quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Mateus 10.28 ensina a aniquilação?

Não temam os que matam o corpo, mas não podem matar a alma; pelo contrário, temam aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo. (Mt.10.28 - NAA)

Introdução
A fala de Jesus em Mateus 10.28 tem dado munição para ambos os lados na discussão sobre o destino final dos ímpios. Digo ambos os lados, pois há pelo aos menos três perspectivas de interpretação possíveis. Considerando isso, se pinçarmos palavras isoladas e sem levar em consideração o contexto em que são utilizadas, a tendência é obviamente forçar a afirmação a se encaixar no ponto de vista que se busca defender. Temos então três leituras:

1. Imortalista: Que entende que o texto afirma a imortalidade da alma e consequentemente refere-se a um castigo eterno e consciente dos perdidos.
2. Aniquilacionista: Essa vertente interpreta que perecer, significa literalmente ser destruído. Portanto, tanto o corpo quanto a alma serão destruídos após o juízo final. Alguns adeptos dessa leitura podem ate considerar o estado intermediário consciente pós-morte antes do juízo final.
3. Aniquilacionista Materialista: Ramo do aniquilacionismo que nega que o ser humano tenha uma existência imaterial que sobrevive a morte. Portanto não existiria um estado intermediário consciente pós-morte.

O contexto imediato como podemos ler em Lucas 12.4,5 é que existe algo além do corpo, que pode sofrer castigo divino após a morte: — Digo a vocês, meus amigos: não temam os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vou mostrar a quem vocês devem temer: temam aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo que a esse vocês devem temer. (NAA)

Um detalhe interessante é que Lucas aqui não fala em “matar” ou “destruir” ou qualquer outra palavra que remeta a isso para a alma, alias, ele também sequer utiliza essa palavra. Aqui fala-se em um castigo que vai além de “matar o corpo”. O castigo é “lançar no inferno”. A palavra grega Psiché (alma)significa personalidade, mente, vida (no sentido de existência) e era utilizada também para designar a existência espiritual do ser humano. Está muito claro nos dois textos que trata-se de uma existência pós-morte do corpo. Algo que sobrevive a morte física. Podemos comprovar isso em Apocalipse 6.9,10 e 20.4:

“Quando o Cordeiro quebrou o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram Clamaram com voz forte, dizendo: — Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” (Ap.6.9,10 – NAA)
“Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade para julgar. Vi ainda as almas dos que foram decapitados por terem dado testemunho de Jesus e proclamado a palavra de Deus. Estes são os que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam a sua marca na testa e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos.” (Ap.20.4 – NAA)

Portanto a primeira visão que podemos descartar aqui é o aniquilacionismo materialista. A segunda questão é se o texto em questão ensina a aniquilação. Os mortalistas (aniquilacionistas) argumentam que a palavra grega traduzida por “perecer”, é apollumi que significa não somente destruição, mas também: extravio, ruina, etc. A palavra pode carregar o sentido de desgraça ou miséria em vida. Se conectarmos esse texto a outros que falam de tormento eterno, chegaremos a conclusão que o texto não trata de tornar o corpo e alma inexistentes, mas de uma situação de ruina eterna. Temos exemplos bíblicos onde essa palavra aparece e não significa aniquilação:


  • Mas, de preferência, procurem as ovelhas perdidas (apollumi) da casa de Israel. (Mt 10:6 – NAA)
  • E quem der de beber, ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade lhes digo que de modo nenhum perderá ( apollumi) a sua recompensa. (Mt.10.42)


Podemos fazer uma tradução desse texto da seguinte forma: Não tenham medo dos que matam o copo e não podem matar a alma, temam aquele que pode arruinar no inferno tanto a alma como o corpo. A ideia é de causar dano, castigo, sofrimento e não de tornar inexistente.



Conclusão
Concluímos, à luz das evidencias, de forma sucinta e objetiva, que o texto Bíblico em questão não pode ser usado como subsidio para os argumentos Aniquilacionistas. Outra coisa em questão é que ficou claro que Alma é de fato uma parte imaterial do ser humano. Fica claro que há existência e castigo além da morte físico."

Rev. Francisco Belvedere Neto

14 comentários:

  1. Na parábola do rico e Lázaro, lucas 16:19-31, os adventistas falam que é uma ficção e que não se fundamenta doutrina em parábola. Se a parábola defendesse a mortalidade da alma, os adventistas estariam usando a parábola do rico e Lázaro com unhas e dentes. https://www.youtube.com/watch?v=tptnOBOOtA4.
    Mas a bíblia diz ´´E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.´´Isaías 53:9 ACF; e também diz ´´O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano.´´1 Pedro 2:22 ACF; Portanto a bíblia diz que JESUS nunca mentiu ou enganou. JESUS também disse ´´... A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou.´´João 7:16 ACF; A doutrina da imortalidade da alma vem de DEUS e não de homens. Na parábola do rico e lázaro, no caso dos adventistas, cumpri-se esta passagem ´´E as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não as creram.´´Lucas 24:11 ACF. Preferem crer na tal ´´profetisa´´ e seus escritos do que quer nas palavras de JESUS CRISTO.
    ´´Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar.´´
    Lucas 21:33 ACF

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    1. Interessante que a explicação que os mortalistas dão a essa parábola apenas vai no sentido de fazer ela dizer o que ela não diz... eles inutilizam de tal forma seu valor de ensino que pergunto - para quê Jesus ensinou daquela forma?

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  2. Se no Antigo Testamento a alma tanto do rico quanto do Lazaro foram para debaixo da terra então tem algo errado na narrativa, pois como podem almas espirituais ficarem na terra?? A alma humana só sobrevive no mundo dentro de um corpo onde interage mas na terra não é possível. Então deveria ir para fora do planeta Terra indo ficar aonde no espaço? Se tem esse lugar no espaço por mais distante que seja é um mundo material.

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  3. Devemos estar alertas para o vasto potencial das forças psíquicas do homem, porquanto isso é uma manifestação de sua natureza como uma psique (ou alma). a teologia nos alerta para o fato de que o homem, em seu livre arbítrio, tem o seu destino em suas próprias mãos. O poder do homem lhe foi dado e delegado como parte de sua natureza essencial, por parte de Deus. a biblia apela p/ o homem como se ele realmente agisse com base nos mandamentos dados, como se dirigisse seus poderes inerentes na direção do bem. Paulo, escreveu que devemos "desenvolver" (isto é, levar a plena fruição) a nossa salvação(Filipenses 2.12, 13). Naturalmente, isso é feito em cooperação com a missão de Cristo. Isso está vinculado à atuação da vontade divina em nós (versiculo 13). O fator divino e o fator humano existem, operam e estão interrelacionados, embora não saibamos explicar de que modo Deus se utiliza da vontade humana, sem destruir a sua liberdade. o arminianismo defende um determinismo suavizado, pois se, por um lado, Deus é quem faz as coisas acontecerem, ele não anula o livre arbítrio humano, e nem condena ativamente os homens ao julgamento final. É interessante que tanto o antigo como o novo testamento, ocasionalmente, apresentam uma forma teísta da predestinação, em que o Ser de Deus, a mente divina, determina os acontecimentos previamente. tais acontecimentos podem ser físicos, celestiais, cosmológicos, humanos, em suma, todas as coisas, tudo quanto existe na criação de Deus, é determinado por vontade de Deus. Afeta o estado do ser de todas as coisas, e é de natureza, teleológica, isto é, tem alvos e propósitos definidos a serem atingidos. No que diz respeito aos homens, opera em todas as coisas, incluindo a salvação das almas. Por conseguinte, a eleição (que envolve a salvação de alguns dentre os homens) e a reprovação (que importa na condenação de outros homens), seriam tão somente subcategorias da predestinação. existe certo esforço dos estudiosos evangélicos por evitarem a idéia de "sorte", pois supostamente, essa seria cega, ao passo que a predestinação é guiada pela inteligência divina.

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  4. é triste ver que a rádio cpad agora toca a música do grupo adventista ´´ quarteto mensageiros do rei´´ . enquanto a editora cpad continua publicando livros apologético contra seitas e heresias. que contradição !

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  5. As escrituras não ensinam a idéia da destruição da alma no julgamento, no sentido que a alma cessará de existir, e sim que ela será arruinada quanto ao propósito original que Deus planejou para ela. A tragédia maior do juízo não é que os perdidos sofrerão, pois certamente isso lhes sucederá, mas é antes que terão perdido o destino que poderiam ter obtido, sendo transformados conforme a imagem de Cristo. eles não poderão jamais obter a vida dos eleitos, que é a própria vida de Cristo. Sem dúvida essa é uma perda infinita e essa é a tragédia da perdição. nós erramos quando não consideramos esse aspecto da perdição. O lago do fogo não será instituído senão após o milênio, conforme se aprende no vigésimo capitulo do livro de Gênesis.

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  6. A interpretação majoritária é que o ser será condenado eternamente na geena. O ser sendo destruído ele será arruinado também ou seja estará sendo arruinado proporcionalmente aos seus pecados para no fim ser destruído. O aniquilacionismo não exclui a ideia de que os condenados terão perdido o destino com Deus. Uma vez destruídos nunca poderão obter a vida do salvos. Se a geena é eterna haverá sempre seres não amando a Deus e consequentemente pecando infinitamente. Uma destruição plena é o fim do mal por completo na visão eternalista o mal "vence" pois a falta de amor a Deus permanecerá para sempre. Se a geena vai ser criada isso é confuso pois Deus é perfeito como pode ele criar um lugar de eterno sofrer tão cruel? Lembrando que tudo que Deus cria é bom.

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  7. As escrituras nunca pretenderam resolver todos os mistérios envolvidos na questão sobre o estaado dos mortos, e nem se mostram totalmente homogeneas. os antigos hebreus não tinham um conceito de uma alma imaterial, como uma entidade distinta do corpo físico. Portanto, eles também não tinham conceito de uma vida após túmulo para a alma. Antes, o homem era pó, destinado a voltar ao pó (Gn 3,19). no A.T. a palavra hebraica "Seol" aparece 65 vezes, embora sem um desenvolvimento da doutrina. Os antigos hebreus acreditavam que o seol seria um abismo literal na terra. no idioma hebraico, seol era um sinônimo de sepultura, não envolvendo necessariamente, mais do que a idéia de sepultamento. Isso se deve a um comum fenômeno gramatical, que reaparece em todos os idiomas as palavras homógrafas, que são usadas com mais de um sentido (um exemplo comum em português é manga). Porém essa idéia básica se foi aprimorando, de tal modo que nenhum profeta do A.T. pensaria que seol fosse apenas a "sepultura", ou vice-versa. Por isso a idéia hebraica original de uma alma distinta do corpo, quando muito, chegava somente à idéia de uma sombra, uma espécie de força psíquica; não envolvia qualquer idéia de partir para uma vida superior. o seol era temido, e não antecipado com satisfação. Isso era reforçado pelo fato de que não há uma doutrina do céu no Pentateuco, como a futura e feliz habitação dos homens, ainda que Deus fosse concebido como residente ali, juntamente com os anjos. Entre os judeus, a doutrina sobre o estado dos mortos foi adquirindo novas facetas. Nos livros apócrifos e apocalípticos encontramos a menção a um paraíso (como parte boa do seol), em contraste com a porção do seol que importa em julgamento. A ressurreição é ali mais firmemente estabelecida como uma doutrina. Além disso, nas obras pseudepígrafas, como o testamento de Levi, o testamento de Abraão, a assunção de Moisés e o livro de Enoque, a relatos de descidas ao hades, que teríam redundado na melhoria do estado das almas ali residentes, ou mesmo de almas totalmente remidas e tiradas daquele lugar, o que se reflete em 1° Pedro 3,18 e 4,6, no nosso novo testamento canônico. Alguns gostam de pensar no N.T. como um documento homogêneo, apresentando todas as doutrinas de maneira sistemática. No entanto o estágio da revelação da verdade nos evangelhos, é um; passa-se para um novo estágio no livro de Atos e ainda em outro, em Paulo. Pedro certamente reconhece que Paulo tinha revelações todas suas (2° Pd 3,15), e assim por diante. O Senhor Jesus mesmo deu a entender que, quando da vinda do Espírito Santo os seus apóstolos subiríam a um novo degrau da revelação divina: "...quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda verdade... e vos anunciará as cousas que hão de vir" (João 16,13).

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  8. Na verdade o N.T. é um receptáculo de idéias antigas, e não apenas a apresentação sistemática de uma nova fé religiosa. Portanto embutidas no N.T. temos varias idéias judaicas helenistas sobre a vida após túmulo; mas também obtemos informações que ultrapassam em muito a esses pontos de vista. A passagem de 1° Pedro 3,18 e 4,6 mostra que a missão de Cristo incluiu o próprio hades, de tal forma que a oportunidade de salvação não termina quando da morte biológica de uma pessoa. A maioria dos primeiros pais da Igreja deu importância a essa doutrina, mas não tem sido levada em conta na Igreja ocidental, exceto entre os anglicanos. A Igreja oriental sempre teve esse conceito como parte de seu ensino. O trecho de Efésios 4, 8e seguinte mostra que a descida de Cristo ao hades teve o mesmo propósito que a sua ascensão, ou seja, para que pudesse preencher todas as coisas, tornando-se assim tudo para todos. Isso prova que a descida ao hades, tanto quanto a ascensão, por parte de Cristo, teve propósitos remidores e restauradores. O trecho de Efésios 1,10 ensina que a vontade de Deus, a longo prazo, após as eras da eternidade futura, consiste em restaurar todas as coisas. Isso significa que lado a lado temos o propósito remidor e o propósito restaurador de Deus. A redenção visa os eleitos; a restauração, a toda a humanidade. Em tudo isso, o Logos Jesus Cristo, em sua encarnação, é altamente exaltado, visto que a sua missão é um magnífico sucesso, e não um lamentável fracasso, conforme é tão frequentemente pregado em algumas denominações da Igreja. Essas dimensões maiores da missão e da realização de Cristo são encaradas mais a sério pelos pais gregos da Igreja, pela Igreja oriental e pela comunhão anglicana. Mas a Igreja ocidental tem mantido um ponto de vista mais rígido e limitado sobre a oportunidade da salvação, negligenciando o ensino bíblico da restauração.

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  9. Muitos argumentos vazio muito blá blá blá, sem conteúdo bíblico, é o maior perigo não comentar biblicamente os argumentos.

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  10. Por que não uma só Igreja? Por que Igreja ocidental e oriental? O Espirito Santo tem a função de unir a Igreja era pra ter uma só doutrina com as igrejas locais pregando exatamente a mesma coisa em todos os pontos teológicos. Restaurar todas as coisas me leva a pensar em uma redenção cósmica inclusive dos animais onde um inferno eterno(geeena) presente seria algo contraditório e em Apocalipse diz que Deus criará novos céus e nova terra ora se cria é bom e portanto substitui o anterior e a geena não pode estar nisso. Se a redenção visa os eleitos isso seria Calvinismo ou algo tipo um pensamento calvinista ? O ser humano aceita Cristo logo coopera com salvação pois age por si e continua perseverando com boas obras (ações do crente). Creio no purgatório pois os seres humanos pecam e o pecado vai se acumulando nos seres humanos logo é presciso sempre pedir perdão a Deus pois o pecado está na alma também aliás o pecado começa na alma pois a Bíblia usa a palavra "coração" que seria o âmago da alma. I Pedro o hades seria onde? Debaixo da terra? Almas não podem ficar debaixo da terra e se é fora do planeta Terra seria dentro do Universo logo seria um lugar material também fora do Universo estaria além do Universo aí seria dentro de Deus.Parabéns para os que creem no purgatório.

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