"Assim, depois de 1844 o movimento milerita do “Segundo Advento” fragmentou-se gradualmente em vários grupos adventistas. Em 1855 um proeminente Segundo Adventista, J. P. Cowles, estimou que havia “umas vinte e cinco divisões do que havia sido antes o corpo unificado do Advento.” (Veja D. T. Arthur, op. cit., pág. 319.). Uma multiplicidade de novas datas começaram a aparecer: 1845, 1846, 1847, 1850, 1851, 1852, 1853, 1854, 1866, 1867, 1868, 1870, 1873, 1875, e assim por diante, e estas datas, cada uma tendo seus promotores e seguidores, contribuíram para uma fragmentação ainda maior. Um líder do Segundo Adventismo, Jonathan Cummings, declarou em 1852 que tinha recebido uma “nova luz” sobre a cronologia, e que se devia esperar o segundo advento em 1854. Muitos mileritas juntaram-se a Cummings e, em janeiro de 1854 deram início a um novo periódico, o Crise Mundial (em inglês), em defesa da nova data.
Outros fatores além das datas começaram a desempenhar um papel na composição do movimento do Segundo Advento. Até o presente momento, eles são características distintivas entre vários movimentos que se desenvolveram a partir do Segundo Adventismo, incluindo a Igreja Adventista do Sétimo Dia, as Testemunhas de Jeová e certas denominações da Igreja de Deus. Estes fatores incluem a doutrina da imortalidade condicional — não inerente — da alma, com o conseqüente dogma de que o destino final dos rejeitados por Deus é a destruição ou aniquilamento, não o tormento consciente. A crença trinitarista também se tornou uma questão entre alguns setores dos Segundo Adventistas.”
A maior parte destes desenvolvimentos já tinha ocorrido quando Charles Taze Russell, ainda em sua adolescência, começou a formação de um grupo de estudo da Bíblia em Allegheny, Pensilvânia. Do fim da década de 1860 em diante, Russell entrou cada vez mais em contato com alguns dos grupos Segundo Adventistas que se haviam desenvolvido. Ele estabeleceu estreitas relações com alguns dos seus ministros e leu alguns dos seus jornais, incluindo o Examinador da Bíblia de George Storrs. Gradualmente, Russell e seus associados adotaram muitos dos ensinos centrais desses grupos, incluindo suas posições condicionalistas e anti-trinitaristas e a maior parte das suas interpretações sobre a “era vindoura.” Por fim, em 1876 Russell também adotou uma versão revisada do sistema cronológico desses grupos, envolvendo a idéia de que os 2.520 anos dos tempos dos gentios expirariam em 1914. Portanto, em todos os aspectos essenciais, o movimento dos Estudantes da Bíblia de Russell pode ser descrito como mais uma ramificação do movimento milerita. Qual foi então a fonte mais imediata do sistema cronológico que Russell, o fundador do movimento da Torre de Vigia, adotou, incluindo não só o período de 2.520 anos para os tempos dos gentios com término em 1914, como também o ano 1874 para o início de uma presença invisível de Cristo? Essa fonte foi um homem chamado Nelson H. Barbour.
Continua...
Autor: Carl Jonsson
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