sábado, 24 de agosto de 2013

Oficiais da Igreja Primitiva



Desde o princípio, Deus usou homens capacitados por ELE para determinados fins e tudo com o propósito maior de dirigir o Seu Povo. Esses homens não possuíam nenhuma capacidade sobrenatural, algo como poderes mutantes ou paranormais. Todos eles eram homens normais em essência, mas na prática, nem tão normais, pois não é todo dia que vemos alguém orando e fogo descendo do céu, e outro fazendo os astros celestiais estacionarem em suas orbitas até que o Povo de Deus obtivesse a vitória. O que os diferenciava esses homens dos demais era a capacitação vinda da parte do Espírito Santo de Deus.

No Antigo Testamento essa capacitação era intermitente e com fins específicos. Mas essa realidade mudou a partir do derramar do Espírito no Pentecostes, outrora profetizado por Joel em seu livro (Joel 2.28). Na nova dispensação, Deus passa a conduzir seu povo através da ação do Espírito Santo na vida de homens escolhidos para este fim, conferindo a estes dons espirituais, habilitando e capacitando-os para exercer seus ofícios dentro da Igreja do Senhor, ou seja, o novo Israel.

No contexto da Igreja Primitiva só encontramos duas classes de oficiais: Presbíteros e Diáconos. Estes eram os homens responsáveis por conduzir a Igreja do Senhor Jesus nos primeiros séculos.

Os presbíteros eram os líderes e se dedicavam à direção das igrejas, ao ensino da doutrina cristã e à pregação do evangelho. A palavra grega “presbyteros” quer dizer "ANCIÃO". Nos tempos do NT os presbíteros também eram chamados de BISPOS. Tudo isso implicava no ofício de supervisionar o bom andamento da Igreja em todas as suas áreas. Os próprios apóstolos eram presbíteros (1Pedro5.1), mas os demais presbíteros não são apóstolos, pois o colégio apostólico estava restrito àqueles que acompanharam o ministério de Jesus. Podemos ver isso muito bem descrito em Atos: “20b Tome outro o seu encargo (bispado). 21 É necessário, pois, que, dos homens que nos acompanharam todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, 22  começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição. 23 Então, propuseram dois: José, chamado Barsabás, cognominado Justo, e Matias. 24  E, orando, disseram: Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, revela-nos qual destes dois tens escolhido 25  para preencher a vaga neste ministério e apostolado, do qual Judas se transviou, indo para o seu próprio lugar. 26  E os lançaram em sortes, vindo a sorte recair sobre Matias, sendo-lhe, então, votado lugar com os onze apóstolos.” (Atos 1:20-26).

Portanto, qualquer reivindicação de credencial apostólica nos nossos dias é absurda, para não dizer mentirosa. Pressupondo que nenhum dos que testemunharam os eventos descritos no texto de Atos estão vivos, podemos dizer categoricamente que não existem mais apóstolos entre nós.

O último homem chamado para o apostolado, foi Paulo, o qual não se julgava merecedor dessa graça, chamando a si mesmo de “nascido fora de tempo”. “8  e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo. 9  Porque eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus.10  Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.” (1 Coríntios 15:8-10) Mesmo nascido fora de tempo, Paulo atendeu às credenciais apostólicas e fora constituído “apóstolo dos gentios” Rm.11.13.

A outra classe de oficiais que auxiliavam os presbíteros na condução do povo de Deus, eram os Diáconos:

Os diáconos eram pessoa que ajudavam nos trabalhos de administração da igreja e cuidavam dos pobres, das viúvas e dos necessitados em geral. O diácono também pregava o evangelho e ensinava a doutrina cristã. Este oficialato foi instituído pelos apóstolos em Atos 6.1-7. Em função do crescimento da igreja, os apóstolos ordenaram a escolha de sete homens, crentes fieis que pudessem assistir os necessitados da Igreja.

Junto com os presbíteros, os diáconos compunham a liderança da Igreja local, sobre a qual, os “plantadores de igreja” constituíam esses líderes primeiro, para depois seguirem no desbravar de novos campos (1Tm3.8; Tt.1.5-9).

Mas infelizmente, o que vemos ao longo da história, e especialmente em nossos dias, é uma crescente variedade de títulos eclesiásticos. Homens se “consagrando” apóstolos, patriarcas, arcanjos, papado, sacerdotes e tantos outros. Tudo isso em busca prestígio e reconhecimento dos homens. Pois aqueles que o Senhor reconhece são aqueles apresentados acima.

Acredito que pelos constantes escândalos envolvendo líderes de igrejas, títulos tão belos como pastor, vem perdendo valor por parte da sociedade. Daí surge a necessidade de novos títulos, mas de nada adianta trocar o rótulo e conservar dentro de si a podridão do mundo e do pecado.



Homens do Senhor, não busquem para vocês títulos, mas busquem fazer a vontade de Deus. O ÚNICO MERECEDOR DE RECONHECIMENTO E DE TODOS OS SANTOS TÍTULOS É O NOSSO SENHOR JESUS. Nós não passamos de servos inúteis.

Como Identificar um Verdadeiro Apóstolo?

Viu o Senhor: 1Coríntios 9.1, 15.8;

Foi Escolhido e Enviado pelo Senhor: Lucas 6.13; João 6.70; Atos 9.15, 22.21;

Testemunhou sua ressurreição: Atos 1.22; 1Coríntios 15.8-15;

Lançaram e Formaram o alicerce da Igreja, da qual Jesus é a Pedra Angular: 1Coríntios 3.10; Efésios 2.20;

Qualquer pessoa que não cumpra tais requisitos, não é apóstolo, e sim um impostorApocalipse 2.2; 2Coríntios 11.13-15; 2Timóteo 3.13.

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