Assisti atentamente um
vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=eDgqsNcOQWQ), em
que o apresentador da TV Novo Tempo, Leandro Quadros, comenta sobre um fato
histórico muito interessante e constrangedor: a doutrina da trindade e
os pioneiros adventistas.
Quem lê as informações
adventistas sobre esse assunto pode perceber algumas ‘minimizações’ por parte
do Professor Leandro Quadros, e até mesmo uma “obstrução” nas informações. Vou
provar isso aqui. Menciono o tempo, o que ele disse e a informação documentada
nas fontes adventistas.
1. Tempo 00:40: ‘Nem
todos os pioneiros eram antitrinitarianos’. Embora a pergunta que
enviaram, possa ter dito isso, esse não é o ponto prejudicial, mas sim: A liderança dos
pioneiros adventistas, esse é um ponto regente, que Leandro não menciona. Outra
coisa, o habilidoso Leandro dá a entender até que o número era equiparado, pois ele menciona
pioneiros oriundos do ‘catolicismo’ (?), metodismo e batistas, e da
Conexão Cristã - sendo que apenas estes últimos não eram trinitarianos! O telespectador
desavisado tem uma impressão falsa quando ouve isso.
Veja, porém, o que as
fontes adventistas dizem:
“Entre 1846 e
1888, a maioria dos adventistas rejeitou o conceitos da
Trindade – pelo menos na forma como a entendiam. Todos os principais
escritores eram antitrinitarianos, embora encontremos referências
esparsas a membros que sustentavam pontos de vistas trinitarianos. ” (A
Trindade, p. 217).
“A
maioria dos fundadores do adventismo do sétimo dia não
poderia unir-se à igreja hoje se tivesse de concordar com as “27 Crenças
Fundamentais” da denominação [...] Para ser mais específico, eles não
poderiam aceitar a crença número 2, que trata da doutrina da
trindade [...] Semelhantemente, a maioria dos fundadores do
adventismo do sétimo dia teria dificuldade em aceitar e crença
fundamental número 4, que afirma a eternidade e a divindade de
Jesus [...] A maioria dos líderes adventistas também não
endossaria a crença fundamental número 5, que trata da personalidade do
Espírito Santo.” (Em Busca de Identidade, pp. 16,17)
O que não teve de
verdade por um lado, na objeção enviada a Leandro Quadros, não teve por outro,
na defesa dele... ele omitiu informações significativas.
2. Tempo 1.55: ‘Por
que depois passou a crer na Trindade? Provérbios 4.18’. Leandro Quadros lança
mão de um recurso muito polêmico. Ele cita Pv 4.18 que diz que a luz do justo
brilha mais e mais. Porém, um adventista de nome Azenilto Brito, questiona a
interpretação que Leandro Quadros defende. Veja
“Basta ler o contexto de
Prov. 4:18 para perceber que o assunto não é progresso de conhecimento e
aprimoramento doutrinário de entidades religiosas, mas o despertar do
indivíduo para a vida adulta [...]” (O Desafio da Torre, p.36 [grifo meu]).
Leandro
Quadros segue a interpretação do livro Questões Sobre Doutrina, que
diz:
“Os adventistas do
sétimo dia crêem que o conhecimento humano da verdade divina é progressivo: “A
vereda aos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser
dia perfeito.” (Pv 4.18). Certamente devíamos saber mais sobre a vontade e o propósito de
Deus do que os justos de épocas passadas, e no futuro devemos,
justificadamente, esperar maior desdobramento da verdade bíblica.” (p. 34[grifo
meu]).
Vai
entender quem está com a razão adventista...
Por
fim, no vídeo, Leandro Quadros sugere o livro A Trindade, da editora adventista
(imagem). Eu também recomendo esse livro! Por dois motivos. Primeiro é um bom livro. Em segundo lugar, oferece informações interessantes da história adventista, embora com justificativas embutidas.
Das
várias curiosidades nesse livro, tem uma que faço nota aqui nessa postagem (já
usei muito esse livro em outros artigos e em meu livro), na página 17 nota 4, o
livro mostra que mesmo pelos idos de 1960 havia pregadores antitrinitarianos no
arraial ASD, o que demonstra que o livro Questões Sobre Doutrina engana
(entre outros enganos) quando disse na década de 50:
“...
há menos probabilidade de alguém que mantenha posição ariana ou unitariana
entrar na igreja Adventista do que em outra comunhão protestante.” (Questões,
p. 66).
Como entender a Igreja de Ellen White?
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