“De um lado, Teologia da
Prosperidade; de outro, Teologia da Libertação. Uns odeiam a pobreza e buscam
sair dela pela porta da religião; outros não estão nela, mas a adoram porque
essa adoração lhes assegura um lugar cativo no céu terreno do marxismo: um atalho
rápido para um arremedo de santificação. Do lado "popular",
confirmando a máxima (irônica) conservadora, "pobre não gosta de
pobre" e tenta usar Deus como um ídolo papainoélico pra subir na vida; do
lado "chique", o esquerdista cristão do tipo caviar se prostra em
adoração à própria autoimagem de pessoa muito piedosa que ama os pobres - mas
só de longe, só de língua.
Diante disso, é claro que precisamos confrontar a ambas as teologias igualmente. Em comum, têm entre si a ênfase material: a redenção prometida em ambas passa pela economia.
Mas minha preferência
recai sobre a confrontação da segunda, por vários motivos. A natureza do
primeiro erro é mais simples: quem se deixa seduzir pela Teologia da
Prosperidade é tentado pela própria cobiça - que, uma vez reconhecida, torna-se
facilmente combatível.
Já quem cai nas malhas
da Teologia da Libertação (ou da Missão Integral, ou de qualquer amálgama entre
cristianismo e marxismo) a duras penas enxergará suas motivações, pois estão
encobertas pela aparência do altruísmo e dos bons sentimentos: quer-se redenção
econômica não para si, mas para o pobre. O correlato óbvio - estimular a cobiça
de outrem em vez da própria - é soterrado sob os protestos de uma autoestima
que resiste a ver ruírem suas bases. Como inferiu Schlossberg em Idols
for Destruction, o assistencialista precisa desesperadamente dos
necessitados para sentir-se útil, elogiado - e sim, redimido. A redenção é
econômica para o pobre (só idealmente, pois nunca se concretiza), mas religiosa
para o pregador marxista, uma religião que é culto a si mesmo: sua pregação o
faz encarnar o Sumo Bem.
Para fazê-lo desistir de
todas as benesses emocionais dessa crença, muito tempo e saliva são requeridos.
A demolição do marxismo sintético com o cristianismo requer longas
considerações teológicas, filosóficas, sociológicas, históricas, psicológicas e
por aí vai.
É nisso que entra alguém
como eu, para auxiliar aqueles que lidam diretamente com teologia e ensino da
Bíblia, mas, sendo pastores em 99,9% dos casos, não têm tempo nem vocação para
a multidisciplinaridade. Meu sonho é que a igreja brasileira possa contar com
um número cada vez maior de cristãos que se identifiquem com essa proposta, que
é própria da apologética: encontrando lugar entre a teologia e
a cultura, promover um intercâmbio saudável e barrar aqueles conteúdos que
desfiguram o cristianismo bíblico.”
Olá Luciano, lendo seu post me lembrei de uma mensagem clássica pregada em um congresso da Vinde nos tempos áureos de um Caio Fábio diferente do que conhecemos hoje, disponível a partir do link e subseqüentes: http://www.youtube.com/watch?v=-N5Y-OrBoKY
ResponderExcluirMe recordo que em algum ponto das partes dessa mensagem onde ele trata das tendências teológicas presentes na teologia brasileira no começo da década de 90, ele menciona que seria ótimo "que o pessoal da libertação fizesse um congresso com o pessoal da batalha espiritual e disso provavelmente emergiria uma teologia bíblica".
Infelizmente o tempo passou e a igreja seguiu as tendências negativas da mensagem do Caio... Uma pena realmente. Mas,... nunca é tarde... Parabéns pelo excelente artigo. abs
Talvez, mas acho que é (seria) impossível barrar uma tendência teológica, por pior que seja. Ela ganha adeptos pois tem um grande promotor. Nem mesmo o antigo Caio a barraria... veja, até mesmo o antigamente admirado por nós nós, Silas, cedeu alguns pontos...
ResponderExcluirDeus é Soberano, e continuará tendo seus profetas no meio da apostasia... mas ela, só deixará de existir, na volta de Cristo.