Eu já estou acostumado com a apologética
adventista de duas vias – todo crítico adventista, que os classificam como
seita, ou é 1. desinformado, ou é 2. desonesto. Quem mais tem popularizado essa
defesa entre os adventistas é o apresentador da TV Novo Tempo, Leandro Quadros.
Infelizmente, podemos dizer que nem toda crítica é livre de erros da natureza
indicada por ele, afinal ninguém domina um assunto plenamente, porém, Leandro
Quadros já popularizou isso de forma tal, que quando ele começa dizer “se o
fulano tivesse lido tal e tal coisa” soa como que uma solução irrefutável para
os seus fãs contra os críticos adventistas.
Sabemos que o reverendo Nicodemus deu uma
aula sobre a o adventismo em uma igreja que pastoreava, ele apontou que o
adventismo crê que Jesus tinha uma natureza pecaminosa – com base em uma afirmação em uma obra adventista, intitulada Estudos Bíblicos. Como lhe é peculiar, Leandro Quadros
assumiu a defesa da IASD diante de Nicodemus em um vídeo (AQUI) em que seleciona
informações desse debate, que não é unanimidade no arraial adventista, e dá a
entender que tal afirmação do Dr. Nicodemus, foi parcial e sem base em uma
pesquisa profunda.
Daí, Quadros diz que Ellen White, não ensinava isso. Claro, isso é significativo, já que essa autora é considerada profetisa, inspirada, nos burgos adventistas. No entanto, será mesmo que Ellen White não ensinava que Jesus tinha uma natureza pecaminosa? Será que não estamos diante do fato que o Pr Natanael alertava, que 'o adventismo fala com os dois lados da boca'?
Daí, Quadros diz que Ellen White, não ensinava isso. Claro, isso é significativo, já que essa autora é considerada profetisa, inspirada, nos burgos adventistas. No entanto, será mesmo que Ellen White não ensinava que Jesus tinha uma natureza pecaminosa? Será que não estamos diante do fato que o Pr Natanael alertava, que 'o adventismo fala com os dois lados da boca'?
Vejamos se respeitado historiador adventista,
George R. Knigh autor de livros adventistas e autor das notas do badalado livro
adventista Questões sobre Doutrina, tem a nos dizer sobre isso. É curioso, que no vídeo que Quadros diz que Nicodemus
selecionou informações limitadas, mas ele próprio fez o mesmo que os autores de Questões, na entrevista que deram ao
evangélico W. Martin, fizeram. Omitiram deliberadamente algumas afirmações de
Ellen White sobre o tema:
“A desconfiança de que os delegados adventistas podem ter ocultado
a verdade da posição tradicional adventista é aparentemente confirmada na seção
do apêndice do livro Questões Sobre Doutrina sobre "A Natureza de Cristo
Durante a Encarnação". No apêndice
das citações de Ellen White, os autores do livro acrescentam um título
afirmando que Cristo "Assumiu a Natureza Humana Sem Pecado". Esse título é problemático, pois
implica que essa era a ideia de Ellen White, quando de fato ela foi bem
enfática em declarar repetidamente que Cristo tomou a "nossa natureza pecaminosa"
e que "tomou sobre Si a natureza humana caída e sofredora, degradada e
contaminada pelo pecado".12 (Ver as anotações históricas
ampliadas sobre esse tópico nas páginas 437-445 do livro impresso [Apêndice B,
III], 277, 278 [Cap. 33, IX].)”
“Dessa maneira, de acordo com Ellen White, na encarnação Cristo de
fato, em vez de vicariamente, tomou
sobre Si a "nossa natureza
pecaminosa" (Review and Herald, 15 de dezembro de 1896, p.
789).”
“Vestido com as roupagens da humanidade, o Filho de Deus desceu ao
nível daqueles a quem desejou salvar. NEle não havia engano ou pecaminosidade; Ele foi sempre puro e incontaminado; embora tenha tomado sobre Si a nossa
natureza pecaminosa" (Review and Herald. 15 de dezembro de
1896, p. 789).”
“Pensemos na humilhação de Cristo. Ele tomou sobre Si a natureza humana caída, sofredora, degradada e contaminada pelo pecado.
Ele tomou as nossas dores, carregando as nossas aflições e humilhações.
Suportou todas as tentações com as quais o homem é assediado. Uniu a Sua humanidade
com a divindade: um espírito divino habitou em um templo de carne. Uniu-Se com
o templo. 'O verbo Se fez carne e habitou entre nós', porque ao assim fazer
poderia associar-Se com os pecaminosos e aflitos filhos e filhas de Adão"
(The Youth's lnstructor, 20 de dezembro de 1900, p. 394).”
“O título
número III tem sido visto como problemático porque implica que Ellen White
acreditava que Cristo "tomou a natureza humana sem pecado", quando de fato ela reivindicava o
oposto. Por exemplo, em 1896 ela escreveu que Cristo "tomou sobre Si a
nossa natureza pecaminosa" (Review and Herald, 15 de dezembro
de 1896, p. 789). Novamente em 1900, ela registrou que "Ele tomou sobre Si a natureza humana caída, sofredora, degradada
e corrompida pelo pecado"
(The Youths histructor, 20 de dezembro de 1900. p. 394). Essas citações, como se poderia esperar,
foram deixadas de fora da compilação em Questões Sobre Doutrina. Assim, o
livro não apenas supriu um título equivocado, mas também negligenciou a
apresentação da evidência que teria contestado aquele título. O resultado foi
que o livro Questões Sobre Doutrina vem sendo difamado por muitos adventistas e
provavelmente tem feito mais para criar divisão teológica na Igreja Adventista
do que qualquer outro documento, nos seus mais de 150 anos de história.”
“Dessa maneira, eles estavam usando ambas as definições de
natureza humana sem pecado. Com essa compreensão em mente, o título da página
437 (do livro impresso) [III. Assumiu a Natureza Humana Sem Pecado] e a não inclusão das declarações de Ellen
White reivindicando que Cristo possuía
uma natureza pecaminosa foram menos que honestos e transparentes.”
“Não é
totalmente surpreendente que os autores de Questões Sobre Doutrina procurassem evitar aquelas declarações
de Ellen White reivindicando que Cristo possuía uma natureza humana pecaminosa
e também deixar a impressão de que ela sustentava que Ele tinha uma natureza
humana sem pecado.”
“Como
resultado, ao que parece, os autores de Questões Sobre Doutrina foram tentados
a evitar algumas das fortes declarações de Ellen White em sua compilação e
prover títulos equivocados. O resultado foi paz com os evangélicos, mas
problemas dentro do acampamento adventista.”
“Primeira, contrário às claras declarações de
Ellen White sobre o assunto, adicionaram um título inferindo que ela
cria que Cristo "tomou a natureza humana sem pecado". Segunda, providenciaram
uma visão unilateral de Ellen White sobre o tópico da natureza humana de Cristo
ao apresentar em Questões Sobre Doutrina a evidência mais forte que puderam de
que Cristo não era semelhante aos outros seres humanos, enquanto negligenciaram aquelas declarações nas quais Ellen White
inferia ou reivindicava que Ele
possuía uma natureza humana pecaminosa.”
“Terceira, deliberadamente
levaram Barnhouse e Martin a crer que a posição dos autores do livro Questões
Sobre Doutrina acerca da
natureza humana de Cristo tinha sido sempre sustentada pela denominação,
"a despeito do fato de que alguns dos seus escritores ocasionalmente têm
impresso material com pontos de vista contrários, inteiramente repulsivos à
igreja de maneira geral". É nesse
contexto que os autores do livro se referiram àqueles que sustentavam a posição
antiga como "extremidade lunática" e como sendo "pessoas
irresponsáveis de visão extravagante" (Eternity, setembro de 1956, p. 6;
ver nota 11 da Introdução Histórica e Teológica). Da perspectiva dos autores de
Questões Sobre Doutrina, o principal entre os que compunham a "extremidade
lunática" aparentemente não era outro senão M. L. Andreasen, o mais
preeminente teólogo da denominação no final dos anos de 1930 e durante a década
de 1940, mas agora relegado a segundo plano.”
“Andreasen não deixou escapar o fato de que LeRoy Froom e os seus
associados no diálogo com os evangélicos não
haviam contado a verdade acerca do ensino de longa data da denominação sobre a
natureza humana de Cristo...”
“Para Andreasen, a mudança sobre a natureza humana de Cristo não
foi nada mais do que uma traição a
fim de ganhar o reconhecimento dos evangélicos. Infelizmente, parece
haver elementos de uma traição na manipulação de dados e nas inverdades que
foram transmitidas a Barnhouse e Martin sobre o tópico. Froom e seus
associados estavam corretos em sentir, a partir do material que tinham sobre o
tópico da natureza humana de Cristo, que a interpretação básica da denominação
sobre o assunto precisava ser mudada, mas eles, ao que parece, não viram como poderiam ser completamente abertos
com todas as declarações de Ellen White e ao mesmo tempo ganhar a
aceitação dos evangélicos sobre esse ponto crucial de diferença. Como
resultado, algumas fortes citações de Ellen White afirmando claramente que
Cristo possuía uma natureza humana pecaminosa foram deixadas fora da compilação
sobre o tópico no Apêndice do livro Questões Sobre Doutrina, enquanto um título
equivocado implicando que Ellen White sustentava que Cristo tinha uma natureza
humana sem pecado foi suprido.”
Se dizer que
Jesus tinha uma natureza pecaminosa é uma heresia, e é, como afirma
enfaticamente Leandro Quadros, então Ellen White a ensinou. Mas, como para tudo
se dá um jeito, a tentativa de se justificar tais declarações é; versando que as afirmações de Ellen White devem
ser entendidas como sendo uma natureza degradada
pelo pecado, mas não a presença do mal moral na natureza de Jesus.
Essa explicação não é obtida da pena de Ellen White, mas no cruzamento de afirmações dela a respeito da impecabilidade de Jesus, e de quem ela geralmente plagiava que fazia uma certa distinção.
Essa explicação não é obtida da pena de Ellen White, mas no cruzamento de afirmações dela a respeito da impecabilidade de Jesus, e de quem ela geralmente plagiava que fazia uma certa distinção.
“Poirier enfatiza que o sermão de Melvill intitulado "The
Humiliation of the Man Christ" é especialmente útil em capacitar-nos para
compreender e reconciliar o aparente conflito nas declarações de Ellen White
sobre a humanidade de Cristo. De acordo com Melvill, a queda teve duas
consequências básicas: (1) "debilidades inocentes" e (2)
"propensões pecaminosas". Por
"debilidades inocentes", Poirier escreve, "Melvill quer dizer
coisas como fome, dor, fraqueza, tristeza, morte. 'Há consequências da culpa
que são perfeitamente inocentes. O pecado introduziu a dor, mas a própria dor
não é pecado.' Por 'propensões pecaminosas', [...] Melvill se refere à
inclinação ou 'tendência' para pecar. Em seu sumário da discussão, Melvill
argumenta que, antes da queda, Adão não possuía 'debilidades inocentes' nem
'propensões pecaminosas', que nascemos com ambas e que Cristo tomou as
primeiras mas não as segundas" (Ministry, dezembro de 1989, p. 7, 8).”
Porém, a
explicação de G. Knigh não logra êxito, e é flagrantemente falha, pois a tal distinção
entre degradação do estado físico resultado da presença do pecado na natureza
humana, já estava incluído nas afirmações de Ellen White, e acrescentava a natureza pecaminosa. O fato é que, a compreensão
que julgo correta é que Ellen White
ensinou sim que Jesus tinha natureza pecaminosa – no sentido comum dos termos,
mas não tinha tendências pecaminosas, muito menos pecou.
Mas, o ponto
aqui não é avaliar esse assunto em si, mas a forma que Leandro se comporta ao
defender o adventismo. Concordo com o incansável apologista João Flávio do
CACP, em um vídeo tratando do assunto (AQUI), - se a IASD dissesse, ‘olha erramos’,
essa expressão não é feliz, Ellen White deveria usar outra expressão, ela
errou, etc’ assunto encerrado. Mas não, como sempre precisam manter a imagem de
que Ellen White jamais errou em matéria de doutrina, daí precisam ficar fazendo
esses remendos.
Embora o
rev. Nicodemus não expandiu a pesquisa – nem era o momento e ambiente para uma
longa e exaustiva explanação, mas se ele o fizesse, teria muito mais
combustível para queimar tal assunto nessa floresta de heresias que são os
escritos de Ellen White. Tal como o caso do Bode Azazel, é Ellen White que é
culpada, não os críticos com suas legítimas conclusões, em sua cadeia de
sistemas doutrinárias.
Encerro aqui
com um recado a Leandro Quadros, mais uma vez. Você diz que os críticos devem
ler livros como o Questões sobre Doutrina, e curiosamente você não recomendou esse livro ao Nicodemus, não é? Para ser mais informado! Mas como
seremos bem informados com tal livro sendo que o que norteou boa parte foi a
dissimulação dos autores adventistas – [mais] desonestos e desinformados?
“Naturalmente, Questões Sobre Doutrina não está livre de erros. Os autores às vezes forçam um pouco mais os fatos em tais questões
como a compreensão histórica do adventismo em relação à Trindade, e mesmo
apresentam seus dados de maneira a criar uma falsa impressão sobre a natureza humana de Cristo. Mas,
tendo em vista o desejo de agradar e a importância das respostas, o livro todo
é uma declaração notavelmente corajosa da compreensão doutrinária tradicional
adventista.”
Você apenas
aproveitou-se dos emaranhados históricos que a seita possui – afinal, negavam a
trindade, a divindade de Cristo – dizer que Jesus tinha natureza pecaminosa,
não era um grande problema na época, e nessa celeuma apontou pontos que são
compensadores ao peso final do produto.
O senhor Leandro Quadros,precisa tomar vergonha na cara e assumir sua profetiza, assumir seus erros falsas profecias e ensinos simples assim.
ResponderExcluirLeandro Quadros = falso profeta.
ResponderExcluirLeandro quadros é um mentiroso!!!
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