Esse documento da IPB, é de 1996. Vemos uma postura equilibrada, [ou em cima do muro?] sobre a discussão das línguas. Na verdade é apenas esse assunto que assolava a igreja, e às vezes ainda causa alguma celeuma. Falar em línguas. As igrejas pentecostais, e os pentecostais que estão na IPB, apenas falam de dons por causa das línguas, mais nada. Sempre achei que tal documento responde satisfatoriamente a discussão. A IPB NÃO É UMA IGREJA PENTECOSTAL. Porém, não tem a presunção de dizer o que Deus faria ou não faria.
AFIRMO: Os cultos pentecostais não possuem nenhuma semelhança bíblica (1 Co 14), nem atinge na maioria esmagadora dos casos, qualquer propósito missionário (At 2).
Acredito que nesses cem anos de pentecostalismo no Brasil, Deus em sua bondade e misericórdia usou nossos irmãos pentecostais ao anunciar a salvação em Cristo Jesus.
Mas também são cem anos de confusão. Um culto pentecostal, do tipo mais original, sem duvida é uma bagunça. Pessoas saem de seus bancos, falando – bala-bala- bala-bala-, outro bate o pé no chão e roda dizendo – ripa-laba-isturicanta, e por fim algum interpreta dizendo: “Deus disse que vai fazer uma obra nesta noite!”)
Com base nesse documento da IPB, eu não posso dizer que sou cessacionista. Mas isso não deveria ser interpretado de maneira alguma que não ser cessacionista significa ser pentecostal ou mesmo continuísta. É ser Bíblico. Os servos de Deus nunca se rotularam em torno das manifestações providenciais de Deus.
Em alguma época eu achava que o termo ‘continuísta’ era próprio. Mas com o tempo, notei que é apenas uma maneira de alguns presbiterianos-reformados se esquivarem das criticas aos pentecostais, e ao mesmo tempo serem tais! Visto que a única coisa que esses indivíduos querem é: falar em línguas.
Seria bom mesmo caso tivéssemos uma grande quantidade de pastores presbiterianos orando por mortos e esses serem ressuscitados, por doentes mentais e serem normais, por deficientes físicos sem membros, e serem reconstituídos. Gostaria muito dos tais CALVINISTAS PENTECOSTAIS, do 'NOVO' CALVINISMO, recebessem mais ‘unção de dar banho em mendigos’, unção de cuidar de doentes terminais, etc. Mas a única coisa que eles querem é: falar em línguas!
“Sou pastor-presbiteriano, mas creio na continuidade dos dons!” Qual?: “Falar em línguas!”
Visto que é isso que eles querem, serão sempre pentecostais.
Leia a posição da IPB sobre o assunto:
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O Propósito das Línguas
Evidenciar a Universalidade da Graça
As línguas mencionadas no livro de Atos ocorreram por ocasião da descida do
Espírito Santo sobre judeus (2.1-13), sobre gentios que eram simpatizantes do
judaísmo (10.44-46; 11.16-17), e finalmente sobre alguns discípulos de João Batista (19.1-7). Aparentemente, elas funcionaram como evidência externa da descida do Espírito sobre estes diferentes grupos, refletindo o progresso do Evangelho a partir dos judeus, passando por grupos intermediários até alcançar, finalmente, os gentios, conforme Jesus determinou em At 1.8. Podemos concluir que, como evidência do cumprimento das diferentes etapas do Pentecoste, as línguas cessaram.
Sinal do Juízo de Deus sobre os incrédulos
É importante ainda notar que as línguas serviram como sinal do juízo de Deus
sobre os descrentes. Escrevendo aos Coríntios sobre o propósito das línguas, Paulo afirma: “Na lei está escrito: Falarei a este povo por homens de outras línguas e por lábios de outros povos, e nem assim me ouvirão, diz o Senhor. De sorte que as línguas constituem um sinal, não para os crentes, mas para os incrédulos” (1 Co 14.20-22). A citação de Paulo vem de Is 28.11-12. Nesta passagem, Isaías profetiza a invasão de Israel pelos caldeus, povo cuja língua era totalmente desconhecida para os judeus. Os gritos dos soldados caldeus invasores eram o sinal de que o juízo de Deus estava se abatendo sobre a nação incrédula. A profecia de Isaías baseia-se no que Moisés escreveu em Dt 28.49-53, sobre Deus usar um povo de linguagem desconhecida para castigar Israel em decorrência da desobediência, um tema também desenvolvido em Jr
5.15 (ver ainda Is 33.19). Paulo, por sua vez, partindo da profecia de Isaías, aplica o mesmo princípio aos seus dias, ao escrever aos Coríntios sobre o propósito do dom de línguas. Assim como no passado o juízo de Deus sobre os judeus descrentes evidenciou-se através da destruição da nação por um povo cuja linguagem lhes era desconhecida, assim também o juízo de Deus sobre os judeus descrentes na época do Novo Testamento, tirando-lhes o Reino e passando-o para outro povo, manifestou-se através das línguas faladas miraculosamente pelos gentios que receberam o Messias de Israel. 53 Portanto,
como sinal do juízo de Deus sobre um Israel incrédulo, as línguas serviram a um propósito histórico e definido. Assim, podemos concluir que, sob o prisma de sinal do juízo de Deus, as línguas cessaram.
Edificação da Igreja
Em sua primeira carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo enfatiza a edificação da
Igreja como sendo o propósito de todos os dons espirituais. As línguas, portanto, onde não entendidas, e sem interpretação, eram proibidas por ele, visto que não traziam edificação aos que as ouviam. Seu uso individual particular tampouco foi encorajado pelo apóstolo. Alguns, baseando-se em 1 Co 14.4, têm argumentado que as línguas todos, não precisaram de intérprete para serem entendidas e vieram de forma inopinada sobre os presentes. Em Corinto, as línguas não eram faladas por todos, careciam de intérprete para sua compreensão e estavam sob o controle dos que falavam. Porém, essas diferenças são mais bem entendidas como circunstanciais, e não como essenciais. Em ambos os casos, a essência do milagre consistia em pessoas falando fluentemente em línguas que lhes eram previamente desconhecidas. Também foram dadas para a edificação individual do que fala. A passagem, entretanto, ainda que implicitamente admitindo a possibilidade de edificação individual daquele que fala, não autoriza o uso em particular do dom para proveito apenas do que fala, já que os dons são dados para o benefício de todos os membros da Igreja (ver 1 Pd 4.10; 1 Co 12.7,25; etc.). Ainda que Paulo não minimize a realidade do dom de línguas, ele o considera como possuindo um valor inferior aos dons que utilizam palavras inteligíveis. Paulo, pois, dá preferência à profecia, pois esta edifica a Igreja (1 Co 14.1-4). Embora admitindo o orar e o cantar em línguas, Paulo expressa que é melhor orar e cantar também com o entendimento (14.15). A preferência do apóstolo inspirado, “prefiro falar na Igreja cinco palavras com meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua” (14.19), claramente demonstra que as línguas ocupam lugar absolutamente secundário nas reuniões do povo de Deus. Mesmo não proibindo, ele desencoraja o seu uso (1 Co 14.39-40). Portanto, mesmo os que rejeitarem a argumentação sobre a natureza das línguas, certamente deverão levar em conta a argumentação sobre o propósito por excelência dos dons: a edificação da Igreja.
A Contemporaneidade das Línguas
Sob o ponto de Vista Textual
As Escrituras ensinam e a Igreja crê que, quando encaradas como evidência da universalidade da graça e como sinal do juízo de Deus sobre os incrédulos, as línguas cessaram, havendo cumprido aquelas finalidades históricas. No que se refere ao seu propósito de edificação da Igreja, o Novo Testamento, entretanto, não explicita a cessação ou continuação do dom de línguas além do período apostólico. Assim, a questão da contemporaneidade do dom de línguas não pode ser determinada de forma final a partir dos dados escriturísticos. Em geral, podemos mencionar duas posições antagônicas sobre o assunto: a de que as línguas cessaram como um todo, e a de que as línguas permanecem hoje como durante o período apostólico. Os que crêem na cessação absoluta do dom de línguas têm, às vezes, apelado para 1 Co 13.10 como evidência. Entretanto, esta passagem não pode ser usada como prova indiscutível da cessação das línguas, visto que não é claro no texto que to\ te/leion, “o que é perfeito,” se refira quer ao fechamento do Cânon, quer à maturidade espiritual da Igreja, podendo perfeitamente ser uma referência à Segunda Vinda de Cristo.
Os que crêem na plena contemporaneidade das línguas freqüentemente se
esquecem do ensino bíblico claro sobre a natureza e propósitos das mesmas, tanto em suas ocorrências em Atos como em Corinto. A ênfase do Novo Testamento na edificação da Igreja, como sendo o propósito principal de quaisquer dos dons, aparenta estar ausente em boa parte do atual movimento de línguas. Além do fato de que não existem provas claras de que idiomas estejam sendo falados, as línguas são mormente faladas por todos ou pela maioria, durante os cultos públicos, e isto ao mesmo tempo, e sem interpretação, em clara dissidência dos mandamentos apostólicos em 1 Co 14.26-37, estando assim ausente o propósito principal das línguas, que é a edificação dos fiéis.
Sob o Ponto de Vista Histórico
A História da Igreja registra que as línguas cessaram algum tempo após a era apostólica. A Igreja pós-apostólica, depois da crise gerada pelos exageros do Montanismo, abandonou definitivamente a prática de línguas e profecias. Crisóstomo, um teólogo do século IV, testificou em seus escritos que as línguas e outros dons “espetaculares” haviam cessado tão antes de sua própria época, que ninguém mais sabia ao certo das suas características. Assim, através dos séculos, a Igreja vem servindo a Deus, evangelizando o mundo e sendo edificada sem o pretenso auxílio das mesmas.
Sob o ponto de Vista Teológico
A Escritura ensina e a Igreja crê que, em Sua soberania, Deus pode conceder o dom de línguas à Igreja quando Lhe aprouver, em qualquer período da História. A Escritura também ensina e a Igreja crê igualmente, que uma manifestação genuína do dom de línguas deverá sempre seguir o padrão revelado pelo próprio Deus nas Escrituras, quanto à sua natureza, seu propósito, e sua utilização. A Igreja não se sente compelida a aceitar como genuínas quaisquer manifestações contemporâneas de “línguas” que não se conformem ao precedente estabelecido pelo Espírito Santo nas Sagradas Escrituras. Cabe aos que acreditam e têm ensinado que Deus tem renovado esse dom na Igreja contemporânea, o ônus de fornecer evidências claras e inequívocas de que estas coisas são assim. Afirmações ousadas nesta área, que não podem ser substanciadas pelas Escrituras, e experiências pessoais cuja genuinidade não pode ser comprovada, têm antes semeado confusão e discórdia do que promovido a paz, a unidade, e a edificação da Igreja.
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Luciano,
ResponderExcluirVou usar este seu texto para complementar um que eu estou escrevendo sobre o juramento dos ministros da IPB quando são ordenados. Muitos deles prometem fidelidade às posições teológicas da IPB, mas quando assumem uma igreja, pregam teologias estranhas à igreja.
O assunto que estou escrevendo tem a ver com as línguas, juramentos e a IPB.
Graça e paz do SENHOR aos irmãos do blog...
ResponderExcluirVai firme Heitor!
Que o SENHOR JESUS te abençoa e fortaleça!
http://escravosdecristo.blogspot.com/2011/06/importancia-da-lei-de-deus.html
ResponderExcluirLuís Filipe, respondi aos seus argumentos!
E dêem Glórias, porque ainda resta "verdades" neste Blog.
ResponderExcluirGraça e paz do SENHOR aos irmão do blog...
ResponderExcluirLuciano, perdoe-me por ter postado o e-mail sem a sua permissão. Mas é que pensei (pela afinidade) que poderia fazê-lo. Minhas sinceras desculpas... já fiz a alteração do post. É só acessar a "Conclusão". Ah! Eu comecei a postar as refutações do Charles W"hite", para acessar, é só clicar na "Parte 1"
http://escravosdecristo.blogspot.com/2011/06/debate-com-adventista-indice.html