Quando colocamos lado a lado aquilo
que chamamos de ortodoxia cristã protestante,com a teologia adventista, e avaliando
seus pressupostos menos conhecidos, sua reflexão acadêmica teológica, é
inevitável algumas conclusões: O Adventismo do Sétimo Dia não é ortodoxo em assuntos de peso - na salvação pela graça
na suficiente mediação de Cristo – quando
pesado as implicações da doutrina de 1844 e do sábado como selo escatológico;
não é ortodoxo na doutrina da Trindade, - quando
pesado suas implicações de uma nova definição trinitariana com base nas visões
de Ellen White e na rejeição da teologia trinitariana tradicional; não é
ortodoxo na sua eclesiologia -quando
pesado em sua medíocre crença de que são os ‘remanescentes’; não são
ortodoxos na rejeição da inerrância da Escritura, ao recorrem a isso para
justificar os erros de Ellen White, e consequentemente o assunto dessa postagem
– também não são ortodoxos na crença na
inspiração verbal da Escritura Sagrada.
Mais uma vez tal postura se deve
à cega crença de Ellen White era/é profetisa dessa igreja, e visto que ela
rejeitou a inspiração verbal (obviamente por causa de seus tropeços como
escritora ‘inspirada’), eles também rejeitam a doutrina da inspiração verbal da
Escritura. Ainda assim, a IASD se declara ‘protestante’:
“Numa
resposta mais detalhada, pode-se dizer que os adventistas são uma corporação protestante e conservadoras
de cristãos evangélicos [...]” (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia,
p. 1).
Mas como é comum entre os
adventistas, ‘falar com dois lados da
boca’, como dizia o Pastor Natanael Rinald, prática iniciada no livro Questões Sobre Doutrina, você encontra
autores adventistas, e a própria teologia oficial adventista, dizendo que as
palavras da bíblia foram inspiradas (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo
Dia, p. 45). Mas quando dizem isso, dizem como produto geral e final, não as
palavras usadas imediatamente pelo autor inspirado; [ou talvez façam isso para
evitar problemas – ‘um dilema desnecessário’ (ibidem, p. 45)]. Porém, veja o
que afirmava Ellen White:
“Não
são as palavras da Bíblia que são
inspiradas, mas os homens é que foram. A inspiração não atua nas palavras do homem ou em suas expressões
[...]” (Em Busca de Identidade, p. 137).
“Não
por acaso que a maioria dos líderes
adventistas mais próximos de Ellen White rejeitaram a inerrância e o verbalismo
tanto da Bíblia como dos escritos dela.” (Em Busca de Identidade p. 140).
A Crença Fundamental 1da comunidade adventista não entra em detalhes
sobre o processo de inspiração, mas suas explicações oficiais preenchem o vácuo:
“1.
As Escrituras Sagradas. As Escrituras Sagradas, o Antigo
e o Novo Testamentos, são a Palavra de Deus escrita, dada por inspiração divina
por intermédio de santos homens de Deus que falaram e escreveram ao
serem movidos pelo Espírito Santo.”
“Tampouco o conceito de inspiração verbal ou mecânica. Já os conceitos de inspiração plena
e conceitual foram amplamente
aceitos, mas a igreja nunca formulou uma doutrina exata sobre inspiração ou
revelação. Por mais de 100 anos, os adventistas repetiram e refinaram as
convicções adotadas por seus pioneiros em declarações de crenças fundamentais.”
(Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 60).
A
Bíblia, diferentemente de Ellen White, afirma
categoricamente que não apenas as pessoas, mas as palavras que seus autores
usaram, foram inspiradas por Deus. Ambos!!!
Alguns textos confirmam isso. Por exemplo, O Senhor Jesus disse que nenhum
‘til’ da lei cairia sem se cumprir (Mt 5.17), que a Escritura não pode ser
falhar (Jo 10.35) ao mesmo tempo que afirma a autonomia do autor humano (Mt
8.4). Pedro disse que homens santos
falaram da parte de Deus (II Pe 1.21), enquanto Paulo também disse a Timóteo
que a Escritura e as sagradas letras, foram inspiradas por Deus para a salvação
(I Tm 3.15-17).
A crença cristã protestante e
conservadora – excetuando-se os liberais, neo-ortodoxos, etc – é que a ‘inspiração da Escritura Sagrada é plenária,
dinâmica, verbal e
sobrenatural.’ (A Inspiração e Inerrância das Escrituras, pp. 99,100).Essa é
a mesma posição de um reconhecido teólogo pentecostal, Myer Pearlman e afirma
que a inspiração da Escritura é “Verbal,
não apenas conceitual.” (Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, pp. 29-33). A Declaração de Chicago resume bem o
pensamento cristão a respeito da inspiração verbal:
VI.
Afirmamos que a totalidade das Escrituras e todas as suas partes, chegando às próprias palavras do original,
foram por inspiração divina. Negamos que se possa corretamente falar de
inspiração das Escrituras, alcançando-se o todo, mas não as partes, ou algumas
partes, mas não o todo.
VIII.
Afirmamos que Deus, em Sua obra de inspiração, empregou as diferentes
personalidades e estilos literários dos escritores que Ele escolheu e preparou.
Negamos que Deus, ao fazer esses
escritores usarem as próprias palavras que Ele escolheu, tenha passado por
cima de suas personalidades [uma
explicação das implicações e afirmações da Declaração de Chicago pode ser visto
em – Havendo Deus Falado, de J. I. Packer].
A Confissão de Fé de Westminster
diz:
[...]
foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e
declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e
propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja
contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever
toda.
O
Velho Testamento em Hebraico (língua vulgar do antigo povo de Deus) e o
Novo Testamento em Grego (a língua mais geralmente conhecida entre as nações no
tempo em que ele foi escrito), sendo
inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e providência
[...]
CONCLUSÃO
Diferentemente da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, as Igrejas Cristã – com o verdadeiro Espirito de Profecia, não tendo um (falso) profeta
para ‘justificar’, nem mesmo o mundo secular para temer, não baixa sua posição
a respeito da Inspiração para salvar um profeta ou sua aceitação do mundo. No
conhecido ditado ‘um abismo chama outro abismo’, percebemos que o Adventismo
entrou no mais no abismo herético. Aceitaram uma profetisa inspirada, com isso
a suficiência da Escritura foi abalada. Ao depararem com os erros dessa falsa
profetisa, detonaram a inerrância da Bíblia. Mas para fazerem isso, precisaram
‘diluir’ a doutrina da inspiração. A
Igreja Adventista é uma falsa igreja, é uma seita no pleno sentido*. Lamento
que vários no Brasil estão caindo na malha do marketing dessa seita, abrindo o
aprisco para as heresias.
*Há alguns
apologistas cristãos de renome internacionais que não compartilham a ideia de
que a IASD seja uma seita. No Brasil,a maioria das igrejas continua mantendo a
postura de que a IASD é uma seita, à medida que a TV Novo Tempo age, e ganha
terreno em crentes incautos. Mas até mesmo pastores e pesquisadores no Brasil,
já demonstram uma tendência de mudarem de opinião, ou já mudaram. Os que acham
que a IASD é uma igreja cristã ortodoxa, não tem condições de defender essa
postura em relação aos adventistas sem prejuízos à ortodoxia cristã, nem mesmo
sem prejuízos ao que é o adventismo de fato, e até mesmo a essa posição
‘ecumênica’.Já que um dos votos para o batismo na IASD reza: “13. Aceita e crê que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é a igreja remanescente da profecia
bíblica e que pessoas de toda nação, raça e língua são convidadas afazer
parte de sua comunhão e são nela aceitas? Deseja ser membro desta
congregação local da Igreja mundial?”
Bom dia irmão Luciano Sena, a Paz!
ResponderExcluirTíre-me uma dúvida:
A BÍBLIA foi INSPIRADA ou foi DITADA?
Abraços!
Boa tarde Alexandre.
ExcluirInspirada...e é a definição dessa inspiração que é o foco dessa postagem.
Talvez seu questionamento esteja confundindo inspiração verbal com mecânica.
É talvez eu tenha me enganado mesmo.
ResponderExcluirEntão inspiração VERBAL é diferente de inspiração DITADA?
Em que sentido?
Pois se DEUS VERBALIZOU, em que sentido seria diferente de um DITADO?
Graça e Paz!
ExcluirPergunta importante... Estou em grande expectativa pela resposta e continuação do raciocínio do post e da colocação do Alexandre.
Abraços...
Uma leitura da Declaração de Chicago, pode elucidar mais a questão.
ResponderExcluirLuciano Sena,
ExcluirObrigado pela sugestão. Baixei e vou ler com atenção, se DEUS quiser.
Bem Luciano, sabe porque no Brasil Pastores, pesquisadores e cristãos de diversas religiões estão mudando de opinião com relação a igreja Adventista? justamente porque estão percebendo agora por eles mesmos que bíblicamente não tem como rejeitar a sua doutrina, pois são verdades cristalinamente biblica.
ResponderExcluirQuais pesquisadores?
ExcluirOlá a todos
ResponderExcluirBoa noite
O fato de ter sido verbalizado por Deus não exclui o ser inspirado, então a verbalização contém a inspiração. Agora vamos imaginar os crentes e santos no Senhor escutando Deus ditar ou verbalizar e eles escrevendo ou então Deus agindo na mente deles.Qual seria a diferença? Lembrando que a Palavra de Deus é anterior a Bíblia.
Um abraço e felicidades
Luiz