sábado, 26 de fevereiro de 2011

A GRAÇA DO DOMINGO!

Graça e paz do SENHOR aos irmãos do Blog... quero apenas acrescentar um comentário interessante do Pastor Batista Reformado Glênio Fonseca Paranaguá, referindo-se a transição do Sábado para o Domingo:

"A Semana do Velho Concerto tinha essa característica de um lazer compensatório, uma vez que o descanso vinha sempre no final do expediente dos seis dias de trabalho, mantendo um sabor de indenização ou aparência de galardão. [...] A Semana do Novo Pacto desestabiliza esse modo de focalizar o assunto, apresentando o dia da vacância no início do período. De acordo com a mentalidade das obras, o descanso vem como consequência do desempenho. Mas, segundo a graça, o desempenho vem em decorrência do descanso [da fé em Cristo]. Essa mudança de conceito é uma reviravolta radical no posicionamento da nova postura." (DO LIVRO: Religião, uma Bandeira do Inferno - P. 137)

Comentário do irmão Luis Filipe

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A "SEGUNDA BÊNÇÃO" OU "BATISMO COM FOGO": SINAL DE AVIVAMENTO?

“E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele. Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo. Pois eu de fato vi, e tenho testificado que ele é o Filho de Deus.” (Jo 1:32-34).



Muitos acreditam que, após a conversão, deve-se buscar também o Espírito Santo, ou seja, segundo esta crença, o Espírito de Deus ainda não habita no recém convertido. Alguns chamam este suposto segundo estágio da carreira cristã de “batismo com o Espírito Santo”, outros chamam de “batismo com fogo” e outros ainda de “a segunda bênção”. Será que as coisas são de fato assim? Ao olharmos para as páginas sagradas, parece que este ensino não foi propagado e nem incentivado pelos apóstolos:



O apóstolo Paulo trouxe inúmeros ensinos que podem nos auxiliar nesta questão:



1º) Todos aqueles que recebem a Jesus em suas vidas são chamados filhos de Deus (Jo 1:12);



2º) Somente quem é filho de Deus é guiado pelo Espírito Santo (Rm 8:12-17);



3º) O Espírito Santo confirma que somos filhos de Deus e nos guia e aqueles que não O possuem, não podem dizer que são de Deus (Rm 8:9,14,16; 1Jo 3:23-24);



4º) Deus envia ao coração dos cristãos o Seu Espírito pelo fato de sermos seus filhos (Gl 4:4-6); Fato que está ligado ao ítem 01;



5º) O Senhor Jesus Cristo e o Espírito Santo são “um” em essência, mesmo possuindo personalidades distintas (2 Co 3:14-18);



6º) Os cristãos podem ser fortalecidos com poder pelo Espírito Santo, no intuito de que Jesus habite ricamente em seus corações (Ef 3:14-17);



7º) Quem possui o Espírito Santo jamais profere uma blasfêmia contra Jesus e é somente através do Espírito que admite-se sinceramente que Jesus Cristo é Senhor de sua vida (1Co 12:3).



O apóstolo Pedro fez uma advertência aos judeus de todas as nações (At 2:5) que presenciaram a descida do Espírito Santo sobre os discípulos no dia de Pentecostes em Jerusalém (vv. 6-13) que, quebrantados diante de sua pregação do evangelho (vv. 14-36), perguntaram: “...que faremos, irmãos?” (v. 37). O apóstolo afirmou: “...arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (v. 38).



Aqui nesta declaração de Pedro ("...e recebereis..."), muitos podem asseverar que ele deixou uma lacuna doutrinária para podermos afirmar que após o arrependimento e conversão, o recebimento do Espírito Santo vem depois, mas não na mesma hora ou logo depois da conversão. Mas vamos ver alguns outros textos que deixam mais claro que o Espírito Santo é dádiva de Deus Pai a todos aqueles que, arrependidos, recebem a Jesus Cristo em suas vidas no momento da conversão, quando se crê verdadeiramente em Cristo, e não um prêmio oferecido àqueles cristãos que alcançam um patamar elevado em sua carreira cristã.



No Capítulo 18 de Atos, Apolo, um judeu alexandrino, eloquente e firme na Palavra de Deus, pregou precisamente a respeito de Jesus em Éfeso, mas conhecia apenas o batismo de arrependimento de pecados realizado por João Batista (vv. 24-28). Após sua partida para Corinto, Paulo chegou em Éfeso e, conhecendo que o Espírito Santo é recebido no momento da conversão de uma pessoa, perguntou à alguns discípulos: “...recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes?” (At 19:2a). Ao saber que eles haviam sido batizados apenas no batismo de João Batista, Paulo os batizou em nome de Jesus e eles receberam o Espírito Santo (vv. 2b-6).



Quando Pedro pregava aos parentes e amigos de Cornélio, em Cesaréia, (At 10:23-28) e falava da grandeza da obra de Deus através da vida de Jesus (vv. 34-41) e sobre a pregação do evangelho (v. 42), ao mencionar que a remissão dos pecados seria recebida por todos aqueles que cressem em Jesus (v. 43), o Espírito Santo desceu imediatamente sobre todos os ouvintes enquanto Pedro falava (v. 44), pois atenderam à pregação do apóstolo e creram em Cristo. No capítulo seguinte, Pedro, se defendendo perante os judeus convertidos e os demais apóstolos e irmãos que estavam na Judéia, quanto à conversão dos gentios (At 11:1), disse que Deus concedeu aos gentios o mesmo dom do Espírito quando todos creram no Senhor Jesus (At 11:16-17).



Facilmente, portanto, podemos verificar nas expressões apostólicas "recebestes o Espírito quando crestes" e "Deus concedeu o Espírito quando todos creram no Senhor" que as pessoas recebem o Espírito Santo quando se convertem a Cristo e não em um estágio posterior em sua santificação e carreira cristã.



Como observamos no item n.º 5 no início deste artigo, se Jesus Cristo e o Espírito Santo possuem a mesma essência divina (2Co 3:14-18), aqueles que apregoam o posterior batismo com o Espírito, estão na verdade afirmando que a Trindade sofre uma espécie de separação no momento da conversão de alguém, ou seja, segundo eles, Jesus viria habitar na pessoa convertida, enquanto o Espírito Santo aguardaria o momento oportuno para o “batismo com fogo”. É evidente, no entanto, que quem recebe a Cristo em seu coração, também recebe o Espírito Santo.



É evidente que existe o batismo com o Espírito Santo (Mt 3:11), mas ele ocorre no momento da conversão. Portanto, já somos batizados com o Espírito Santo. O que devemos buscar é a Sua plenitude (At 4:31; 7:55; 9:17), pela santificação, buscando realizar a vontade de Deus (1Ts 4:3), através de Sua Palavra, louvando sinceramente ao Senhor, com hinos e cânticos, com gratidão a Deus e submissão entre os irmãos (Ef 5:17-21), não “apagando” o Seu poder em nós com os nossos pecados (1Ts 5:19).





Devemos buscar o fortalecimento do nosso interior com o poder do Espírito, para que Cristo habite ricamente em nós, pela fé, fazendo com que vivamos em amor, para que compreendamos a grandeza do amor de Cristo. Dessa forma, seremos tomados pela plenitude de Deus (Ef 3:14-19) e transbordaremos do Espírito Santo (At 13:52).



Mas, e então, o batismo com fogo é um sinal de avivamento? Bem, já que o batismo com fogo é o recebimento do Espírito Santo na vida de uma pessoa que se converte a Cristo, podemos afirmar que, observando isoladamente algumas conversões (ou batismos com fogo), elas podem não categorizar um avivamento, pelo menos ainda, elas são um sinal milagroso e poderoso da mão do Senhor na vida da igreja através da pregação do evangelho, resgatando muitas pessoas das garras do pecado, da morte e de Satanás, levando-as a uma vida abundante em Cristo e para a eternidade com Deus.



Mas, deve-se analisar todo o contexto da igreja e reconhecer os demais sinais de genuíno avivamento, para podermos seguramente afirmar que estas conversões são sinais de um avivamento. Afinal, conversões (batismos com fogo) devem ser uma rotina sobrenatural e natural na igreja cristã que prega e vive a Palavra, não precisamos aguardar o avivamento para esperar que elas ocorram, mesmo sabendo que milhares poderão acontecer.



Vemos na passagem de Atos 2:42-47 que na vida avivada da igreja apostólica do primeiro século, o Senhor acrescentava à igreja diariamente as pessoas que iam se convertendo. Em pouco tempo, o número de 120 pessoas, os apóstolos e discípulos de Jesus, inclusive a mãe do Senhor, que aguardavam em oração perseverante a vinda do Espírito Santo, passou para mais de 8.000, após milhares de conversões (batismos com fogo) com as pregações dos apóstolos cheias da unção do Espírito. Vejam em Atos 1:13-15 as 120 pessoas iniciais, em Atos 2:41 a conversão de aproximadamente 3.000 pessoas e em Atos 4:4 cerca de mais 5.000 conversões.


Cláudio - Aprendei

domingo, 20 de fevereiro de 2011

As Doutrinas Estranhas do Mormonismo

As doutrinas do Mormonismo ficaram mais estranhas à medida que a seita se desenvolveu. Atualmente, as doutrinas mórmons são as seguintes:


(Observação: Estas doutrinas são documentadas por escritores mórmons, não por opositores do mormonismo.)


1) O verdadeiro evangelho foi perdido na terra. O Mormonismo é a sua restauração, Mormon Doctrine, by Bruce R. McConkie, p. 635. Eles ensinam que existiu uma apostasia e que a verdadeira igreja deixou de existir na terra.


2) Nós precisamos de profetas hoje, da mesma maneira que no Antigo Testamento, Mormon Doctrine, p. 606.


3) O Livro de Mórmon é mais correto que a Bíblia, History of the Church, vol 4, p. 461.


4) Não existe salvação fora da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Mormon Doctrine, p. 670.


5) Existem muitos deuses, Mormon Doctrine, p. 163.


6) Existe uma deusa mãe, Articles of Faith, by James Talmage, p. 443.


7) Deus foi um homem em um outro planeta, Mormon Doctrine, p. 321.


8) Depois de você tornar-se um bom mórmon, você tem potencial para tornar-se um outro deus, Teachings of the Prophet Joseph Smith, p. 345-347, 354.


9) Deus, o Pai, tem um pai (Orson Pratt in The Seer, p. 132; Um dos propósitos do The Seer era "elucidar" a doutrina mórmon, The Seer, 1854, p. 1).


10) Deus, o Pai, tem um corpo de carne e ossos, Doctrine and Covenants, 130:22.


11) Deus tem a forma de um homem, Joseph Smith, Journal of Discourses, vol. 6, p. 3.


12) Deus é casado com a sua esposa-deusa e tem filhos espirituais, Mormon Doctrine, p. 516.


13) Nós fomos gerados primeiro como bebês espirituais no céu e então nascemos naturalmente na terra, Journal of Discourses, vol. 4, p. 218.


14) O primeiro espírito que nasceu no céu foi Jesus, Mormon Doctrine, p. 129.


15) O Diabo nasceu como um espírito depois de Jesus "na manhã da pré-existência" Mormon Doctrine, p. 192.


16) Jesus e Satanás são espíritos irmãos, Mormon Doctrine, p. 163.


17) Um plano de salvação era necessário para as pessoas na terra. Então, Jesus e Satanás apresentaram cada um o seu plano, e o plano de Jesus foi aceito. O Diabo quiz ser o salvador da humanidade para "anular a identidade dos homens e destronar a deus." Mormon Doctrine, p. 193; Journal of Discourses, vol. 6, p. 8.


18) Deus teve relações sexuais com Maria para produzir o corpo de Jesus, Journal of Discourses, vol. 4, 1857, p. 218.


19) O sacrifício de Jesus não é suficiente para limpar-nos de todos os nossos pecados, Journal of Discourses, vol. 3, 1856, p. 247.


20) As boas obras são necessárias para a salvação, Articles of Faith, p. 92.


21) Não existe salvação sem aceitar Joseph Smith como um profeta de Deus, Doctrines of Salvation, vol. 1, p. 188.


22) Batismo pelos mortos, Doctrines of Salvation, Vol. II, p. 141. Esta é a prática de alguém batizar-se em lugar de alguém, não-mórmon, que já tenha morrido. Eles crêem que, no após vida, a pessoa "nova batizada" esteja habilitada a entrar em um céu mórmon de maior nível.


23) Existem três níveis de céu: Telestial, Terrestrial e Celestial, Mormon Doctrine, p. 348.




Fonte: CARM.ORG


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Reverendos mercenários, falsos presbiterianos e a profanação do Domingo!

O SENHOR Nosso Deus, ordenou que seu povo guardasse o sábado, o descanso no sétimo dia após seis dias de trabalho. As razões são duas, e ao mesmo tempo um mistério. Devemos descansar no sétimo dia por que Deus criou o mundo em seis dias. E também por que Deus libertou seu povo da escravidão do Egito. A progressiva revelação bíblica estabeleceu no NT que os Cristãos da nova aliança guardariam o sábado, no dia da ressurreição do Senhor Jesus. Os motivos são bíblicos, teológicos, histórico e esmagadores (VEJA AQUI). Ou seja, nós os de tradição Reformada, guardamos o quarto mandamento conforme a revelação neotestamentária no Dia do Senhor.
Mas talvez você perguntará: Os presbiterianos fazem isso? Nunca!!! – Isso pode ser até irônico quando vemos que muitos presbiterianos nem são presbiterianos, e muitos pastores presbiterianos só estão nessa igreja para receberem os seus bons salários! Não se importam com a Fé Reformada, mas coma fé malaquiana, dizimista, mais nada. (Bem, dessa ala podre, não quero falar no momento, pois de mercenários o mundo está cheio.)


Os presbiterianos no Brasil não guardam mais o Domingo por causa da fraqueza teológica que está nos púlpitos presbiterianos! Isso é na maioria, não são muitas igrejas que são realmente isso que os blogs presbiterianos dizem por aí. Os seminários estão cheios de jovens sem vocação ministerial que não evangelizam. Desempregados que entraram no ministério em busca de emprego. Outros pastores que dizem que são pentecostais de alma, batistas de alma, assembleianos de alma, mas são presbiterianos por convicção (?), na verdade sabem que a oportunidade de um bom emprego surgiu e se tornaram funcionários da IPB... Mercenários!

Sabe por que esse declínio na teologia e espiritualidade presbiteriana e evangélica no Brasil e no mundo? Por causa da profanação do Domingo! Os teólogos de Westminster previram isso, e estamos vendo bem aqui, bem ali...


Muitos pais presbiterianos são covardes, não ensinam versículos bíblicos para os filhos, não cantam com seus filhos aos Domingos, não ensinam histórias bíblicas para seus filhos, deixam de ir ao culto nos Domingos para assistirem jogos, festas, acham que as mães devem ensinar, para ficarem com seus olhos gordos de tanta porcaria da TV e na Internet.


Veja o que o catecismo maior diz na pergunta e parte da resposta 121:


121. Por que a expressão “lembra-te” se acha colocada no princípio do quarto mandamento?


A expressão “lembra-te” se acha colocada no princípio do quarto mandamento, em parte devido ao grande benefício que há em nos lembrarmos dele, sendo nós assim ajudados em nossa preparação para guardá-lo; e porque, em o guardar, somos ajudados a guardar melhor todos os mais mandamentos, e a manter uma grata recordação dos dois grandes benefícios da criação e da redenção, que contém em si a breve súmula da religião; e em parte porque somos propensos a esquecer-nos deste mandamento, visto haver menos luz da natureza para ele, e restringir nossa liberdade natural quanto a coisas permitidas em outros dias; porque este dia aparece somente uma vez em cada sete, e muitos negócios seculares intervêm e muitas vezes nos impedem de pensar nele, seja para nos prepararmos para ele, seja para o santificarmos; e porque Satanás, com os seus instrumentos, se esforça para apagar a glória e até a memória deste dia, para introduzir a irreligião e a impiedade. Gn 2:2,3; Ex 16:23;20:8,12,20;34.21; Nm 15:37,38,40; Ne 13.19;13:15-23; Jr 17:21-23; Lm 1:7; Sl 118:22,24; Lc 23:54,56; Hb 4.9.


Vários detalhes poderiam ser indicados nessa explicação. Mas note o que destaquei na parte final! Precisamos procurar isso em nosso país e em nossas igrejas? Percebemos aí, que o domingo seria um regulador espiritual, um termômetro que evitaria o egocentrismo nosso em relação ao tempo.


Temos que nos lembrar que os CM prescreve com base na Bíblia que existem ‘obras de necessidades’ que podem ser feitas aos Domingo. Existem trabalhos que se enquadram em tais ‘necessidades’, policial, médico, etc.


Isso não fará uma pessoa justificada diante de Deus. Mas quem não guarda o Domingo (mesmo com nuanças nesse guardar) está prejudicando sua vida espiritual, sendo vítima de Satanás e contribuindo para irreligião e impiedade.



Presbiteriano seja Presbiteriano, procure entender o ensino Reformado, ou vá logo para alguma igreja dispensacionalista, pare de nos estragar e diluir nossa identidade. Sua presença nos incomoda.


E Pastor que tem reservas confessionais, deixe de ser hipócrita, todo trabalho é digno, procure outro emprego e tenha a consciência tranqüila e não mercenária!





sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

RESUMO DA PERSPECTIVA TEONÔMICA DA LEI DE DEUS

1. As Escrituras do Antigo e do Novo Testamento são, em parte e no todo, a revelação verbal de Deus por meio de palavras humanas, sendo infalivelmente verdadeiras acerca de tudo que ensinam sobre qualquer tópico.

2. Desde a Queda sempre foi considerado ilegítimo usar a lei de Deus com a expectativa de estabelecer seu próprio mérito ou justificação. A salvação vem por meio da promessa e da fé; o compromisso com a obediência é o estilo de vida da fé, um sinal da gratidão pela graça redentora de Deus.

3. A Palavra do Senhor é o padrão único, supremo e inquestionável para as ações de qualquer pessoa em todas as áreas da vida; essa Palavra naturalmente inclui as orientações morais de Deus (lei).

4. A nossa obrigação de cumprir e guardar a lei de Deus não pode ser julgada por nenhum padrão extra-escritural, por exemplo, se as suas exigências específicas são adequadas a tradições passadas ou a práticas ou sentimentos modernos.

5. Deveríamos pressupor que as leis permanentes do Antigo Testamento continuam moralmente obrigatórias no Novo, a não ser que sejam abolidas ou modificas por revelação posterior.

6. Com relação à lei do Antigo Testamento, a nova aliança supera a antiga aliança em glória, poder e finalidade, e assim faz cumprir tarefas anteriores. A nova aliança também supera as sombras da aliança antiga, e assim muda a aplicação de princípios sacrificais, de pureza e de “separação”, redefinindo o povo de Deus e alterando o significado da Terra Prometida.

7. As leis permanentes de Deus são um reflexo do seu caráter moral imutável e são absolutas no sentido de serem não-arbitrárias, objetivas, universais e estabelecidas antes de circunstâncias particulares; portanto são aplicáveis a tipos gerais de situações morais.

8. O envolvimento do cristão na política requer o reconhecimento da lei de Deus transcendente, absoluta e revelada como padrão segundo o qual todos os códigos sociais são julgados.

9. Magistrados civis em todas as épocas e lugares são obrigados a exercer sua função como servos de Deus, como agentes da ira divina contra criminosos e como aqueles que prestarão contas no Dia Final do seu trabalho diante do Rei dos reis, o seu Criador e Juiz.

10. A continuidade geral que pressupomos com respeito aos padrões morais do Antigo Testamento se aplica igualmente a questões sociopolíticas, assim como se aplica à ética pessoal, familiar e eclesiástica.

11. Os preceitos civis do Antigo Testamento (leis “judiciais” permanentes) são um modelo de justiça social perfeita para todas as culturas, até mesmo no castigo de criminosos. Fora das áreas em que a lei de Deus determina a intervenção e a aplicação da retribuição penal, governantes civis não estão autorizados a legislar ou usar a coerção (e.g., no mercado

econômico).

12. A forma moralmente apropriada para o cristão corrigir os males sociais que não estão sob a jurisdição legal do Estado ocorre por meio de empreendimentos voluntários e de caridade ou da censura na casa, na igreja ou no mercado, assim como o método apropriado para mudança da ordem política da lei civil não passa pela revolução violenta, mas pela dependência da regeneração, reeducação e reforma legal gradual.

Fonte: Monergismo

Erudito Adventista mostra mais erros históricos da ‘mitológica profetisa’ Ellen White

Continuaremos vendo o estudo que o erudito adventista S. Bacchiocchi publicou a respeito das informações de Ellen White sobre o sábado, e seu desafeto, o domingo. Isso é muito interessante, pois vem de uma autoridade adventista. As observações são de Dirck Anderson, o pesadelo adventista da atualidade. Vele a pena ler.
A primeira postagem sobre isso está AQUI. Além disso, ofereci uma resposta ao questionamento Adventista sobre a guarda do Domingo AQUI.


Devemos ter em mente que não era intenção do autor destronar o ministério profético de Ellen White, mas acabou acontecendo algo nessa direção. Tanto que o Dr Bacchiocchi ficou muito revoltado com Anderson por usar isso. Em uma postagem posterior postarei essa ‘briga’.


A origem do culto domingo


Nas páginas 52-53 de O Grande Conflito A Sra. White escreveu:


"Nos primeiros séculos o verdadeiro sábado foi guardado por todos os cristãos. Eles foram ciosos da honra de Deus, e crendo que Sua lei é imutável, zelosamente preservavam a santidade de seus preceitos . "


Note aqui que a palavra " séculos "é plural. Isso indica que, para um mínimo de dois séculos, o sábado era observado por "todos Os cristãos. "A Sra. White parece ter acreditado que todos os cristãos observavam o sábado até que "a parte inicial do quarto século [quando] o imperador Constantino promulgou um decreto fazendo do domingo uma festividade pública em todo o Império Romano . "( p. 53)


Dr. Bacchiocchi escreve em seu boletim:


"O que é problemático é a impressão que muitas pessoas tem das declarações de EGW que o sábado era observado " por todos os cristãos ... nos primeiros séculos , até que " a parte inicial do século IV, [quando] o imperador Constantino promulgou um decreto tornando domingo um feriado público. (Pp. 52-53) ...


"Os primeiros documentos que citam culto de domingo voltar a Barnabé em 135 e Justino Mártir , em 150 . Assim, é evidente que o culto de domingo já estava estabelecido em meados do século II. Isto significa que, para ser historicamente preciso do termo " séculos "deve ser alterado para o singular "século ".


Bacchiochi do livro , De sábado para o domingo, Fornece evidência substancial de que culto de domingo começou muito mais cedo do que a Sra. White afirmou .


Erro # 3 - A mudança de sábado para o domingo


Contudo uma outra imprecisão é encontrado no capítulo 25 do O Grande Conflito. Ellen White afirma que a mudança do sábado para o domingo foi realizada pelo Papa com o "poder do Estado " :


"Foi em nome do domingo que o papado começou a ostentar arrogantes pretensões ; e seu primeiro recurso ao poder do Estado foi para impor a observância do domingo como " dia do Senhor "."(Página 447)


Ela faz outra declaração semelhante no final do livro:


" decretos reais, concílios gerais e ordenanças eclesiásticas, apoiadas pelo poder secular, foram os passos pelos quais os pagãos [dia do festival do Sol ] alcançou posição de honra no mundo cristão . " (Página 574)


Antes de ler a avaliação do Dr. Bacchoicchi dessas citações , deixe-me lembrar o leitor que o Dr. Bacchiocchi é amplamente considerado como o teólogo SDA , que é certamente a pessoa mais experiente em toda a Igreja na história da igreja referentes a questões sábado e domingo . Simplesmente não há na igreja alguém mais qualificado para avaliar as declarações de Ellen White do que o Dr. Bacchiocchi . Aqui está a sua avaliação:


"Ambas as afirmações acima citados são imprecisas, porque o poder secular do Estado não influenciar ou obrigar os cristãos a tomar domingo, durante o segundo e terceiro séculos . Naquela época os imperadores romanos eram bastante hostis em relação ao cristianismo . Eles estavam mais interessados em suprimir o cristianismo do que apoiar os líderes da igreja em sua promoção do culto de domingo. O bispo de Roma não poderia ter recorrido ao " poder do Estado para impor a observância do domingo como dia do Senhor ". Eventualmente, com início no século IV , alguns imperadores romanos apoiou ativamente a agenda da igreja , mas isso foi muito tempo depois do estabelecimento da observância do domingo .


"Em minha dissertação de sábado para o domingo eu tenho mostrado que o Bispo de Roma , de fato, pioneiro na mudança do dia de adoração , mas ele fez isso sem a ajuda do governo romano. O que precipitou a necessidade de mudar o sábado para o domingo , foi o anti- judaica e da legislação anti- Sabbath promulgada em 135 pelo imperador Adriano .


"Depois de reprimir a segunda revolta judaica , conhecida como a revolta Barkokoba (132-135 ), que provocaram muitas baixas , o Imperador Adriano decidiu lidar com o problema judaico de uma forma radical de religião suprimindo o judeu. Hitler estava determinado a liquidar a Judeus como um povo e de Adriano foi autorizado a suprimir o judaísmo como uma religião. Para atingir este objetivo Adriano baniu em 135 a religião judaica em geral e em particular guarda do sábado.


"Foi neste momento crítico que o Bispo de Roma tomou a iniciativa de mudar o sábado para o domingo a fim de mostrar para o governo romano a separação dos cristãos dos judeus e sua identificação com os ciclos da sociedade romana. Mas, ao desta vez, o Bispo de Roma não podia invocar «o poder do Estado para impor a observância do domingo como dia do Senhor ', porque nos olhos do Cristianismo romanos ainda era uma religião suspeito de ser reprimido, ao invés de ser apoiados ".


É evidente a partir da avaliação do Dr. Bacchiochi que o papa não recorrer ao poder do Estado, como a Sra. White escreveu. Em vez disso, o bispo romano instituiu o culto dominical, sem qualquer assistência do Estado.


Erro # 4 - sábado Condenado por Concílios Ecumênicos


A Sra. White escreveu em O Grande Conflito dos "conselhos vasto" que, supostamente, tentou " pressionar " o sábado a fim de exaltar o domingo em seu lugar. Ela escreve:


"vastos concílios foram realizadas ao longo do tempo, em que os dignitários da Igreja foram convocados de todo o mundo . Em quase todos os concílios o sábado que Deus havia instituído foi pressionado um pouco mais baixo, enquanto o domingo era correspondentemente exaltado." (página 53)


Havia sete concílios Justiça ( Nicéia , em 325 , Constantinopla I em 381 , Éfeso, em 431 , Calcedônia , em 451, Constantinopla II em 553 , Constantinopla III , em 680 , e Nicéia II em 787 ). No entanto , a Sra. White parece ter sido ignorante do seu conteúdo. Dr. Bacchiocchi escreve:


"O problema é com a segunda parte da declaração que fala do sábado como sendo " pressionado um pouco mais baixas em quase todo conselho geral. Em toda a minha leitura dos sete concílios ecumênicos , Eu não encontrei uma referência para o sábado / domingo questão a ser debatida em que tais conselhos. Presumivelmente, a razão é que a observância do domingo já não era uma questão debatida - que se tornou amplamente aceita por cristãos. "


Como poderia o sábado ter sido " pressionado "um pouco menor nesses conselhos , quando nem sequer foi discutido? Isso é simplesmente mais um caso da Sra. White inventando história em seus escritos e, em seguida alegando que era a inspiração de Deus!




Fonte: Dirk Anderson


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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Evangelizando as Testemunhas de Jeová - Parte 3 e

Assim como os Adventistas, as Testemunhas ensinam uma doutrina em torno de um ano. Enquanto os Adventistas anunciaram a volta de Cristo para 1844 depois espiritualizaram os acontecimentos dessa data. As Tesmunhas de Jeová, também anunciaram para 1914 depois espiritualizaram essa volta. A doutrina de 1914 é a doutrina da 'Presença de Cristo'. Visto que os Adventistas tem uma outra marca, o Sábado, as Testemunhas tem também, o nome Jeová. Mas tanto para os Adventistas, bem como para as Testemunhas de Jeová - o ano (1844 para os ASD e 1914 para os TJs) é o principal sinal que confirma que são os verdadeiros servos de Deus!

Um  
         Segundo a Liderança TJ, a doutrina de 1914 é compreendida assim:

A expressão do reino de Deus na terra foi manifestada no reino de Israel, em especial na dinastia Davídica. Quando esse reino foi destruído por Nabucodonosor em 607 AEC( segundo eles), sendo permitido pelo próprio Deus, na verdade estava sendo interrompida a expressão Divina da Teocracia na terra. Aconteceu que o rei Babilônico, Nabucodonosor sofreu uma demência por sete anos, ou ‘sete tempos’, leia Daniel capitulo 4. Na ocasião foi revelado a ele que uma cinta ferro estaria sendo passado em volta de uma árvore que simbolizava o seu reino em Babilônia. Mas para os Líderes TJ havia uma alegoria nesse acontecimento. Na verdade era o Reino de Deus que ficaria interrompido por ‘sete tempos’. Então com cálculos substitutos eles fizeram que cada dia desses sete anos, significasse um ano de 360 dias, perfazendo um total de 2520 anos. Visto que ao fim da demência de Nabucodonosor o Reino voltou a ele, ao terminar aquele simbólico sete tempos ( ou seja 2520 anos), os reino de Deus seria dado ao mais humilde da humanidade, Jesus. A loucura ‘animalesca’ do rei Nabucodonosor representou também esse período que Deus ficou sem representante terreno entre os governos humanos, animalescos. Se você subtrair 607 anos de 2520 terá um total de 1913. E como a contagem cronológica não conta, e não existe, ano 0 (zero) deve ser acrescido mais um ano no final, chegando a 1914. Por coincidência foi em 1914 que ocorreu a Primeira Guerra Mundial, como indicio de que Satanás teria sido expulso do céu, iniciado desta forma, o Reino de Deus lá no céu!

Sei que o irmão está admirado com a falta de hermenêutica lúcida. Não tem qualquer sentido fazer uma aplicação ‘alegórica’ dessas, eu sei. Mas o irmão precisa conhecer uma das principais doutrinas TJ, de maneira correta, para ajudá-los a ver o Evangelho do eterno Reino de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Então pergunte: Por que aceitar outra explicação para o sonho de Nabucodonosor quando o próprio Daniel deu a interpretação inspirada ?

A ler com o TJ todo o capitulo 4 de Daniel encontrará a explicação do que significava a árvore nos versículos 20 a 22 e o sentido dos ‘sete tempos’ no versículo 25. Peça a ele que leia. Faça novamente a pergunta. Caso ele tente pular em textos isolados, insista que a explicação do sonho está ali, no próprio contexto, não é preciso procurar outras passagens. Prezado irmão, pelo que sei as Testemunhas de Jeová, poucas delas sequer terão a coragem de prosseguir, pois se trata de um assunto difícil até mesmo para elas.
Em uma ocasião quando confrontei um TJ com as dificuldades da interpretação de 1914, ele alegou ‘que não era uma doutrina essencial para a salvação’. Uma afirmação sem base, pois, para os Líderes deles, uma das doutrinas que os distingui de outras religiões é a de 1914 ( Segundo o livro Raciocínios no verbete: Testemunhas de Jeová). Quão errados estão aqueles TJs que acham que é uma doutrina não muito importante! Essa doutrina é o pilar profético da seita, que estão dispostos a pagar qualquer preço para sustentá-la, até mesmo ensinar uma mentira: de que Nabucodonosor destruiu Jerusalém em 607 quando todas as provas históricas indicam 587/6. Ao mesmo tempo, está tendo uma diminuição na ênfase dela nas atuais literaturas. Parece que para não exigir muitas explicações, ao passo que a ‘velha guarda’ ainda olha empolgada para 1914, como sinal de que seus Líderes tem um histórico profético exato.






segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Por que guardo o Domingo e não o Sábado? Respondendo os Adventistas

Como responder a pergunta Adventista: Mostre-me na Bíblia onde Deus mandou guardar o Domingo em lugar do Sábado? Apresento abaixo 8 razões [de dez, exceção da 8 e 9], como respostas bíblicas a esse questionamento.

Mas antes vou mostrar uma incoerência nessa pergunta. Eles na verdade colocam em dúvida um padrão bíblico de deduções legítimas que eles usam. O que está errado é a formulação da pergunta e não nas provas. Poderíamos perguntar:

Mostre-me na Bíblia onde Deus mandou celebrar a Santa Ceia em lugar da Páscoa?

Veja o que o livro Nisto Cremos , oficial e autorizado de doutrinas Adventistas, diz na página 267 ao tratar da Santa Ceia: “Naquele momento, Jesus instituiu, em lugar da Páscoa, o serviço que seria o memorial do Seu grande sacrifício: a Ceia do Senhor ” Página 271: “A Ceia do Senhor ocupou o lugar da Páscoa praticada no Antigo Testamento.”[negrito meu]

Ou seja, quando os Adventistas apresentarem essa ordem de transferência, podem exigir algo com relação ao Domingo no lugar do sábado!

(Explorei mais o assunto da Páscoa AQUI.)

POR QUE GUARDO O DOMINGO?

Evidentemente que para dar uma resposta a essa pergunta com poucas sentenças seria impossível. Mas podemos tentar trazer alguns apontamentos resumidos. Preciso deixar claro que não tenho problema algum com a guarda do Sábado praticada pelos irmãos Batistas do Sétimo Dia, nem necessariamente com a maneira com que os hereges Adventistas tem dito que guardam. Os problemas com a guarda do sábado pelos adventistas são: 1) Em vários momentos os observo contrapondo essa guarda como sinal de que são a verdadeira igreja de Cristo por causa disso. 2) Para a mística profetisa Ellen White, a guarda do sábado será O sinal apocalíptico, escatológico, da salvação na volta de Cristo! 3) Quando na vida individual [ou coletiva] eles sentem alguma justiça advindo da guarda do sábado.

AS RAZÕES para se guardar o Domingo são exclusivamente extraídas do NT (embora se pode vislumbrar algo no VT) e da prática que se seguiu ao que foi estabelecido no NT.

Primeiro – Após o nascimento da igreja em Atos, o Novo Testamento não revela que as atividades celebrativas cristãs foram realizadas aos sábados, mas sim aos Domingos. Isso não foi sem propósito.

Segundo – Os relatos sobre os sábados no NT estão ligadas aos Judeus e não aos Cristãos. Isso não foi sem propósito.

Terceiro – O principal evento do cristianismo, a Ressurreição do Senhor, se deu no Domingo. Esse fato é relatado nos quatro evangelhos, destacando não somente o acontecimento, mas o dia do acontecimento. Isso não foi sem propósito.

Quarto – O ‘nascimento’ da igreja se deu em pentecostes, que era no Domingo! Isso não foi sem propósito.

Quinto – Tendo em vista o pentecostes de Atos 2, as primícias das realizações cristãs foram feitas no Domingo. 1) Primeiro sermão, 2) Primeiras conversões e 3) Primeiro batismo realizado pela Igreja. Isso não foi sem propósito.

Sexto – O Soberano Deus usou a palavra ‘Domingo= dia do Senhor’ em uma referência ao primeiro dia da semana em Apocalipse 1.10. Isso não foi sem propósito.

Sétimo – Um livro Bíblico foi escrito sob revelação divina no Domingo. Isso não foi sem propósito.

Oitavo – A história confirma que os cristãos após os apóstolos, no segundo século, celebravam o Senhor no Domingo e não guardavam o sábado. Isso não foi sem propósito.

Nono – Todos os teólogos cristãos da Reforma, os servos fieis de Deus, os Puritanos, bem como uma nuvem de teólogos fieis de todos os ramos do protestantismo, entenderam que os motivos acima são evidências bíblicas para considerar o Domingo como dia do Senhor. Isso não foi sem propósito.

Décimo – Colossenses 2.16,17 impede que qualquer guardador do sábado lance julgamento contra quem não guarda o sábado. Isso não foi sem propósito.

Essas são as razões que me levam a guardar* o Domingo, o Dia que meu Senhor ressurgiu dentre os mortos para a glória de Deus e para minha salvação!

*A maneira de se guardar o Domingo é objeto de debate. Alguns transferem todas as referências e prescrições sabáticas do VT ao Domingo. Outros mantêm uma guarda mais celebrativa do que de trabalho e ainda outros acreditam que seja uma oportunidade de maior expansão de atividades cristãs. Nem mesmo Calvino chegou ao ponto em que os Puritanos de Westminster chegaram nesse assunto. Mas talvez quem esteja errado nisso seja Calvino e não a Assembleia de Westminster.

É um fato que o Dia do Senhor já não tem sido mais ‘o dia do Senhor’, para aqueles que são do Senhor. Isso é um pecado de ambição, egoísmo e egocentrismo! Esse dia poderia ser um dia de leitura bíblica em família, de visitas em hospitais, evangelização, e descanso necessário. Mas jamais trocar um culto nesse dia por uma festa, ou um jogo.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Os erros de interpretação do arminiano e adventista Leandro Quadros - Parte 2

Lembrando que na primeira parte (AQUI), falamos da falha de Leandro Quadros em entender o livre arbitrio (ou a falta dele) no homem, e em compreender o termo bíblico "acepção de pessoas".


Continuando os pontos onde discordo de suas doutrinas, desta vez falaremos sobre a graça previniente.

-GRAÇA PREVENIENTE

Graça preveniente seria a capacitação que Deus concede ao pecador (incapaz de crer por sí só), para que este creia em Cristo e seja salvo.

Segundo o professor, Deus dá a TODOS a capacidade de escolher a Cristo ou não. E parte do homem o "aceitar ou negar" isso.

Leandro Quadros disse, no ponto 4 do seu texto:

"Portanto, a habitação de Cristo em nós por meio do Espírito nos capacita (pela graça de Deus) a escolhermos ou não continuarmos predestinados*[À salvação]. Do contrário, por que o Espírito Santo habitaria em nós se não fosse para nos ajudar e nos converter?"

E também disse:

"Entendo que o ser humano por si não pode ser salvo. Mas, a Bíblia ensina que a graça de Deus dá a capacidade a cada um de escolher o caminho a seguir."

Gostaria de ver esse texto... Pois a Bíblia afirma o contrário.

Primeiro, ela afirma que o homem não tem essa capacidade. Em Romanos 3.10-12 é dito que "Não nenhum justo". Ok, isso sabemos, e concordamos neste ponto com o professor.

Mas, ela afirma também que TODO aquele que Deus dá a capacidade, vem a Jesus. (Novamente: TODO, nenhuma exceção)

Jesus declara ambas:

1 - Falta de capacidade humana:

"Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia". João 6:44

e

2 - A capacitação que Deus dá:

"Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora." João 6:37

Portanto, 1- O homem é incapaz, 2-Deus dá a capacidade a alguns, 3-TODO aquele a quem Deus capacita virá a Jesus. Concluímos então, que quando a pessoa é convencida pelo Espírito Santo, ela virá com toda certeza. Se a pessoa não vier a Jesus, logo, essa nunca foi capacitada por Deus.

Essa afirmação bíblica contrasta totalmente com a afirmação do Professor Leandro Quadros. Isso se dá porque o professor não compreende a obra do Espírito Santo no coração do pecador.

O Espírito Santo CONVENCE (João 16.18), não dá "múltipla escolha".

Continua...

*O assunto "predestinação" será tratado nas próximas partes, se Deus quiser.



Esse é o segundo texto preparado e concedido pelo irmão Neto ao MCA.

Teonomia: insensatez ou verdade? Resposta ao blog do irmão Ricardo Mamedes

O irmão Ricardo criticou em seu Blog a posição teológica teonomista* de maneira dura. Gostaria de interagir com o que ele analisou.
Quero antes de tudo dizer que os demais colaboradores do MCA não tem compromisso comigo nesse assunto, pelo menos nenhum ainda se manifestou contra.

No início da postagem o irmão Ricardo disse que ‘nunca leu um autor Teonomista’, mas se que sabia muito bem o que é, baseado nas ‘discussões pessoais com aqueles que são’. Acho que isso depõe contra ele. Seria bom, antes de postar uma crítica a uma posição teológica de irmãos reformados, pelo menos interagir com os que são reconhecidos como autoridade no assunto. Além disso, ele disse que nunca foi refutado.

O irmão se arriscou muito mesmo quando disse, e reconheceu isso: “Se a lei é "boa" - e é , pelo menos sob o ponto de vista ético e moral - daí a instituí-la como força coercitiva estatal demanda hermenêutica completamente torta e tortuosa. Logo, teimo em contradizer os defensores da tal teonomia acusando-os de superficiais em sua "interpretação" (sei que estou correndo enorme risco ao fazer tal afirmação).

Se merece uma refutação ao que ele disse é muito simples.

No Brasil a proibição de homicídio baseada na Bíblia, é uma ação coerciva?

O que Paulo disse sobre a Lei em I Tm 1.8-11 é um exemplo claro que a lei poderia e pode reger uma nação. Isso é uma boa hermenêutica?(Ele mesmo citou essa passagem, mas não atentou ao fato que Paulo disse ‘se promulga lei para...’)
O irmão Ricardo indica uma incongruência nos Teonomistas, 'pois nunca, nem ninguém obedecerá a Lei de Deus, nem mesmo os Cristãos!'

Ora, não é o que eu devo fazer, mas o que o Espírito faz em mim e por mim.  A Bíblia é contra a colocação do irmão, quando ela nos diz: “Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.”

No Espírito, a Lei de Deus é cumprida em mim! Todo cristão tem essa promessa, desde que seja cristão nascido de novo, e não carnal, que sempre fala do pecado que pratica e nunca da nova vida que tem!

Ele faz uma caricatura, constrói um monstro de palha, que na verdade nem merece refutação, mas indignação diante de uma conclusão distorcida (não acho que seja propositalmente, mas é em decorrência da ânsia de refutar aquilo que ele não aceita).
Ele disse:
“A raciocinar com os teonomistas, a Lei, então trazida para a esfera estatal institucionalmente, forçará justos e justificados, ímpios e crentes, eleitos e réprobos. Novamente será estabelecida a velha aliança e voltaremos aos rituais e aos holocaustos; verteremos sangue de bois e ovelhas nos novos altares sacrificiais.”(?????????????????????????????????????????????????????????????????????????)

A próxima parte é um vai e volta. Ele sabe da resposta, mas inventa uma refutação, observe: “por que a sanha em restabelecer a Lei quando se tem a graça? Ora, se o maior bem que o cristão possui é a salvação, trazida pela graça, qual a necessidade da Lei? Os teonomistas responderiam que a Lei traria "equilíbrio" à sociedade, que seria " a Lei de Deus" aplicada ao homem, etc, etc. Tantos outros argumentos surgiriam e se materializariam, e ainda assim eu os refutaria dizendo que a "Lei", mesmo sendo boa e justa, não se aplica a justificados através do sangue de Cristo vertido na cruz do calvário.”

Irmão, difícil entender o que você disse, se foi um motejo ou não. A Bíblia no NT tem várias vezes proibições aos Cristãos. Essas são reflexos da lei de Deus. Quando a Bíblia diz ‘não mintais uns aos outros’ (Cl 3.9). Isso é uma lei? Para quem?

Na sua postagem o irmão coloca Jesus dizendo que deveríamos guardar tesouro nos céus... isso é piedoso e verdadeiro, mas o que está em jogo isso aqui? Olha, no sermão Jesus foi Teonomista e disse que Não veio para destruir a Lei.

Além disso, o exemplo de Jesus é interessante para os Teonomistas. Ele aceitava a lei como estando vigente (os dispensacionalistas também aceitam isso). Mas qual governo regia a nação de Judá? Roma! Estamos em situação similar. Cremos que a lei de Deus é suprema, mas lamentavelmente estamos debaixo de leis humanas, algumas boas, outras más*.

(*Por exemplo, caso a lei homofóbica entre em vigor, ou mesmo que o casamento seja vituperado nessa nação, ou mesmo o homicídio de crianças no ventre seja morto com garantias da lei.)

Os demais erros do irmão giram em torno de uma confusão entre o que pensamos sobre a Lei, como norma de regência estatal ou mesmo de princípio, com a justificação salvadora. As passagens que ele usa é a discussão da justificação pelas obras para salvação. Não acho que devo dizer algo contra tal asseveração do irmão, visto que está fora de propósito.

Insensatos Gálatas! Isso Paulo disse. Eles estavam se apegando nas leis cerimoniais, com o objetivo de serem aceitos por Deus. Eles já haviam sido aceitos em Cristo! Nem mesmo a lei moral podia conduzir eles a uma posição justificada, muito menos as intermináveis práticas litúrgicas. Eles caíram da graça, pois estavam buscando Deus não pela cruz de Cristo, mas pelas obras da lei!

Irmão, acho que R. C. Sproul tem um recado melhor para te dar:
“A Confissão de Westminster nos convoca a adotar o que os teólogos na época chamavam de ‘equidade geral’ da lei. Isto é, embora haja princípios fundamentais da justiça de Deus em operação na instituição da lei civil do Antigo Testamento, talvez seja necessário dar os ajustes apropriados e levar em conta que o nosso contexto é diferente daquele. Um exemplo comum é o seguinte: no Israel do Antigo Testamento, os proprietários de imóveis tinham que ter cercas nos seus telhados. Tal lei faria pouco sentido nos nossos dias, pois não temos o hábito de passar o tempo em cima das nossas casas. A ‘equidade geral’ sugere que o objetivo desta regra é a segurança física dos familiares e dos eventuais hóspedes. Assim, pode-se dizer que os proprietários modernos deveriam ter ‘cercas’ nas suas piscinas. Uma medida para o seu nível de proximidade em relação à teonomia como ideologia é refletido na precisão da sua aplicação dessa ‘equidade geral’. Em segundo lugar, cuidado! Não dê ouvidos àqueles críticos que não entendem coisa alguma de teonomia ou de reconstrução. Aqueles de esquerda (teológica e politicamente) gostam de retratar os teonomistas e reconstrucionistas, herdeiros dos puritanos, como se fossem ‘jihadistas evangélicos’ do inferno que desejam impor um regime fascista calvinista sobre o resto do mundo. Isso é uma calúnia sem par! Os teonomistas, bem como o resto de nós cristãos, querem ver justiça no âmbito político. Eles querem ver as nações serem disciplinadas. Eles querem que o reino se manifeste. Eles querem ver todo joelho se dobrar e toda língua confessar que Jesus Cristo é Senhor. E quem é que, estando em Seu reino, poderia desejar outra coisa?”

Espero que tenha contribuído para nossa paz em Cristo.


POR FAVOR, QUEM QUISER LER ALGUMA REPRESENTAÇÃO TEONOMISTA CLICK AQUI

* Me tornei teonomista sem nunca saber o que isso era! Certa vez lendo Vincent Cheung, e percebendo como para esse autor a Bíblia é um pressuposto absoluto e final para qualquer afirmação, inseri isso na minha visão de que a Evangelização deveria dominar o mundo, e a obediência ao Senhorio de Cristo é uma ordem a todo homem e a toda nação. Outra coisa que pensava era que se a Bíblia tem leis, o que deveria impedir que uma nação se submetesse a essas leis para reger seus súditos? Se ela terá leis, qual motivo para não basear tais leis na Palavra infalível de Deus? Isso era um pensamento incipiente, somente depois que percebi que existia uma tal ‘teonomia’. No princípio achei que isso era um compromisso com o pós-milenismo, o que é quase regra. Depois percebi que não era necessário ser um pós-milenista para ser teonomista. Não sou pós-milenista.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

AS DUAS NATUREZAS DA PESSOA DE CRISTO

Na postagem anterior o irmão Lucio abordou se existe contradição na doutrina cristã das duas naturezas de Cristo. Agora veremos a evidência bíblica e teológica dessa doutrina por outro colaborador do MCA, o irmão Cláudio. (Vale a pena imprimir esses dois estudos e compartilhar em algum estudo cristão!)

“Conquanto o assunto da unio personalis [ou união pessoal] seja um mistério muito grande, somente precedido em profundidade pelo mistério da união das três pessoas da Trindade, não podemos nos furtar a estudá-lo...” (Héber C. Campos, “A união das naturezas do Redentor”, p. 16); [citação entre colchetes de nossa parte].

Quando Cristo esteve entre nós, passou por diversas situações tipicamente humanas, teve um crescimento físico normal como todo ser humano (Lc 2:7,39,52), passou fome e sede (Mt 4:2; Jo 4:7), desfrutou de uma amizade, da perda de um amigo (Jo 11:35-36; 13:23) e sofreu tentações (Mt 4:1-10; Hb 4:15; 5:7).

Porém, o Filho de Deus é eterno, assim como o Pai e o Espírito Santo também o são. Quando a Segunda Pessoa da Trindade encarnou, recebendo, assim, a natureza humana oriunda de Maria, que gerou a Jesus Cristo em seu ventre pelo poder do Espírito Santo (Lc 1:30-35), esta natureza humana foi unida à Sua já eterna natureza divina em uma só Pessoa.

Portanto, o Senhor Jesus Cristo, após a sua encarnação, passou a possuir duas naturezas concomitantemente: a humana e a divina, mas, sem que uma natureza comprometa a outra. A Sua divindade não o torna menos humano e a Sua humanidade não o torna menos divino (Rm 1:2-4; 9:5; Fp 2:5-7).

Este é mais um mistério dentro do grande mistério da Trindade. A união destas duas naturezas em Cristo foi possível pelo fato de que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, ou seja, natural e moralmente parecido com Deus (Gn 1:26-27), por isso, possuidor de uma certa afinidade com Ele (2Pe 1:4).

Deus jamais iria se encarnar em um ser irracional e sem alma. É importante salientar, entretanto, que a natureza humana de Cristo não é decaída como a nossa, ela não compartilha da pecaminosidade que acompanha a humanidade desde a “queda” de Adão e Eva (Rm 5:20-21; Hb 4:15; 7:26) e que a Segunda Pessoa da Trindade não encarnou em um ser humano já existente, o que seria um absurdo. Neste caso então à Trindade teria se somado mais uma pessoa e passaria a ser uma “Tetrindade” (quatro pessoas). Héber Campos sabiamente trouxe considerações que nos auxiliam neste estudo:

“Jesus Cristo é o Verbo divino que se fez carne. Ele não é metade homem. Ele é plenamente Deus e plenamente homem. Na encarnação não houve nenhum acréscimo à sua natureza divina, mas o Verbo adquiriu uma natureza humana que não possuía antes da encarnação. Ele não é meramente um homem que possui certas qualidades divinas dentro de si, nem o Deus que possui algumas qualidades humanas, mas ele é perfeitamente Deus e perfeitamente homem, possuindo ambas as naturezas, a divina e a humana, de modo que ele é Deus cem por cento e homem cem por cento, possuindo todas as propriedades de cada natureza (...)” (“As duas naturezas do Redentor”, p. 101).

Mais adiante, Héber Campos complementou:

“...De Maria não iria nascer simplesmente e unicamente uma das naturezas do Redentor – a humana, porque esta natureza não seria personalizada, nem existiria antes e à parte de sua união com a Segunda Pessoa da Trindade, que possuía a natureza divina, o Verbo...Quando houve a união das duas naturezas numa manifestação poderosa do Espírito Santo no ventre da mãe, então passou a existir um ser pessoal em Maria que, depois de nove meses, saiu do seu ventre...” (p. 103).

Jesus Cristo é o Deus-homem, nosso Mediador diante de Deus Pai (1Tm 2:5). Jesus Cristo é o Filho de Deus, uma só essência com o Pai Celeste. Ele não só estava com Deus, mas também era (e é) Deus, Ele subsistia em forma de Deus (Jo 1:1; Fp 2:5-6). Jesus é o Deus unigênito que está em comunhão de essência com o Pai e O revelou ao mundo (Jo 1:18; 14:8-9).

Ele é a imagem de Deus Pai, que é invisível (Cl 1:12-15). Ele é o resplendor da glória e a expressão exata de Deus Pai (Hb 1:1-3a). O Filho assumiu a natureza humana, estava no princípio com Deus como o Verbo (a Palavra). O próprio Pai declara o Filho como Deus (Hb 1:8-9). Cristo é o Emanuel, o Deus conosco (Mt 1:23; Is 7:14). Ele é chamado de Deus Forte (Is 9:6). Ele é Deus bendito para todo o sempre (Rm 9:5). Em Seu corpo físico reside toda a plenitude da Divindade (Cl 2:8-9). Ele é o nosso grande Deus e Salvador (Tt 2:13; 2Pe 1:1b). Ele é o verdadeiro Deus e a vida eterna (1Jo 5:20).

Hermisten da Costa em sua obra “Eu creio no Pai, no Filho e no Espírito Santo” apresentou evidências bíblicas sobre a união pessoal de Cristo. Estes textos indicam claramente as duas naturezas simultâneas do Redentor, unidas em uma só “Pessoa”. Observemos:

“1) Jesus Cristo fala de si mesmo como uma única pessoa; não havendo o intercâmbio entre um ‘Eu’ e um ‘Tu’ entre as duas naturezas (Jo 17.1, 4, 5, 22, 23); 2) Os pronomes pessoais atribuídos a ele são sempre referentes a uma pessoa; 3) Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, não havendo uma preponderância do divino sobre o humano nem do humano sobre o divino. Não podemos falar biblicamente – como muitas vezes somos tentados a pensar – em Jesus agindo, pensando e falando como homem em alguns textos, e em outros como Deus. Jesus é o Verbo de Deus encarnado que vive, sofre, morre e ressuscita como tal. Jesus Cristo não tem personalidade fragmentada, sendo em alguns momentos Deus e em outros homem. Por isso, os atributos de sua divindade, bem como de sua humanidade, são atribuídos a uma só Pessoa. Leia com atenção os seguintes textos: Lc 1.43 – Mãe do Senhor. Lc 2.11 – Nasceu o Senhor. Jo 3.13 – O Filho do Homem está aqui e no céu (vd. Jo 1.18; 6.62). At 3.15 – Mataram o Autor da Vida. At 20.28 – Sangue de Deus. Rm 9.5 – Cristo, Deus bendito. 1Co 2.8 – Crucificaram o Senhor da Glória. Gl 4.4 – O Filho foi enviado para nascer. Hb 1.1-2 – O Filho é herdeiro de todas as coisas. Cl 1.13-20 – ‘Nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho de seu amor...Ele é a imagem do Deus invisível...havendo feito a paz pelo sangue de sua cruz...’. Cl 2.8-9 – Em Cristo habita a plenitude da divindade. Além dos textos citados, leia também: Mt 1.21; Lc 1.31-33; Fp 2.6-11, entre outros. 4) Todos os que se referiam a Jesus Cristo faziam menção de uma só pessoa (Mt 16.16; 1Jo 4.2)” (pp. 247-248).

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

AS DUAS NATUREZAS DE CRISTO _ HÁ CONTRADIÇÃO?


Os irmãos observarão que lidar com o ateísmo (entre outros ramos da apologética) requer muito estudo e dedicação, não só à Bíblia, como também à filosofia, história, e as demais ciências. É certo que nem todos têm essa oportunidade e/ou têm dom para isso. O que pode ser feito então?

Primeiramente, não devemos nos esquecer dos apologistas e pensadores que nos precederam com o pretexto de piedade. Dizer que honrar, se lembrar com afeto e até agradecer a Deus por outros é errado é contrário às Escrituras (veja que em Filipenses. 2: 26-30, Paulo convoca os irmãos a honrarem, ter em estima os irmãos que batalham pela fé, dentre os quais o apologista pode ser enquadrado). Não estamos convocando-os para um culto idólatra, somente para o reconhecimento do que Deus fez na história.  Estuda-se história para aprender com os erros e acertos do passado e entender a situação atual. Muitos desafios foram lançados à fé cristã no decorrer dos séculos. Esses desafios, na maioria das vezes, voltam à tona, porém, com uma roupagem diferente. Deus providenciou no decorrer de toda a história, respostas à altura e convincentes, a esses desafios. Desprezá-las, é desprezar os atos de providência de Deus. Portanto, convidamos os irmãos a conhecerem mais sobre os apologistas do passado e de hoje. Apesar de Robert Letham estar falando de outro assunto, o conselho vale para este:

"Se depreciarmos as dificuldades passadas da igreja, não estaríamos nós cheios de orgulho? Não seria talvez o caso de estarmos tão envolvidos com o que o Espírito Santo esteja nos mostrando agora que nós prestamos pouca atenção ao que ele mostrou a outros? Parte da razão pela qual a tecnologia tem avançado tanto hoje é porque ela possui uma base de um longo período para se apoiar. Ela não tem tentado reinventar a roda!"(LETHAM, 2007, p.18)

Outro aspecto interessante é saber apontar para o outro. Dar referência. Quando nós formos confrontados com uma idéia que não sabemos rebater, devemos indicar quem entende do assunto. Isso vale até mesmo para apologistas. Se lhe for questionado em cima da epistemologia, e sua área for cosmologia, ele será muito sensato em indicar outro apologista especialista na área. A analogia de corpo é, também, muito bem vinda entre os apologistas.

Há ainda outro aspecto que afastam os ateus de darem ouvidos aos cristãos: um viés manco do cristianismo vem pregando um anti-intelectualismo com aparência de piedoso, recorrendo por vezes ao misticismo e evadindo de sua responsabilidade apologética (1 Pedro 3:15; Tito 1:9).  Quando o cético questiona alguém dessa laia, recebe respostas que o repudiam, o afastando do teísmo.  Contra isso, Craig nos adverte:
"Se um incrédulo faz a objeção de que a Bíblia não é confiável porque é uma tradução de uma tradução de uma tradução, a resposta não está em dizer-lhe que se acerte com Deus. A resposta está em explicar que temos excelentes manuscritos da Bíblia nas línguas grega e hebraica _ e depois dizer-lhe que se acerte com Deus!" (CRAIG, 2004, p. 44).

Não se pede para que alguém creia em algo sem lhe dar uma real motivação para isso. Recorrer ao misticismo não é uma atitude respaldada na Bíblia. Devemos nos esforçar, estudar e buscar as respostas certas para as indagações, e isso, de joelhos no chão. Sproul se expressa da seguinte maneira:

"A tarefa da apologética é mostrar que a evidência sobre a qual o Novo Testamento chama as pessoas a entregarem suas vidas é evidência instigante e digna de todo o comprometimento. Isso geralmente demanda trabalho para o apologista. Às vezes preferiríamos esquivarmo-nos da responsabilidade de fazer nosso trabalho de casa, combater os problemas e responder às objeções e simplesmente dizer para as pessoas. [sic] ‘Olhe, você tem que ter fé’. Esse é o pretexto básico. [...] Devemos nos esforçar para fazer o nosso trabalho como o Espírito Santo faz, porque Ele não pede para as pessoas colocarem sua confiança, fé e sentimento no que é absurdo e sem sentido" (SPROUL, 2007, p. 20-21).

 E C.S. Lewis reforça a ideia com a seguinte afirmação:

"É assim que vejo a natureza essencial da vida acadêmica. Hoje, entretanto, ela tem valores particularmente importantes. Se o mundo todo fosse cristão, não importaria se o mundo todo não tivesse formação escolar. Como as coisas são, no entanto, a vida cultural existirá fora da Igreja, quer exista dentro dela, quer não. Ser ignorantes e simples agora _ não estar aptos para enfrentar os inimigos em seu próprio campo _ seria abrir mão de nossas armas e trair nossos irmãos sem formação acadêmica, que, abaixo de Deus, não têm nenhuma defesa contra os ataques intelectuais dos pagãos, a não ser a defesa que lhes podemos oferecer. A boa filosofia deve existir. Se não por outra razão, porque a má filosofia precisa de resposta" (LEWIS, 2008, p.60-61).

Portanto devemos mostrar que o cristianismo não é suicídio intelectual, antes apresenta uma fé com ‘n’ motivos para ser considerada. Na verdade, nossa confissão deve ser que ela é a fé que deve ser abraçada, não porque é boa, mas porque é verdadeira! Ainda não falamos tudo sobre o testemunho cristão frente ao ateísmo. A questão não se limita a apresentar argumentos em prol do Cristianismo (do teísmo, nesse caso). O ateu, principalmente o neo-ateu, diz que a religião é algo pernicioso socialmente. Para que o ateu seja refutado, não bastam argumentos. Ele precisa ver em nós a antítese do que postulou. Além disso, o enfrentar dificuldades com bravura, a coerência moral e ética, o amor à Cristo deve levar o cético a nos interrogar sobre nossa fé (cf. 1Pedro 3:15).




Philip Kenneson diz:

"A tarefa apologética mais urgente da igreja hoje é viver no mundo de tal maneira que o mundo seja levado a nos perguntar acerca da esperança que temos. Enquanto isso não acontecer, temo que todas as teorias apologéticas existentes sejam em vão, e eu a verdade de que dizemos ser testemunhas seja tomada como sendo uma falsidade" ( KENNESON apud SALINAS; ESCOBAR, 2002, p. 45).

E ele está certo!



Lucio.

__________________________
 
BIBLIOGRAFIA
'O Peso de Glória' de C. S. Lewis
'A Obra de Cristo' de Robert Letham
'A Veracidade da Fé Cristã' W. L. Craig
'Pós Modernismo' S. Escobar e D. Salinas
'Defendendo sua Fé' R. C. Sproul

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O Dízimo é um mandamento para o Cristão?

A denominação religiosa que mais tem explorado esse assunto em detrimento de outras é a Congregação Cristã do Brasil. Eles geralmente iniciam seu ‘evangelismo’ com outros crentes dizendo que estão na graça e não precisam pagar o dízimo. Os grupos de cristãos ‘caseiros’, cujo líder é Frank Viola, de igual maneira colocam as igrejas institucionalizadas em condenação por causa do dízimo. Os batistas fundamentalistas do CPR (Centro de Pesquisas Religiosas) são ferrenhamente contra o uso de dízimos. Uma autora classifica em sua critica: ‘os pastores malaquianos’... O conhecido pregador John MacArthur também é contra o uso do dízimo como manutenção da igreja.

Recomendo este artigo do Olhar Reformado, como uma discussão esclarecedora desse assunto.

Por outro lado, existe a exploração criminosa de Malaquias 3.10 e também a que beira ao financiamento espiritual, nada de diferente das Indulgências. Com mensagens fora de contexto, pregam que ‘o demônio devorador não é expelido nem em nome de Jesus, somente com o dízimo!’...?

Quero ventilar esse assunto. Meu objetivo é discutir se o dízimo seria um recurso legítimo com base no Novo Testamento ainda que os dados do Velho Testamento sejam examinados para chegar a uma conclusão. Vou interagir com algo que o irmão, Pr Marcelo Lemos postou no Olhar Reformado. Em vários pontos concordo com ele, mas pelo menos em um, teremos uma leve diferença.

As passagens bíblicas do VT que tratam do dízimo nos ensinam que o dízimo era um recurso eclesiástico-celebrativo-filantrópico. Classifico dessa maneira pelos seguintes motivos: 

1) encontramos o dízimo sustentando o sacerdócio e os levitas, 2) notamos que o dízimo era usufruído pelo ofertante diante do Senhor e 3) por último, era usado para cuidar dos órfãos e das viúvas, ou seja, os necessitados (Veja: Dt 14.22-29; 26.12-15; Lv 27.30-33; Nm18.21; Ml 3.10-12). 

Tenho a impressão que os dízimos eram entregues três vezes ao ano. Não tenho como provar isso definitivamente. Porém, essa conclusão é extraída de Ex 23.14-19. Na passagem em mira, percebemos que por três vezes ao ano, todo Israelita deveria apresentar-se diante do Senhor, e ‘não poderia estar de mãos vazias’! Além disso, nesses eventos apresentavam-se as primícias. Mas, não posso afirmar por causa de Dt 26.12, onde existe um recurso entregue no terceiro ano. (Todos sabem que os dízimos no VT eram de recursos agrícolas, etc (Lv 27. 30-33). Mas algumas vezes em dinheiro.

Diante do exposto no acima, não posso concordar plenamente com o irmão Marcelo quando classificou que o dízimo era um imposto para a manutenção da máquina estatal. Era isso também. (Bom lembrarmos que além disso, Israel herdou essa prática de Abraão, que poderia ter outros motivos, como um ato voluntário.)

Os 'antidizimistas' indicam que, visto que a lei foi abolida, o dízimo não deve ser usado na era da graça. Em especial o fato de a igreja ser hoje o sacerdócio universal, todos os cristãos são sacerdotes, e tendo em vista Hb 7.4-14, eles insistem que o dízimo é ilegítimo, inviável e contraditório. Para alguns na Congregação Cristã é uma heresia que condena para o inferno!

Começo respondendo da seguinte maneira: O dízimo tal como ofertado no VT foi abolido. No entanto, o NT fez uso do princípio do Dízimo, para o legítimo sustento eclesiástico.

Quero antes de mostrar isso, descartar alguns textos que os defensores do dízimo usam no NT para defender a prática como Neotestamnetária:

1) Mt 23.23 – Não podemos dizer que esse uso é determinante, pois Jesus quando curou um leproso ordenou o cumprimento da lei. Isso os anti-dizimistas dispensacionalistas podem, com alguma razão apresentar como resposta (No caso em apreço, isso pode ser relevante, mas a teologia dispensacionalista é um erro grosseiro). Assim Mateus 23:23 pode ser proeminente para uma percepção completa, mas ele por si só, garante o que estava em vigência na época. Dízimos agrícolas e agropecuários!

2) Hb 7. 4-14 – Esse caso é estranho. Certa vez li um conhecido pastor usando esse texto por causa da palavra ‘aqui’. Como se referindo ao momento que vivemos, ou que o pastor estava escrevendo. Mas isso não pode ser a intenção do autor de Hebreus. O que ele dizia era uma referência ao sacerdócio Levítico, presente na época e passageiro, contraposto com o sacerdócio de Cristo, eterno, com base em Melquisedeque.

Fielmente ao contexto dessas passagens, o que existe é mais uma inferência doutrinária do que uma conclusão do texto.


A AUTORIZAÇÃO NEOTESTAMENTÁRIA DA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DO DÍZIMO

Acho que a podemos fazer o uso do dízimo com a perspectiva de manutenção financeira da obra de Deus. Jamais dizendo que o crente é mais abençoado por ser dizimista ou que será amaldiçoado por não ser dizimista! A teologia Reformada não pode conceber a doutrina da prosperidade em suas próprias raízes, muito menos achar que um crente será amaldiçoado pelas obras da lei, pois “Cristo nos resgatou da maldição da lei [...]” (Gl 3.13). (Caso alguém tenha dúvida é só ler o livro do Rev. Augustus Nicodemos sobre batalha espiritual.)

Tem muito pastor presbiteriano (ou não) que conhece muito bem Ml 3.10 e dizer se o dízimo deve ser do bruto ou do liquido, mas nem sequer ensina a Bíblia para o povo, ou mesmo os Símbolos de Fé da Igreja Presbiteriana. Daí o justo apelido ‘pastores malaquianos’...

Estabelecido isso, o que entendo como base no NT para o uso do dízimo é 1 Co 9.1-14. Isso não é uma exigência, mas uma autorização legítima para estabelecer a manutenção da obra, usando o princípio do dízimo. Veja:

“[...] Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta um rebanho e não se alimenta do leite do rebanho? Porventura, falo isto como homem ou não diz também a lei? [...]” 

Para nosso propósito inicial, veja que Paulo invoca a lei de Moisés para estabelecer o sustento pastoral! Automaticamente acho que os antidizimistas estão com um sério opositor nesse caso... O apóstolo Paulo!!!

Mas ainda não chegamos no ponto central do que pretendo passar. O que ficará estabelecido agora é uma afirmação clara do uso da lei, da manutenção de Israel, ofertas, primícias e dízimos, onde Paulo faz uma transposição de aplicação para Igreja na era da Graça. Essa transposição de aplicação está patente na passagem “[...] acaso, é com bois que Deus se preocupa? Ou é seguramente, por nós que ele diz? [...] Se nós vos semeamos coisas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais? [...]”

Agora vejamos a prova:

Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho [...]

É com esse ponto de vista que acho que quando igrejas fazem sua manutenção tendo base o dízimo deveria pensar. Tendo em vista que não apenas o sustento pastoral está em jogo aqui, mas a diaconia e as confraternizações da igreja, tem no dízimo sua fonte de recursos.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

“No original qual é o nome do Filho de Deus e o nome de Deus?

Jesus ou  Yehôshua?


“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas” - II Timóteo 4.3

A “coceira” (comichão) que determinados cristãos professos sentem em seus ouvidos é tamanha que, não raramente, torna os loucos, a ponto de lhes fazer abandonar os princípios mais elementares da lógica, e da Teologia, fazendo-os se jogar nos braços da irracionalidade. A sua pergunta, imagino, tem haver com a tese de alguns que alegam ser “Jesus” um nome falso, e portanto, pertencente a um falso Deus. Eu mesmo já ouvi tal acusação várias vezes e, com a popularização da Internet, ensinos semelhantes a este se tornam cada dia mais populares.

Talvez o grupo mais barulhento na defesa de tal tese atenda pelo nome de “Testemunhas de Yehôshua ”; de certo modo, uma imitação barata de outro grupo barulhento, as “Testemunhas de Jeová”. O que estes dois grupos tem em comum é o fato de acreditarem que as traduções que se fez, ao longo dos séculos, dos nomes hebraicos constitui terrível pecado contra Deus, e contra Cristo; de modo que, colocam-se como restauradores do(s) verdadeiro(s) nome(s) de Deus, e do Cristo.

ANTES DE CONTINUARMOS CABE UM ALERTA IMPORTANTE: favor não confundir “Testemunhas de Yeshôshua” com as “Testemunhas de Yeshua”. Apesar dos nomes serem quase idênticos, não se trata de uma única organização; já que a segunda não prega que “Jesus” seja um falso nome, mas sim, busca evangelizar os judeus dentro de sua cultura. Em outras palavras, são judeus messiânicos, que acreditam em Jesus, mas continuam fiéis aos princípios judaicos.

Dito isto, vejamos o argumento da seita:


“Faço um veemente desafio, geral e irrestrito, à todos os “sábios” e eruditos, no sentido de apresentarem provas convincentes de que estou errado; porque é fato indiscutível, que nomes próprios não se traduz, apenas translitera. Convém salientar que transliteração não é a mesma coisa que tradução. Na tradução não se preocupa com a palavra em si, mas com o sentido desta. A transliteração, no entanto, procura encontrar LETRAS que tenham o mesmo SOM e manter a semelhança da palavra original” (Fonte: site das Testemunhas de Yehôshua).

Primeiro, vamos nos ater a aparente “lógica” usada para montar o argumento da seita. Eles sustentam que não se poder traduzir nomes próprios, mas apenas, transliterá-los. Portanto, com base neste interessante argumento, eles sentenciam que “Jesus” é um nome falsificado, representante de uma falsa religião, e que eles receberam de Deus a missão de restaurar a verdadeira fé.

Em segundo lugar, prestemos atenção ao desafio que este “professor bíblico” lança contra os demais cristãos, que apresentem a ele “provas convincentes” de que é correto traduzir nomes, como nós, via de regra, fazemos. Querido leitor, com um desafio tão ousado como este, deveríamos correr a provar que se pode traduzir nomes, não é verdade? Isto pode ser feito, mas, observem, é absolutamente desnecessário.

Não posso garantir que todo cristão evangélico, herdeiros da Reforma, tenha consciência de que um dos pilares da nossa fé diz que a Bíblia é nossa autoridade maior em matéria de fé e prática. Mas, se alguém não sabe, ainda há tempo para aprender. Este princípio é tão valioso que pode ser encontrado em todas as confissões de fé que o Cristianismo reformado já produziu em 500 anos.

“A Escritura Sagrada contém todas as coisas necessárias para a salvação; de modo que tudo o que nela não se lê, nem por ela se pode provar, não deve ser exigido de pessoa alguma seja crido como artigo de Fé ou julgado como requerido ou necessário para a salvação” (39 Artigos da Religião; VII; Igreja Anglicana)

Trata-se de princípio tão caro a nós, que por ele milhares de nossos irmãos deram a vida, e é justamente por ele que, ainda hoje, mantemos distância segura do catolicismo papal; já que, ali, se obriga a aceitação de doutrinas que as Escrituras não impõem. Portanto, creio não estar a dizer novidades, ao lembrar a todos de que a Bíblia é nossa autoridade maior, e final.

Assim, como diz a Confissão de Fé de Westminister, sendo as Escrituras inspiradas, são confiáveis, e por isso “em todas as controvérsias religiosas a Igreja deve apelar para eles como para um supremo tribunal” ( Capítulo I; Artigo VIII).

Portanto, levemos a controvérsia em torno do “verdadeiro” nome de Jesus até este Supremo Tribunal.

O argumento diz que adotamos uma falsa religião, pois nossas traduções Bíblicas ousaram traduzir o nome de Jesus. Não se pode negar que o nome de Jesus em hebraico não é “Jesus” (obvio!); a questão é saber se toda a humanidade é obrigada, pelas Escrituras, a fazer uso do nome hebraico de Cristo.

Certamente quem maior autoridade tem para responder tal questão é a própria Bíblia. Se é verdadeira a afirmação que estamos analisando neste artigo, conclui-se, por necessidade lógica, que os escritores do Novo Testamento, os quais escreveram sob a direção do Espírito Santo, jamais cometeram a blasfêmia de traduzir o nome do Messias.

Este argumento tão simples, e lógico, é uma incrível pedra no sapato de tais “professores bíblicos”. O nome “Jesus” é usado pelos escritores neotestamentários perto de 922 vezes, em cerca de 882 lugares. Ora, se traduzir o nome do Messias é algo pecaminoso, é de se esperar que os escritores do Novo Testamento jamais tenham feito tal coisa. Todavia, em quase mil citações, não encontramos nenhuma vez que eles usem o nome hebraico de Cristo, mas sim, a tradução grega.

A verdade já pode ser contemplada logo no primeiro versículo do Novo Testamento:

“βιβλος γενεσεως ιησου χριστου υιου δαβιδ υιου αβρααμ” (S. Mateus 1.1). Repare que Mateus traduziu o nome do Messias para a língua grega, escrevendo IESOUS CRISTOS.

Como podemos sustentar a tese de que a tradução do nome do Filho de Deus é abominação, e falsa religião, quando a própria Bíblia usa seu nome traduzido para a língua grega? Caso se obrigasse a humanidade a fazer uso de mera transliteração, os apóstolos, homens inspirados por Deus, teriam escrito seu nome como Yeshôshua, ou então, Yeshua.

Uma objeção comum contra este argumento cristalino, e bíblico, alega que o Novo Testamento, que temos em mãos hoje, teria sido adulterado por S. Jerônimo, a mando do catolicismo papal. Tentando provar sua tese, citam texto do próprio S. Jerônimo, o qual confessa: “tive a audácia de ACRESCENTAR, SUBSTITUIR, CORRIGIR alguma coisa nos antigos livros”.

Jerônimo foi o homem responsável pela tradução oficial da Igreja Católica, a famosa Vulgata Latina, que verteu os textos bíblicos para o Latim. E, como ele abertamente confessa ter feito adulterações no texto bíblico, eles julgam ter encontrado a prova cabal de que o nome do Filho de Deus foi adulterado em todo o Novo Testamento.

Se responde a este engano de maneira bem simples, e irrefutável. Em primeiro lugar, Jerônimo não fala onde, ou o que teria alterado no texto bíblico. Em segundo lugar, é fato que ele alterou detalhes do texto bíblico, porém, suas alterações foram feitas em sua tradução, a Vulgata, e não nos manuscritos gregos. Em outras palavras, ele alterou o texto traduzido, mas não os manuscritos que consultou para fazer sua tradução.

Com efeito, há literalmente milhares de manuscritos do Novo Testamento, e em todos eles, o nome do Filho de Deus é citado na língua grega, e não na língua dos Judeus. Agora, vejam um detalhe interessante: boa parte destes milhares de manuscritos, sequer haviam sido descobertos na época de Jerônimo. Assim, mesmo que ele tivesse adulterado tanto a tradução que fez, quanto os textos que consultou, ainda teríamos em mãos centenas de manuscritos não adulterados. Portanto, a tese de tais “professores bíblicos”, está fincada sobre um castelo de areia.

Um último prego no caixão de tais “professores bíblicos”, pode ser encontrado na LXX. Esta versão bíblica, foi elaborada pelos judeus que traduziram os textos do Antigo Testamento (e alguns outros, deuterocanônicos) para a língua grega. Uma vez mais, é lógico supor que jamais traduziriam um nome, não é mesmo?

Entretanto, uma vez mais, a tese que analisamos se revela infundada, pois, com efeito, eles traduziam os nomes, incluindo o nome “Josué”. Por qual razão este detalhe é importante. Simples: “Jesus” equivale em hebraico a “Josué”. É por este motivo que o anjo diz a Virgem: “... chamarás o seu nome Jesus; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (S. Mateus 1.21). Este nome, cujo significado é “Deus é a Salvação”, ou “Deus salva”, cai muito bem em nosso Deus, Jesus Cristo.



Pois bem, quando olhamos para tradução que os Judeus fizeram da sua Bíblia para a língua dos gregos, observamos o fato curioso que eles, assim como os escritores do Novo Testamento, não quiseram nem saber da tese dos tais “professores”, antes, simplesmente traduziram o nome Yehôshua como IESOUS, que nós traduzimos como “Jesus”, no Novo Testamento, e como “Josué”, no Antigo.



De modo que, pode se concluir inequivocadamente, nem os judeus dos dias de Cristo, nem os próprios seguidores do Cristo, jamais deram qualquer margem para a moderna tese de que “Jesus” seria um nome falso, para um falso deus, em uma falsa religião cristã.

Oramos para que este pequeno estudo tenha sido útil aqueles que procuram conhecer mais sobre tão importante assunto.

Fonte: Olhar Reformado