terça-feira, 4 de junho de 2013

A Lei de Deus é eterna

Jesus disse que a lei de Deus se cumprirá, com absoluta certeza. Ele não veio revogar nada da lei de Deus, veio sim cumprir. Tanto na prática, como um servo de Deus, bem como profeticamente e tipicamente (Mt 5.17,18). Por isso, mesmo as partes que eram passageiras por sua natureza, são eternas em sua essência, pois elas se materializaram naquilo que prefiguraram, ou anunciavam. Isso está claro.

A lei de Deus garante o evangelho, pediu o evangelho e anuncia o evangelho. A lei torna o evangelho necessário, faz isso de maneira profética, simbólica e condenatória (Rm 7.1-25).

O problema rebatido nas cartas apostólicas é a heresia de olhar para a lei, que em Cristo foi cumprida, como um meio de reconciliação com Deus, ou mesmo como obras de caráter salvífico, (algumas vezes como identificação judaica em oposição ao cristianismo). Isso é aplicado ao que é moral, cerimonial, cívico, etc. na lei. Por outro lado, abandonar a lei na vida cristã, seria negar o padrão de vida que todo justificado afirma ter (Rm 8.3,4).

Acontece que algumas leis foram cumpridas por Cristo, não no sentido profético, mas cerimonial, e como estilo de vida. Estas últimas seriam cumpridas por ele, e não mais deveriam ser reproduzidas na prática cristã. Porém, em Atos encontramos cristãos fazendo o que não mais precisavam (At 21.17-26). Qualquer período de transição é crítico. Assim, as práticas da Igreja de Atos, devem ser examinadas à luz dessa realidade transitória.

Não existe preocupação alguma dos escritores apostólicos em dividir a lei em moral e cerimonial. Entre 10 mandamentos e demais prescrições. A lei moral pode ser encontrada resumidamente nos 10 mandamentos. Isso não significa que estejam apenas ali. (Até hoje não encontrei no Velho Testamento nenhuma punição ou ‘classificação negativa’, como das que são comuns no VT,  se um casal de noivos tivessem relações sexuais antes do casamento. Nós chamamos de fornicação, pecado sexual tendo a reprovação divinal. O Velho Testamento só obrigava, sob a decisão do pai da moça, o casamento (Dt 22.28,29). O Novo Testamento é que o nivela com o adultério (Hb 13.4).)

Creio, portanto, que os dez mandamentos reúnem, satisfatoriamente, mas não exaustivamente, a lei moral de Deus. Jesus, quando indagado sobre os mandamentos, respondeu citando as palavras de Dt 6.4,5 e Lv 19.18 (veja também Mt 19.18). O NT não se preocupa com a divisão. Os leitores tinham em mira tal questão de maneira livre. Aliás, nem mesmo o VT tinha essa preocupação. A maior prova disso é o Salmo 119. Ali o autor usa palavras como lei, preceito, decreto, estatuto, palavra, testemunho, caminho, mandamento, como sinônimo de toda vontade de Deus dada a Israel.

Não sei se alguém se arriscaria a dizer que ali ele está falando apenas dos 10 mandamentos!!! Os dez mandamentos não proíbem a poligamia.

Aliás, para os cristãos, o sétimo mandamento HOJE, proíbe a poligamia.

Jesus, misturou a lei moral com a civil em um só fôlego, asseverando que ambas era de Deus:
·        
“Porque Deus ordenou: Honra a teu pai e a atua mãe,
e: quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte.”

Na minha leitura da Bíblia, encontro leis diversas, mas que fazem parte de um compêndio, de um único autor: Deus. Tendo todas elas duração eterna, orientações de vida, litúrgicas e tudo mais.

O que acontece é que o NT abre as cortinas do palco da glória de Deus. Coloca todas as coisas sob outra perspectiva, mais exata e plena. A Igreja agora possui eventos diferentes e infinitivamente superiores ao que serviu de contexto para a aplicação da lei de Deus – A Pessoa e obra de Cristo!!! A mesma lei moral de Deus, eterna e abrangente, agora entrelaça com realidades prefiguradas, bem como novas revelações, formatam a norteiam a nossa leitura da lei.

CONCLUSÃO

Um cristão Reformado pode ler a Bíblia TODA, não apenas o Novo Testamento, ou de Atos para frente, como deveria ler os dispensacionalista. Não adianta John MacArthur criticar alguns dispensacionalistas por fazerem isso, quem é incoerente com o próprio sistema é MacArthur e não os dispensacionalistas! (O Evangelho Segundo Jesus, O Evangelho Segundo os Apóstolos – Ed. Fiel). E não apenas Êxodo 20.1-17; e o Novo Testamento como deveriam ler os Adventistas.

Sou adepto de uma visão hermenêutica que coloca Cristo no centro, não apenas como moderador, mas como Soberano, sendo o autor, a causa e o efeito da lei, na verdade de toda a Palavra, o fim e manutenção dela, sem prejuízo para sua missão humana e messiânica.




4 comentários:

  1. Graça e paz do SENHOR aos irmãos do blog...

    Artigo muito edificante. O que me espanta é o fato de que, se tais Leis são perfeitas e maravilhosas, por que não tomá-las como Modelo (sem Anacronismo) supremo de todas as demais leis da sociedade moderna? Triste é ver cristãos REFORMADOS desmerecendo a utilidade e aplicabilidade das mesmas nos dias de hoje. Louvado seja Deus que sempre existirão os fiéis que a obedecerão e darão o devido valor a ela em tempo e fora de tempo. Deus nos abençoe!

    "Tenho visto que toda perfeição tem seu limite. Mas, quanto ao teus mandamentos, são ilimitados!" (Salmo 119.96)

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  2. aaaa O Sábado estar envolvido !!!!!!!!!! O 4° Mandamento da Lei escrita pelo o Dedo do Soberanno Deus...... A PAZ SEJA CONVOSCO .....

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  3. Sétimo Dia, na sua opinião, qual a redação da razão sabática está permaneceu - a de Êxodo ou de Deuteronômio?

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  4. As duas, a do êxodo e de deoteronõmio, pois a de êxodo lembra a criação e de deoterônomio Lembra a redenção. Pós Cristo descansou no sábado na sepultura

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