O que irei
postar, não é novidade para muitas pessoas, muito menos para os pesquisadores da seita TJ. O que pretendo
é alcançar novos adeptos que estão caindo no laço da referida seita, bem como
também colocar algumas impressões pessoais sobre o assunto. Irei mostrar como a
Bíblia não ensina em hipótese alguma e ideia doutrinária das Testemunhas de Jeová que gira em torno de 1914. Mais uma vez, não da comunidade, mas da
Liderança TJ
O
que é essa doutrina?
Um resumo
simples do que se trata, pode ser delineado assim:
No ano de 1914, precisamente no dia 1º de outubro (99 anos daqui alguns dias), terminou um
período chamado de Tempos dos Gentios, que iniciou em 607 antes de Cristo com a
destruição de Jerusalém diante do Babilônios. Esse período durou 2520 anos sem
um descendente de Davi no trono de Jerusalém. Visto que o Reino de Deus deixa
de ser terreno para ser celestial, Jesus como descendente de Davi torna-se Rei
entronizado no céu apenas a partir de 1914. O sinal disso é que satanás foi
expulso do céu e aconteceu naquele ano a Primeira Guerra Mundial. Iniciando
então os “últimos dias”.
A Liderança
TJ faz explicações dessa doutrina nos livros Conhecimento Que Conduz a Vida Eterna, O que a Bíblia Realmente Ensina.
E uma exposição mais detalhada nos livros Venha o Teu Reino, Raciocínios e na Enciclopédia Estudo Perspicaz das Escrituras.
Estudos críticos
podem ser vistos nos livros As
Testemunhas de Jeová Refutadas versículo por versículo (David Reed), As Testemunhas de Jeová – Comentário
Exegético e Explicativo (Esequias Soares, a maior autoridade brasileira na área
da Tradução
do Novo Mundo), Crise de Consciência
(Raymond Franz) e principalmente no erudito livro Os Tempos dos Gentios Reconsiderados (Carl Jonsson). Por que abandonei as Testemunhas de Jeová, de
Aldo Meneses é o melhor em uma
perspectiva reformada, ao tratar das doutrinas do grupo, no entanto, ele
não se delonga muito sobre o assunto – 1914.
Existe
considerável nuanças, imprecisões históricas, modificações e distorções dessa
doutrina, recauchutada pelas Testemunhas de Jeová (TJ). Farei menção delas
quando necessário e oportuno.
Qual ‘base’ bíblica eles apresentam? Como eles explicam tal
doutrina?
1) Daniel 4.22-24: O texto,
segundo a Liderança TJ, é uma alegoria, uma representação de algo bem mais
sublime do que o ocorrido revela. O trono em Jerusalém era um reino subsidiário
do Reino Universal de Jeová. Um representante terreno do Reino Celestial.
Persegui-lo, perseguiria ao Reino de Jeová. Quando Nabucodonosor destruiu
Jerusalém, foi o próprio Jeová Deus que interrompeu seu Reino Terrestre. E na
visão da grande árvore, que na interpretação TJ representava não apenas
Nabucodonosor, mas o próprio Reino de Deus, ela foi ‘cintada’ por sete tempos. Literalmente seriam 7 anos de loucura
para Nabucodonosor. Mas na interpretação TJ, cada dia desses sete anos
representa um ano. Os 2.520 dias agora são 2.520 ANOS. A loucura
animalesca do rei representa bem o governo animalesco que o mundo possui, o que
pode ser visto nas feras das visões de Daniel e João.
Lucas 21.24: Jesus disse que Jerusalém seria
pisada pelas nações, até que se completassem os tempos a eles destinados. Desde
quando Jerusalém foi destruída por Nabucodonosor, em 607, povos não judeus,
inimigos, oprimiram o povo de Deus. E com a vinda de Cristo a realidade terrena
do Reino de Jeová, passa a ser celestial. ‘Os tempos dos gentios’, terminariam
quando completasse os 2.520 anos desde quando Jerusalém caiu diante dos
babilônios, então a profecia de Ezequiel se cumpriria. Jerusalém, em 1914 não
era mais a terrena, mas a celestial.
Mt 24.3, Presença: A palavra
grega ‘parousia’ significa “presença” e não “vinda” (W. E. Vine). A primeira
denota a vinda e a permanência do
individuo, ao passo que a segunda a sua chegada apenas. Somente uma
doutrina que sustenta um período subseqüente à chegada, pode se encaixar com o
significado de ‘parousia’. Em Mt 24.3 em diante, descreve um conjunto de acontecimentos
que se daria com a sua PRESENÇA e não na
VINDA. Os acontecimentos históricos desde 1914 corroboram a conclusão da
interpretação cronológica da Liderança TJ.
A GERAÇÃO
que nasceu em 1914, iria presenciar
o fim do mundo. Por Um tempo, essa geração não poderia ter mais de 60 anos.
Depois, não mais de 70 ou 80 anos. Quando não foi mais possível manter um número
fixo de anos para essa “geração”, visto que as pessoas eram idosas demais, em
1995, tal crença foi abandonada. Desde 1995, passaram a ensinar que a geração
de 1914 era a “geração de pessoas ímpias”. E agora, desde 2009, passaram a
dizer que a geração de 1914 é o ‘restante ungido’.
Antes de
2007, este “restante ungido” também seria velho. Visto que a chamada celestial
teria terminado em 1935. Para resolverem o problema suspenderam a data de 1935
também. Assim a ÚLTIMA PROFECIA da Liderança TJ afirma, agora sem problemas com
o tempo, que “antes de morrer o último
ungido, virá o fim.”(Veja sobre essa última profecia AQUI).
CONCLUSÃO
No aspecto
geral, a doutrina de 1914 é uma marca
da seita. Acredito que junto a ela, apenas o uso do nome Jeová disputaria o
lugar de exclusividade doutrinária. Nos últimos anos a literatura dos TJ
não está tão sobrecarregada, se identificando muito com a doutrina de 1914.
Parece que o ano de 1914 hoje é apenas um relógio escatológico para muitos
novos integrantes desse grupo. Existe, talvez, um apego por causa de antigos TJs,
ou mesmo, um saudosismo para com a memória dos pioneiros. Nas próximas
postagens sobre o tema tratarei dos textos bíblicos apresentados, das
interpretações e mudanças que foram enxertadas nessa doutrina.
Para
terminar, digo aos que são novos na religião TJ. O conceito inicial em torno de
1914 não era a presença de Cristo como lhes ensinam, mas sim, que o mundo chegaria ao seu fim em
1914, portanto, uma falsa profecia. (Lc
21.8). O conceito da época era que Jesus estava presente desde 1874.
Depois de algumas décadas de cálculos renovados, os líderes TJ
passaram a dizer que os cálculos estavam certos, mas o que eles esperavam é que
estava errado. Passaram então a ensinar, pelos idos da
década de 40, que não apenas o tempo do fim se iniciou em 1914, mas a presença
de Cristo como Rei do reino Celestial.
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