Você
precisará estar consciente de suas próprias motivações para o estudo. Muitos
bons homens têm caído vítimas de falsas motivações, e assim acabaram perdendo o
verdadeiro benefício de um estudo continuado. Em primeiro lugar, seu estudo continuado
não deve ser motivado pelo desejo de ganhar algum status. Muitos renomados
seminários e instituições de ensino atraem os pastores a fazerem um curso
“avançado” que dificilmente seria considerado avançado em padrões reais,
simplesmente porque oferecem um título de graduação ostentoso, possuindo na
verdade um conteúdo inexpressivo. Não caia vítima deste “golpe”. O objetivo do
aprendizado é o conhecimento, não o status.
Os
britânicos têm uma atitude muito mais saudável que os americanos quanto aos títulos
de graduação a acadêmica (embora eu creia que estamos tendo um efeito nocivo
até mesmo sobre eles nesta área). O grande F.F. Bruce, por exemplo, tinha
graduação equivalente á de universitário americano (ele tinha um Scottish MA) e
ainda assim foi devidamente reconhecido como um grande erudito em seu campo de
estudos. Sua falta de um doutorado não fez a menor diferença. Ele tinha mais
conhecimento do que uma sala cheia de doutores. Eu, pessoalmente, não dou a
menor importância ao título que o homem tem. Se ele não possui o conhecimento
correto e útil, e um bom julgamento das coisas, é de pouco valor para a igreja
como um ensinador.
Uma
motivação que deve impelir seus estudos é simplesmente o desejo de aprender –
aprender a verdade e adquirir o verdadeiro e útil conhecimento. Há pouquíssimas
ocasiões na vida em que não há problema em ser ganancioso; no que concerne ao
aprendizado, devemos ser “gananciosos” para aprender, porque a verdade vem de
Deus e devemos ter o desejo de conhecê-la. Além disso, devemos ser motivados a
aprender, a fim de sermos de alguma ajuda à igreja. Não é raro encontrar
ministros cristãos que, pelo muito estudar, consideram-se extremamente
sofisticados e “acima” da média dos freqüentadores da igreja. Tal tipo de
atitude é inapropriada ao extremo e, é interessante notar, geralmente não é
vista naqueles que possuem mentes realmente brilhantes. O ministro estuda
precisamente para poder ajudar o povo de Deus, por mais humilde que ele seja.
Nós queremos aprender a fim de sermos úteis à igreja.
Você deve
ser motivado a aprender para ser útil a outros pastores e igrejas. Torne-se um
especialista em algo para que possa ajudar amigos pastores às voltas com
determinada área de conhecimento que eles não conhecem tão bem quanto você.
Talvez você se familiarize de tal maneira com a melhor literatura a acadêmica
sobre o Islamismo, que não somente poderá testemunhar como também ensinar seu
povo. Também poderá ajudar outros pastores que não conhecem tanto quanto você
sobre aquela que é a principal rival religiosa do cristianismo no mundo. Ou,
talvez, você se torne um especialista nos puritanos, não apenas para ser
edificado através daquele excelente material, mas, também, a fim de livrar
outros da considerável e negativa mitologia que cerca este campo de estudos.
Você entendeu o que quero dizer. Esteja motivado a aprender para que seu
aprendizado possa abençoar a igreja como um todo.
Certamente,
há muitas outras motivações para estudar além destas que eu listei. Dei apenas
sugestões."
Fonte: DUNCAN,
Ligon. Continue Estudando. In: ASCOL, Thomas K. Amado Timóteo. Tradução de
Maurício Fonseca S. Júnior. São José dos Campos: FIEL. 2005. p. 167-186 (COMPRE AQUI).
Nota MCA: Quando critiquei o academicismo que seduziu muitos
pastores de minha igreja, não fui corretamente compreendido. Muitos desses que me
criticaram são fieis, outros, apenas defenderam o status. Fui tachado de
perseguidor do ensino da IPB. Nada mais injusto.
Talvez, ao autor citado nesta postagem, quem
sabe, darão crédito... na verdade, EU espero isso pelo menos dos que possuem amor pela Igreja de
Cristo e estão engajados em alguma especialização acadêmica. Os amantes de ‘divisas’,
continuarão orgulhosos e cegos. Prejuízo deles e do povo que eles ‘pastorearem’.
Deus nos ajude.
Só acho que não há problema algum em conseguir títulos se houverem motivações corretas. Pelo menos é uma espécie de 'quase-garantia' de que se estudou o assunto (tão garantia quanto as 'carteiras de habilitação').
ResponderExcluirAlém disso, para os ouvintes ímpios, pode dar credibilidade, e abrir as portas, no meio acadêmico, para ser ouvido. Este, pelo menos, me parece o caminho mais natural. :)
E, me diz ae, Luciano, quem foi que te perseguiu, mano? Deu treta seus artigos? huahuahuha
q tenso... hehe ^^
Só criticas, nada de perseguições.
ResponderExcluirNo ambiente de interesses - pessoais e do reino - erra-se nas avaliações por desconsiderar que mesmo os melhores doutores podem ser vítimas do problema em foco.
E também erra-se por achar que os que criticam os tais estão sempre errados, porque eles são doutores e os demais "povo da terra"!
E quanto ao seu primeiro 'ponto'...
ExcluirNão acredito que exista alguma motivação correta em buscar o título. Não existe. Apenas vaidade, anões em buscando palanques.
Se o camarada estuda para possuir o título, pelo menos o espírito cristão me diz isso, ele deixou o reino e os Seus interesses.
A garantia do 'quase' foi apenas para cumprir requisitos. O texto aí fala de F. F. Bruce que tinha mais conhecimento do que uma sala cheia de doutores.
Quanto a impressionar o mundo, aí mais estranho. Não parece essa a preocupação de Jesus ao comissionar discípulos.
Agora se ele estuda, tendo a glória de Deus e as ovelhas de Cristo como alvo, que o título esteja na gaveta.