"ESPIRITISMO E INTERPRETAÇÃO
1- Deut 18.11: “Entre ti (Israel) não se achará... nem quem consulte mortos”.
Para tal declaração, Allan Kardec encontra desculpas: a) “Se a lei de moisés deve ser tão rigorasamente observada neste ponto, força é que o seja igualmente em todos os outros”
RESPOSTA: Só por um principio do Novo Testamento devemos abandonar algum preceito da lei mosaica. Esse está confirmado. Veja-se Lucas 16. 30,31
b) “O legislador hebreu queria que seu povo abandonasse todos os costumes adquiridos no Egito, onde as evocações estavam em uso e facilitavam abusos...”
RESPOSTA: “Deus não proíbe bons costumes só por serem de outros povos”
c) “Moisés devia, pois, por política, inspirar aos hebreus aversão a todos os costumes que pudessem ter semelhanças ou pontos de contato com o inimigo.”
RESPOSTA: “Como se vê, o argumento aqui é o mesmo, acrescido apenas de um novo motivo que só a moral do espiritismo poderia justificar, a saber- que uma coisa lícita ou boa, foi condenada simplesmente por política de moisés contra seus inimigos! E ainda que, por política, se pode caluniar a Deus, atribuindo-lhe a condenação do Ele mesmo realmente condena.”
d) “A evocação dos mortos não se originava no sentimento de respeito, afeição ou piedade para com eles.”
RESPOSTA: “A verdade, porém, à luz da história, pe que não houve povo, na antiguidade oriental, que respeitasse mais os mortos.” Refere-se aos egípcios.
Em face dos textos citados (Deut. 18.11; Isaias 8.19; Lucas 16.30,31) há ainda outrs posição que importa seja esclarecida. O prof. Henrique Mauter acha que a proibição de consultar mortos (implica os textos) de os mortos voltarem. E acha mais que uma possibilidade, se vier a ser provada experimentalmente, não invalidará o valor do Cristianismo como verdadeira fonte de orientação espiritual de formação de caráter.
Quanto a esta posição do Cristianismo não há mesmo dúvida. Há contudo, outros textos como 2 Co 5.1-10; Fl 1.21-25; 2 Pe 2.4-9; Jd 6,7; Ap 6.9-11 que esclarecem algo sobre a situação dos mortos. A possibilidade de sua volta ao mundo, além de inútil e perigosa conforme patente, é tão avessa à situação deles que... o melhor é não esperá-lo [...]
2- Mt 17.1-13: Trata-se da transfiguração que os espíritas pretendem [que] tenha sido uma sessão espírita.
Fazemos as seguintes observações: a) Cristo podia ser intermediário entre vivos e mortos, mas não andou envolvido em sessões dessa natureza. A transfiguração foi um fenômeno excepcional (Mt 16.28). b) Cristo preferiu ser “mediador” a ser “médium” ( 1 Tm 2.5,6). C) Cristo proibiu a divulgação da transfiguração, enquanto os homens não tivessem a compreensão de seu papel verdadeiro após a ressurreição (Mt 17.19). d) O s discípulos apresentaram o fato como indicativo da divindade de Cristo; não como espécime de invocação de mortos (1Jo 1.1-4; 2 Pe 1.16). e) Os discípulos viram Moisés e Elias; não consta que estes tivessem falado com eles ou que os tivessem visto. O objetivo da vinda de Moisés e de Elias não foi evidentemente o que o Espiritismo preconiza em outras sessões. f) A lição do incidente coloca Cristo, e não os mortos, como mestre. “Ouvi-o” (Mt 17.5).
Pudesse os espíritas aproveitar todos esses ensinos dos textos citados!"
...(continua)
Rev. Júlio Andrade Ferreira
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