“Porém daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem
o Filho, mas unicamente o Pai.” (Mateus
24.36 [Mc 13.32*]).
Diante desse texto, os seguidores do Corpo Governante da Torre de
Vigia, repetem o discurso de que Jesus não pode ser Deus, como o Pai Jeová, visto
que com isso prova que ele, Jesus Cristo, não teria todo conhecimento, sendo
assim limitado:
“Tivesse
Jesus sido a parte igual do Filho numa Divindade, teria sabido o que o Pai
sabia. Mas Jesus não sabia, pois não era igual a Deus.” (Deve-se crer na
Trindade, p. 19).
“Naturalmente,
não seria assim se o Pai, o Filho e o Espírito Santo fossem coiguais em só
Deus.” (Raciocínios, p. 402).
Ø O
que podemos responder diante dessas objeções?
Devemos reconhecer que esse é um texto aparentemente difícil
dentro da abordagem da doutrina de Cristo, PORÉM, não pela objeção dos
opositores da divindade de Cristo, mas pela doutrina bíblica da unidade da
Pessoa de Cristo. No entanto, já que os opositores da deidade de Cristo usam
esse texto, devemos, portanto, responder.
Primeiro, não há duvida de que a Bíblia ensina a Divindade
absoluta de Cristo (Jo 1.1; Cl 2.9). Sua Deidade é comprovada abundantemente na
Escritura Sagrada (Fl 2.5; Rm 9.5; Tt 2.13; Hb 1.3,6,8,10). Ao mesmo tempo, a Bíblia,
ensina que o Filho de Deus assumiu uma natureza humana, se revestiu de
humanidade, tornando-se semelhante a nós:
“E
o Verbo se fez carne, e
habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai,
cheio de graça e de verdade.” Jo 1.14
“Dos
quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente.
Amém.” Romanos 9.5
“Por
isso convinha que em tudo fosse semelhante
aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é
de Deus, para expiar os pecados do povo.” Hebreus
2:17
Há muitos outros textos que confirmam isso, mas creio que os
citados já são suficientes. Deus se fez carne. Ou seja, o Verbo, o Filho de
Deus, assumiu outra natureza, unida à sua natureza divina. Porém, não
temos duas pessoas, mas uma só Pessoa – a pessoa do Filho.
O Credo de Calcedônia
exprime o ensino bíblico, sendo assim assumido por todas as igrejas cristãs:
“(...)
Todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e
mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, perfeito
quanto à humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, constando de alma
racional e de corpo; consubstancial [hommoysios] ao Pai, segundo a divindade, e
consubstancial a nós, segundo a humanidade; “em todas as coisas semelhante a
nós, excetuando o pecado”, gerado segundo a divindade antes dos séculos pelo
Pai e, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, gerado da Virgem
Maria, mãe de Deus [Theotókos]; Um só e mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito,
que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis e imutáveis,
conseparáveis e indivisíveis;[1] a distinção da naturezas de modo algum é
anulada pela união, mas, pelo contrário, as propriedades de cada natureza
permanecem intactas, concorrendo para formar uma só pessoa e subsistência
[hypóstasis]; não dividido ou separado em duas pessoas. Mas um só e mesmo Filho
Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor; conforme os profetas outrora a seu
respeito testemunharam, e o mesmo Jesus Cristo nos ensinou e o credo dos padres
nos transmitiu.” (Site www.monergismo.com)
O Credo Atanasiano já dizia antes de Calcedônia:
“também
é necessário para a salvação eterna, que se creia fielmente na encarnação do
nosso Senhor Jesus Cristo. É, portanto, fé verdadeira, que creiamos e
confessemos que nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é tanto Deus como homem. Ele
é Deus eternamente gerado da substância do Pai; homem nascido no tempo da substância
da sua mãe. Perfeito Deus, perfeito homem, subsistindo de uma alma racional e
carne humana. Igual ao Pai com relação à sua divindade, menor do que o Pai com relação à sua humanidade. O qual, embora
seja Deus e homem, não é dois mas um só Cristo. Mas um, não pela conversão da
sua divindade em carne, mas por sua
divindade haver assumido sua humanidade. Um, não, de modo algum, pela confusão de substância, mas pela unidade de
pessoa. Pois assim como uma alma racional e carne constituem um só homem,
assim Deus e homem constituem um só Cristo.”
É possível Cristo
ser uma única Pessoa – com duas naturezas, e ainda assim não saber o dia e hora
de Seu retorno, visto que ele é Deus, e Deus sabe de todas as coisas?
A única explicação plausível é que é possível sim -
segundo a sua humanidade. Observe que os Credos mostram que não
houve mistura das duas naturezas, logo, cada uma continuou ser o que era –
Deus e Homem. O grande teólogo Charles Hodge escreveu:
“[...]
em relação à pessoa de Cristo consiste que nenhum
atributo de uma natureza é transferido para outra.” (Teologia Sistemática,
p. 773[grifo meu]).
Portanto, por um lado ilimitada, ao mesmo tempo que pelo outro, limitada.
Como isso era processado em uma ÚNICA PESSOA, não é explicado na Bíblia,
devemos apenas confessar assim (Dt 29.29). No texto em mira, Jesus podia estar
falando em referencia à sua humanidade, o que é confirmada pelo contexto – no mesmo
discurso Jesus, registrado por Mateus, se referiu ao Filho DO HOMEM nos versículos
27, 30, 37, 39 44; 25.13. 31.
“[Mc
13.32] sendo oculto nos conselhos do Pai de tal modo que o próprio Filho, na
Sua aceitação voluntária das limitações
da encarnação, não participa do segredo.” (O Novo Comentário da Bíblia, p.
1018[grifo meu]).
Não significa que quando Jesus usava o termo Filho do Homem ele estava se referindo à sua humanidade e
dispensando a sua divindade, não em absoluto. Muito menos como sendo outra
personalidade (Charles Hodge, Teologia Sistemática, p. 767). O que é dito de
certa natureza é dito da Pessoa, e o que é dito da Pessoa é dito da natureza. Mas
significava que sua humanidade era real e o que dela ele falava era de fato e
em realidade, e que por homem, algumas coisas estavam incluídas – sua limitação
por exemplo, naquela natureza, para que ela não fosse Divinizada, e assim ele
deixaria de ser homem.
Outra sugestão implícita é
a missão do Filho. Segundo o
teólogo Louis Berkhof essa passagem
“[...]provavelmente
significa que este conhecimento não estava incluído na revelação que Ele, na
qualidade de Mediador, tinha que realizar.” (Teologia Sistemática, p.649).
O uso de Mateus 24.36, pelo Corpo Governante, cai na classe da
crítica do teólogo assembleiano Esequias Soares:
“Os
grupos religiosos contrários à divindade absoluta de Jesus costumam usar fora
de contexto, como ponta de lança, as passagens bíblicas que revelam as
características humanas [de Cristo]. Isso vem desde os primeiros séculos da Era
Cristã.” (Cristologia – a doutrina de Jesus Cristo, p. 50).
*Saber que o Senhor virá em data muito
distante, poderia ser mal usada por nós, conforme explicou J. C. Ryle
(Meditações em Marcos, p. 173,174).
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSabedores somos da limitação de Jesus como ser humano que era e é; sendo que após Sua ressurreição o corpo dele é incorruptível, glorificado, não sujeito a morte.( Rm.6.9 ). Com sua natureza 100% humana ele estava limitado no espaço , tempo e conhecimento. Por este fato declarou não saber o dia nem a hora de sua volta à terra. Porém ao mesmo tempo, que não sabia como homem , o sabia como Deus, pois " nele habita toda plenitude da divindade " ( Cl.2.9 )As duas natureza estão presentes em Jesus e elas não se misturam . Ele é O Emanuel. As vezes agia como Deus e as vezes como homem, na realidade um grande Mistério para nós finitos e limitados pecadores depravados que somos.
ResponderExcluirSabemos que como O Verbo encarnado Ele sabia, pois é Deus e sabe de todas as coisas . Ele é Onisciênte. ( Jo.21.17 )
Não nos esqueçamos que O Senhor Jesus tem um nome que somente Ele sabe ( Ap.19.12 ).
Deus ilumine Seu povo e traga para Cristo Suas ovelhas.
Em Cristo
Wilton
Um dos melhores sites apologetico do Brasil, irmão Luciano excelente matéria que seita maluca, omal das seitas é texto fora do contexto arma fatal o brasil precisa urgentemente duma nova safra de apologistas sãos que ensinem a palavra sadia Parabéns Luciano biblia neles .
ResponderExcluirTambém dou meus parabéns a Luciano.muito bom!
ResponderExcluirTambém dou meus parabéns a Luciano.muito bom!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLuciano! Você conhece o "apologista" João Flávio Martinez, da CACP?
ResponderExcluirPois bem, ele tem tratado os Reformados como seita herética. Constantemente tem levantado uma guerra contra nós.
Isso é triste.
Depois, escreve algo a respeito.
Abraço.
Sim...conheço e lamento que ele assumiu essa cruzada sem sentido algum.
ExcluirJá comentei algo aqui no blog sobre isso...
Deus colocou Abraão a prova .
ResponderExcluirPediu que imolasse seu filho Isaque.
Após se colocar de forma a cumprir a ordem do altíssimo , o Deus Eterno e onisciente declara que : " Agora sei que ... "
Claro que o Deus Eterno sabia da decisão de Abraão.
Jesus como Divino , sabia e sabe o dia de Sua volta gloriosa à terra dos viventes.
Como homem não tinha conhecimento, nosso querido e Eterno Salvador que deixou Sua glória ao encarnar-se e " abriu mão " de Seus atributos divinos, porém NUNCA de Sua Divindade.
Como dito acima na postagem Ele era e é 100% Deus e 100% homem. As duas naturezas não se misturam. Precisamos observar este fato ao meditarmos nas Santas Letras.
Deus nos ilumine
Em Cristo
Wilton