No
terceiro vídeo (AQUI), o adventista Ezequiel Gomes trata da parte que Nicodemus fala
da Cristologia Adventista. Apesar de possuir uma definição doutrinária correta,
para Nicodemus há dois problemas na postura doutrinária de Ellen White a
respeito de Cristo – que Cristo seja o
arcanjo Miguel e que teve uma natureza pecadora. Ezequiel Gomes diz que
possui base bíblica para defender isso, e também cita João Calvino e Matthew
Henry, como sendo alguns que defendiam tal posição. O Rev. Nicodemus rejeita
essa interpretação, pronto.
Nicodemus
ventila outro assunto, a respeito da ressurreição de Moisés, etc. Daí Ezequiel
sai (talvez em um tom bem alterado!)
dizendo sobre o calvinismo, etc, etc. Ele defende o adventismo dizendo que
Nicodemus também não têm base bíblica para dizer muitas coisas, então chega a
chamar Nicodemus de “HIPÓCRITA”... Lamentamos esse descontrole, mas veremos se
o Ezequiel Gomes vai suportar algumas coisas que vou apresentar aqui. (Não vou
me ater ao que ele diz a doutrina do decreto do calvinismo, caso queira tenho
algumas informações AQUI.)
Jesus Miguel, a
herança ariana adventista.
Como sabemos a cristologia adventista do início da suposta igreja verdadeira
remanescente, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, foi bem mais herética do que podemos ver hoje.
“[os
adventistas] nem sempre, porém, aceitaram a doutrina cristã histórica
da Trindade. Nas primeiras décadas eles rejeitaram como antibíblica, católica romana,
contrária à razão, a qual impunha uma cristologia de dupla natureza que parecia
negar a expiação divina. Por terem sido no passado membros da Conexão Cristã,
Tiago White (1821-1881) e José Bates (1791-1872) entre outros, seguiam uma
forma de arianismo quanto à origem pré-encarnacional de Cristo. Alguns consideravam Cristo um ser criado; a maioria uma emanação do
Pai. Não lhe negavam o direito, porém, a divindade nem o direito de ser chamado
de Deus e ser adorado como tal.” (Tratado de Teologia Adventista do
Sétimo Dia, p. 223,224).
“A maioria dos fundadores do adventismo do sétimo dia não poderia unir-se
à igreja hoje se tivesse de
concordar com as “27 Crenças Fundamentais” da denominação [...] Para
ser mais específico, eles não poderiam aceitar a crença número 2, que trata da
doutrina da trindade [...] Semelhantemente, a maioria dos fundadores
do adventismo do sétimo dia teria dificuldade em aceitar e crença fundamental número 4, que
afirma a eternidade e a divindade de Jesus [...] A maioria dos líderes adventistas
também não endossaria a crença fundamental número 5, que trata da
personalidade do Espírito Santo.” (Em Busca de Identidade, pp. 16,17).
Como estava Ellen White nisso tudo? É um fato que ela se manifestou mais para o lado ortodoxo
após a morte do seu marido semi-ariano. Se ela foi ou não trinitariana, antes,
não se há tanta certeza, mas seus escritos posteriores apresentam um forma
diferente de ver a Cristo, em comparação com os primeiros 40 anos dos Adventistas. Bem, uma
profetisa calada mesmo...
“Ellen White foi
uma das poucas pessoas entre os líderes pioneiros adventistas que não era
agressivamente antitrinitariana. Conquanto isso seja verdade, também é fato que suas antigas
declarações não são claras quanto ao que cria.” (Questões Sobre Doutrina, p. 71, nota).
“Será que ela mudou de uma visão
semi-ariana para uma trinitariana, ou mantinha privadamente uma opinião
trinitariana todo tempo? Não é possível apresentar uma resposta
taxativa a este respeito.” (A Trindade, p.239).
A crença que Jesus era Miguel, é um resto desse aborto herético, não que houve alguma base deles
na interpretação equivocada de outros autores, mas sim que a maneira de dizer
que Jesus era um anjo, era a melhor maneira de negar a divindade absoluta de
Cristo. Uma vez abandonada a postura ariana ou semi, ficaram ainda com esse um ‘remanescente’
desse pensamento. Engraçado que no fim da citação acima, é dito que eles, os
pioneiros, não lhe negava o direito de ser adorado – então se esse Cristo era
uma criatura ou emanação do Pai, eles por sua vez adoraram uma criatura?
Mas será que mudou
mesmo realmente para o Trinitarismo Clássico, Ortodoxo, Bíblico? Não!!! Outro problema na cristologia adventista, e aqui sim,
lamento que o Rev. Agustus não tenha trabalhado, é que até hoje eles não
possuem a mesma compreensão da divindade essencial de Cristo como possuem as
igrejas históricas (como eu provo nesse artigo AQUI). Embora usem os dois lados
da boa para falarem que sim!! Veja mais uma vez a prova dessa duplicidade:
“I EM HARMONIA COM OS CRISTÃOS CONSERVADORES E OS
CREDOS PROTESTANTES HISTÓRICOS, CREMOS: [...] 2 Que a Divindade, a
Trindade, compreende Deus o Pai, Cristo o Filho e o Espírito Santo.” (Questões
Sobre Doutrina, p. 50[grifos acrescentados). Essa afirmação, viera a ser uma falsa informação.
“A
declaração de Ellen White não só descartava o erro básico incluído na primitiva
cristologia adventista e na doutrina de Deus, a saber, o subordinacionismo
temporal do Cristo preexistente,
mas também da doutrina clássica (Dederen,
13) que envolvia a eterna e ontológica*
subordinação do Filho.”
(Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 169 [* Notem que aqui é uma
falsificação da interpretação cristã, não é isso que cremos!!]).
Ou
seja, o problema na cristologia
adventista envolve que Jesus não é gerado, e pior, e ele existe essencialmente distinto do Pai. Mais
informações acessem o link que apontei.
Jesus com natureza
pecaminosa – Aqui
envolve mais uma daquelas complexidades. Me lembro quando fui ler sobre esse
assunto, percebi que havia duas frentes no adventista, desbocando numa tal doutrina
deles de uma “última geração”. Nem vou perder tempo agora. E embora o Sr
Ezequiel diz que Augustus não diz tudo sobre o assunto, ele mesmo apresenta uma
sentença para resolver a questão. Além disso, Nicodemus ficou apenas na
informação, de que se Jesus tiria natureza pecaminosa, ele não disse que os
adventistas crêem que Jesus pecava, como o Ezequiel acusa que Nicodemus
tenha dito.
Mas
o que dizer desse assunto - o adventismo
ensina que Jesus tenha uma natureza pecadora? Resumo aqui de forma simples:
Ainda que já houve expressões dos dois lados, Ellen White jamais disse que
Jesus pecou. Mas tanto disse que Jesus tinha e não tinha uma natureza que
recebeu o pecado como punição. Essa confusão toda, o autor e historiador
adventista George Knight, diz nas notas do livro Questões Sobre Doutrina:
“[...] é muito mais
difícil justificar a apresentação e a manipulação de dados dos
delegados adventistas sobre a natureza humana de Cristo.” (p.14).
“alguém pode apenas especular sobre o
diferente curso da história [...] se Froom e seus associados não tivessem sido
divisivos na sua manipulação das questões relacionadas à natureza
humana de Cristo [...]” (p. 21).
Knight após citar algumas afirmações confusas de
Ellen White a respeito da natureza pecaminosa de Cristo, e compará-las ao que
os autores de QSD disseram e apresentaram, ele afirma honestamente:
“Essas
citações, como se poderia esperar, foram deixadas de fora da
compilação de Questões Sobre Doutrina.” (p. 438).
Assim,
o Rev Nicodemus teria que fazer doutorado em Torre de Babel, para entender toda
essa salada presente na cristologia adventista da Nossa Senhora Adventista de Todos os Sonhos.
Os ASD não são trinitarianos --trinitários-- e isso pode ser facilmente demonstrado.
ResponderExcluirEllen White ensinou que Deus Pai gerou O Filho de si mesmo em épocas tão imemoriais que para nós se confunde com a própria eternidade.
Ela disse que o Filho é tão eterno quanto Deus Pai, porque este imprimiu o seu caráter divino no Filho ao tirá-lo de si mesmo, mas ele teve um princípio em Deus.