O blog MCA não tinha por objeto a defesa da teonomia. Os irmãos, Lucio e Cláudio nunca manifestaram apoio. Entrei no debate desse assunto com irmãos por eventualidade. Talvez o pivô disso tenha sido a postagem sobre ‘A Ditadura Gay e meu filhos’, onde o irmão Nozima do blog 5 Calvinista fez uma diminuição da seriedade desse assunto. Naquela época o problema girou em torno do caso Mackenzie. Tempos depois nossa nação oficializou a ‘união de pessoas do mesmo sexo’ chamando isso de casamento. Eu acho que o irmão Nozima errou, eu não estava exagerando.
Depois ali mesmo no 5 Calvinistas o irmão Leonardo Galdino (AQUI) postou na época uma refutação da minha postagem sobre a Teonoma no Símbolos de Fé. Procurou demonstrar que minha acusação contra o Rev. Nozima era injusta. Ele não estava sendo contra a CFW nesse assunto. Eu não queria mais delongar o debate, decidi não insistir mais e apenas postar periodicamente sobre o assunto. O que fiz. O objetivo do MCA não era e não é debater com irmãos na fé (especialmente os Reformados!). Mas deveria girar em torno dos três ideiais proposto. No entanto, com Ricardo Mamedes também debati sobre o assunto (AQUI).
Será que em todos esses casos os irmãos que se opuseram também cometeram erros em sua maneira de interpretar a teonomia? Ou eu que estava lendo a Teonomia de uma maneira mais branda? Essas duas opções podem ser verdadeiras...
Uma postagem do irmão Marcelo do Olhar Reformado sobre a opinião J. Knor e o caso Calvino-Servetus (AQUI)me provocou profundas reações. Parecia que estava me deparando com uma teonomia que não era a minha maneira de ver as coisas.
Algo que o irmão Leonardo indicou na sua postagem me preocupou recentemente. Um trecho da CFW está causando problemas para Teonomia:
“A esse mesmo povo [a nação de Israel], considerado como um corpo político, Deus deu leis civis que terminaram com aquela nacionalidade, e que agora não obrigam além do que exige a sua eqüidade geral.” CFW XIX: 4
Até então, poderia pensar que (sendo os Teólogos de Westiminster Teonomistas o meu pressuposto) o que eles estariam dizendo era que a Igreja não tinha direito de impor sansões penais aos seus membros com base nas leis civis de Israel. Mas o parágrafo não está dizendo isto. Não era a Igreja que estava sendo impedida de aplicar as leis civis, eram essas leis que deixaram de existir, tal como a validade Teocrática de Israel. Isso se ressalta ainda mais em outro trecho da CFW:
“Aos cristãos é licito aceitar e exercer o ofício de magistrado, sendo para ele chamado; e em sua administração, como devem especialmente manter a piedade, a justiça, e a paz segundo as leis salutares de cada Estado, eles, sob a dispensação do Novo Testamento e para conseguir esse fim, podem licitamente fazer guerra, havendo ocasiões justas e necessárias.”
Nenhum Teonomista deixaria de dizer nesse momento a sua posição. Não houve uma voz na Abadia que nos dissesse a posição Teonomista num momento tão apropriado. Ao contrário, não apenas o silêncio, mas uma postura oposta.
As razões bíblicas os Teólogos de Westminster apresentaram.
Eu NUNCA deixarei de ver a Lei de Deus como um padrão justo para toda e qualquer nação seguir. Acredito que em uma decisão política nossa opinião deve sempre seguir os princípios revelados na Lei do Senhor. Tal como a mesma CFW diz sobre a ‘equidade geral dessas leis’. Mas para minha pureza confessional não posso mais me declarar teonomista. Embora a definição linguística dessa palavra seja aplicável a todos os cristãos, ela está na verdade identificando uma escola doutrinária.
Aos irmãos Teonomistas que se decepcionarem comigo e que em debates ficaram do lado que eu estava, me perdoem, mas não posso fazer nada. Ou deixo de ser Presbiteriano. Poderia até tentar continuar teonomista, mas retalharia a minha fidelidade aos Símbolos de Fé. Muitos Teonomistas são Calvinistas, mas não tem ligação com a Confessionalidade Presbiteriana. Como é o caso do Marcelo Lemos (que é pentecostal e anglicano) bem como o Tiago do Internautas (que é Batista e frequenta, até onde sei, a IPB).
Talvez você me diga: ‘Mas isso é uma doutrina bíblica! Você prefere a Confissão a Bíblia!?’.
Respondo: Se fosse uma doutrina bíblica, os nossos irmãos na Abadia de Westiminster não teriam visto? Não sabiam das experiências de Genebra (e da própria Inquisição)? Argumento do silêncio...? Não! Eles se posicionaram sobre o assunto conforme a CFW XIX:4.
Deus nos ajude.
Luciano,
ResponderExcluirSó não entendi o que o meu nome tem a ver com a história, uma vez que foi o Leonardo e a CFW quem fizeram você mudar de ideia. A não ser que seja aproveitar mais uma oportunidade de me criticar...e nem foi com fidelidade, uma vez que, pra mim (e pro STF até prova em contrário), união estável e casamento são coisas diferentes.
Graça e paz do Senhor,
Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro
Irmão Nozima, não foi não.
ResponderExcluir1)Acho que seu nome surge nessa história da maneira que coloquei. Só isso e nada mais.
2)É que eu 'achei que que a situação estava naquele pé todo'... e na sua objeção, lembro-me que vc disse que 'achava que não estava tanto assim'.Ou seja, julgamos o caso na época em conformidade com a nossa leitura.
3) Eu me referi a legalização dessa 'união' estável. Agi com fidelidade.
Acredito que não fui agressivo com vc nessa postagem. Apenas relatei os fatos.
Mas parece que eu vc temos alguns requícios de irritação. Desde os comentários no Cinco Solas... Eu não tenho mágoa e nada, gostaria que acreditasse nisso.
Continuarei a criticar suas posições quando achar que devo. Mudarei quando necessário.
Só isso meu irmão.
Graça e paz do SENHOR aos irmãos do blog...
ResponderExcluirIrmão Luciano, admiro sua sinceridade. Mas não posso deixar de manifestar minha preocupação quanto os motivos que o levaram a esta mudança...
"Se fosse uma doutrina bíblica, os nossos irmãos na Abadia de Westiminster não teriam visto?"
E onde está escrito que os irmãos de Westminster encontraram o equilíbrio análogo de todas as doutrinas bíblicas sem equívocos? Eles também estavam propensos a falhar (como, por exemplo, no caso do Anticristo. Ainda que o irmão tente defender com unhas e dentes que o Papa era O Anticristo final, como interpretaram os puritanos, os sinais bíblicos que seguiriam a revelação dele não se sucederam).
Agora, quanto à confessionalidade, não creio que deixarei de ser presbiteriano por não concordar com o todo o sistema doutrinário da CFW. Apoio e confesso (em totalidade) os símbolos de fé da minha igreja, agora, isso não significa que não posso pensar ou interpretar um texto bíblico a não ser pela ótica puritana.
Aconselho ao irmão cautela... muita cautela. Conheço o seu zelo confessional, e sei de sua preocupação com a IPB. Mas cuidado, pode acabar se tornando um zelo puramente legalista.
Que Deus nos abençoe!
Continuamos amigos, claro!
ResponderExcluirNo entanto, me preocupa os motivos da sua mudança de posição - a CFW! Ora, as confissões de fé reformadas sempre foram introduzidas com alguma resalva do tipo "caso você encontre um erro nos retrataremos", e assim por diante! E isso é ser reformado, não o contrário!
Portanto, se ser "presbiteriano" é abrir mão de convicções bíblicas por causa da CFW, então ser "presbiteriano" não é ser reformado! Pouca diferença há entre isso e catolicismo romano.
Talvez a critica seja severa, mas acredito que é para o bem.
Além do mais, vale lembrar que a CFW é, em certo sentido, anglicana também; e nos 39 Artigos podemos ver que se a Teonomia não foi abraçada, não foi rejeitada - eles se limitaram a dizer "não necessariamente". De modo que, me parece impossível não ter existido vozes pró-teonomia na Abadia. Para ilustrar, vale dizer que os reformadores ingleses mantiveram por séculos o homossexualismo como um crime passível de prisão... O que só foi mudado bem recentemente!
Ah, e apenas um adendo: eu não sou pentecostal, mas sou continuísta (risos). Aliás, no Olhar Reformado já publiquei e escrevi alguns textos refutando a teoria pentecostal.
De seu conservo;
Marcelo Lemos
www.olharreformado.com
Os teólogos de Westminster entendiam que o Magistrado civil tem autoridade e dever de zelar para que a verdade de Deus seja mantida pura e inteira e que todas as blasfêmias e heresias sejam suprimidas (23:3).
ResponderExcluirGraça e paz do SENHOR aos irmãos do blog...
ResponderExcluir"me parece impossível não ter existido vozes pró-teonomia na Abadia"
Isso é verdade irmão Marcelo! O silêncio na Confissão não implica necessariamente no silêncio da assembléia. Irmão Luciano, você mesmo havia me dito uma vez que muitos puritanos eram contrários até mesmo a "fazer comida" no Dia do Senhor. E, nem por isso, a posição deles foi registrada.
Ainda acho precipitada sua atitude... mas, espero que esteja sendo feita com convicção, oração e boa base exegética.
Obrigado irmãos pelas observações, todas justas e prudentes.
ResponderExcluir1) Ao Marcelo: De fato, se ser presbiteriano é rejeitar a bíblia isso é ser diabólico. Mas não creio que os irmãos puritanos não tenham visto isso, produzindo uma parte bem problemática para Teonomia. Pelo que vi, pode ser que eu esteja errado, mas me parece que o texto da CFW está bem claro...
Desculpe-me de te chamar de pentecostal.
2) Luis, mas algo bem diferente é que o que eles manifestaram sobre esse assunto.
3) Vandim é um ponto interessante, o que não deixa a Teonomia como 'heresia'.
Mas não estou para defender a minha mudança em detrimento da posição Teonomista. Só foi uma decisão confessional.
Mas prossigamos em proclamar o evangelho.
Graça e paz do SENHOR aos irmãos do blog...
ResponderExcluirNão posso esconder: Estou muito decepcionado. Considerava que a posição teonomista do irmão era formulada com base nas Escrituras e não na confissão doutrinária.
Pensei que todos os textos e posts feitos em defesa do correto uso e aplicação da Lei de Deus eram motivados pela defesa da boa exegese bíblica, e não da CFW.
Infelizmente meu irmão não posso (e nem vou) deixar de manifestar minha preocupação! E, repito, não é pela mudança de conceito (todos mudamos!), mas é pelos motivos que levaram a tomá-la. Minha oração, atualmente, é para que o SENHOR cuide do irmão e o proteja de um farisaísmo legalista, puramente embasado na tradição, e não na interpretação sadia, pessoal e fiel das Escrituras. Como o irmão mesmo já mencionou sobre J. I. PACKER:
"todos os cristãos tem o direito e o dever de interpretar a Bíblia, desde que seja com responsabilidade hermenêutica"
Espero (e vou orar por isso!) que o irmão preserve esta mentalidade, e não se deixe levar (como pareceu demonstrar) por "doutrinas feitas por homens".
Que o SENHOR nos abençoe!
Irmão Luis, agradeço a preocupação e oração.
ResponderExcluirMas quero te responder com uma parte da
postagem:
"Eu NUNCA deixarei de ver a Lei de Deus como um padrão justo para toda e qualquer nação seguir. Acredito que em uma decisão política nossa opinião deve sempre seguir os princípios revelados na Lei do Senhor. Tal como a mesma CFW diz sobre a ‘equidade geral dessas leis’. Mas para minha pureza confessional não posso mais me declarar teonomista. Embora a definição linguística dessa palavra seja aplicável a todos os cristãos, ela está na verdade identificando uma escola doutrinária."
abraços.
Vcs são todos uns fanáticos, esquecem do mais importante que é oamor ,estou buscando ajuda para saber da verdade e ninguém se posiciona ,se ser cristão é isso tô fora continuo no mundo que pelko que estou vendo é menos hostil,seus hipócritas,nem todos que disserem Senhor,Senhor entrará no reino dos céus,isto eu ouvi no mundão me disseram que é biblico,e vocês? parecem uns medalhistas personalidades,fanáticos,é por causa de gente como vocês que as igrejas estão vazias!!!
ResponderExcluirOi Lumay, estarei a sua disposição para poder lhe ajudar na busca do verdadeiro conhecimento biblico.
ResponderExcluirnão sou dono da verdade, mas á procuro na fonte que a indica a BIBLIA que provem do verdadeiro Deus criador.
concordo com você.
Em Cristo.
Gênes Soares.
Pessoal, estou postando em todo artigo que houve comentários, então...
ResponderExcluirhttp://mcapologetico.blogspot.com/2012/03/como-fazer-um-bom-debate.html
São as novas regras de debate do MCA para melhorar as discussões.
O irmão fala que a CFW não é teonomista, mas você talvez não saiba é o fato histórico de que o capítulo XXII ao qual você se refere foi escrito por americanos nos Estados Unidos e não pela Assembléia de Westminster.O capítulo XXII foi alterado pelos americanos DEPOIS da independência. O que temos agora não é a Confissão de Westminster original, mas a versão alterada.
ResponderExcluirA colônia de Rhode Island nos Estados Unidos foi o primeiro estado em toda História do Ocidente com um governo "religiosamente neutro". Isso aconteceu em 1644 sob o comando do batista Roger Williams. Mas até 1775, todos os estados americanos - com exceção de Rhode Island - exigiam que os magistrados fizessem juramento trinitariano, na maioria dos casos com a Bíblia aberta em Deuteronômio 28 (falando sobre as bençãos e maldições nacionais).
Em 1776, deístas e maçons conseguiram convencer as pessoas de que mesmo com somente entre 1% - 2,5% de impostos, eles estavam sob algum tipo de tirania britânica. Em meio a isso, colocaram na Constituição Americana no Artigo VI, cláusula 3 (sem o conhecimento do grande público):
"Nenhum requisito religioso poderá ser erigido como condição para a nomeação para cargo público".
George Gillespie, um escocês e um dos mais importantes teólogos da assembléia de Westminster escreveu:
ResponderExcluir"Em lugar nenhum de todo o Novo Testamento, lemos a respeito da abolição da lei judicial naquilo que se refere ao castigo por pecados contra a Lei Moral... Se não fosse assim, então o magistrado é livre para escolher castigos conforme o seu próprio arbítrio. Mas isso não é uma coisa arbitrária, pois ele é ministro de Deus Rom. 13.4, o julgamento pertencence ao Senhor Deut. 1.7; 2 Chron. 19.6..."- VVholesome Severity
O livro na íntegra pode ser lido aqui:
http://www.covenanter.org/GGillespie/wholesome_severity.html
Esse é um clássico dos clássicos da teonomia.
Samuel Ruthford foi outro importantíssimo delegado da Assembléia de Westminster. Ele é famoso por sua obra "Lex, Rex" onde ele advoga o governo limitado e o constitucionalismo. Sua obra influenciou muito John Locke depois.
Em sua obra "A Free Disputation", ele defende exatamente a mesma coisa que George Gillespie em "VVholesome Severity".
O livro pode ser lido na íntegra aqui:
http://thirdmill.org/newfiles/sam_rutherford/sam_rutherford.FreeDisputation.html
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirIrmão Rafael, muito obrigado pelas informações. Estou imprimindo e repensando tudo sob oração.
ResponderExcluirUm fato que ainda me intriga> A IPB adotou esta Confissõa alterada. Ou seja, mesmo assim, confessionalmente eu ainda preciso ficar nessa posição (sobre os viúvos, por exemplo). Da mesma maneira, como dizer que é a CFW que estou seguindo?
Sim, essas questões preciso estudar.
Agradeço muito, irei pegar seus comentários e postar futuramente...