quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Augustus Nicodemus, Ezequiel Gomes e a Alma

Deixarei vídeo sobre certeza ou não da salvação e vamos para algo mais relacionado a respeito de um assunto muito palpitante para o Adventismo, a saber; a imortalidade da alma (AQUI). 

Gomes faz menção de vários textos bíblicos para destacar que Nicodemus deu a entender que o Adventismo se baseia apenas em Eclesiastes 9. Mas aí Gomes faz a mesma coisa quando diz que a maior prova de Nicodemus seria apenas a parábola do Rico e Lázaro. Muito interessante, isso não? Essa refutação de Gomes é uma critica feita a si mesmo, portanto.

A interpretação de Ellen White, citada por Nicodemus é de rir até contorcer no chão. Gomes que se porta como um interprete poderia se indignar como um estupro bíblico desse. Veja se você encontra isso em Gênesis:

“[...] a declaração da serpente a Eva, no Éden – “certamente não morrereis” – foi o primeiro sermão pregado acerca da imortalidade da alma. Todavia, esta assertiva, repousando apenas na autoridade de Satanás, ecoa dos púlpitos da cristandade, e é recebida pela maior parte da humanidade tão facilmente como o foi a nossos primeiros pais.” (O Grande Conflito, p. 539).

Quando lemos os escritos de White, percebemos que seu grande problema em relação a esse assunto foi, ao rejeitar o espiritismo, ela foi ao extremo de rejeitar a imortalidade da alma, que obviamente seria um pressuposto (deturpado) do estado dos mortos, isto é – que seria possível a comunicação com os mesmos (Primeiros Escritos, p. 262).

E, claro, tudo que ela escreveu o Adventismo precisa prescrever, investiram forças para atacar essa doutrina. Talvez apenas o Dia do Senhor, o Domingo, seja tão caluniado pela teologia Adventista quanto o ensino de imortalidade da alma. Avaliemos isso que Ellen White disse:

1)    O tema não tinha nada em mira a respeito do que poderia acontecer na morte. O mandamento do SENHOR foi simples e objetivo – não coma da árvore, pois se comer vai morrer (Gn 2.17). 2)    Não houve nenhum sermão tendo uma promessa de imortalidade da alma como recompensa, mas que eles não morreriam (Gn 3.4)! O diabo não disse a Eva – ‘não se preocupe com a morte, sua alma é imortal mesmo, ela continuará viva após a morte’. Não, não houve nada nessa direção. 3)    O assunto tinha como o início a morte espiritual e seguiu a morte física. Note que Deus disse que no dia que eles comessem, morreriam, e o que temos “NO DIA” foi que tiveram um desastre espiritual. Ficaram com vergonha, esconderam-se do SENHOR, fugiram de Sua presença, foram amaldiçoados e expulsos do Jardim (Gn 3.7-19). 4)    Se a imortalidade da alma fosse o foco, apenas após a morte ficaria provado que o diabo estava mentindo! Sim, se promessa do diabo fosse a imortalidade da alma, como uma promessa falsa, então toda a situação que se desenrolou não seria evidência alguma que ele estava enganando, pois apenas após a morte é que se daria ou não o que foi dito. O que nenhum poderia verificar ali e voltar para avisar ao outro que o diabo mentiu!

Ellen White rejeitou o ensino bíblico da imortalidade da alma e o Adventismo vai obedecer, e seguir o rastro de qualquer evidencia e vai usar sua erudição nessa direção. Daí Gomes nos dá uma pérola maravilhosa, que nossa crença é a mesma do espiritismo! Ele tenta lançar fumaça entre o calvinismo e seu debate sobre a predestinação, e olha como o espiritismo e mais justo! Mas que coisa linda essa defesa de Gomes..., vamos lá, seguindo essa apologética comparativa sem sintonia, posso então dizer que o espiritismo também acha que não é justo uma pessoa pagar o pecado de outra – nos parece justo isso, não? – nem nós de Adão nem Cristo de nós!?! Ah, Sr Gomes, pífio isso...

Resposta sobre a mortalidade e imortalidade da alma: É muito fácil tratar desse assunto de forma lógica e claramente bíblica. Deixa eu explicar para os que possuem a Bíblia como autoridade –

1. A definição linguística, para palavra alma, tem uma carga semântica alta, e com o tempo, e dentro do período bíblico, foram acoplados novos conceitos ao termo. Assim, quando lemos um dicionário há uma gama de variedade de sentidos que o contexto onde é citado que deve determinar qual o uso pretendido - (Gomes sabe disso, como pode ser visto em um debate). Alma significa pessoa, vida, eu intimo, vida animal, é dito que Deus tem alma, sangue, a até aqui o adventismo aceita e malha em textos que denotam tais facetas do termo alma (quer em hebraico, quer em grego). Porém, os mesmo dicionários reconhecem que o uso desse termo TAMBÉM, abrange uma parte imaterial (Dicionário Vine, p 34,35; 388,389). Daí o Adventismo não faz o processo de soma para uma conclusão, mas de divisão e camisa de força.

2. O Adventismo, tal como faz com a doutrina de 1844, da reforma da saúde, e do sábado, não considera o peso do NT a respeito do assunto, não caminha com a revelação progressiva, a acaba tirando conclusões erradas para a fé cristã, além de interpretar erroneamente o VT, desde de seu contexto, e sem a luz do NT. Esse é de fato um prejuízo profundo para o adventismo, que teve que ficar nas pisadas de Ellen White.

3. Um tormento momentâneo. O adventismo, porém, ensina que haverá graus e tempo de tormento em por algum tempo, à medida dos pecados praticados. Um famoso apresentador da Novo Tempo, chegou a dizer que alguns vão passar 100, 200, até 1000 anos sendo atormentados. Assim, a questão que incomodou Ellen White foi apenas a eternidade, não o tormento em si:

Os que, porém, não alcançaram o perdão, mediante o arrependimento e a fé, devem receber a pena da transgressão: "o salário do pecado". Sofrem castigo, que varia em duração e intensidade, "segundo suas obras", mas que finalmente termina com a segunda morte.” (O Grande Conflito, p. 544)

4. Temos textos bíblicos que demonstram claramente a imortalidade da alma, bem como a subentende necessariamente.    A pressuposição da imortalidade da alma, especialmente revelada no Novo Testamento, é um prova que tal ensino não foi originado pelo diabo. Ao contrário, o Espírito Santo disse isso na Escritura, deixemos que Ele fale. Note o que ele ensina e que vai na contra mão do que o adventismo ensina, pois destaca ‘castigo’ por toda a eternidade:

“E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes." Mt 13.50.

"E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes." Mt 8.12.

"E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes." Mt 13.42.

"Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. "Mt 25.3.

"Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os profetas no reino de Deus, e vós lançados fora." Lc 13.28.

"E separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes." Mt 24.51.

"Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes." Mat 22.13.

"Pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento." Lc 16.28.

"Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado." Lc 16.25.

“E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” Lucas 23.43

“[...] tenho do desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é muito melhor.” (Fl 1.23)

“aos espíritos dos justos aperfeiçoados.” (Hb 12.23)

"Vemos, portanto, que o Senhor sabe livrar os piedosos da provação e manter em castigo os ímpios para o dia do juízo" - 2 Pedro 2.9.  

“[...] vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos [...]” Ap 6.9

"E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome." Ap 14.11. 

“[...] e vi as almas daqueles que foram degolados [...]” Ap 20.4

"E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre." Ap 20.10

5 comentários:

  1. Sobre a "Fornalha acesa" em Mateus 13.42, também notamos na história do mundo, que diversas nações tem usado a punição da fornalha. trechos de Dan. 3.6 e Jr 29.22 mostram que a fornalha era usada pelos caldeus. Antíoco Epifânio usou essas fornalhas contra os judeus, ao tempo dos Macabeus (2 Macabeus 7). Em tempos mais recentes notamos que na Pérsia também eram usadas essas fornalhas, e quem pode esquecer-se que, na Alemanha de Hitler, utilizaram-se de fornos para destruir literalmente a milhões de judeus? Essa prática desumana tornou-se símbolo do juízo final, e entre os judeus o termo era usado comumente dessa maneria. Não é abordada aqui a questão de graus de julgamento. Jesus apresenta este ensino tão somente para ilustrar o julgamento, utilizando-se de termos conhecidos que podiam ser compreendidos por qualquer ouvinte. Já em Mt 24.51 onde diz "e cortà-lo-ά pelo meio", provavelmente temos aqui uma referência direta a uma forma antiga de punição, isto é, a de cortar uma pessoa em duas partes, serrando-a pelo meio. (Dan. 2.5; 3.29 que falam disso, e Heb. 4.12 e 11.37 tem alusões a isso. Jesus usou os termos mais fortes possíveis para expressar os desastrosos resultados da negligência quanto a mensagem espiritual, quanto ao abuso dessa mensagem, quanto aos abusos contra os nossos semelhantes, especialmente contra os irmãos na fé, e, especialmente, contra o abuso daqueles que deveriamos estar ajudando. Tais pessoas tem seus destinos juntamente com aqueles da mesma espécie, a saber, os ‘hipócritas’. Os hipócritas fingem possuir grande espiritualidade e prestar grandes serviços aos outros, mas na realidade são negligentes quanto a essas questões. Sob os olhos do senhor exibem zelo, mas por detras das costas são totalmente incrédulos e infiéis. No paralelo de Lucas, são descritos como infiéis (Luc. 12:46).

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  2. Análise e resposta em:

    http://novamenteadventistas.blogspot.com.br/2017/08/a-suposta-imortalidade-da-alma-de.html

    Atenciosamente.

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  3. Boa noite. O conceito bíblico e cristão sobre a imortalidade da alma é sempre individual, importando em consciência pessoal. A imortalidade dentro do conceito paulino, é sempre vinculada ao corpo ressurreto, como veículo da alma remida, mas esse corpo é também chamado de Espiritual, não sendo material. A alma atingirá um elevado estado de glorificação quando receber o seu novo veículo, mediante o qual a completa personalidade humana será restaurada, ainda que em termos totalmente ‘não corporais’. O padrão da natureza desse corpo novo é o próprio Senhor Jesus Cristo, porquanto haveremos de ser transformados conforme a sua imagem (Rm 8.29), e por isso compartilharemos de sua própria divindade ( 2 Pd 1.4). Nós nos tornaremos seres elevados acima dos anjos, dotados de maior poder, inteligência e perfeição do que eles. A passagem de Rm 5.12 ensina que o pecado trouxe a morte, presumivelmente tanto a morte física como a espiritual. Uma das consequencias foi a Mortalidade, que passou a caracterizar o homem, o complexo formado pela ‘Alma Corpo’. Podemos supor então que antes dessa queda o homem fosse imortal, ainda que preso a um corpo físico. Porém tanto atos contínuos de pecado como a própria morte física resultam da desobediência de Adão, o que é experimentado por todos os seus descendentes. Tanto o pecado como a morte, entraram no mundo em Adão até onde esta esfera física diz respeito, e até onde está envolvida a combinação ‘Alma Corpo’, existente no homem. O pecado entretanto, é mais antigo que Adão. A morte, como um princípio existia no mundo físico antes do pecado de Adão ,mas dificilmente existia antes do pecado. Do mesmo modo, a morte como Penalidade imposta contra o pecado, e em relação ao homem, só apareceu após a existencia real da decomposição e da morte. Essa é a pena imposta ao homem decaído. Alguns acreditam que nem o próprio livro de Gênesis afirma que o homem foi criado como um ser imortal, mas meramente que foi criado com a oportunidade de tornar-se imortal. Mas a morte pôs fim a essa possibilidade, embora tal oportunidade possa ser recuperada mediante o plano da redenção, em Cristo Jesus. Amém.

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  4. Graça Paz, Evangelista Luciano Sena. Como vai meu querido amigo?

    Gostaria de entrar em contato contigo, haja vista que você não usa mais o Facebook. Me mande um e-mail, por gentileza, para itardvictor@outlook.com que te passo meu whatsapp. No amor de Cristo. Itard Víctor

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  5. A morte é tão inimiga que, se perguntarmos para um grupo de criminosos se eles querem morrer ou ficar presos perpetuamente, acredito que a absoluta maioria dirá que prefere permanecer presa do que morrer.
    Por isso vejo, nas teorias imortalistas, uma tentativa de encontrar uma forma de livrar-se da ideia de que tudo se findará com a morte, seguramente a pior sentença que existe para a humanidade (uma inimiga cruel).
    Essa ideia de estado intermediário traz um certo consolo para os corações, que passam a acreditar que não irão morrer de fato, mas apenas entrar numa nova etapa de vida.
    Por isso é que tal pensamento ganhou tanto respaldo, ainda mais quando a idolatria romana introduziu o conceito de purgatório (um lugar onde a pessoa sofre temporariamente para pagar suas dívidas e depois é introduzida no céu).
    A ideia de morte é tão cruel que o próprio Mestre desejou não tomar esse cálice, ainda que cresse piamente que Deus O podia livrá-lo da morte, ressuscitando-O (Hebreus 5:7).
    No caso dos ladrões que foram crucificados com Jesus, aquele que se arrependeu dos seus pecados terminou por aceitar sua pena (pena de morte), desejando entrar na glória eterna e viver eternamente com o Senhor.
    Contudo o outro, queria achar um jeito de ser poupado da morte, dizendo a Jesus que os tirasse da cruz, mostrando que a morte era sua pior inimiga.

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