Jesus disse que a lei de Deus se cumprirá, com absoluta
certeza. Ele não veio revogar nada da lei de Deus,
veio sim cumprir. Tanto na prática, como
um servo de Deus, bem como
profeticamente e tipicamente (Mt 5.17,18). Por isso, mesmo as partes que
eram passageiras por sua natureza, são eternas em sua essência, pois elas se
materializaram naquilo que prefiguraram, ou anunciavam. Isso está claro.
A lei de
Deus garante o evangelho, pediu o evangelho e anuncia o evangelho. A lei torna
o evangelho necessário, faz isso de maneira profética, simbólica e condenatória
(Rm 7.1-25).
O problema rebatido
nas cartas apostólicas é a heresia de olhar para a lei, que em Cristo foi cumprida, como
um meio de reconciliação com Deus, ou mesmo como obras de caráter salvífico,
(algumas vezes como identificação judaica em oposição ao cristianismo). Isso é
aplicado ao que é moral, cerimonial, cívico, etc. na lei. Por outro lado,
abandonar a lei na vida cristã, seria negar o padrão de vida que todo
justificado afirma ter (Rm 8.3,4).
Acontece que algumas
leis foram cumpridas por Cristo, não no sentido profético, mas cerimonial, e como
estilo de vida. Estas últimas seriam cumpridas
por ele, e não mais deveriam ser reproduzidas na prática cristã. Porém, em Atos
encontramos cristãos fazendo o que não mais precisavam (At 21.17-26). Qualquer período de transição é crítico.
Assim, as práticas da Igreja de Atos, devem ser examinadas à luz dessa
realidade transitória.
Não existe
preocupação alguma dos escritores apostólicos em dividir a lei em moral e
cerimonial. Entre 10 mandamentos e demais prescrições. A lei moral pode ser
encontrada resumidamente nos 10 mandamentos. Isso não significa que estejam
apenas ali. (Até hoje não encontrei no
Velho Testamento nenhuma punição ou ‘classificação negativa’, como das que são
comuns no VT, se um casal de noivos
tivessem relações sexuais antes do casamento. Nós chamamos de fornicação,
pecado sexual tendo a reprovação divinal. O Velho Testamento só obrigava, sob a
decisão do pai da moça, o casamento (Dt 22.28,29). O Novo Testamento é que o nivela
com o adultério (Hb 13.4).)
Creio,
portanto, que os dez mandamentos reúnem, satisfatoriamente, mas não
exaustivamente, a lei moral de Deus. Jesus, quando indagado sobre os
mandamentos, respondeu citando as
palavras de Dt 6.4,5 e Lv 19.18 (veja também Mt 19.18). O NT não se
preocupa com a divisão. Os leitores tinham em mira tal questão de maneira livre.
Aliás, nem mesmo o VT tinha essa preocupação. A maior prova disso é o Salmo 119. Ali o autor usa palavras como lei,
preceito, decreto, estatuto, palavra, testemunho, caminho, mandamento, como
sinônimo de toda vontade de Deus dada a Israel.
Não sei se alguém
se arriscaria a dizer que ali ele está falando apenas dos 10 mandamentos!!! Os
dez mandamentos não proíbem a poligamia.
Aliás, para os cristãos, o sétimo mandamento HOJE, proíbe
a poligamia.
Jesus,
misturou a lei moral com a civil em um só fôlego, asseverando que ambas era de
Deus:
·
“Porque Deus ordenou: Honra a teu pai e a atua mãe,
e: quem maldisser a seu pai ou a
sua mãe seja punido de morte.”
Na minha
leitura da Bíblia, encontro leis diversas, mas que fazem parte de um compêndio,
de um único autor: Deus. Tendo todas
elas duração eterna, orientações de vida, litúrgicas e tudo mais.
O que acontece é que o NT abre as cortinas do palco da
glória de Deus. Coloca todas as coisas sob outra
perspectiva, mais exata e plena. A Igreja agora possui eventos diferentes e infinitivamente
superiores ao que serviu de contexto para a aplicação da lei de Deus – A
Pessoa e obra de Cristo!!! A mesma lei moral de Deus, eterna e
abrangente, agora entrelaça com realidades prefiguradas, bem como novas
revelações, formatam a norteiam a nossa leitura da lei.
CONCLUSÃO
Um cristão
Reformado pode ler a Bíblia TODA,
não apenas o Novo Testamento, ou de Atos para frente, como deveria ler os dispensacionalista. Não adianta John
MacArthur criticar alguns dispensacionalistas
por fazerem isso, quem é incoerente com o próprio sistema é MacArthur e não os
dispensacionalistas! (O Evangelho Segundo
Jesus, O Evangelho Segundo os Apóstolos – Ed. Fiel). E não apenas Êxodo
20.1-17; e o Novo Testamento como deveriam
ler os Adventistas.
Sou adepto
de uma visão hermenêutica que coloca Cristo no centro, não apenas como moderador, mas como Soberano, sendo o autor, a
causa e o efeito da lei, na verdade de toda a Palavra, o fim e manutenção dela,
sem prejuízo para sua missão humana e messiânica.
Graça e paz do SENHOR aos irmãos do blog...
ResponderExcluirArtigo muito edificante. O que me espanta é o fato de que, se tais Leis são perfeitas e maravilhosas, por que não tomá-las como Modelo (sem Anacronismo) supremo de todas as demais leis da sociedade moderna? Triste é ver cristãos REFORMADOS desmerecendo a utilidade e aplicabilidade das mesmas nos dias de hoje. Louvado seja Deus que sempre existirão os fiéis que a obedecerão e darão o devido valor a ela em tempo e fora de tempo. Deus nos abençoe!
"Tenho visto que toda perfeição tem seu limite. Mas, quanto ao teus mandamentos, são ilimitados!" (Salmo 119.96)
aaaa O Sábado estar envolvido !!!!!!!!!! O 4° Mandamento da Lei escrita pelo o Dedo do Soberanno Deus...... A PAZ SEJA CONVOSCO .....
ResponderExcluirSétimo Dia, na sua opinião, qual a redação da razão sabática está permaneceu - a de Êxodo ou de Deuteronômio?
ResponderExcluirAs duas, a do êxodo e de deoteronõmio, pois a de êxodo lembra a criação e de deoterônomio Lembra a redenção. Pós Cristo descansou no sábado na sepultura
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