ele entrou em contato com o reverendo Ageu sobre o que eu disse na palestra do JMC, entre outras coisas, ele escreveu:

2º: Eles rejeitavam veementemente (mesmo sem ter a plena compreensão da doutrina) era a doutrina da Trindade como apresentada pelos credos cristãos da época, especialmente um credo Metodista de 1856, que dizia o seguinte: “[...] existe um único Deus vivo e verdadeiro, sempiterno, sem corpo ou partes [...]” (Citado em A Trindade…, p. 234). Eles não rejeitavam a importância da doutrina de Deus manifesto em Três Pessoas (mesmo crendo no Espírito como sendo o “poder de Deus” ), mas a doutrina Tradicional da Trindade que continha elementos não bíblicos supracitados e que são negados até hoje pelos adventistas e por qualquer outra denominação Protestante e Trinitariana.”

(Esse assunto, Trinitarianismo e Adventismo, e outras referências, tratamos AQUI.)

Um tempo antes, o Trinitarianismo dos Metodistas, serviu para outra coisa. Provar que Ellen White ‘era’ Trinitariana! Veja o que o Leandro postou anteriormente, me criticando:

"Além disso, se ele realmente estivesse preocupado em informar o seu publico, não teria sido tão seletivo a ponto de não informar que Ellen White era trinitariana e acreditava na Divindade de Cristo. E não poderia ser diferente, pois, ela veio do metodismo." http://novotempo.com/namiradaverdade/o-ministerio-de-ellen-white-a-operacao-do-erro-de-satanas/


Entrei em contato com alguns pastores Metodistas, indagando sobre acusação adventista, tendo o seguinte pano de fundo: O Metodismo algum dia adotou algum Credo a respeito da Trindade [em 1856, conforme apontado pelos autores adventistas], que foi rejeitado pela maioria das igrejas protestantes?

Recebi a resposta do reverendo Francisco Belvedere, Pastor Metodista, nos seguintes termos:

“Graça e Paz irmão Luciano!

Quanto à afirmação do apologista adventista citada em seu artigo, o que te digo é o seguinte:

1.      Desconheço qualquer credo metodista datado de 1856. O Metodismo histórico orienta-se primeiramente pelas Escrituras Sagradas, pelo Credo Apostólico, pelos 25 artigos de religião do Metodismo e pelos sermões e notas de John Wesley do Novo Testamento.

2.      Os 25 artigos de religião, são oriundo dos 39 artigos de religião da Igreja Anglicana. Curiosamente o antigo I, que trata da Trindade sofreu uma modificação. O artigo anglicano reza: “Há um único Deus,  vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo, sem partes nem paixões... “  O Rev.John Wesley, ao redigir  a versão que seria utilizada pela Igreja Metodista Episcopal (EUA), ele suprimiu a expressão “nem paixões”, por entender que o amor de Deus pela humanidade poderia ser entendido como uma paixão. A redação do artigo ficou então assim: “Há um só Deus vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo nem partes; de poder, sabedoria e bondade infinitos; criador e conservador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Na unidade desta Divindade, há três pessoas da mesma substância, poder e eternidade - Pai, Filho e Espírito Santo.”

3.      Ele mesmo admite que o que eles rejeitavam: “Eles não rejeitavam a importância da doutrina de Deus manifesto em Três Pessoas (mesmo crendo no Espírito como sendo o “poder de Deus” ), mas a doutrina Tradicional da Trindade. Ou seja, o próprio apologista admite que o credo metodista  está de acordo com a doutrina trinitariana tradicional.

Finalmente, fica o desafio ao referido apologista, apontar em quais sentidos a doutrina tradicional da trindade, ou mesmo nosso artigo de religião, é anti-bíblico. 

No amor de Jesus


Reverendo Francisco Belvedere Neto, Pastor Metodista”