INTRODUÇÃO
Esse estudo
visa uma breve reflexão bíblica do assunto em pauta, tendo como foco a
realidade dentro do contexto da Igreja Presbiteriana do Brasil.1 Espero com esse
estudo ventilar uma base bíblica para os evangelistas na IPB.
Não farei
uma exposição histórica de como o trabalho leigo dos evangelistas se
desenvolveu na IPB (aliás, não tenho biblioteca para isso, o que necessitaria
de um acesso aos arquivos e biblioteca do Instituto Bíblico Eduardo Lane). O
foco será bíblico e prático, tendo como pano de fundo a vocação para
evangelista, conforme compreendo ser, com base em alguns estudos.
1. Evangelismo
É obrigação de todos os servos de Deus,
salvos, devem evangelizar. Isso está claro em toda a teologia do NT, e
pressuposto no VT. Não precisamos demonstrar tantos textos bíblicos que
confirmam essa verdade – especialmente I Pe 2.9,10 é saliente para o tema:
“Mas vós sois a geração eleita, o
sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as
virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; Vós, que
em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis
alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia.”
1 Pedro 2:9-10 – Almeida Corrigida Fiel.
A igreja,
como geração eleita, existe com sua estrutura sacerdotal e real, uma verdadeira
nação regida com as leis divinas, sendo propriedade de Deus, recebeu essas
facetas para um objetivo claro em relação ao mundo – proclamar. É isso que
está que o Espírito Santo disse no texto citado transcrito acima.
O Salmo 96 é
um salmo que ecoa o clamor ‘evangelístico’, embora não sabemos como o povo de
Deus no VT olhava ou cumpria esse salmo, o que certo está é o seu apelo:
“proclamai a sua salvação, dia
após dia. Anunciai entre as nações a sua glória.”
(Sl 96.2,3)
A respeito
do que Jesus disse em João capítulo 15, de que ele escolheu os discípulos para
darem frutos, M. J. Erickson afirma categoricamente:
“Se
os discípulos realmente amassem o Senhor, cumpririam esse chamado para
evangelização. Não se tratava de uma questão opcional para eles.” (Introdução à Teologia Sistemática, p.
446).
O livro de
Atos, inteiro, é uma prova que a Igreja deve ser evangelizadora, sob qualquer
custo, e a todo custo, gastar e ser gasta na salvação dos perdidos, para a
glória de Deus. Diante da realidade evangelística no livro de Atos, o
Missionário Ronaldo Lidório afirmou:
“No
livro de Atos, o Espírito Santo dá grande destaque na expansão à igreja. Esta,
mesmo sofrendo perseguições, dificuldades financeiras, crises políticas e falta
de obreiros preparados, expandia do evangelho a custo de suor, sacrifícios e
vida.” (citado em Plante Igrejas, p.
17).
A igreja
jamais existiu para vivar ensimesmada. Ela foi formada por Deus para proclamar
junto ao Espírito a todos a irem a Cristo e serem salvos (Rm 10.9,10; Ap 22.
17). Que fique claro que todos os membros da igreja devem participar,
espera-se muito mais de seus líderes, pastores, presbíteros, diáconos, que
tenham um interesse voluntário nesse trabalho bendito. Apesar disso, percebemos
na Bíblia que além da obrigação, existem vários que possuem uma capacidade
maior, um desdobramento na evangelização com mais efetividade e constância.
Seria isso um dom?
2. Existe o dom de evangelista?
O que é um
dom?
“
[...] é uma capacidade espiritual manifesta na vida do crente, e assim na
Igreja, com finalidade de dinamizá-la, no que diz respeito à sua adoração
(culto), evangelização (cumprimento missiológico) [...]” (Novo Dicionário da
Bíblia, p. 361).
“[...]
um dom espiritual é uma capacidade de certa forma para expressar, celebrar,
expor e, portanto, transmitir Cristo.” (Teologia Concisa, p. 210).
Existem
categorias de dons. Aqueles que são chamados dons extraordinários, e os dons de
serviço. Interessante, que a Bíblia diz em Efésios 4.11:
“E ele mesmo deu uns para
apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para
pastores e doutores,” Efésios 4:11 – Almeida Corrigida
Fiel
Percebe-se
aí a inclusão de um dom aos homens, ou em
homens (como sugere alguns exegetas, o que pode ser visto na tradução),
classificado como “evangelistas”. Pois bem, como podemos olhar esse dom? O que
é o “evangelista”? Vejamos apenas alguns comentários:
“alguém
que proclama as boas novas, evangelista. Um evangelista era a pessoa que
pregava o evangelho recebido dos apóstolos. Ele era, particularmente, um
missionário que levava o evangelho a novas regiões [...]” (Chave Linguistica do
Novo Testamento Grego, p. 393).
“Se
outras pessoas com dons ajudavam a igreja a crescer pela edificação, os
evangelistas ajudavam no crescimento numérico. Como objetivo mencionado no v.
12 é “preparar os santos para a obra do ministério”, podemos tomar por certo
que os evangelistas, entre seus vários ministérios, ajudavam outros cristãos no
testemunho.” (Bíblia de Estudo NVI, p. 2023).
“evangelistas.
Os homens que proclamam as boas-novas da salvação em Jesus Cristo para os
incrédulos.” (Bíblia de Estudo MacArthur, p. 1606).
“Um
evangelista é alguém que tem a capacidade especial para comunicar o evangelho
da salvação por intermédio de Jesus Cristo [...] são, em especial, chamados
para esse ministério.” (Fundamentos da Fé Cristã, p.530).
“Evangelistas,
Ef 4.11 – é a capacidade que o Espírito Santo dá a alguns, a fim de que o
evangelho seja compartilhado com facilidade, fazendo de incrédulos verdadeiros
discípulos de Cristo.” (Novo Dicionário da Bíblia, John Davis, p. 362).
3. Esse dom cessou?
Não é
propósito aqui entrarmos no debate continuísta
e cessacionista. Porém, tomando por certo que posição cessacionista é a
bíblica, como destaca a Confissão de Fé de Westminster quando a mesma diz que “tendo cessado aqueles antigos modos de Deus
revelar a sua vontade ao seu povo”(CFW
Cap. I.1), estaria o dom de evangelista enquadrado dentro da categoria de dons
“revelacionais”? As opiniões estão divididas.
Antes de
entrar nelas, farei um apelo conciliar. Ambos os grupos – os que incluem o fim
do dom de evangelista, bem como os que o encaram como dom não revelacional, não estão concordando com a indiferença para
com a evangelização. Assim, sendo dom ou não, como já vimos, é uma
obrigação cristã o envolvimento com a evangelização. E isso, todos os Reformados
concordam.
Os teólogos
reformados Franklin Ferreira e Alan Myatt mostram que o dom de evangelista,
como um dos estão na lista dos dons que cessaram, segundo a posição
cessacionista:
“Os
dons extraordinários, também chamados dons de revelação ou de expressão verbal,
cessaram. São eles: apóstolos, profetas e palavra de sabedoria e de
conhecimento (1 Co 12.8) evangelistas,
discernimento de espíritos [...]” (Teologia Sistemática, p. 857[grifo meu]).
Louis
Berkhof, também qualifica dizendo que evangelista era um ‘Ofício
Extraordinário’, juntamente com apóstolos e profetas. Pela qualificação, ele
defende, que tal (dom) ofício, cessou. Escreveu ele:
“Ao
que parece, sua obra era mais geral e algo superior à dos ministros regulares”
(Teologia Sistemática, p. 538).
É comum
entre os Reformados a lista de dons do texto de Ef 4.11 denota dons
ministeriais, e que os dons de ofícios de apóstolos e profetas, tal como foram
desenvolvidos no NT, cessaram obviamente. Mas mesmo tendo as citações acima, o
dom de evangelista, assim como o pastor-mestre, continuam, segundo outros.
Parece-me
que a posição de que o “evangelista e o pastor-doutor”, substituíram os dois
primeiros que cessaram, é a melhor resposta. Tal conceito não viola a temática
do texto. John MacArthur parece indicar isso:
“Esses
dois ofícios [apóstolo e profeta] foram substituídos pelos de evangelista e
pastor-mestre.” (Bíblia de Estudo MacArthur, p. 1606).
A) O apóstolo
é o enviado – o próprio termo apóstolo significa “enviado” (Dicionário Vine, p.
407), mas para lançar bases da Igreja Cristã. O mesmo viu o Senhor. O evangelista
é igualmente enviado, mas ele não lança base, constrói em cima das bases já
lançadas pelos apóstolos.
B) O profeta exorta o povo com mensagens
reveladas diretamente por Deus (em suas várias facetas; visões, pronunciamento
audíveis, sonhos, etc.). O “pastor-doutor”
igualmente exorta o povo com as mensagens dos profetas, que estão escritas.
Com essas
reflexões, percebemos que apóstolos e
profetas, eram dons/ofícios extraordinários,
o de evangelista e pastor-doutor, não. Veja que os dois primeiros ofícios/dons
são a ‘base’ da Igreja de Cristo, lançaram os fundamentos, que por natureza,
não pode ser repetido. Fundamento só existe um:
“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus
Cristo é a principal pedra da esquina;” Efésios 2:20 – Almeida Corrigida Fiel.
Os
comentaristas da Bíblia de Estudo de Genebra parecem favorecer a continuidade
do dom de evangelista:
“evangelistas. Pessoas (em qualquer época) particularmente
talentosa na tarefa de expandir o rebanho de Deus (At 21.8; 1 Co 1.17; 2 Tm
4.5).” (Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1573[itálico acrescentado]).
Da mesma
linha é James M. Boice, ao mesmo tempo que sustenta que os dons de apóstolos e profetas, em seu
sentido técnico, tenham cessados (Fundamentos da Fé Cristã, p. 530). J. M. Boice
destaca que o evangelista, embora tenha necessidade de conhecer bem a verdade
bíblica, ele não é altamente letrado, e geralmente, segundo testemunha Boice, tal
dom é visto mais entre leigos do que em Teólogos.
Portanto, “evangelista”
é um dom de ministério, e por definição e
natureza, não é revelacional, por isso, ele continua. Embora no tempo
bíblico tanto evangelistas, como o “pastor-doutor”, possuíam os dons
revelacionais e de maravilhas, por certo, hoje usufruímos dos dons de ambas as
categorias hoje na igreja. O primeiro evangelista - edifica em números, o
segundo, “pastor-mestre” edifica no ensino. “Obvio”, espera-se do evangelista ensinar bem, e do pastor-doutor que
evangelize, tal como se espera de todo cristão.
De certa
forma, o trabalho de um é complemento do outro:
“Conjuro-te, pois, diante de
Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua
vinda e no seu reino, Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo,
redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque
virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos
ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;
E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em
tudo, sofre as aflições, faze a obra de
um evangelista, cumpre o teu ministério.” 2
Timóteo 4:1-5 Almeida Corrigida Fiel
4. O que é o evangelista em seu escopo eclesiástico?
O
evangelista define-se por uma capacidade dada por Deus para se envolver mais na
evangelização, porém, não há na Escritura um ofício que possa ser classificado
como tal. Bom lembrar que nem mesmo de “pastor-doutor”. Ofícios na Bíblia são,
tão somente, os de presbíteros e de
diáconos, com reconhecimento de um Concílio e imposição de mãos para
investidura de poderes. O uso comum leva as pessoas chamarem o Presbítero mais
envolvido na instrução de “pastor” – mas isso é dom, e biblicamente falando,
ele é presbítero – chama-lo de Pastor é uma concessão convencional de uso
comum. O mesmo é o caso com “evangelista”, se for o caso de tratá-lo como
“evangelista”.
Olhando mais
atentamente como o termo aparece na Bíblia, a classificação de ministério parece-me ser esse o conceito
bíblico, já que a bíblia diz que há “vários ministérios”(I Co 12. 5; Rm 12.7 ):
“Ministério. Este termo é usado na
linguagem cristã, tanto em um sentido mais amplo, como mais estrito. Em seu
sentido mais amplo refere-se ao serviço prestado por qualquer pessoa a Deus ou
a seu povo. Em seu uso estrito, denota o serviço, reconhecido oficialmente, de
determinadas pessoas, devidamente designadas para isso (geralmente por meio de
ordenação formal) pelas igrejas.” (Novo Dicionário de Teologia, p. 678).
Sendo que a
palavra significa “serviço”. Isto é, esse tipo de “serviço” aparece na Bíblia
de forma natural, e não raro no ambiente leigo da igreja. O evangelista,
segundo a Escritura, não é um ofício. Nenhuma ordenação, mas um reconhecimento
comum da igreja local de que, por causa de uma habilidade concedida por Deus – isto
é, vocação; existem os “evangelistas”. Um exemplo bíblico lançará luz
adicional sobre esse assunto.
5. ‘Um’ Evangelista na Bíblia
O único que
recebe, por assim dizer, o ‘título’ de Evangelista na Escritura é o Diácono Filipe
– a Bíblia diz que ele era um dos sete em Atos 21.8, sendo a referência a Atos
6.3, sendo assim, ele era oficial da igreja primitiva (I Tm 3.8-13). A Bíblia
revela que ele era cheio do Espírito Santo (At 6.3,5), o que se espera de todo
diácono. Em Atos 8 temos registradas as atividades desse Evangelista,
atividades. Ele é o primeiro cristão a pregar em Samaria, cumprindo o Ide dado
por Cristo antes de subir ao Céu (At
1.8). Jesus iniciou a obra entre os Samaritanos (Jo 4.1-42). Deus operou
grandes sinais em Samaria, onde Filipe pregou e batizou. Nesse período, não
existia ainda nenhuma norma para realizar o batismo, mas pelo ofício e madureza
de Filipe, ele realizava o batismo em nome do Senhor Jesus (At 8.12). Ele
também pregou ao Eunuco que estava a caminho de Jerusalém (At 8.27), e foi
‘arrebatado’ miraculosamente para outro lugar (At 8.39). Sua hospitalidade pode
ser vista ao receber os apóstolos, e suas filhas eram profetisas (At 21.8,9). Ao
ser chamado de ““o evangelista” em Atos
21.8 indica claramente que bem mais tarde em sua vida ainda era amplamente
reconhecido por seu zelo missionário.” (Quem é Quem na Bíblia Sagrada, p
228).
6. O que se espera dos evangelistas?
Nesse último
ponto, iremos ver uma orientação bíblica para os evangelistas, obviamente essa
orientação destina-se a todos os crentes, mas de forma mais saliente deve ser
vista na vida do evangelista. Como vimos, na disposição da IPB existe um
reconhecimento de que existem um grupo qualificado onde o termo
“obreiro-evangelista” seria uma expressão que identifica os tais. Porém, como
notamos na Escritura, isso não é ofício, sendo ou não integrante desse grupo
formalmente reconhecido, e como é um dom e um serviço, existem vários
evangelistas nas várias facetas da igreja local, e até entre os oficiais, como
foi o caso do diácono Filipe.
A)
O
evangelista deve conhecer o que leva – o Evangelho: “E, respondendo o eunuco a
Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo, ou de algum
outro? Então Filipe, abrindo a sua boca, e começando nesta Escritura, lhe
anunciou a Jesus.” Atos 8:34-35
B)
O
evangelista deve ser submisso ao seu Concílio: “E creu até o próprio Simão; e, sendo
batizado, ficou de contínuo com Filipe; e, vendo os sinais e as grandes
maravilhas que se faziam, estava atônito. Os apóstolos, pois, que estavam em
Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá
Pedro e João.” Atos 8:13-14
C)
O
evangelista deve ser sensível às orientações do Espírito Santo:
“E o anjo do Senhor falou a Filipe,
dizendo: Levanta-te, e vai para o lado do sul, ao caminho que desce de
Jerusalém para Gaza, que está deserta [...]E disse o Espírito a Filipe:
Chega-te, e ajunta-te a esse carro.” Atos 8:26,29
D)
O
evangelista prioriza o trabalho em todo momento e lugar:
“E, descendo Filipe à cidade de Samaria
lhes pregava a Cristo [...] E
o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai para o lado do sul,
ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserta [...] E
Filipe se achou em Azoto e, indo passando, anunciava o evangelho em todas as
cidades, até que chegou a Cesaréia.” Atos 8:5, 26,40.
E)
O
evangelista é um dom para a edificação da igreja, não para si mesmo: “E ele mesmo deu uns para
apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a
obra do ministério, para edificação do
corpo de Cristo;” Efésios 4:11-12
F)
O
evangelista deve cuidar da espiritualidade da sua família:
“E no dia seguinte, partindo dali Paulo,
e nós que com ele estávamos, chegamos a Cesaréia; e, entrando em casa de
Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele. E tinha este
quatro filhas virgens, que profetizavam.” Atos 21:8-9.
G)
O
evangelista deve pregar a Palavra sob o poder do Espírito Santo: “E, descendo Filipe à cidade de Samaria lhes pregava a Cristo. E as
multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e
viam os sinais que ele fazia; Pois que os espíritos imundos saíam de muitos que
os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados. E
havia grande alegria naquela cidade.” Atos 8:5-8 [Citações da Almeida Fiel]
Conclusão
Essa breve
reflexão bíblica a respeito do Evangelista na Escritura, com as devidas
adaptações conciliares e contextuais, nos mostra que o trabalho do
“obreiro-evangelista” surgiu de uma iniciativa do Espírito Santo para
edificação do Reino. Tanto leigos, como oficiais, teólogos, ou pastores, podem
ter tal dom, e juntamente com suas atividades e desenvolver esse serviço
necessário. Por causa de uma organização eclesiástica existem outros que acabam
se dedicando a esse trabalho como seu ministério pessoal e vocacionado,
procurando glorificar a Deus nas várias facetas que o Senhor proporcionou no
Reino de Cristo.
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Nota
1. No caso
especifico da IPB, o treinamento de evangelistas contempla um trabalho
desbravador, não raro em locais onde há uma igreja ainda nascente, ou em campos
missionários, sob a supervisão de um Concílio (Conselho ou Presbitério) ou
Junta Missionária. Ou mesmo, um trabalho em igreja local, já organizada, em uma
área onde há uma necessidade de supervisão mais qualificada, e que o Pastor
local não tem tempo para tais demandas. O envio de tais pessoas aos Institutos
Bíblicos, segue um padrão de seminário onde o mesmo recebe uma introdução básica
da maioria dos assuntos que recebe o seminário. Assim como as Congregações, sob
os cuidados de um presbitério, conselho e Junta Missionária (tendo amparo
conciliar do Supremo Concílio), que não possuem diretrizes na Constituição da
IPB, e estão sob a ‘jurisprudência’ dos Concílios já mencionados, os
evangelistas também não tem seu trabalho contemplado na CI da Igreja
Presbiteriana. Mas assim como as Congregações, estão sob a responsabilidade
direta de Concílios locais.
Na Igreja Presbiteriana do Brasil um dos Institutos mais conhecidos é o IBEL – Instituto Bíblico Eduardo Lane. Com mais de 80 anos de experiência em preparar evangelistas, missionários (as), e muitos com o tempo tornam-se pastores, após um preparo posterior no Seminário. O IBEL, com sua fidelidade Confessional, é um exemplo para todos os Seminários da IPB – assim o são para ele os seminários fieis, louvamos a Deus por ter usado diretores, professores e funcionários que ali estão para manterem a pureza Confessional – ainda que seja comum existir nuanças nesse assunto no decorrer da história. Não há no IBEL nenhuma recomendação de leitura de fontes liberais. Todos seus professores, assim como em qualquer seminário da IPB, são qualificados, na vida, no ministério e na vida acadêmica. Uma marca importante no IBEL é que os alunos não recebem seu Diploma se não realizarem a leitura integral da Bíblia três vezes.
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