O desejo, e prática, de todos os cristãos
ajuizados é levar as pessoas a se renderem aos pés de Cristo (II Co 10.4-6). É
bíblico crer na escolha antecipada de Deus e ao mesmo tempo empreender forças
para alcançar os que Deus escolheu (Rm 9.14-10.1). Os sentimentos de Provérbios 24.11,12 são cabíveis aqui: “Liberte os que estão sendo levados para a morte; socorra
os que caminham trêmulos para a matança! Mesmo que você diga: "Não sabíamos
o que estava acontecendo! " Não o perceberia aquele que pesa os corações?
Não o saberia aquele que preserva a sua vida? Não retribuirá ele a cada um
segundo o seu procedimento?” Judas 22,23, no mesmo espírito cristão, alerta-nos para
esse tipo de trabalho salvador.
Nessa
empreitada, caímos em alguns erros comuns, o que seria de esperar de
pessoas imperfeitas.
Deixamos de evangelizar a tempo e fora de tempo, deixamos de falar o que deve
ser dito, por medo ou por ‘ética’, oferecemos conselhos sem advertências, ou
advertência sem consolo, convidamos para um culto que achamos que será mais
‘brando’ para os visitantes, assim vai. Devemos pedir perdão a Deus quando
deixamos de agir como profetas.
Existem
outros erros que são produzidos. Aqui
mora um perigo diferente do acima citado. Quando erramos em fazer com que a Igreja seja relevante para a
sociedade, ou fazer com que ela seja ‘contemporânea’, a corrupção deixa rapidamente o rótulo, atinge o conteúdo.
Deus já determinou que o
Evangelho seja loucura e escândalo, sendo e tendo apenas poder para os que
creem! As principais ‘atualizações’ espúrias que estão sendo feitas hoje são:
A)
O ‘movimento das Comunidades Presbiterianas’: Se eu fosse membro de uma Comunidade Presbiteriana, a primeira
coisa que eu aprenderia com essa igreja é ser rebelde. Visto que a Supremo
Concílio da IPB já se pronunciou contra essa nomenclatura, e tais comunidades
continuam desobedientes, aprendo a insubmissão com os líderes dessa igreja
local!!!
Esse movimento faz um tipo de
pesquisa de campo que é um dos mais prejudiciais para a saúde da pregação do
Evangelho. Se a região onde se plantará uma igreja gosta de música popular,
sertanejo,(engraçado, e se gostarem de funk?), esse será o tipo de música usado
na liturgia. Esse é um erro mundano na plantação de igrejas. É joio satânico na
plantação do Senhor. Se isso dá ou não certo, ‘são outros 500’. Universal,
Mundial, etc. não são termômetros doutrinários por causa do crescimento.
Esse movimento tira qualquer
identidade denominacional. E na verdade, as comunidades cristãs que se mostram firmes em seus fundamentos
inspiram mais confiança e estabilidade. Se uma Igreja está do lado do Evangelho
Eterno (Ap 14.6,7), é a cultura que deve se adaptar, dentro da esfera da fé, e
não vice versa.
Obviamente,
nem tudo foi estabelecido na Escritura,
e por causa desse silêncio, o subjetivismo deixa os limites do senso comum da
Igreja como um todo. A Confissão de Fé de Wetsminter diz: “há algumas circunstâncias,
quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades
humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência
cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas.”
(I.6)
B) Sofisticar academicamente a mensagem da Cruz: Enquanto ‘o
movimento das Comunidades Presbiterianas’ produzem uma igreja ao gosto popular,
outros tentam ‘elevar’ o Evangelho a um nível acadêmico. O Evangelho não é
apenas escândalo, mas é loucura. Quando lemos ou ouvimos
alguns que tentam dar um ar filosófico ao Evangelho, eles também colocam joio
satânico na plantação do Senhor.
W. L. Craig talvez seja o cristão que mais tem levado crentes e apologistas,
incluindo muitos eruditos Reformados, a acharem que esse é o caminho. Suas
contribuições são bem vindas, mas nem sempre é plenamente fiel aos postulados
do Evangelho quando esse mostra a total corrupção da alma humana em relação às
coisas divinas.
Talvez os que
são fãs da roupagem acadêmica, dirão: “Como
evangelizar um ‘Phd’ em física Quântica sem ter essa erudição?” Irmãos, se
a mensagem da Cruz não salvar ele, com essa erudição toda, ele irá para o
inferno. Todos os confrontos de Cristo e dos apóstolos, com eruditos,
políticos, filósofos, sempre tiveram o mesmo conteúdo e a mesma roupagem: Cristo é a verdade. Sem lógica alguma,
sem construção argumentativa [fora da Bíblia], apenas deveriam crer nisso.
Aos queridos
irmãos Reformados; Deus resolveu salvar pela loucura da pregação (I Co
1.18-2.16). Essa passagem não é para Arminianos, o contexto da carta não era
esse. É exatamente ao que estou tratando. A sabedoria do mundo não pode
contribuir em nada.
A MELHOR ADAPTAÇÃO
O Catecismo
Maior de Westminster, por estar do lado do Evangelho Eterno, dá instruções
claras do que deve ser adaptado na Pregação da Palavra, e consequentemente, a
Igreja local seguirá essa dinâmica:
“159. Como a Palavra de Deus deve ser pregada
por aqueles que para isto são chamados?
Aqueles que são chamados a trabalhar no
ministério da Palavra devem pregar a sã doutrina, diligentemente, em tempo e
fora de tempo, claramente, não em palavras persuasivas de humana sabedoria, mas
em demonstração do Espírito e de poder; fielmente, tornando conhecido todo o
conselho de Deus; sabiamente, adaptando-se às necessidades e às capacidades dos
ouvintes; zelosamente, com amor fervoroso para com Deus e para com as almas de
seu povo; sinceramente, tendo por alvo a glória de Deus e procurando converter,
edificar e salvar as almas.
Jr 23:28; Lc 12:42; Jo 7:18; At 18:25;20:27;26:16-18; I Tm 4:16; II Tm
2:10,15;4:2,5; I Co 2:4,17;3:2;4:1,2;9:19-22;14:9;II Co 4:2;5:13,14;12:15,19;
Cl 1:28; Ef 4:12; I Ts 2:4-7;3:12; Fp 1:15-17; Tt 2:1,7,8; Hb 5:12-14.”
A primeira
contextualização é do mensageiro, com a Palavra – e então deve fazer de tudo
para que a Palavra seja clara a todos, mas sendo fiel, procurando
fervorosamente a salvação dos ouvintes, pela graça de Deus.
Essa é a
Evangelização Reformada na prática.
Boa é esta palavra e digna de inteira aceitação. Precisamos nos atentar para aquilo que não está de acordo com as Escrituras em nossas Igrejas. Ver onde caímos e voltar na direção certa.
ResponderExcluirMuito me preocupa a falta de zelo dos cristãos no anúncio do Evangelho de Cristo.
Estranho esse comentário, pastor: "O Catecismo Maior de Westminster, por estar do lado do Evangelho Eterno, dá instruções clara...". Como se eu precisasse do Sínodo, da Confissão. Mas tudo bem. Tanto tradicionais, quantos pentecostais sérios, são a mesma e única Igreja do Senhor.
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