Integrar um
novo crente na igreja é a finalização da obra evangelística, ou seja, terminar
o processo ao introduzir a nova ovelha no arraial visitável de Cristo. Isso
pode demorar, mas é compensador. A eternidade deixará claro que na verdade, o
tempo gasto não foi nada.
Devemos lembrar que a integração oficial, cabe aos
líderes oficiais da igreja local. Porém, isso não significa que a integração do
novo discípulo à vivência experimental e existencial da igreja está sob a
responsabilidade agora de um grupo de presbíteros/pastores, etc. É MAIS um
grupo que participará dessa integração, mas você, bem como toda a igreja tem
essa responsabilidade. Portanto, a integração que nos é exigida é a integração
espiritual e social, na igreja. E é sobre essa faceta da evangelização que quero
destacar. Um tipo de “Ministério
Barnabé”, para essa faceta da
evangelização - justifico o termo.
Um homem
perseguiu duramente a igreja de Cristo, seu nome era Saulo. Sabemos que ele
depois com um encontro com o Senhor Jesus, se converteu (At 9). Ele se tonou o
maior baluarte do cristianismo, mesmo dentre todos os apóstolos. Além de
apóstolo, missionário e teólogo, foi inspirado a escrever boa parte do que hoje
temos no Novo Testamento. Até mesmo o apóstolo o proeminente Pedro reconheceu a
sabedoria de Paulo (II Pe 3.15).
Mas antes de
surgir um Paulo, havia o temido Saulo. Imagine se você estivesse na igreja
naqueles dias? Se seus familiares e irmãos cristãos tivessem sido perseguidos e
torturados pelo agora crente, Saulo? Leiamos um texto interessante para esse tema –
Atos 9.26,27:
“E,
quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos discípulos, mas todos
o temiam, não crendo que fosse discípulo. Então Barnabé, tomando-o consigo, o
trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor e lhe
falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus.”
Saulo é o
melhor exemplo de uma pessoa com dificuldade de ser integrada na igreja. Não
porque ele não queria, mas por causa do medo da igreja. Perceba que Barnabé
veio, e o introduziu na igreja, diante da liderança e deu testemunho a respeito
dele. Provavelmente ele estava entre os discípulos entre os quais Saulo
encontrou logo após o seu batismo (At 9.19).
Esse deve
ser nosso esforço com as pessoas que estamos evangelizando. Levá-los a fazer
parte da Igreja local, e se sentir membro da família e não visitante!
Infelizmente algumas igrejas acabam se isolando em grupos, e não abre o leque
deixando o visitante de lado. A Igreja é um fogão de uma boca só, por isso não
deve existir panelinhas. Além disso, deve ser rejeitado qualquer trabalho em
torno de um grupo de ‘afinidades’. Isso não é cristianismo bíblico. Se existir
grupos e identidade mais próximos, por idade, localidade, razões familiares,
etc, deve ser uma convivência natural e espontânea, jamais excluindo outros.
Como integrar um novo crente
na família cristã local? Algumas sugestões:
• Deixe-o informado de todas as
atividades da igreja.
• Convide-o insistentemente para
participar de atividades sociais da igreja.
• Apresente-o, com discrição, a todos os
irmãos.
• Apresente-o aos líderes da igreja –
pastor, presbíteros, diáconos, líderes.
• Os irmãos deve ter iniciativa de
conversar com o novo crente (mais uma vez, o fogão da igreja deve ter uma boca
só, para que exista apenas uma panela... ‘quem lê entenda!’).
• Passe o contato dele para outros
irmãos, para que periodicamente fale com ele e o anime na caminhada cristã.
• Fale dos ministérios que ele pode
participar – sociedades, EBD, etc.
• A medida que a amizade aumentar,
convide-o para um momento ‘social’ junto com outros irmãos maduros, para que
linguagem, hábitos e atitudes cristãs sejam percebidas por ele.
• Ajude ele enentender que a igreja é
uma mescla de pessoas - convertidas e não convertidas (I Co 5; Tg 4; Ap 2,3),
maduras espiritualmente e imaturas (Hb 5.11-14; Tg 3.1,2).
• Peça oração e ore por ele sempre.
Barnabé
ainda deu outro exemplo de integrar um discípulo na igreja local. Seu sobrinho
João Marcos não gerou muita confiança no apóstolo Paulo, por causa de uma
atitude de abandono que o mesmo teve em um momento (Veja Atos 13.13 com
15.37,38). Com isso, Paulo não desejou mais a companhia de Marcos. Barnabé,
porém, insistiu. Acabou que houve uma divisão na equipe missionária (At
15.39,40). Não sabemos quem estava com
razão. O registro de Lucas não revela nada a respeito, apenas registra o
fato. O tempo passou, o tempo revelou que pelo menos, o ministério de Barnabé,
estava bem ativo em integrar pessoas, ajudando-as a serem reconhecidas e
recebidas. Como podemos dizer isso? O mesmo apóstolo que rejeitou a companhia
de João Marcos, anos mais tarde enviou uma cata e solicitou a presença do mesmo
que ele um dia não tinha confiança: “Toma
contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério.” (II Tm
4.11).
Mesmo antes
disso, Marcos já havia sido recebido pelo apóstolo Paulo conforme lemos em
Colossenses 4.10 e Filemom 24. Pela graça de Deus, Barnabé ajudou o próprio
Paulo a entender que mesmo após uma decepção, compensa investir em pessoas,
integrá-las na igreja. Sem dúvida alguma, a atitude de Paulo também, contribuiu
muito para o crescimento de João Marcos.
Um alerta se faz necessário - integrar pessoas na Igreja também será um
risco, porém, não precisamos temer as decepções. Podemos até tomar algumas
precauções, mas jamais, podemos ler os corações – devemos integrar a todos.
Além disso, o ser humano é instável e multável – se até mesmo um convertido
maduro falha, o que dizer de novos na fé? Devemos esperar o melhor das pessoas,
incentivá-las, mas jamais nos esquecer, que a rocha inabalável e imutável é o
nosso Senhor Jesus (Hb 13.8), o supremo Pastor que reúne as suas ovelhas (Jo
10.16).
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