COMO DEUS
SALVOU OS ELEITOS NO AT?
Sempre
dizemos, lemos e ouvimos que a salvação é pela graça. Muitos, no entanto, não
estão dispostos a pensar assim com respeito ao Velho Testamento. Até mesmo o dito:‘no VT a salvação era pela Lei, agora é pela graça’, tão comum no meio evangélico, é aceito como uma verdade estabelecida.
A Confissão
de Fé de Westminster(CFW) aborda essa questão de modo bem claro. Tratando a
respeito da doutrina do Pacto da Graça a Confissão afirma:
“Este
pacto, no tempo da Lei, não foi administrado como no tempo do Evangelho. Sob
Lei, foi administrado por meio de promessas, profecias, sacrifícios, da
circuncisão, do cordeiro pascoal e de outros tipos e ordenanças dados ao povo
judeu, tudo prefigurando Cristo que havia de vir. Por aquele tempo, essas
coisas, pela operação do Espírito Santo, foram suficientes e eficazes para
instruir e edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tinham
plena remissão dos pecados e a salvação eterna; este se chama Antigo
Testamento.”( CFW cap. VII,5).
Essa posição
da CFW estabelece o princípio que norteia esse assunto. Dividindo de modo
simples a CFW afirma:
A) A salvação no AT foi pela graça em Cristo, este
ainda prometido.
B) De várias maneiras essa salvação em Cristo
foi prefigurada.
C) Pelos meios ordinários o
Espírito Santo aplicou a salvação nos eleitos.
D) Os meios usados pelo Espírito Santo foram
suficiente para aquela época.
Algumas
passagens bíblicas proposta pela Confissão serão estudadas. Mas fica claro que
a salvação no AT foi dessa maneira administrada. A CFW não deixa duvidas quanto
a posição Reformada sobre a salvação no AT. Deus sempre salvou pela sua
graça, conforme pré-garantida na eternidade em Cristo.
COMO O
MESSIAS FOI PREDITO
Duas
maneiras principais que houve revelação messiânica no AT foram os tipos e
profecias.
A) Tipo: tipo é uma relação representativa
preordenada que certas pessoas, eventos e instituições tem com pessoas, eventos
e instituições correspondentes que ocorrem em uma época futura (Hermenêutica
Avançada p.141). Uma busca especifica de algum personagem no AT que tenha
correspondência em aspectos específicos com o Messias e/ou sua obra redentora,
corresponderia a essa classificação. O estudo dos tipos, a tipologia, está bem
associada com a Cristologia ( Hermenêutica Reformada, p.187). O correspondente
é chamado de antítipo.
A CFW
refere-se a esse recurso na parte já citada. Mostrando que a circuncisão, o
cordeiro pascoal, ordenanças são todos tipos que pré-anunciaram a
redenção de e em Cristo. Mas não apenas isso, aqueles tipos foram eficazes para
a instrumentalidade do Espírito Santo aplicar a salvação que futuramente foi
garantida em Cristo na cruz.
Um grande
perigo que não raro assombra os que identificam os tipos é a alegoria. O Dr Anglada
faz uma observação que é muito importante para evitar esse erro que é por vezes
decorrente da tipologia. Aceitar como tipo
somente aquilo que os autores do NT indicaram como tipo no AT (Hermenêutica
Reformada, p.189). Ele ainda lembra, recorrendo a outros teólogos, que existem
tipos explícitos e implícitos.
Existem
listas grandes de alegorias envolvendo a pessoa de Cristo. Algumas absurdas a
ponto de perderem qualquer limite, e sem referencial algum. Certa vez vi uma
lista muito infantil que dizia que Cristo era a arca de Noé, que era a força de
Sansão, etc.
B) Profecia: uma predição divina
especifica da vinda do messias e de sua obra, “[...] são declarações divinas
autoritativas [...] e o anúncio antecipado de promessas e ameaças futuras .”(Hermenêutica
Reformada, p.215).
Profecia é uma declaração verbal. Vários textos bíblicos são
explicitamente messiânicos. Outros, porém, não são tão explícitos. Gerando assim
polêmicas visto que outro recurso hermenêutico entra em questão, o sensus
plenior. Esse é um recurso que atribuí um sentido mais profundo e em outro
tempo de certa passagem. Alguns autores dizem que esse sensus
plenior é a melhor resposta para contextualização e aplicação de muitas
profecias bíblicas. Porém, o sensus
plenior sofre resistência por parte de alguns teólogos ortodoxos, como D.
A. Carson, por exemplo, mas defendida por J. I. Packer.
Olá, vc conhece algum livro ou algo do tipo que prove detalhadamente a salvação pela fé ou as doutrinas da graça no Velho Testamento?
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